Te Amar Ou Te Odiar? escrita por Dani25962


Capítulo 18
A vida de casados


Notas iniciais do capítulo

Oi meu povinho curioso!

Pensei em postar amanhã, mas como eu amo vocês (E não vou ter o tempo que pensei que teria) resolvi postar hoje mesmo, afinal vocês estão tão curiosos para saber o que vai acontecer agora que eles estão casados.

Aí está o que queriam, espero que gostem.



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Pov. Cebola

Alguns dias depois...

Os raios solares alcançaram meus olhos, e lentamente eu abria os mesmos. Olhei em volta e vi que estava sozinho em meu quarto, isso por que Mônica deixou bem claro que não iríamos dormir no mesmo quarto, mesmo que agora nos estivéssemos casados.

Me sentei na cama e comecei a pensar naquele dia. O casamento... Nossa! Nunca estive tão nervoso em toda a minha vida! Mas... Ao vê-la naquele lindo vestido e caminhando até mim, era como se amenizasse um pouco o meu nervosismo, mas ao mesmo tempo eu até perdi um pouco a respiração.

Ela também estava nervosa, eu podia ver que ela tremia um pouco e quase sempre olhava pro chão. Apenas quando colocamos as alianças ela olhou pra mim.

Será que minha vida pode se tornar ainda mais complicada?

Depois do casamento, meus amigos vieram me parabenizar, e depois me zoar, dizendo que minha vida tinha acabado. Eles falam isso agora, mas quero ver quando eles se casarem, vão provar do próprio veneno. Isso eu garanto!

Depois daquele dia no Rocco´s, fiquei pensando no que eles disseram, sobre eu realmente tê-la como minha esposa.

Tudo bem... Pra começo de conversa, minha suposta esposa me odeia isso ela deixou bem claro quando tentou me matar depois que leram o testamento. E outra, se ela nem mesmo teve coragem de me beijar no altar, como eu poderia ter a chance de tocar nela?

Não que eu tenha essa vontade, claro, mas só pensando hipoteticamente.

Argh! Droga! Se Marcio ainda estivesse vivo eu o mataria por ter me metido numa situação como essa! Como ele pôde pensar que eu iria me sentir bem casado com ela? E eu nem gosto dela... Ou gosto?

Calada consciência maldita! Não tenta me confundir mais do que já estou! Caramba... Será que é desse jeito confuso que o das mulheres funciona? Ou é pior?

Chega Cebola! Assunto demais pra uma só manhã! Vai fazer algo útil!

Seguindo meu próprio conselho me levantei da cama e fui em direção ao banheiro tomar um banho. Quando terminei, sai de lá com uma toalha amarrada na cintura e caminhei em direção ao closet.

Coloquei uma cueca Box preta, uma calça escura, uma camisa branca e um par de tênis. Sai do meu quarto e fui em direção á cozinha. Quando cheguei vi a mesa com o café da manhã pronto, Mônica já estava tomando seu café enquanto Carla estava fazendo panquecas.

– Bom dia! - Eu disse as duas, que olharam pra mim.

– Bom dia Cebola. - Disse Carla. - Estou fazendo panquecas pra você, sente-se que logo ficaram prontas.

Me aproximei da mesa e me sentei de frente pra Mônica. Eu sabia que ela não tinha nem ao menos intenção de falar comigo, por isso tratei de puxar assunto com ela.

– Bom dia querida, dormiu bem? - Falei pegando um pouco de suco de limão.

– Cebola. Não acabamos de nos cumprimentar? - Disse Carla colocando as panquecas em um prato.

– Estava falando com Mônica. - Disse calmante e vi Mônica olhar pra mim parecendo um tanto confusa. Ta bem que esse jeito de cumprimentar foi estranho, mas fazer o que né? Minha cabeça já está uma bagunça e posso não gostar de estar casado, mas isso não significa que tenho que tratá-la mal. - O que foi?

– Nada... - Ela disse e depois voltou a comer sua salada de frutas. - Na verdade, não consegui dormir, pois tive um pesadelo.

