Encontro com o Acaso escrita por Haki


Capítulo 3
Conflitos invisíveis




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Após uma terrível noite, tudo que Hilary queria era uma longa e tranqüila noite de sono. Algo como, passar um dia inteiro de sua vida dormindo. Apenas isso. Seria pedir demais?

Não...

... Se ela não estivesse em tal situação. Se não tivesse concordado com o ‘brilhante’ plano de ser a namorada de fachada de Kai Hiwatari durante uma semana. E, por fim, se não fosse apenas o segundo dia de ‘namoro’.

Tentava em vão dormir, mas não conseguia. Revirava-se de um lado a outro e sentia algo estranho em seu rosto... Em choque, abriu repentinamente os olhos, quase tendo um infarto ao estabelecer a visão.

- Q-qu-qu- ... O QUÊ?! MARIAH, QUE FAZ AQUI??!

Ainda deitada na cama, tinha à sua frente, nada mais, nada menos, que Mariah, sorridente, enquanto terminava de abrir as cortinas, deixando os raios de sol penetrarem no quarto e, conseqüentemente, cegando a garota que acabara de acordar.

- Como o que faço aqui? Vim para te ajudar, ué.

- Ajudar-me? – perguntava incrédula – em quê?

- Ora, não se faça de desentendida, Hilary... Ray me contou tudo. Ele mesmo me convidou a vir aqui para dar uma forcinha para vocês. E não sabe o quanto estou feliz! Sempre quis ver você e o Kai juntos! Aliás, não toque no rosto, acabei de passar uma máscara de abacate em você.

- Bom, se é assim, você já sabe que é de mentir... MÁSCARA?! – perguntava correndo até o espelho, atordoada.

- Sim, fará bem ao seu rosto, para que não deixe marcas de cansaço... tem que estar bem para hoje! – falava com muita animação, chegando a ser um tanto... medonho para a pobre Hilary.

"Socorro...SOCORRO!!!!" – pensava, enquanto imaginava um jeito de estrangular Ray sem que ninguém percebesse.

Na cozinha, o rapaz ajudava o avô de Tyson com o café da manhã. Max e Kenny buscavam algo no computador e Tyson treinava beyblade.

- Senhor Granger, não é trabalhoso cuidar do Dojo sozinho?

- Bem, devo admitir que ás vezes é sim... mas meu neto me ajuda, garoto neko.

- Quem diria, o Tyson sendo responsável...

- Sim, ele faz o sacrifício de ficar longe de casa o dia inteiro.

*gota*

Repentinamente, Tyson perdeu o controle da beyblade, fazendo com que esta voasse por todos os cantos da cozinha, até que finalmente parou... após bater em cheio na cabeça de alguém, infelizmente.

- Tyson... – dizia a vítima, com um profundo ódio – que tipo de flores quer para o seu enterro?

- ... – sem responder, este se afastava rapidamente para o outro lado da cozinha.

Os outros, que apenas assistiam a cena, se limitaram a cumprimentá-lo.

- Bom dia, Kai.

Este, só murmurou algo como "Hunm".

- A propósito, não sei se você já sabe, mas chamei a Mariah para passar uns dias conosco.

Um olhar atravessado foi dirigido a Ray, mostrando que entendera perfeitamente os motivos deste. Logo em seguida, surgiram na cozinha, Mariah e Hilary, em perfeito contraste, uma sorridente de orelha a orelha e a outra com uma cara de quem ia à forca.

- Bom dia. – disseram quase ao mesmo tempo, sentando-se na mesa.

- Que bom que acordaram! Agora que estão todos aqui, tenho uma coisa para mostrar-lhes – falava Kenny, enquanto trazia a Dizzy para a mesa, de forma que todos pudessem ver.

- Eu e o Kenny – anunciava orgulhosamente Max – achamos essa notícia na internet, parece que o assunto foi publicado em mais algumas revistas... jornais...e até na tv!

A matéria:

Casal se revela! O casal mais barulhento do momento!

Ontem, no restaurante Lerrytch, por volta das oito da noite, um escândalo ocorria. Kai Hiwatari anunciava, de forma muito original, a sua nova companheira, Hilary Tachibana. A confusão envolveu a todos do estabelecimento, de forma que ficaram conhecidos como o casal mais barulhento do momento! Votados como o casal mais original, ...”

*gotas*

- Vocês devem ter feito um escândalo e tanto para dar o que falar – comentava Mariah admirada – mas não se preocupem! Hoje é um novo dia, e está tudo pronto para o segundo encontro!... Portanto, se aprontem logo!!! – terminava de falar em um tom quase maligno.

- Está cedo ainda...

- Kai, meu querido amigo... – sorriso – não me contradiga e faça o que estou falando, sim? – expressão maligna.

- ... – gota.

Logo depois de tomarem o café – com o rígido olhar de Mariah os observando – o casal foi se aprontar para o tão matutino encontro – novamente com todo o apoio de Mariah. Hilary ainda tentou achar um argumento para contradizê-la, mas desistiu ao vê-la estranhamente com uma sombra negra atrás de si. Poderia aquilo ser chamado de determinação?

Eram exatamente nove horas da manhã. Kai vestia uma camisa social, combinando com a calça lisa, enquanto permanecia encostado na porta do Dojo. Aparentemente, era mais seguro manter uma certa distância da jovem de cabelos rosas... ao menos, enquanto esta berrava diversas coisas para a ‘senhorita Hiwatari’.

Enfim, as duas se apresentam na porta. Hilary trajava um leve vestido azul, com detalhes brancos, acompanhando o cabelo solto. Tinha uma expressão de derrota em seu rosto.

- Prontinho! Eles não devem demorar a chegar!

