Implicâncias à Parte escrita por Bia Red


Capítulo 2
NÃO CAIA NESSA!


Notas iniciais do capítulo

Oi, galerinha bonita, tudo de boa na lagoa? Comigo está tudo suave na nave (viajei total agora =P).
Mais um capítulo quentinho, saindo do forno!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333848/chapter/2

Escola, aí vou eu. Não que eu queira ir. Porque eu não quero, acredite.

Certo, tomei banho e blá, blá, blá, comi meu cereal, coloquei uma roupa qualquer. Caso você esteja interessado (o que eu sei que não está) é uma camiseta branca e uma calça jeans. Básico do básico, mas no meu caso, quanto menos atenção chamar, melhor.

Também coloquei rímel e lápis de olho. Eu gosto de lápis de olho. Não que você ligue. Mas eu digo mesmo assim. Sabe por que? Porque eu sou chata.

- Sophie, filha, você vai se atrasar para a escola!            

- Ok, já tô indo.

Eu, como uma boa adolescente que não sabe dirigir, os pais só tem um carro, e esse vai pro trabalho com seu pai porque ele trabalha longe, e eles não compram outro por “faz mal ao meio-ambiente”, e gasta o dinheiro do ônibus com Doritos e Coca-Cola, eu vou a pé.

Na verdade, a escola nem é longe. Pelo menos não está chovendo. Chuva já é ruim para qualquer um que não tenha carro (ou não possa dirigir. Ou os dois). Para mim é especialmente ruim. Quer saber por que? Duvido. Mas você já vai entender.

- E AÍ, LOIRINHA! – É A MORTE CLAMANDO MEU NOME? VEIO ME BUSCAR PARA ME TIRAR DESSE TORMENTO? Não, é Nicholas Carter, com o Porsche dele (riquinho filho da puta!). – Quer uma carona?

NÃO CAIAM NESSA! Ele não vai  te dar carona. Ele vai é rir de você. Agora ele está andando bem lento, parelho comigo, e me enchendo para ver se eu quero carona. Uma vez, quando estava chovendo MUITO, eu resolvi aceitar, porque estava ensopada. Pior erro da minha vida. Ok, talvez não o pior, mas mesmo assim... Bom, ele estava quase parando o carro, e eu cheguei perto (como sou otária). Ele arrancou, e sabe que na chuva junta água nas beiras da estrada, né? Pois é, levei um banho. E ainda caí na poça. Estava tão suja e molhada que não fui na aula. Peguei uma pneumonia de brinde. Para terminar com chave de ouro, perdi uma prova de biologia. Viu? É por isso que eu não vou aceitar a carona.

- Não, obrigada, vi no jornal que andar perto de seres acéfalos diminui seu cérebro.

- E você tem um? Qual é, loirinha, nem tá chovendo – Disse sorrindo maliciosamente. AH, COMO EU ODEIO ELE!

- Não.

- Entra, vai.

- Já disse que não, você não tem mais nada pra fazer? Pensei que sua vida social era mais badalada.

- Até tenho, se sinta especial por eu estar gastando meu precioso tempo com você.

- Ahhhh, claaaaro... Sua presença é tãããão importante pra mim.

- Eu sabia que você ia concordar.

- Ah, meu Deus, você nunca ouviu falar em sarcasmo?!

- Sarco-quê?

- Argh, esquece! – Como alguém pode ser tão idiota?

- Ah, vamos, a escola ainda está longe, desse jeito você vai se atrasar.

- E se eu aceitasse, o que você faria? – Zombei.

- Isso foi um sim?

- Não.

- Nesse caso...

Então ele freou o carro, saiu e veio em minha direção. Só o que eu pensei foi “ele vai me matar. Vai me matar, jogar no porta-malas e depois enterrar embaixo da casa dele. Ou pior, ele vai cortar o meu corpo em pedacinhos e jogar na privada. Ou dar pro cachorro comer”. Oh, mas ele não fez isso. Ele fez algo pior.

- AAAAAAAHHHHHHHHHH, ME SOLTAAAAAA!!!!!

