Não é ele, pensei. Eu tinha quase certeza.

Desci as escadas na esperança de alcançá-lo sem que ele percebesse.

Ele andava em direção ao lago. O que ele queria fazer? Será que ele imaginava que poderia encontrar a mãe lá? Ou queria apenas afrontar o sequestrador dela?

Não pensei em nada, apenas o segui. Ele havia deixado a porta aberta, então apenas saí e caminhei nas pontas dos pés tentando não fazer barulho, já que o som das folhas amassadas no chão era insuportável.

Ele andava como um sonâmbulo. Passei pelas árvores vendo James há alguns metros longe. Ele não olhava para trás. O que ele estava fazendo? Eu queria interceptá-lo e levá-lo dali antes que nos vissem.

Estava escuro e eu estava ficando preocupada. Se tivesse sorte eu o alcançaria e iríamos para casa em paz.

Eu o estava quase alcançando quando senti uma mão deslizar por minha cintura e me tirar do chão. Meu coração parou e tudo o que pude fazer foi gritar.

Me debati desesperadamente, tinha medo do que ele poderia fazer comigo. Uma de suas mãos, que segurava um lenço, cobriu meu nariz e minha boca. Tentei empurrar sua mão, mas estava ficando fraca.

Senti que o mundo girava e ficava mais escuro. Tudo o que pude registrar era que sentia medo, antes de cair inofensiva no chão.

Tudo ficou confuso. Meus sonhos eram sem nexo, como delírios. Eu via minha família, no sonho eles não me viam, apenas James.

Acordei sentindo o corpo molhado, como se estivesse em uma piscina. Abri os olhos vendo o céu e as árvores. Eu estava deitada em uma pedra que estava inclinada em direção a água. Eu estava submersa da cintura para baixo. A água estava gelada o que me fazia tremer com o frio. Olhei em volta me sentindo perdida, aquela parte da floresta eu não conhecia, não fazia ideia de onde eu estava.

Levantei, ficando sentada. Olhei para o meu braço percebendo que minha pele estava azulada. Respirei fundo tentando me acalmar, o que parecia difícil. Fiquei de pé, sentindo os dedos dos pés formigarem.

Comecei a andar, sem um rumo exato, só queria voltar para casa. Ele havia conseguido me pegar, parecia um aviso, ele havia avisado para que eu ficasse longe e estava tentando provar que conseguiria me matar a qualquer momento.

Depois de muito tempo caminhando, desmaiei no meio do caminho, no chão da floresta. Sozinha.