Por Acaso escrita por Sabaku no Emily, Kaya Minami, Júlia Lerman


Capítulo 17
Eu não vou perder você - Naruto


Notas iniciais do capítulo

^.^



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– Yoooo galerinha! Sou eu... - saudei, subindo no palco, fazendo uma dancinha ridícula e assustando a Kurama - Bom, vamos as perguntas...

Uma música de suspense começou a tocar e apareceu uma frase bem grande no telão. Virei pra trás e coloquei a mão na cintura.

– Jooy chan perguntou: Naruto, casa comigo e tenha 3 filhos? - arregalei os olhos, mas depois me virei e dei um sorrisão, corado - Ai... Assim você me deixa sem-graça... Mas, bem... - coloquei a mão no coração - Vocês sabem a quem isso aqui pertence, não é mesmo? Mas, ó, se ela cansar de mim, eu juro que penso melhor no seu caso, viu? Hehe.

O telão ficou preto e a seguir apareceu outra pergunta.

– Kurosaki Karin perguntou: Kushina-san, o Minato era parecido com o Naruto? - estreitei os olhos pra ver melhor - Peraí. Kushi...

Houve uma explosão no centro do palco, e eu caí igual uma bosta no chão. De dentro do buraco, apareceu uma mulher com cabelos vermelhos grandes e olhos de um azul escuro. Uma nuvem de purpurina caiu em cima dela, enquanto ela fazia uma pose no maior estilo Gai.

– Ô PRODUÇÃO! ISSO AQUI NÃO É O PROGRAMA DA INO NÃO, FALOU?! - gritei, balançando o punho pro alto

– CALA A BOCA - gritou minha mãe - Ownt, que fofo, perguntando coisas pra mim... Bom, você quer dizer na aparência ou na personalidade? Na aparência, o Naruto é idêntico ao Minato - ela riu - Mas na personalidade, são o oposto. Minato é calmo e paciente. Naruto é hiperativo e odeia esperar. Um dia, ele...

A empurrei pra dentro do buraco de onde ela tinha saído e dei um sorriso sem-graça.

– Desculpem 'ttebayo... É que ela ia começar a contar umas coisas que vocês não iam gostar de ouvir... PRÓXIMA PERGUNTA! - O telão ficou preto e acendeu de volta logo depois - Menino, o que você viu na Hyuuga sem-sal?! Affz, seu babaca - fechei a boca e olhei pra câmera pelo canto do olho - Produção, tem como saber quem foi que mandou isso aqui?

"NÃO! RESPONDE LOGO ESSA PORRA!"

– Ui, ta estressadinho... ABAIXA ESSE TOM QUANDO FOR FALAR COMIGO! - lembrei que o programa é ao vivo e cocei a cabeça - Voltando a pergunta... Oras. A Hinata... São águas passadas... Eu namorei ela sim, mas nunca deixei de pensar... Nela... - fiz uma carinha de sonhador, depois dei um tapa na minha própria cabeça - Senhor. Eu só consigo pensar na Sakura-chan. Ela deve achar que sou um louco totalmente apaixonado...

...

– Espera. Mas eu SOU um louco totalmente apaixonado por ela. Oops...

~ Fim de DATTEBAYO ~

Eu nunca pensei que eu fosse capaz de fazer tanta merda em tão pouco tempo.

No dia seguinte, quando eu acordei de manhã, me virei pro lado em que estava a janela e vi que o sol ainda estava nascendo. Sorri. Então, ouvi um resmungo ao meu lado e algo me puxando. Teve uma hora que a pessoa me puxou tão forte que eu fui com tudo pro lado contrário e fiquei a uns 2 centímetros do rosto dela.

Estava tão linda. Parecia um anjo dormindo, me puxando pra perto, naquela manhã fria de inverno.

Eu não culpa se tenho uma espécie de calor próprio que emana do meu corpo. Deve ser por isso que as pessoas sempre me querem perto.