– Pesadelo? E sonhou com o que? - Perguntei. Carla apenas nos olhava curiosa pra saber no que essa conversa ia dar.

– Que estava casada com você, mas quando acordei vi que meu pesadelo havia se tornado realidade... - Ela falou calmamente e se levantou.

– Hum... - Disse apenas. Valeu hein! Ótima esposa você é! - Vai a algum lugar? - Perguntei assim que reparei que ela estava arrumada.

– Vou ajudar Ana com os preparativos para a festa de hoje. - Ela pegou sua bolsa e se virou para Carla. - Até logo Carla, volto à tarde pra pegar meu vestido, o café estava ótimo, obrigada. - Ela se aproximou de Carla e a beijou na bochecha, depois saiu da cozinha indo em direção á garagem.

Fala sério! Tudo bem que ela me odeia, mas se eu for tratado assim todo santo dia eu vou acabar me separando mais cedo do que deveria.

– Simpática ela não? - Disse sarcástico pra Carla que apenas ria.

– Melhor se acostumar, ela é meio difícil. - Ela falou e logo depois colocou o prato de panquecas na minha frente. - Espero que goste.

– Disso não tenho dúvidas, tanto a Mônica, quanto se vou gostar das suas panquecas. - Falei já com a água na boca.

Os próximos minutos eu apenas comia e não dizia nada, Carla também não falou mais nada, apenas se concentrava em lavar a louça. Quando terminei de comer, bebi um pouco do suco.

– Tudo bem com você Cebola? - Disse Carla que estava me observando.

– Mais ou menos... Eu só meio confuso. - Falei.

– Com o casamento? - Ela perguntou.

– Casamento, meus amigos, Mônica... Argh! Só de pensar nisso me da dor de cabeça! - Desabafei.

– Seus sentimentos estão confusos? - Ela disse.

– Como...

– Sou mulher querido, entendo sobre esse assunto. - Ela disse calmamente. - O que está te afligindo tanto?

– Tudo! Tudo relacionado a esse casamento! Você e meus amigos dizem que eu gosto dela, mas mesmo sabendo que nos odiamos insistem nisso. A Mônica mesmo sempre me odiou! Quando me imaginei casado um dia, pensei que seria com alguém que eu amasse verdadeiramente e também pensei que minha esposa também pudesse me amar, mas ela não me ama...

– Como pode ter certeza disso? Carla falou.

– Como? - Disse confuso.

– Como pode ter certeza de que Mônica não te ama? - Ela disse seriamente.

– Carla, não se lembra do que...

– Sim! Lembro-me de duas crianças brigando e brincando ao mesmo tempo, me lembro de dois amigos que mesmo depois de tudo nunca se separaram. - Ela se sentou em uma cadeira ao meu lado. - Me lembro de um garotinho que passou a noite toda acordado esperando que a amiga que ele supostamente odeia melhorasse de uma forte gripe. Lembro-me de uma garotinha que mesmo odiando seu suposto amigo ficou preocupada ao ver ele se dando mal na escola e o ajudou com a lição de casa sabendo que o pai do mesmo não poderia ajudar... - Ela colocou a mão em meu ombro. - Me lembro de um garotinho apavorado ao ver a amiga desacordada depois de salva-la quando estava quase se afogando... E me lembro também de ver certa garotinha consolar seu amigo que estava chorando por sentir falta da mãe...

Arregalei os olhos por um instante, tudo o que ela disse era verdade, absolutamente tudo. Mônica estava passando muito mal, não gostei de vê-la daquele jeito, por isso nem peguei no sono e fiquei ao lado dela a noite toda.

Eu estava me dando mal em história e tinha uma prova chegando, e Mônica veio me ajudar, mesmo sem ter pedido á ela.

Estávamos no sitio de Marcio, nós fomos nadar na cachoeira, mas eu não sabia que Mônica não conseguia nadar muito bem. Eu a empurrei para a água, mas aquele lugar era meio fundo. Pulei na água momentos depois e a levei para a margem, sorte que segundos depois ela começou a tossir o que acabou tirando a água dos pulmões.

