Implicâncias à Parte escrita por Bia Red


Capítulo 3
Apenas Nada de Nada


Notas iniciais do capítulo

Opa... *culpada* demorei? *morreu apedrejada*.
Bem, aqui está o capítulo, acho que posto outro rapidinho, é que eu tive uns problemas, mas já está tudo bem.
Espero que gostem! Feliz Páscoa, muitos chocolates prô cês.



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Fui pra aula irritada, passando no meu armário para pegar um casaco. Dois segundos depois o alarme para entrar na sala soou.

Corri para a aula como uma ratinha assustada quando vê o gato da madrasta da Cinderela. Falando nela, eu acho que não me casaria com aquele príncipe idiota. Como ela casou com alguém que não reconhece a cara dela? Acho que ele tinha tara por pé.

A primeira aula era de biologia, o que era chato, pela cara de bode do Sr. Hather, e era legal, porque dava para sentar em dupla.

- Oi, Sophie!

- Oi, Clara – Eu respondi sentando ao seu lado.

- Por que você está usando casaco? Deve estar uns quarenta graus lá fora – Tradução: você está com febre ou quer mentir que está para fugir da aula?

- O Carter jogou água em mim. De novo.

- Nossa, esse garoto encarnou com você, hein?

- Eu não sei qual é o problema dele.

- Sei não, Sophie. Não é normal essa atenção toda que o Carter dá pra você. Têm outros pra ele infernizar aqui na escola.

- Ele sente uma satisfação macabra em me ver irritada – Eu disse, fazendo ela rir.

- Sei, sei...

- O que você q...

- Estou incomodando a conversa de vocês duas, Srtas. Hills e Lewis? Porque se eu estiver, posso mandá-las até a direção para que consigam conversar em paz – Sim, velho chato, está incomodando sim!

- Desculpe, Sr. Hather, isso não vai se repetir – Murmurei enquanto toda sala ria.

- E vocês, estão rindo do que? Se quiserem podem ir conversar com o diretor Edwards, tenho certeza que ele ficará contentíssimo – Há, tomaram!

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Doce liberdade provisória... Não, eu não fui presa. É só que chegou o intervalo.

Tem horas que eu penso porque eu nasci. Quer dizer, eu não gosto de nada. Nem de pizza, nem de escola, nem de esportes, na maioria das vezes eu não gosto nem de pessoas.

Enfim, eu comi um (gordurosamente) maravilhoso prato de batatas fritas com Coca-cola, enquanto a Clara comia um hambúrguer. Eu também não gosto de hambúrguer. Minha mãe costuma me dizer que essa história de não comer “coisas normais que dão diabetes” pode acabar com a minha vida social. A pergunta é: que vida social?

Eu estava levando uma batata especialmente gordurosa e cheia de sal até a minha boca, quando uma mão rápida roubou-a. OH, POLÍCIA, FUI ROUBADA!!!!!!!!

- Você devia maneirar no sal, loirinha.

- Argh, Carter, cai fora! E eu odeio que me chame de loirinha, meu nome é Sophie. SOPHIE, entendeu? Ou precisa soletrar? Aliás, pra você é Lewis.

- Ok, loirinha.

- O que você quer, Carter? – Perguntou Clara.

- Não posso me sentar com a minha nerd favorita? – Falou sorrindo cinicamente.

- Imagina se não fosse...

- Não estava falando e você, sua egocêntrica.

- Eu sou egocêntrica? Você já se olhou no espelho? Ah, é, ele se quebra quando você passa.

- Há, há. E eu me olho no espelho todo dia, acha que eu não iria querer ver a perfeição?

Olhei bem pra ele, tentando captar o sarcasmo. O deboche. Um mínimo sorrisinho torto que fosse. Mas não. Ele era tão retardado que estava falando sério.

- Não posso brigar com você.

- Por que? – Ele parecia realmente decepcionado.

- Porque é feio brigar com criancinhas.

- Há, há. De novo. Ok, tchau Clarice, tchau loirinha – Disse enquanto roubava mais algumas batatas.

