O Diário De Catherine escrita por Anna Beauchamp, Eline Guerra


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Depois de conhecer um pouco de sua obra, eu simplesmente me APAIXONEI pelos desenhos de Daniel Danger. Fiquei arrepiada ao ver que alguns de seus desenhos eram exatamente iguais ao que eu imaginei para o livro. Aqui tem um link de um dos desenhos que mostra a floresta da casa de Cathy. http://411posters.com/wp-content/uploads/2012/07/danger-game-of-thrones.jpg . Boa leitura pessoal!! *-*



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Durmi apenas uns cinco minutos, porque a vovó Garriet me empurrou para o banheiro mesmo com minha resistência.

– Olha só pra você! Está toda molhada - ela gritava me empurrando de leve para o banheiro do meu quarto.

– Tá, Vovó - eu resmunguei.

Ela saiu do banheiro me deixando sozinha. Tranquei a porta pra ter mais privacidade, o que parecia ser algo difícil de se ter naquela casa.

Coloquei a mão no bolso e retirei a pequena aliança dourada. Eu a girei na palma da mão procurando encontrar alguma coisa naquele minúsculo objeto e percebi que haviam duas iniciais na parte de dentro.

C.H.

O que significa? Podem ser as iniciais do nome daquele homem da floresta, ou da namorada dele, ou esse anel pode ser roubado. As possibilidades vagavam pela minha cabeça.

Peguei o anel e o deixei no banco da janela. Voltei para o banheiro e tomei um banho quente, massageei o calcanhar esperando que a dor passasse e desliguei o chuveiro. Me enrolei na toalha e voltei para o quarto. Vesti uma roupa confortável e lembrei do anel.

Fui até a janela, mas ele não estava lá. Revirei as almofadas, mas não estava em lugar algum. A janela estava aberta, já eram cinco da tarde e o sol já estava se pondo. Olhei para baixo vendo a floresta que já estava ficando escura.

Senti. os cabelos em minha nuca se eriçarem. Aquele vulto estava lá novamente e me observava.

Eu estava completamente atordoada. Como ele havia entrado no meu quarto? Ele havia subido a janela? Entrado pela porta?

Minha respiração estava acelerada e eu sentia que a qualquer momento iria gritar.

Ele estava envolto ás sombras, de modo que eu não conseguia distingui-lo.

Engoli em seco. Saí do quarto e desci as escadas com toda a determinação do mundo, ignorando a dor no pé.

– Aonde pensa que vai? - perguntou tio Ben.

– Tem alguma coisa lá fora! - eu disse - Alguém! E tá me perseguindo desde ontem!

Ele segurou meus ombros carinhosamente.

– Querida, não tem ninguém lá fora - ele disse.

Empurrei suas mãos. E caminhei até a porta abrindo-a.

Meus olhos procuravam uma sombra, qualquer coisa, mas não encontravam nada.

Me sentia frustrada, mas acima de tudo eu tinha certeza de que havia alguém lá.

– Mas eu vi! - eu disse ainda encarando a floresta sombria.

– Cathy - disse Ben colocando uma de suas mãos em meu ombro - Deve ter sido um animal ou qualquer outra coisa.

Fechei a porta em silêncio e caminhei até a sala. Sentei no sofá tentando assimilar tudo o que estava acontecendo.

Pude ouvir a porta se abrindo.

– Joey? - perguntou o tio Ben.

– Ah, boa noite, Ben - disse uma voz masculina - Desculpe o incômodo, mas é que eu queria falar com vocês sobre um assunto importante.

– Ah, claro. Entre, por favor.

Conforme foi se aproximando da poltrona ao lado do sofá, pude ver o homem alto, de olhos claros. Ele usava um uniforme da polícia e uma boina azul-marinho que combinava com a farda.

– Olá - ele me comprimentou.

– Oi - eu disse.

Ele me olhava com curiosidade.

– Bem, eu vim aqui para avisar que por enquanto a floresta está interditada - ele disse.

Eu fiquei um tanto confusa.

– A floresta? Mas por quê? - perguntou o tio Ben.

Ele tirou a boina da cabeça e passou a mão pelos cabelos claros.

– É que nessa madrugada ouve um assassinato - ele respondeu.

Fiquei bem surpresa. Um assassinato, tão próximo de mim.

– Encontramos um homem que foi aparentemente asfixiado - ele disse - O corpo foi encontrado essa manhã por um dos guardas-florestais da cidade.

Foram necessárias apenas essas palavras para me deixar completamente apavorada. Então lembrei das faixas próximas ao lago. O vulto. Seria ele o assassino?

Um medo cresceu dentro de mim ao lembrar dele me observando. Ele está no meu encalço.

Me senti como um cervo amarrado numa árvore.

– Nós não sabíamos disso ainda. Cathy se afogou no lago hoje de manhã - disse Ben.

Joey me olhou como se soubesse que eu escondia algo.

– Se afogou?

Engoli em seco. Tentei me manter calma, embora minha reação natural fosse o pânico.

– Na verdade, eu fui...empurrada - respondi tentando controlar a voz e não tremer.

– Empurrada? Por quem? - ele perguntava.

Ele me olhava nos olhos e eu sustentava seu olhar.

– Eu não sei.

Depois de alguns segundos ele se levantou.

– Bem, obrigada. Eu só vim aqui para alertá-los. Vou pedir para que façam uma varredura pelo local, porque o assassino ainda pode estar vagando pela floresta - ele disse colocando novamente a boina e caminhando até a porta.

– Vamos ter cuidado, obrigada - disse Ben - Eu só fico surpreso, porque é a primeira vez que isso acontece por aqui.

Joey assentiu.

– Tenham uma boa noite - ele disse se retirando.

– Pra você também - o tio Ben fechou a porta e se virou para mim.

Eu o observava e ele parecia contrariado.

– Eu disse - então me levantei.

A porta se abriu e meu pai entrou.

– Está frio lá fora - ele disse - Oi, Cathy. Como você está? Sua avó me ligou dizendo que você estava machucada. Eu fiquei preocupado.

– Estou ótima, pai - eu respondi - Vou para o meu quarto.

Subi as escadas e entrei no quarto me jogando na cama.

Me sentia desprotegida, insegura. Aquele cara poderia muito bem estar planejando minha morte agora, e se ele entrou no meu quarto e pegou o anel, quem o impediria de entrar de novo e me matar?

Até aquele momento eu era a única que já havia visto o assassino três vezes. Quem seria ele? James?

Não. Ele não salvaria a vida de quem estava tentando matar. A não ser que quisesse sair da lista de suspeitos. Mas era improvável, afinal a jaqueta dele era vermelha. Mas ele poderia ter trocado.

Eram tantas perguntas que resolvi parar de pensar nisso. Eu estava começando a ficar maluca.


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Notas finais do capítulo

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