E naquele dia... Eu estava realmente deprimido, fazia três anos que minha mãe tinha morrido, chorei por um bom tempo, mas logo depois Mônica apareceu e me consolou. O que acabou me ajudando muito.

– Você realmente a odeia Cebola? Odeia a pessoa que apesar de tudo ficou ao seu lado? - Carla me perguntou.

– Não... - Respondi quase num sussurro olhando para a mesa.

– Odiar é uma palavra muito forte, que se você disser se referindo á Mônica estará mentindo. - Ela falou. - Por um momento achei que você tinha apagado todos os bons momentos que passou com ela, e acho que foi isso mesmo que você fez. Você convenceu a si mesmo de que Mônica é uma pessoa ruim, mas o pior é que ela pensa do mesmo jeito. - Olhei para ela. - Ela também acha que o odeia, mas sei que isso não é verdade...

Ela pegou em uma das minhas mãos que estavam em cima da mesa.

– Sabe por que eu e seus amigos dizemos que vocês se gostam? Por que sabemos que debaixo dessa teimosia toda de vocês dois, podem realmente ter um relacionamento. - Ela falou.

– Acha que... - Hesitei antes de falar. -... A Mônica possa gostar de mim? Acha que ela é a pessoa da minha vida? Acha que podemos ser felizes juntos?

– Isso depende de vocês, mas principalmente da iniciativa de um dos dois. - Ela disse. - Estaria disposto a seguir o pedido de Marcio e cuidar da Mônica, Cebola? - Ela perguntou.

– Eu... - Suspirei. - Tenho que pensar sobre isso.

– Tudo bem. - Ela se levantou e ia em direção á porta, mas se virou. - Só mais uma coisa. Se estiver disposto a cuidar dela, se estiver disposto a começar um relacionamento, aconselho a tentar conhecê-la melhor, garanto que irá se surpreender ao conhecer a mulher que Mônica está se tornando. - Ela falou e logo depois se retirou da cozinha.

...

Pov. Mônica

Estava tudo quase pronto para a festa da Ana. A mesma estava se arrumando, com uma ajudinha das meninas e de alguns cabeleireiros e maquiadores.

– Será que não se esqueceram de ninguém? - Falou Ana aflita. - E se não trouxerem o bolo a tempo? E se alguém não arrumar um dos enfeites corretamente? E se não tiver garçons o suficiente? E se...

– Ana! - Exclamou Magali já ficando um pouco irritada com a impaciência e ansiedade de Ana. - Acalme-se! Não se preocupe tudo vai ficar perfeito, pode confiar em mim.

– Será? Desculpe meninas, mas é que eu estava esperando por isso há muito tempo. - Ela falou enquanto uma manicure pintava as unhas dos pés.

– Nós sabemos, e é por isso que ajudamos seus pais a organizarem a festa, e posso garantir que está tudo mais do que perfeito. - Disse Laura.

– Verdade, o bolo, os enfeites, os garçons... E principalmente a comida. Posso garantir que nada dará errado. - Falou Magali, ficando mais entusiasmada quando falou sobre a comida.

– Por que será que eu acho que a comida pode sumir misteriosamente a qualquer momento? - Disse Laura olhando pra Magali.

– O que está insinuando dona Laura? - Disse Magali encarando Laura que somente ria fitando a face da amiga. Ela sabia que não gostava de ser comparada a pessoa que ela era, mas mesmo assim era divertido brincar com Magali sobre sua fraqueza.

– Nada não... Ana, qual vai ser o presente que seu pai vai te dar? - Ela perguntou.

– Ele vai me dar uma viajem para a Espanha! - Ana falou entusiasmada, já tinha pedido isso há um tempo á seu pai e só agora havia o convencido de lhe dar essa viajem.

Gritos histéricos ocuparam aquela sala. Cada uma dizia o quão legal era aquilo. Eu e Magali falávamos quais eram os melhores lugares para ela visitar, pois já havíamos ido à Espanha uma vez.