- Hunm?

Percebendo os olhares confusos que lhe eram dirigidos por ambos, ela começou a explicar, mas foi interrompida por uma voz masculina:

- Hei, Mariah! Quanto tempo! Como está bela... – o sujeito parou para fitá-la de cima a baixo.

- Ming-Ming ficou muito surpresa com o seu convite! Apesar da agenda cheia, eu achei um tempinho para fazer esse favorzinho.

- Que bom que já chegaram! Eu ia agora mesmo explicar a eles sobre o encontro em duplas! Fico grata por terem vindo.

- O quê...? – murmurava uma Hilary perdida.

- Como eu estava dizendo, para hoje, decidi que vocês terão um encontro em duplas! Vocês quatro vão sair e passar juntos o dia inteiro! Não é maravilhoso?

Ambos – Kai e Hilary - permaneceram atônitos com a surpresa. Um encontro em duplas já era uma idéia ruim... mas com aquela dupla, piorava ainda mais

- Hilary, como é bom te ver novamente... ah, se eu tivesse te conhecido um pouco antes...

- Enrique! Não fale assim com ela! Hoje você é acompanhante de Ming-Ming, outro dia você dá em cima dela!

Kai apenas olhava de soslaio para Mariah, dando rápidos olhares gélidos para o casal a sua frente. Não havia gostado da idéia. E também não gostava da forma como aquele “ser”, que atendia pelo nome de Enrique, falava. O incomodava.

Já Hilary apenas olhava para Ming-Ming, depois para Enrique, em seguida para a "dona da idéia", e por fim para o céu, rezando para que caísse uma tempestade e a levasse embora por algum bueiro.

- Bom... até aqui, a minha parte está feita! Vão logo, pombinhos apaixonados! – dizia completando com um tapa nas costas de Hilary, quase a levando ao chão por tamanha força.

Sem ter mais escolhas, eles partiram do Dojo, caminhando por uma rua tranqüila, asfaltada com grandes pedras retas. Era uma manhã tão calma, que se podia ouvir o zumbido dos grilos nas árvores... e as estrondosas risadas de Ming-Ming e Enrique. Pela rua, os dois andavam de braços cruzados, conversando e rindo em alto tom de voz. Enquanto o outro casal vinha mais atrás, com Kai segurando o ombro de Hilary.

- Será que essas pessoas nunca ouviram falar em "asfalto de concreto"?! Já é a segunda rua de pedras que encontramos...

- Eles não têm culpa se a senhorita não está acostumada. – dizia ignorando os lamentos dela.

- Ora... de qualquer forma... se tentar algo estranho, eu te mato!

- ... então devo soltá-la? – retrucava em tom irônico, ao vê-la tropeçar pela vigésima vez em uma pedra.

Ela apenas se manteve em silêncio. Sabia que até agora só não caíra, porque ele estava segurando-a.

- E então?! Um pouco mais à frente tem uma pracinha. Querem dar uma parada por lá? – interrompeu Enrique bruscamente, cortando a fala dos dois.

- Que seja – murmurou Kai, sem vontade.

Assim, se encaminharam até a praça. De fato, aquele era um bairro bem tranqüilo. No lugar, havia um parquinho, rodeado de árvores, com algumas crianças brincando e, em frente, uma pequena confeitaria de doces e refrescos, com mesas distribuídas pela frente.

Os quatros se sentaram em uma das mesas. Logo em seguida, Kai se retirou, indo até o banheiro, e Ming-Ming saiu para pedir algo na confeitaria, deixando Hilary e Enrique sozinhos.

- Ehh... e então, Enrique? Não sabia que vocês dois estavam juntos.

- E não estamos. Apenas concordamos em sair junto... ao contrário de você e o Kai. Só soube que estavam namorando, ontem.

- Ah, é – sorria sem graça, nem ela própria acostumara-se com aquilo.

- Eu... achei uma grande perda. Justo você... que eu esperava tanto... – dizia se aproximando dela – mas não foi perda total, não é mesmo? Vendo que agora estamos só nós dois aqui... – terminava a fala, em um sussurro no ouvido da garota, ao mesmo tempo em que enlaçava os ombros dela.

- ... H-hein?!! N-não!

Inutilmente, ela tentava se esquivar, mas ele continuava se aproximando... sem perceber os olhos furiosos que o observava à distância...


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Notas finais do capítulo

¤----Continua... ----¤

Wooolá /o/

Mais um capítulo servido! Sei que a situação ficou pela metade, mas se eu continuasse, ia ficar muito amontoado, então, criei como dois capítulos. Mas já deu pra entender como vai ser turbulento esse encontro, né? Ciúmes e desavenças no ar, aguardem! o/

Ps: Enrique é um integrante dos (ahem,esqueci o nome,desculpe ;-;'''''''), arrogante, veio da itália e vive dando em cima das mulheres o/ (ane-chan,domo arigatou pela ajuda! Não lembro bem dele...você me salvou de novo Ç.Ç),achei que ele e a Ming-Ming seriam uma dupla terrívelmente perfeita para a ocasião...

¤-----¤No próximo capítulo¤-----¤

Conflitos invisíveis

—parte 2-

¤------O que vai acontecer: ------

Para o segundo encontro, uma diferente situação é planejada. Um duplo encontro, uma dupla confusão, um duplo sentido ao “namoro”. O que antes era de fachada, pode despertar sentimentos reais?

Os avisos não adiantam, o “inimigo” continua a espreita. Mesmo que seja apenas uma fachada, ela já tem dono.

“Parece que algumas pessoas não aprendem... a menos que sejam ensinadas da pior forma. Eu me encarregarei de ‘ensiná-lo’, então...”



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