Eu sorri levemente, e passei a mão no rosto frio da Sakura-chan. Ela deu um sorrisinho.

– Estava acordada esse tempo todo? - perguntei, com um sorriso malicioso

– Sim - respondeu ela, abrindo os olhos lentamente e me encarando. Ela colocou a mão no meu ombro e encostou nossos narizes - Naruto...

– Sakura-chan...

Eu então me aproximei e a beijei lentamente. Ficamos um tempo assim, até eu me lembrar que estava na casa dela, na cama dela, de manhã cedo, e que tinha deixado a minha mãe em casa sozinha desde ontem a tarde.

– Sakura-chan, preciso ir... - resmunguei, me separando dela, que fez uma cara azeda e tentou me puxar de novo, mas eu já estava me levantando

– Não, Naruto! Fica aqui comiiigo!

Eu dei uma risadinha, e quando levantei, estava sem camisa. Ué. Eu tinha ido dormir com camisa. Olhei pros pés da cama, e ela estava lá, jogada. Me abaixei e a peguei, sorrindo pra ela, que estava deitada, me encarando.

– Eu me lembro de ter ido dormir com a camisa, Sakura-chaaan...

Ela deu um sorrisinho, corou e enfiou a cabeça debaixo da coberta. Eu gargalhei de um jeito gostoso, e fui pra cozinha tomar um café.

Estava tudo tão perfeito. Eu não queria sair do lado dela nunca e...

Quase deixei a xícara cair. Abaixei os olhos e lembrei que eu... Tinha acabado com os sentimentos da Ino. Da minha melhor amiga. De uma das pessoas que eu mais amo no mundo todo. A garota que sempre foi divertida, extrovertida e alegre. Ela.

Coloquei a xícara em cima da pia, enfiei a camisa, fui até o quarto da Sakura-chan, e disse pra ela que ia resolver umas coisas e que ela podia voltar a dormir tranquila. Saí, e fui determinado até o apartamento da Ino. Abri a porta com toda a força.

O que eu encontrei?

A Ino, lógico. Só de calcinha e sutiã. Coloquei a mão no nariz pra evitar uma hemorragia nasal e quase estava tendo um treco, enquanto ela só revirava os olhos e pouco se importava se estava seminua na minha frente ou não.

JURO que tentei falar com ela. Que tentei escolher as melhores palavras pra não machucá-la de novo.

Mas como eu sou Uzumaki Naruto, tudo deu errado MAIS UMA VEZ.

A mãe dela apareceu do nada e nem deu tempo de dar oi pra ela. A Ino simplesmente saiu, de mala de cuia, e arrastou a mãe dela pra fora de casa, chorando.

Eu estava desesperado. Quando eu tento fazer alguma coisa, só pioro tudo. Por isso que a vida dos meus amigos são uma merda. E também, acho que é por isso que eu não tenho tantos amigos assim.

Eu saí correndo, mas ela já estava com a mãe entrando no elevador. Corri como um doido, e a porta se fechou na minha cara. A Sakura-chan botou a cabeça pro lado de fora da casa e a minha mãe saiu correndo da minha. Eu nem sabia que ela tinha dormido lá.

Comecei a chorar descontroladamente, e a apertar o botão que chama o elevador sem parar. Encostei a cabeça na porta e chorei mais forte.

– Naruto... O que está acontecendo? - perguntou a Sakura-chan docemente, enquanto tirava a minha cabeça dali, a segurando com as duas mãos e me obrigando a olhar em seus olhos

– Filho... - disse a minha mãe, se aproximando, e ofegante.

– Kushina-san! Não sabia que a senhora estava aqui, eu... - disse Sakura, colocando um pouco de cabelo atrás da orelha

– Huumm, então o Naruto fez o que eu falei, ahn? - disse a minha mãe, colocando a mão no meu ombro. Eu dei um sorrisinho.

Olhei pro painel do elevador. Ainda estava longe do nosso andar. Saí correndo até as escadas.

– NARUTO! - chamou minha mãe - ONDE VOCÊ VAI?!