O tempo passou e já eram quase cinco e meia, me despedi das meninas, eu precisava ir pra casa e começar a me arrumar, pois a festa começaria ás oito.

Dirigi calmamente em direção á mansão. De repente em um semáforo mais próximo o sinal fecha, logo parei e esperei aparecer o sinal verde para que eu pudesse passar.

Olhei para a esquerda, e vi um casal passeando com seu filho na calçada. Eles ergueram o garoto, o mesmo ria da brincadeira, perecia feliz com eles ali.

Será que algum dia eu poderei fazer isso? Será que algum dia eu poderei ter um filho e brincar com ele? Levar ele pra escola, o ver brincar com seus amigos...

Sei que isso não acontecerá tão cedo, estou casada, mas não pretendo ter um filho com alguém que eu não ame, e sei que ele não me ama também... Ah! Mas que pensamentos são esses agora Mônica?! Se concentre, viva na mesma casa com ele por um tempo e logo estará livre.

Despertei de meus pensamentos quando percebi que já havia entrado na garagem de casa. Peguei minhas coisas e sai do carro. Estava cansada, foram tantas coisas que precisei fazer hoje e ainda tenho que sair esta noite...

Entrei em casa pela porta da frente, olhei em volta e não vi ninguém, subi até meu quarto e resolvi trocar de roupa para ficar mais a vontade. Coloquei uma regata branca e um short não muito curto.

Sai do quarto e desci as escadas me encaminhando para fora. Precisava caminhar, isso me ajudava há descansar um pouco, apenas observar as flores no jardim, era umas das coisas que eu mais gostava de fazer.

Observei as belas flores, rosas, margaridas, orquídeas... Eram simplesmente maravilhosas. De repente vejo Cebola perto de algumas rosas e meio que ajoelhado no chão. Ele estava de costas pra mim, então não havia percebido minha presença.

Me aproximei aos poucos, tentei ver o que ele realmente estava fazendo. Quando estava a poucos metros dele, pude ver que ele estava plantando algumas rosas, ele parecia extremamente cuidadoso enquanto cuidava das plantas.

– Me espionando? - Ele falou e isso acabou me assustando um pouco. Ele virou o rosto para me encarar, estava sorrindo, logo depois se levantou, mas permaneceu no mesmo lugar.

– Não, eu... Estava andando por aqui e te vi. - Eu falei. Agora podendo notar como ele estava, usava uma bermuda cinza e chinelos pretos, estava sem camisa, pois a mesma estava pendurada em um galho numa arvore próxima de nós. Seu torso estava um pouco sujo de terra, o que de alguma forma o deixava ainda mais lindo se combinando com o abdome definido dele... Mas que pensamentos são esses?! Concentre-se mulher!

– Carla estava aqui há um minuto me ajudando, mas ela tinha que fazer alguma coisa lá dentro. - Ele falou. - Não quer substituí-la?

– Como? - Perguntei.

– Eu sei que você gosta de mexer com flores tanto quanto eu, então acho que será de boa ajuda. - Ele falou sorrindo. - Se você quiser é claro, mas se tiver que fazer alguma outra coisa eu entendo...

– Não, tudo bem. Acho que posso te ajudar. - Eu falei.

Me aproximei, peguei o par de luvas que estava no chão e as coloquei. Agachei-me para pegar umas rosas e começar a plantá-las, Cebola fez o mesmo.

De repente sinto os olhares dele sobre mim, parecia procurar algo ou estava apenas observando o que eu fazia...

– Eu vou ali molhar as plantas um pouco. - Ele falou e logo depois caminhou até uma mangueira que não estava muito longe.

Me virei novamente para as rosas, tentando me concentrar no que fazia. Ouvi a água ser ligada, Cebola estava molhando um pouco algumas margaridas.

Não liguei muito pra isso, logo depois tirei um pouco mais de terra no local onde plantaria uma das rosas. De repente sinto alguma coisa me molhando, rapidamente me virei pra trás e vi Cebola molhando com cuidado uma parte do jardim.

