Encontro com o Acaso escrita por Haki


Capítulo 4
Conflitos invísiveis - parte 2




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Encontro com o acaso

Capítulo 4

Conflitos invisíveis

parte 2-


Apesar da resistência de Hilary, Enrique continuou, até parar a centímetros da face dela, encarando-a fixamente nos olhos.

- Agora, vamos ao que interessa... – dizia ele em meio a um sussurro.

Ela ainda tentou empurrá-lo, mas não obteve sucesso. Porém, se surpreendeu ao vê-lo parar repentinamente, no mesmo instante em que percebeu uma sombra sobre si.

- O que acha que está fazendo? – o dono da sombra, o indagava com um estranho brilho nos olhos.

Enrique apenas se afastou, voltando ao seu lugar sem pronunciar uma única resposta. Enquanto Kai sentava-se ao lado da namorada, sem desviar o olhar do garoto. Continuava com aquele olhar diferente.

Hilary, mais calma com a presença dele ali, não se atrevia a interromper aquilo. O ar estava tão tenso... nunca o havia visto assim. Parecia aborrecido... muito aborrecido...

- Eu estou esperando uma resposta.

- Ora, Kai, não foi nada demais. Estávamos apenas conversando, hehehe – disfarçava, enquanto recebia olhares atravessados da garota. Afinal, de certa forma não estava mentindo, já que não conseguiu ir mais além...

Antes de qualquer reação por sua parte, Ming-Ming chegou, trazendo uma bandeja de doces e chá na mesa.

- Olhem que delícia! Nada melhor que doces fresquinhos para começarmos o encontro! Ming-Ming promete que hoje teremos um encontro i-nes-que-cí-vel!

- Com certeza vai ser... – retrucava seu acompanhante, como sempre, em toque de malícia.

Kai se limitou a estreitar o olhar a ele, enquanto Hilary provava um dos doces, evitando a conversa.

Seria possível o dia piorar... mais?

Após algum tempo, terminavam de sair da confeitaria para caminhar um pouco. Um pesado silêncio se aquietava entre eles.

- Ora! Que raio de encontro é esse?! Ming-Ming se dispõe a um horário na sua agenda lo-ta-da, para agirem como zumbis?! Vamos ir a algum lugar!

- Ming-Ming, pare de gritar.

- O que foi, Kai? Parece que seu humor está pior que o normal!

Se esforçando ao máximo, o bladebreaker apenas estreitou o olhar ao acompanhante dela, já se imaginando sufocando-o.

- Err... Ming-Ming, que tal se voltássemos para casa?

- Em hipótese alguma! Se vocês não decidem, Ming-Ming decidirá o que fazer então!

"... Não sei se devo agradecê-la por tentar animar as coisas, ou afogá-la em uma poça por já saber que não vai dar certo u.u'..." – pensava Hilary, enquanto uma enorme gota escorria em sua face.

Enfim, a menina decidiu. Resolveu arrastar a todos a um parque de diversões, alegando que ajudaria na imagem pessoal deles, além de distraí-los também.

- Vocês dois! Sejam cavalheiros e paguem nossos ingressos, está bem? Eu e a Hilary iremos até o toalete e já voltamos!

Silêncio. Ambos se encaram, cada um a seu modo. Enrique com seu habitual sorriso cheio de si, e Kai com um olhar assassino dirigido ao outro.

- Ei! Se não vão pagar, saiam da fila, garotos! – chamava o caixa do parque.

- Calado. – disse o bladebreaker ao entregar o dinheiro dos ingressos.

- Ora, ora Kai... Por que o mau humor? Se não quer pagar a parte da Hilary, deixe que eu mesmo faço isso. Não será nenhum sacrifício ...

- Melhor não. O que a Ming-Ming diria disso? – respondeu com nítido sarcasmo.

- Diria que sou um cavalheiro...

A própria garota chegava, com um grande sorriso no rosto, enquanto arrastava Hilary de volta.

- Estavam falando da Ming-Ming?

- Oh sim, querida. Dizíamos o quão bem disposta está hoje. Por que tanta alegria?

- É que fazia muito tempo que Ming-Ming não tinha um encontro... agenda cheia, sabe? Por isso Ming-Ming está tão feliz! E pode-se dizer com absoluta certeza que, se por acaso alguma criatura vir a estragar este tão maravilhoso dia, podem ter certeza que ela será dissecada e entrega aos vermes! #sorriso radiante#

#Expressões aterrorizadas³#

- Err... concordo com você, belíssima Ming-Ming.

- Ótimo! Então vamos a algum brinquedo! – disse, correndo novamente com sua 'amiga', esta, já sem forças para detê-la.