Eu parei, e me virei pra elas, com uma expressão determinada.

– Eu vou atrás da Ino. - respondi, quase num sussurro

Elas vieram correndo até mim.

– Nós vamos com você. - disse a Sakura-chan, sorrindo pra mim.

– Então rápido, mulheres da minha vida, vamos atrás da outra mulher da minha vida que eu amo muito e me preocupo pra caralho!

Elas riram, e descemos as escadas de dois em dois degraus. Sorte que a minha mãe está em forma e com saúde. Estranho. Ela tem a aparência de uma adolescente. Deve ser coisa de Uzumaki.

Fomos direto pro estacionamento, onde a minha mãe disse ter estacionado o carro.

– Qual é o carro, mãe?! - perguntei, ainda correndo até lá

Ela correu os olhos por tudo, até que apontou pra um deles.

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– PUTA QUI PARIU! - gritei, enquanto ela arrancava a chave do bolso - Mãe...

– Você sabe que seu pai é um fanático por carros e me obriga a andar com essa coisa! Eu, hein! Ele quer atrair bandido, só pode... - ela jogou a chave na minha direção e eu a peguei no ar - Dirige.

Dei um sorrisinho, fui pro banco do motorista e liguei o carro, enquanto a Sakura-chan sentava na minha frente e a minha mãe se jogava lá atrás.

– Pra onde a Ino foi? - perguntei, dando a ré, pra sair dali

– Pra casa da mãe, com certeza - respondeu Sakura - Sabe onde é?

– Sei - disse eu, com convicção.

Saímos do estacionamento e do centro da cidade. Quando íamos entrar na estrada, parei o carro e ajustei o volante na mão.

– Sakura-chan. Mãe. Coloquem o cinto e segurem firme.

– Não, Naruto, por favor... - disse a Sakura-chan, fazendo o que eu pedi, mas me encarando com um olhar triste

– Sakura, nem adianta falar com esse aí... - comentou a minha mãe, balançando a mão e se ajeitando no banco - Toma cuidado, filho.

Sorri de canto. Passei a marcha, e pisei fundo, fazendo minha mãe e a Sakura-chan encostarem a cabeça no banco. A velocidade mínima que eu estava era 100 km/h.

Eu não ia perder a Ino.

Eu estava praticamente dirigindo sozinho na estrada, só de uma vez ou outra que um carro passava. Então, quando eu fiz uma curva, eu vi tudo que eu não queria ver no momento.

O carro da mãe da Ino no acostamento.

Todo amassado. Tinha outro carro, mas ele estava intacto. Elas tinham batido.

Freei o carro tão bruscamente que se a Sakura-chan não estivesse com o cinto, ela teria voado pelo para-brisa. Numa velocidade incrível, tirei meu cinto, pulei do banco e corri até o local do acidente. Minha mãe veio do meu lado, enquanto a Sakura-chan tirava o celular do bolso e vinha a passos largos atrás de nós.

Não sei de onde eu arrumei força, mas arranquei a porta do banco do carona do carro, onde estava a Ino, e a peguei no colo. Minha mãe fez o mesmo com a Sra. Yamanaka.

Ino estava com as roupas queimadas e rasgadas. Vários cortes e pedacinhos de vidro estavam espalhados pelo seu braço. Da testa, estava escorrendo sangue, de um ferimento na cabeça.

Eu caí de joelhos no mato com ela no meu colo. A abracei forte e chorei. Muito. Coloquei a cabeça dela em cima do meu ombro, e pouco me importava se tinha sangue dela no meu rosto, roupa e cabelo.

Meu coração batia forte. Eu podia ouvir. E parecia querer pular do meu peito.

Fechei os olhos e só continuei abraçado a Ino. Ela não estava morta. Ela não podia morrer. Não aqui. Não agora.

Eu nunca iria me perdoar.

– Naruto...

Levantei os olhos. A Sakura-chan estava ajoelhada ao meu lado, tocando o meu ombro. Eu abri a boca, mas não tive forças pra falar. Ela tentou dar um sorriso.