Não liguei pra isso, voltei minha atenção novamente para as rosas, mas alguns minutos depois sinto algo me molhando novamente. Vi Cebola virado de costas pra mim, como se nada tivesse acontecido.

Se ele fizesse isso mais uma vez ele iria ver só... Não esperei muito, senti novamente minhas costas serem molhadas.

– O que pensa que está fazendo? - Perguntei a ele.

– O que mais? Molhando as flores... - Ele disse como se não tivesse feito nada.

– Molhando as flores? Você me molhou! - Eu falei mostrando parte da minha blusa molhada.

– E...? - Ele disse parecendo não se importar.

– Como assim 'e...?' você me molha e não diz nada? - Falei já um pouco irritada com ele.

– Ora, não me culpe eu apenas estou molhando as flores... - Ele falou se virando pra mim.

– Ah é? E por acaso eu sou alguma flor pra você me molhar?

– Claro que é... Aliás, eu acho que você é a flor mais linda desse jardim. - Ele falou sorrindo.

Essa me pegou de surpresa, o que deu nele pra dizer uma coisa dessas? Ele não é de falar essas coisas, muito menos pra mim. Meu rosto deveria estar corado, pois senti o mesmo esquentar.

– O-o que quer dizer com isso? - Perguntei e o vi sorrir.

– Não é obvio? Eu acho você mais linda do que qualquer flor daqui. - Ele disse como se fosse algo normal.

– E por que desse elogio? - Eu falei.

– Por quê? Acha que com isso quero algo de você? - Ele disse. - Na verdade... Eu quero mesmo uma coisa...

– E o que é? - Perguntei.

– Quero que fale: Gostei de ter me casado com você. - Ele falou.

– O que? Mas nem pensar que eu vou dizer isso! - Disse e depois me virei de costas pra ele.

– Se não disser, eu vou te obrigar... - O ouvi falar.

– Tente então... - O desafiei.

De repente ele começa me molhar novamente. Eu tentava inutilmente escapar daquele banho que estava recebendo, mas não consegui.

Me aproximei dele tentando pegar mangueira da sua mão, mas ele era mais alto que eu e não consegui. Apenas quando segurei seu braço e o puxei pra baixo consegui pegar.

– Há! - O molhei totalmente na cabeça.

– Agora você vai ver. - Ele sorriu e logo depois conseguiu o controle da mangueira novamente e começou a me molhar.

– Não! Hahaha! Cebola... Para. - Falei quase gargalhando.

Nós corríamos e rodávamos por todo o jardim, estávamos quase completamente molhados. De repente, enquanto eu corria de Cebola, acabei tropeçando em uma parte da mangueira que estava esticada no chão e cai.

– Mônica! - Ouvi Cebola me chamar, ele parecia preocupado. - Você está bem?

– Hahaha! Estou... - Eu ri.

– E agora? Vai dizer que gostou de ter se casado comigo, ou quer levar mais um banho? - Ele me lembrou do desafio.

– Hum... Acho que prefiro o banho. - Eu falei.

– Poxa, assim você me magoa. Então não gostou de ter se casado comigo? - Ele disse fazendo aquele típico drama.

– Não gostei de ter sido forçada a casar com você, ou já se esqueceu que estamos juntos apenas por causa do testamento do meu avô? - Disse.

– Não... Não me esqueci. - Ele falou e depois desligou a água na torneira. - Eu vou tomar um banho, acho melhor você fazer o mesmo, a festa da Ana é daqui a pouco...

O vi entrar na mansão novamente. Por que esse sentimento de culpa? Apenas disse a verdade, eu não havia gostado desse casamento arranjado. Mas por que ele ficou desse jeito de repente? Parecia decepcionado com minha resposta.

Entrei na mansão e fui para meu quarto, ainda pensando no que havia acontecido. Cebola sabe cuidar muito bem do jardim, já vi várias flores que ele cuidou crescerem e ficarem maravilhosamente lindas. O ver sorrir daquela maneira enquanto brincávamos no jardim com a água da mangueira me fez lembrar a época em que a gente era criança.

