Encontro com o Acaso escrita por Haki


Capítulo 2
O primeiro desast...encontro!




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Enfim começou o “namoro”, e para desmentir o mais rápido possível os boatos antigos, foi decidido que Kai e Hilary jantassem em um fino restaurante, a fim de divulgar o casal.

Oito da noite, Kai esperava Hilary em frente ao restaurante como combinado. Aparentemente, quem o visse diria “que cavalheiro, esperando pacientemente a namorada.” Como isso era um engano... muito ao contrário. Estava repassando mentalmente cada passo de seu plano.

Sorriu discretamente com aquilo. Seria interessante ver que cara ela faria ao fim da noite... como toda menininha, provavelmente iria ficar brava, tentar esbofetea-lo e desistiria de tudo. Seu sorriso deixava de ser discreto, passando então, a ser genuinamente arrogante.

- Kai?

Uma voz o chamava de volta a realidade. Ao se virar, se deparou com Hilary. Ela estava...arrumada. Trajava um fino vestido azul de seda, sem enfeites, com o cabelo ajeitado em um coque.

“...Interessante.”

Se dirigiram até a mesa reservada, preparando-se para fazerem os pedidos.

- Kai, você quer pedir, ou...

Sem deixa-la terminar de falar, ele chamou um garçom, fazendo o pedido.

- O que você estava falando?

- Nada. ¬¬’

Assim, o tempo vai passando... Hilary, tentando puxar assunto, enquanto Kai nada dizia, apenas olhava as poeirinhas do chão, como se fossem as coisas mais importantes do mundo. Até que finalmente, os pedidos chegaram.

- Lagosta... não sabia que você apreciava esse prato...o que está fazendo?!

Hilary observava incrédula Kai. O rapaz batia insistentemente a colher na carapaça, pouco se preocupando com o agudo som que fazia.

- Hun...? Ora, não sabe que se deve comer lagosta apenas de colher? – dizia como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Kai! Não tente me enganar! Lembra? Meu pais são donos de um restaurante, nesse truque, eu não caio!

- Certo, então, senhorita... coma a sua lagosta do seu jeito que eu como a minha do meu.

- Claro, claro, senhor Kai... – dizia girando os olhos – “por que hoje ele está tão...tão... estressante! Está pior que o Tyson!”

Assim cada um se serviu a seu modo, apesar dos estridentes sons que Kai provocava. Mas o tempo passava, e ele continuava teimosamente com aquilo, cada hora provocando um som mais agudo que o outro, devido as escapadas da lagosta no prato.

- Kai, chega!! Isso já está dando dor de cabeça! Você nunca vai conseguir se servir assim!

- Eu estou TENTANDO, mas você só atrapalha.

- Eu???! Ótimo, então tente, não vou mais te ‘atrapalhar’! ¬¬

Sem hesitar, ele ‘foi com tudo’ para cima da lagosta. Porém...

*Devido ao grande choque, onomatopéias e expressões foram censuradas*

A lagosta ‘pulou’ para fora do prato, indo diretamente para (tchan-tchan-tchan) o meio do leve decote de Hilary.

- Hmm...é, você tinha razão, não foi dessa vez que consegui.

Hilary ficou roxa de vergonha diante daquilo... mas não deixaria barato. Aquele joguinho dava para dois.

- Parece meio atordoada... – em tom irônico, tentava disfarçar – gostaria que eu lhe ajudasse Hilary? Aparentemente, a lagosta gostou de onde caiu.

Só assim percebeu que a tal lagosta, ainda permanecia em seu busto. Claro que notou a ironia nas palavras do “namorado.” Assim, se esforçou para responder o mais gentilmente possível, sem ranger os dentes.

- Oh, obrigada pela... preocupação... mas pode deixar que eu cuido disso.

Delicadamente, Hilary retirava a lagosta, pondo-a de forma tranqüila na mesa...para então, de forma brusca, agarrar o guardanapo de cima da mesa e jogar assim, as taças de vinho no colo de Kai.

- Ups! Como sou desastrada... deixe-me ajuda-lo – mal completou a frase, e virou em seguida a garrafa de vinho, deixando cair parte na blusa do acompanhante.

- Sim, é muito desastrada, senhorita... – contudo, Kai continuava com uma expressão divertida em seu rosto – por isso, deixe que eu retire os pratos de perto de si.