– Chamei uma ambulância - disse ela - Eles já estão chegando. Quando estivermos no hospital, vou ligar pro Sasuke. - ela olhou pra Ino e passou a mão na cabeça dela - Ela vai ficar bem, não se preocupe.

– Se acontecer algo a ela... - disse eu, com a voz trêmula e um pouco rouca - ... Eu não sei o que eu faço, Sakura-chan. Acho que eu me mato...

Ela me deu um tapinha na cabeça.

– Para com isso! Não fala assim, Naruto... Já disse que vai ficar tudo bem. - Sakura-chan falou com tanta certeza que eu quase me senti melhor - Kushina-san está amparando a mãe da Ino. Ela não foi tão ferida, está acordada, as duas estão conversando. Sua mãe está contando seus podres...

Nós demos uma risadinha nervosa, pra tentar esconder o fato que estámos todos ansiosos e inquietos. Imagina pra mim.

Alguns minutos depois, a ambulância chegou. Um enfermeiro veio correndo até mim, mas eu não queria me separar da Ino. Só deixei ele a levar depois que a Sakura-chan começou a me ameaçar.

Fomos todos para o hopistal. Eu, minha mãe, Sakura-chan e a mãe da Ino ficamos na recepção, esperando o momento em que poderíamos entrar. Depois, a Sakura-chan ligou pro Sasuke e ele apareceu em 10 minutos. Quando ele apareceu na porta, eu corri até ele e praticamente me joguei em seus braços e o abracei forte.

Foda-se as pessoas que estavam ali e que ficaram achando que eu sou gay.

O meu melhor amigo estava ali.

E ele não estava com raiva de mim.

– TEME! Eu... Te amo, cara!

Sasuke dei uma risada gostosa, e me abraçou de volta.

– Também te amo, Dobe.

A gente se separou, e ele passou o braço pelo meu pescoço. Nos sentamos com a Sakura-chan e conversamos animadamente.

Depois de um tempo, uma enfermeira apareceu com um papel na mão.

– Ino Yamanaka. Quem...

– EU! EUU! EEEEEEEEEEUUUUUUUU! - gritei, indo correndo até a enfermeira. Tomei o papel da mão dela, e foda-se.

Sasuke, Sakura-chan, minha mãe e a da Ino vieram até mim com a mesmo emoção. Bom, talvez eu estivesse um pouco mais alterado.

– QUARTO 207, TERCEIRO ANDAR! - gritei, saindo correndo com o papel na mão - VAMBORA, NEGADA!

Aumentei a velocidade, e quando chegamos na frente do quarto em que a Ino estava, pigarreei, arrumei a blusa, passei a mão no cabelo e girei a maçaneta.

Ela estava lá, com aquela camisola ridícula de hospital, deitada na cama, recebendo sangue na veia por um tubo. Acho que comecei a chorar de novo. Ino abriu os olhos e sorriu quando nos viu.

– Galera... - ela tossiu um pouco

A mãe dela avançou, e começou a dar beijinhos e abracinhos. Na verdade, Sasuke fez o mesmo. E a minha mãe também.

Eu e a Sakura-chan nos olhamos e sorrimos.

Depois, ficamos só eu, ela e Ino no quarto.

– Ino... - sussurrei, passando a mão na cabeça dela - Desculpa... - respirei fundo - Eu não sei por onde começar...

Ela pegou a minha mão e sorriu.

– Para, Naruto. Não quero discurso agora.

– Não tente fugir, Ino - disse Sakura-chan, sorrindo.

Ficamos um bom tempo jogando conversa fora.

Depois fomos todos juntos pra casa. Os ferimentos da Ino nem eram tão graves assim. Ela só precisa de repouso.

A mãe dela foi pra casa, e a minha também.

Sasuke veio com a gente, mas depois teve que ir.

Acho que está tudo bem agora.

Pelo menos, eu espero.


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