Mas... Naquela hora em que ele me elogiou, parecia que estava sendo sincero. E quando eu caí na grama e ele correu para vez se eu estava bem... Ele quase nunca pareceu se importar comigo nesses anos, mas agora ele parece querer cuidar de mim.

Acho que essa história de casamento mexeu com a cabeça dele, ou algo assim... Deixando esses pensamentos de lado, me dirigi ao banheiro para tomar um banho.

...

Pov. Autora

Cebola estava em seu quarto terminando de se arrumar para a festa. Ele estava usando uma calça social preta, com uma camisa verde, um blazer e sapatos sociais. Depois de se olhar num espelho, saiu do quarto de desceu as escadas, achou Carla sentada no sofá da sala.

– Nossa! Que produção hein? Disse Carla o provocando. - Aonde vai vestido assim?

– Há festa de aniversário da Ana. Não havia falado? - Ele perguntou.

– Ah sim! Desculpe-me havia me esquecido... Mas e a Mônica? Ela também vai?

– Sim, ela deve descer daqui a pouco e...

– Falando sobre mim? - Eles ouviram uma voz do alto da escada.

Cebola ficou estático olhando Mônica. Ela estava usando um vestido vermelho estampado com detalhe no busto. Estava realmente maravilhosa naquele vestido. Ele voltou à realidade ao ver Carla se aproximar dela.

– Oh querida! Está tão linda! Desse jeito você vai receber mais atenção do que a aniversariante! - Disse Carla admirando maravilhada o vestido de Mônica.

– Não é pra tanto, o vestido da Ana é muito mais bonito que o meu. - Disse Mônica.

– Disso eu discordo totalmente. - Falou Cebola chamando a atenção das duas. - Você está linda nesse vestido, duvido que alguém naquela festa se compare a você. - Ele falou sem tirar os olhos dos de Mônica. Carla apenas observava, sempre imaginou esses dois juntos um dia. E agora, talvez isso possa ser realizado.

– Ahn... O-obrigada... - Disse Mônica meio sem jeito com o elogio de Cebola. - Você também está muito bonito...

– Obrigado. - Falou Cebola notando a face da morena a sua frente corar. Quer que eu te acompanhe até o carro?

– Tudo bem... - Ela falou, logo depois começou a caminhar em direção á garagem com Cebola ao seu lado. Quando chegaram, ele caminhou em direção a sua moto. - Não quer vir comigo?

– Como? - Ele a olhou, e logo entendeu a pergunta que ela havia feito. - Ah! Não, tudo bem. É que eu prefiro ir de moto.

– Está bem, nos vemos na festa então. - Mônica falou e logo depois entrou em seu carro o ligando em seguida.

...

No centro da cidade, havia um grande movimento na cobertura do hotel Green Wood. Várias pessoas haviam chegado, tinha algumas mesas espalhadas, uma grande pista de dança, um bar, e alguns garçons já servindo os convidados.

Cascão, Jason e Titi haviam acabado de chegar, e enquanto esperavam por Cebola, se sentaram em uma mesa um pouco perto da pista de dança.

– Caramba! Até que a cobertura ficou maneira! - Falou Titi observando o local.

– Verdade. Soube que Ana teve ajuda das meninas pra arrumar tudo. - Disse Jason. - Elas devem ter tido muito trabalho.

– Mas no final ficou demais! - Cascão falou já de olho em uma mesa com alguns doces.

– Fala galera! - Disse Cebola aparecendo e se sentando em uma cadeira.

– Finalmente hein careca? - Cascão falou. - Pensei que ia demorar mais arrumando o cabelinho.

– Olha só quem fala! Pelo menos eu não passo um quilo de creme na cabeça. - Disse Cebola se referindo ao amigo sujinho que ficou emburrado com o que ele disse.

– Ah! Não enche!

– Cascão... Da um crédito pro Cebola, afinal, ele está em lua de mel. - Disse Titi.

– É mesmo! E ai? Onde está a patroa? - Jason falou se referindo a Mônica.

– Ahn... Acho que ela está ali junto com as meninas conversando com a Ana.