Em um lance rápido, levantou-se e puxou os pratos da mesa, fazendo com que pequenas ervilhas, voassem para os lados...inclusive para o cabelo de Hilary.

- Uh... – rangia os dentes – muito obrigada, senhor, como retribuição por sua “gentileza”, devo avisar-lhe para tomar cuidado com os pães.

- Que pães?

Sorriu com a pergunta. Disposta a responder da forma mais...delicada possível, estendeu para frente a pequena cesta de pães que se encontrava na mesa.

Enquanto isso, notando a confusão que se formava na mesa, um garçom correu até o casal, disposto a saber do que se tratava aquilo...

- ESTES pães!!

...mas infelizmente, foi acertado em cheio, por um dos pães que Hilary jogou em Kai.

A partir deste incidente, as coisas só pioraram. Resumindo, a confusão englobou outros garçons, voou até os clientes em volta, ocasionando o envolvimento de todos do local.

Em meio a baderna, Kai e Hilary fugiram o mais rápido possível do restaurante. Quando deram por si, estavam em uma rua mal iluminada, “asfaltada’’ de pedregulhos no chão, que se encontrava, ao menos aparentava, deserta.»1

- Aii! – gemia a garota ao tropeçar pela milésima vez em uma pedra – Por que não mudamos de caminho? Meus pés doem...

- Hmn... que estranho. Os meus não estão doendo.

- Quem sabe porque ,por acaso, o senhor não está de salto alto nesta maravilhosa rua de pedregulhos.

- É, talvez seja isso – retrucava, dando de ombros.

Sem escolhas, voltaram para o Dojo pela rua a qual seguiam. Claro, que para a noite terminar perfeita, quando estavam a três quadras de chegarem, começou a chover.

A surpresa exclamava no rosto de todos ali presentes.

- Hei, vocês dois...que encontro hein! – comentava o avô de Tyson, quebrando o silêncio.

- Err...senhor Granger, poderia ir buscar umas roupas secas para eles?

- Claro, claro, garoto neko... – suspirou antes de sair, pronunciando o ‘apelido carinhoso’ que dera ao jovem – ah, se fosse no meu tempo... aquilo sim, eram encontros! He, he, he...

- Agora, vocês dois podem explicar o que houve? Vocês não tinha combinado de ir a um restaurante...?

- E fomos. Foi muito... interessante, não é Hilary? – retrucava para a garota, com um irônico sorriso estampado.

- Oh, sim, MUITO! – respondia no mesmo tom.

- Dá pra perceber... até parece que foram a um circo! – ria Tyson, gozando da situação em que se encontravam.

- Se é o que acha...pode-se dizer que lá, havia um macaquinho chamado Tyson...que foi entregue ao leão, e assim, foi estraçalhado cruelmente.

- Que bom ver que seu humor não foi afetado, Kai. ¬¬

Com a distração dos amigos, Hilary se preparava para sair em direção ao quarto, mas foi interrompida por uma voz muito bem conhecida.

- Hilary, não vá se esquecer...do compromisso de amanhã.

- Não esquecerei, Kai – respondeu dando ênfase na última palavra, demonstrando uma certa irritação, pouco antes de bater a porta com força.

Ele, por sua vez, apenas sorriu antes de se dirigir-se ao seu quarto também. Deixando o resto do grupo para trás, na sala.

- ...O que será que houve? – piscava sem entender, Kenny.

- Hah! Foi pra isso que vocês vão passar a semana inteira aqui?!

- Não reclame, Tyson... ao menos vai ser divertido ver os dois nisso.

- Eu sabia que estava fácil demais... – suspirava Ray, cortando a fala dos demais – vamos precisar de ajuda... – comentou antes de se fechar na sala ao lado, levando consigo o telefone.


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Notas finais do capítulo

¤-----¤No próximo capítulo¤-----¤

Conflito invisível

¤------O que vai acontecer:-----¤

Para o segundo encontro, uma diferente situação é planejada. Um duplo encontro, uma dupla confusão, um duplo sentido ao “namoro”. O que antes era de fachada, pode despertar sentimentos reais?

“Ambos permaneceram atônitos com a surpresa. Um encontro em dupla já era uma idéia ruim... mas com aquela dupla, piorava ainda mais...”