- Calma, garota!

Ele simplesmente me jogou no banco do passageiro com se eu fosse um saco de batatas. Depois arrancou o carro antes que eu pudesse sair. Será que eu vou me machucar muito se eu pular de um carro esporte em movimento? É bem capaz de ele me atropelar se eu pular do carro.

- POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?!

- Por que sim.

- COMO “POR QUE SIM”?! – Eu sei que uma loira psicótica berrando com um garoto idiota dentro de um Porsche vermelho não é uma coisa muito normal de se ver. Ainda mais quando os dois se odeiam (o garoto e a garota, nenhum dos dois tem o topete de não gostar do Porsche). Mas foda-se, eu nunca fui normal mesmo.

- Quer ficar quieta?

- Não - Sim, eu disse não, mas fiquei quieta. Sinto vergonha de mim.

Nenhum dos dois falou nada mais até chegar na escola. Todos nos olharam como se fossemos loucos.

- Loirinha?

Me virei para trás novamente na direção de Nicholas.

- Só para não perder o costume – Disse enquanto virava outro balde de água em mim.

Fechei os olhos para me acalmar, ouvia todos ao redor rirem. Um, dois três... Pelo visto carona é igual a água, com Nicholas Carter. Sete, oito, nove...

Abri os olhos depois de contar até dez (é melhor que ser presa por homicídio doloso) e notei uma coisinha. Nicholas não estava rindo. Ele estava olhando fixamente para mim... Na verdade, para um ponto um pouco mais embaixo...

OH, MERDA, EU ESTOU DE BLUSA BRANCA! E com sutiã rosa rendado...

- CARTER!

O imbecil tarado olhou para mim e disse:

- Nossa, que saúde, Lewis.

Foi naquele momento que eu pulei em cima dele tentando matá-lo. E o povão (bando de desocupados... Não tem nada melhor pra fazer que presenciar um homicídio?) ficou em volta gritando “Briga! Briga! Briga!”. Como ele é mais forte que eu, conseguiu trocar de posição e ficou em cima de mim. Como eu estava tentando aproveitar isso para chutar o seu, como diria o grande e gosmento Sméagol, preciooosooo, ele deu um jeito de prender minhas pernas com as suas. Acertei um soco na cara dele (que deve ter doído como uma picada de mosquito, mas eu tento) e ele segurou minhas mãos acima da minha cabeça (figurativamente, já que eu estava deitada).

De repente, ouvi um pigarro, olhei para cima, e vi um ser do maaaal.

- O que está acontecendo aqui?

- Diretor! Eu... nós...

- Ela estava tentando me matar! – Calúnia! Difamação! Mentira, é verdade.

- Agora é que eu te mato, encosto! O que eu fiz, Deus? Nossa, eu devo ter feito muita gente se fu... – Olhei para o diretor com o canto do olha e mudei: - fuzilada. É, muita gente ser fuzilada.

- Viu, Sr. Edwards? Ela é uma louca homicida!

- Argh, seu... – Eu quase pulei nele de novo (agora a gente já estava de pé). Quase. Porque aí o diretor Edwards me olhou com um olhar alegre. N-A-D-A   B-O-M. Ele é do mal. Ele quer que eu ataque o Nicholas. Porque aí ele vai me suspender. Ou pior. - ... colega que eu não simpatizo, mas trato com respeito, como é o certo que uma garota educada faça com todos os seres humanos.

É, eu sou cínica.

O javali com gonorréia, conhecido como diretor, me olhou com os olhinhos tristonhos. Oh, tadinho... Vai ter que me aturar, velho babão!

Ah, o Nicholas me olhou quase rindo e disse:

- Você, garota educada?

- Você, ser humano? – Há, tomou no olho!... do cú.

Ele me olhou com raivinha (ui, que medaaa!), e depois nada disse. É mais legal escrever “nada disse” do que “não disse nada”. Fica mais... fodalhastíco.

- Os dois pra sala agora, antes que eu mude de idéia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então gente, o que acharam da Sophie e do Nicholas?