Antes de seguir sua acompanhante, Enrique passou ao lado de Kai, sussurrando cinicamente:

- Vou tomá-la de você, capitão...

Ódio. Eis a palavra que melhor definiria Kai neste momento.

Parece que algumas pessoas não aprendem... a menos que sejam ensinadas da pior forma. Eu me encarregarei de ‘ensiná-lo’, então...”

Com seu melhor 'bom senso', unido a um estranho e sinistro sorriso no rosto, ele os seguiu. Estaria para acontecer uma tragédia...?

O primeiro brinquedo visitado pelo "quarteto feliz" fora o Bate-bate. Nada melhor para começar do que carrinhos singelos e inocentes brincando um com o outro. Era uma visão sem palavras! Crianças e adolescentes rindo felizes enquanto brincavam, Ming-Ming e Hilary rodando em círculos tentando bater em alguém e, alheios a isso tudo, lá estavam Kai e Enrique, em um verdadeiro duelo feroz, com violentas batidas um contra o outro.

Pessoas chegavam a pararem atônitas assistindo aquilo. Alguns até arriscavam a fazer apostas e bolões no vencedor. Mas, claro que, o monitor do brinquedo, após alguns segundos paralisado e sem cor, os expulsou de lá, sutilmente...

- Caiam fora seus delinqüentes!!!

- Aiii! Ming-Ming vai processar esse grosso! Por que nos tiraram de lá?!

Tanto Hilary como Kai, apontaram para o acompanhante dela.

- Seu querido acompanhante lhes fez o favor de dizer que vocês duas estavam conosco. – disse, com uma pesada aura atrás de si.

- modo assassino Ming-Ming#on –

- Err... E-ei! Que tal se fossemos na montanha Russa!?

- Sim! Ótima idéia! Ming-Ming também fica linda com os cabelos esvoaçantes nesse brinquedo! – modo assassino Ming-Ming#off –

#gotas#

“Crápula, manipulando-a nesse descaramento u.u’’”.

E assim foram até o brinquedo. Surpresa ao ver que não havia muita gente na fila... Oh, espere. Correção: Surpresa ver como grande parte – pra não dizer a maioria – fugiu ao ver os dois quase assassinos do bate-bate.

- Dois em dois bancos...

Era apenas um ‘vagão’ de oito lugares ao todo que correria o brinquedo. Assim como nos carros, eram dois bancos por vez. Era o que Hilary comentava já com a voz perturbada. Sabia que isso daria confusão... seja por Kai, ou por Enrique.

“Pensando assim, é até estranho dizer isso, Kai é o último que faria confusão... talvez seja só o estresse do ‘contrato¹’.” – suspirava a menina olhando o céu, sendo tirada repentinamente de seus pensamentos quando Enrique, a puxou para um dos bancos.

- Yo! Vamos variar um pouco, está certo? Eu vou com a Hilary dessa vez! – berrava para os dois que estavam mais para trás.

Ming-Ming fez beicinho, mas concordou, puxando Kai para o banco atrás deles. Este, por si, estava um tanto estranho, não pronunciando uma só palavra.

Por fim, o brinquedo ligou. Devagar ele subiu os trilhos, se preparando para as curvas e decidas. Aproveitando o momento com a garota, Enrique não fez cerimônia, logo se insinuou para a ela, sem ligar para os outros dois logo atrás deles.

Ming-Ming não havia percebido, estava tão empolgada com aquilo que apenas assistia o vagão subir olhando a paisagem que ficava cada vez mais para trás, enquanto segurava forte a mão de Kai.

O capitão, por sua vez...

Exatamente quando começava a descer com mais velocidade, ele se soltou da mão dela e levantou-se abruptamente. Sem se importar com os comentários alheios, esgueirou-se até Enrique.

- Morra.

Foi a única coisa dita por Kai antes de agarrar Enrique pela gola da camisa, pondo-o pendurado até a metade do corpo para fora do carrinho. Este, já com toda a sua velocidade, correndo pelas curvas.

#Expressões aterrorizadas - segunda parte#

- K-Kai o que está fazendo?! N-não me solte pelo amor de Deus! Senão e-eu... Eu mando te prenderem e te expulsarem do Japão!!!

Em resposta, Kai apenas sorriu de forma sinistra, o empurrando mais para fora do carrinho.

Com toda a certeza, este apenas era mais um dia aparentemente normal no contrato.

O monitor da montanha russa, ao ver o escarcéu que ocorria no brinquedo, fez questão de parar e fazer o carrinho voltar desesperadamente. Claro que, não sem antes ter um quase desmaio ao ver que um dos ‘tripulantes’ estava quase sendo jogado para fora.

