Trouble escrita por BubblegumBitch


Capítulo 20
Capítulo #18: Novembro de 2010




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            Novembro de 2010

             Um ano depois do sequestro, todos nós sabíamos que depois do depoimento de Margaret o FBI e todas as outras pessoas que estavam a procura de Annabelle, estavam cada vez mais próximos.  Nada havia mudado, Marcos havia apenas instalado mais algumas luzes no subterrâneo.

            Durante o dia, Maria abriu a porta e disse que iríamos partir.

            Antes de partirmos, Marcos convenceu Maria de que deveríamos comer bastante para qu não tivéssemos de parar durante o caminho. Depois de comer, fomos para o carro.

            Algumas horas depois o carro parou. Quando saímos, nos deparamos com um campo aberto. Parecia um campo do exército, abandonado, mas poderia ser.

            De dentro do carro, Maria tirou três cadeiras. Depois de posicioná-las, ela ordenou que Marcos pegasse o carro e voltasse depois de uma hora, ele ainda a contestou durante algum tempo, mas fora vencido, tendo que sair.

–                   - Nós vamos brincar. - Maria disse calmamente, com o mesmo sorriso amigável que ela usava.

–                   - Não quero brincar. - Eu disse olhando-a fixamente.

–                   - Você não quer? - A expressão facial de Maria tornou-se ofendida. Como se ela fosse a boa anfitriã. - Mas você vai. - Ela aproximou seu rosto de mim e empurrou minha cadeira para trás, me fazendo cair. - E você será a primeira. Traga sua cadeira para cá. - Ela apontou para a frente de Annabelle e de Rick.

–                   - Qual é a brincadeira? - Perguntei entre os dentes.

–                   - Salada mista! - Ela riu alto. - Todos já brincaram disso, não é? Aposto que sim... - Ela parou por alguns segundos. - Melissa! Você nunca brincou disso, estou certa? - Afirmei com a cabeça lentamente. - É assim, eu vendo seus olhos, e você escolhe: pera, uva, maçã, ou salada mista. A pera é um aperto de mão, uva um abraço, maçã beijo no rosto, e o meu prefiro: salada mista é um beijo na boca...

–                   - Só isso? - Perguntei.

–                   - Sim, somente isso. - Maria cantarolava enquanto vendava meus olhos. - Mas antes de escolher, segure isto para mim. - Ela soltou algo em meu colo, era algo pesado. Quando peguei para ver o que, logo solteira, era um revolver. Pude ouvir a respiração de Annabelle de alterar. Algo iria acontecer.

–                   - Para o que é isso? - Perguntei tentando não parecer nervosa.

–                   - Nada. Pode me devolver. Vou guardar. - Ela retirou o revolver de minhas mãos, me levantou fazendo ficar de pé e me girou por alguns segundos. Depois de me girar, ela me parou, eu não fazia ideia de para onde eu estava virada, ela apenas me segurava para que eu não caísse. - Aponte para um dos lados. - Maria sussurrou. Apontei hesitante para um dos lados. - Agora escolha uma das frutas...

–                   - Uva... - Quando retirei a venda, Rick andou até mim e me abraçou. E então era sua vez. Tudo corria bem, até Rick ter de escolher. Ele estava claramente, mais hesitante do que eu. Rick apontou para mim e disse a fruta em seguida.

–                   - Pera...

–                   - Não! - Maria gritou. - Não escolha essa! - Foi quando rapidamente, Maria retirou de dentro de sua bota o revolver, e o apontou para a cabeça de Rick, que enrijeceu seu corpo imediatamente. - Pera é para quando se brinca com desconhecidos, somos todos conhecidos aqui. Somos melhores amigos.... E você escolheu errado...

–                   - Maria! - Marcos gritou de dentro do carro que vinha rapidamente em nossa direção. Ela observava o carro calmamente, esperando o irmão sair do carro. - O que está fazendo?!

–                   - Ele não sabe brincar. - Ela balançou os ombros, como se fosse algo normal de se fazer.

–                   - Pare com isso, você está passando dos limites!

–                   - Não me diga o que fazer! - Maria gritou, e tudo o que aconteceu em seguida passou diante de mim em câmera lenta. Marcos avançou contra as mãos de Maria a fim de mudar o alvo, mas acabou fazendo disparar o revolver no alvo: a cabeça de Rick. Annabelle abraçou meu corpo, escondendo seu rosto em meu pescoço e apertando minhas costelas com toda a força que tinha para não ver os miolos expostos indo ao encontro do chão de terra. O corpo de Rick caiu no chão e Maria perplexa, deixou o revolver cair.

–                   - Olha o que você fez! Não era para ninguém morrer! - Marcos gritava para o nada. Maria observava o corpo no chão sem piscar, suas mãos tremiam, e ela parecia não ouvir nenhuma palavra que Marcos dizia. Annabelle chorava descontroladamente enquanto estava me abraçando. Eu sequer sabia o que se passava em minha cabeça, mas as lágrimas estavam presas dentro do meu globo ocular, ou talvez elas tivessem secado, afinal, durante todos esses anos sendo ignorada por minha própria mãe, me fizeram ser fria o bastante para que as lágrimas não existissem mais.

–                   Depois de muitos minutos ali na mesma posição, Maria se abaixou e começou a chorar, Annabelle já havia parado de chorar, contudo, ainda me apertava, e Marcos andava de um lado para o outro resmungando algumas palavras inaudíveis. Quando Maria levou as mãos ao resto reparei que ela estava de luvas, e ao notá-las me dei conta de que eu sairia culpada por mais aquilo, aquele era o plano dela. Ela me fez segurar o revolver, deixar minhas impressões digitais nele, para que assim, quando ela o matasse, deixaria o revolver ali, tudo para me incriminar.

–                   - Esse era o seu plano, não era? - Gritei. Annabelle afastou-se de mim assustada por eu ter iniciado uma gritaria. - Pare de chorar! São lágrimas de crocodilo! - Maria levantou a cabeça, me encarou e em seguida gargalhou. - Eu deveria te matar e ir logo para cadeira. Porque é isso que você quer!

–                   - Como adivinhou? - Maria levantou e sorriu para mim. - Eu disse que alguém tinha que morrer. Não queria te matar... - Maria desviou seus olhos para Annabelle – E eu preciso dela viva.

–                   - Vamos embora. - Marcos disse entre os dentes. Ele parecia realmente irritado com tudo aquilo.


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