- Hei!

- Sophie?

- Sim, Clara?

- Ele me chamou de Clarice?

- É.

- Por que ele me chamou de Clarice?

- Porque ele é burro.

- Ah.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Como eu gastei o dinheiro do ônibus em Doritos, eu tive que ir pra casa a pé. Eu nem me preocupei com a possibilidade do Carter me sequestrar, a Jaime, irmã dele, e que herdou o lado bom da família, estava na aula de balé e ele tinha que buscá-la. É, eu gosto mais da irmãzinha de sete anos dele do que do próprio.

Eu estava andando feito uma idiota pra casa, cantando uma musiquinha ainda mais idiota:

Era uma vez um tatu,

Que gostava de... bambu.

Ele era burro,

E... rolava no barro!

Viu como eu tenho talento como compositora? É, daí eu acordo.

Então, eu estava pulando e cantando, enquanto minha linda mochila balançava de lá pra cá. Pra ficar mais tosco só se eu estivesse levando uma caixa de bombons Lacta pra minha vovozinha usando um boné vermelho.

Aliás, sabe porque minha mochila é linda e diva? Não? Azar o seu, porque eu não vou contar. Mentira, vou sim. Meus pais me deram o dinheiro pra comprar uma mochila nova (porque eu sou folgada e não quero trabalhar). Eu fui comprar a mochila. EU JURO, EU IA! Mas eu passei por uma loja. De All Stars. Acho que você sabe o que aconteceu com dinheiro.

Voltando ao assunto da mochila. Eu tive que pegar a minha velha. Eu sou uma pessoa cuidadosa então ela está em ótimas condições. Só uns três fechos que não fecham, e alguns rasgões, algumas manchas de mostarda, nada demais. Mas eu estava enjoada da cara dela, então deixei de molho na água sanitária. Eu queria deixar ela branca, mais ficou meio que uma vaca com manchas roxas. Então eu comprei tinta branca pra tecido, pintei a mochila, e usei esmalte pra desenhar caveiras e gente morta nela. Eu estava meio emo, ok? Foi um momento revoltz. Na verdade, eu estava tão revoltada com a sociedade nesse dia, que passei um trote pra polícia. Com o telefone da Clara. E os policiais foram na casa dela pra xingá-la. Melhor amiga que eu não se acha mais hoje em dia.

Depois que eu cheguei em casa, percebi que não tinha ninguém. Cadê a cambada? Eu tô com fome!

- MANHÊ!!!! – Quase deu pra ouvir o barulhinho de grilo.

Ok, Sophie, respira, inspira, respira, inspira... MIOJO! Isso, não é o fim do mundo, você pode fazer um miojo!

Andei até a cozinha e liguei a televisão ao passar, só pra ouvir alguma coisa em vez do silêncio.

- Ok, ok, primeiro pegue um miojo... – Comecei tentando lembrar. – Carne não, galinha não, tomate não... Que droga! Cadê a galinha caipira? Ah, achei.

Fucei os armários a procura de uma panela pequena. Nosso micro-ondas quebrou e ninguém comprou outro ainda. Achei uma panela velha, mas dizem que panela velha é que faz comida boa, né?

- Am, deixa eu ver... Ah, vou só jogar o miojo aqui e cobrir de água.

Liguei o fogão (queimei meu dedo junto, mas tudo bem) e fiz isso. Quando deu três minutos (é o que está escrito na embalagem), eu tirei toda a água e misturei o tempero (deixei cair um pouco no chão, detalhe). Esqueci de dizer que junto com o miojo eu coloquei umas massinhas de sopa de letrinhas, porque os caipiras precisam de alfabetização.

- Erm... Esse miojo não parece muito bom não...

Todo o meu sofrimento foi em vão, já que o miojo estragou e minha mãe chegou dois minutos depois, e me alimentou (qual é, Manolo?). Pelo menos eles concertaram o micro-ondas!


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Notas finais do capítulo

De novo: não me matem *.*



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