Resultado? Eles ficaram proibidos de voltarem ao parque, foram drasticamente expulsos de lá.

Enrique, azul e com as pernas bambas, voltava apoiado (agarrado na verdade; estava um tanto traumatizado ainda) em Ming-ming. Esta, por sua vez, reclamava, batia e gritava com ele por ter estragado o que seria o mais perfeito dia de sua vida...

Kai e Hilary voltaram ao Doujo, ambos em completo silêncio durante todo o caminho de volta. Ao chegarem, foram cruelmente assediados por seus companheiros.

- ... Achei que os pombinhos voltariam só tarde da noite, ainda não são nem seis horas! O que aconteceu desta vez?! O Kai espancou alguém? Hahaha!

- Tyson, fique quieto!

- A Hilary tem razão. Por mais engraçado que possa ser, devemos respeitá-los. – disse Kenny, segurando o riso.

- Silêncio todos vocês.

Foi a última coisa pronunciada no momento. Respeitando o capitão (temendo-o,mais precisamente u.u), todos se calaram. Havia uma nítida aura negra sendo emanada deste.

Sem mais comentários, ele apenas sentou-se na porta do Doujo, observando a fina chuva que começara a cair. Durante os últimos dias, o céu andava fechado, carregado de densas nuvens. Se amanhecia com sol, até o fim da tarde as nuvens voltavam.

Ainda em silêncio, todos se limitaram a trocarem receosos olhares. Até que a decisão foi unânime.

Empurraram Hilary para frente enquanto se dispersavam do cômodo, como uma ordem invisível: “Vá, o trabalho é seu. Estaremos torcendo por você a uma distância segura!”

#gota#

Suspirou, antes de se aproximar dele. No fundo, não reclamava daquilo, queria mesmo uma oportunidade de falar com ele a sós. Só não esperava conseguir tanta “colaboração” dos amigos.

- Kai...? – disse sentando-se ao seu lado.

- Hm.

Hilary olhou para o céu fechado antes de continuar. Não sabia o que fazer em uma situação dessas.

- Se... está tão incomodada com a minha presença, pode ir.

- Hein?! Não, não é isso! Eu gosto da sua presença! É só que...

Pela primeira vez desde que voltaram, Kai a fitou nos olhos. Sem graça, Hilary apenas abaixou a cabeça, vendo as gotas da chuva caindo no chão.

- Continue.

- Eu... queria pedir desculpas por hoje. Acho que toda aquela confusão, foi culpa minha. Eu deveria ter sido mais enérgica com o safado do Enrique!

- Hm.

#gota#

“...Apesar de estar pedindo desculpas, eu esperava pelo menos um pouco de consolo... ç.ç’’”. – choramingava em pensamento.

- Não daria certo. Aquele imbecil não ouve ninguém.

- Então... estou perdoada? - dizia ainda surpresa, mas assim mesmo, pronta o suficiente para ouvir um simples resmungo, ou até resposta alguma.

- Está. – pronunciou esboçando um meio sorriso, sem desviar o olhar da chuva.

#°^°'''''''''''''''' – reação Hilary, petrificada por alguns segundos#

Já mais tranqüila, Hilary sorriu, feliz com a resposta. Parecia que, de alguma forma, a imagem de gelo que Kai mantinha não era mais a mesma.

Com o silêncio de ambos, Hilary apenas se inclinou para o lado de Kai, se apoiando nele.

- É engraçado... mas, se não soubesse que é um absurdo, eu diria que estava com ciúmes.

- Ciúmes... – Kai repetiu para si, em um baixo sussurro.

E assim passaram o resto do dia, os dois juntos observando a chuva, esquecendo-se de tudo, apenas sentindo a companhia um do outro.

 

¤----¤Continua... ¤---¤


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Notas finais do capítulo

¤----¤No próximo capítulo¤----¤

Tempestade

¤---O que vai acontecer:--- ¤

Este poderá ser finalmente um dia comum e tranqüilo no contrato...?

A chuva piora, obrigando a todos a permanecerem no doujo. Mariah está em seus...dias ruins, Ray poderá ser altamente espancado por ela, Kai pegou um resfriado, enquanto ele e Hilary estão brigados também. O que será dos pobres habitantes da casa com tanta turbulência?

“- Hilary... por que você...?”

“- Eu farei isso.”

“- Ray, meu querido... Está querendo apanhar?!!”

“- Por favor, afastem qualquer objeto que possa ser mortal nas mãos dela.”



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