Os três olharam pra onde Cebola disse que ela estava e ficaram de queixo caído, Mônica estava linda, mas também reparam nas outras três meninas que estavam junto com ela.

Magali estava usando um lindo vestido preto. Laura usava um tomara que caia rosa e Ana usava um vestido roxo com um babado.

– Nossa... - Falou Titi apreciando a linda visão a sua frente.

– Você teve muita sorte Cebola... - Falou Jason.

– Concordo. - Ele falou. - Agora, se me dão licença eu vou ali ao bar pegar uma bebida. - Cebola falou, mas seus amigos quase não prestaram atenção, estavam ocupados olhando a aniversariante e as suas acompanhantes. Apenas viram Cebola sair de perto deles e ir para outro lugar.

A festa ao decorrer da noite ficava cada vez mais animada. As pessoas dançavam animadamente na pista, outras conversavam ou bebiam perto do bar. O DJ agitava todo mundo com as musicas mais ouvidas do momento.

Estava tudo saindo perfeitamente perfeito. Ana se divertia bastante e agora principalmente por que Jason havia a convidado pra dançar.

Laura estava no bar conversando com algumas pessoas e Titi era uma delas. Cascão e Magali dançavam animadamente em uma parte da pista de dança. Enquanto isso Mônica estava pegando uma bebida no bar, observava suas amigas se divertindo bastante.

– Uma moça tão bonita assim não deveria ficar sozinha em uma festa como essa... - Mônica ouviu um homem falar ao seu lado, virou um pouco o rosto para ver quem era, mas depois voltou sua atenção para a pista de dança.

– Um cara como você não deveria estar por ai com seus amiguinhos bebendo numa festa como essa? - Mônica ironizou com quase a mesma frase dele.

– Fui abandonado, e agora suas amiguinhas estão fazendo bom proveito da companhia deles. - Ele falou.

– Magoado? - Ela falou.

– Um pouco... Solidão não é o meu forte, então vi você aqui admirando essa linda pista de dança e pensei... Nossa, que tragédia! Ainda não tivemos nossa primeira dança como marido e mulher. Então... O que acha de dançarmos um pouco? - Cebola disse olhando pra Mônica, a mesma parecia pensar na proposta.

– É melhor você não pisar no meu pé... - Ela falou o olhando.

– Sou um ótimo dançarino, isso eu posso garantir. - Ele estendeu sua mão a Mônica, ela a segurou e foi guiada por ele até a pista de dança.

O ritmo era animado, depois de alguns minutos, Mônica concluiu que Cebola realmente dançava muito bem. Cebola pensava da mesma forma. De repente alguém interrompe a musica.

– Hey galera! Que tal se agora todo mundo desacelerasse um pouco? Então agora eu quero ver todo mundo dançando em duplas e bem juntinhos hein? - O DJ da festa falou e logo depois uma musica suave e romântica começa a tocar.

Mônica viu as pessoas a sua volta dançarem juntas, cada um com seu devido par. Ela se assustou um pouco quando sentiu uma mão envolver sua cintura e logo depois a outra segurar sua mão. Olhou para cima e viu dois olhos castanhos a fitarem intensamente, corou um pouco com esse gesto dele.

Eles começaram a dançar lentamente, ela pôs uma de suas mãos no ombro dele. Apenas dançavam lentamente ao som da musica calma. Cebola apreciava os movimentos da morena a sua frente, e como estava muito próximo a ela, ele conseguiu inalar o cheiro maravilho de seu cabelo, era como se o cheiro das flores se fundisse com algo parecido com morango, o que era uma mistura maravilhosa na opinião dele.

Mônica se sentia confusa... A companhia dele, isso a fazia feliz, ter ele a seu lado, era como se nada mais faltasse, se sentia completa. Nunca havia se sentido assim antes com alguém e muito menos com ele, talvez por que nunca teve essa oportunidade.

Antes que pudesse pensar mais sobre o assunto, ela sente a mão de Cebola acariciar seu rosto. Ela o olha e vê novamente aquele olhar intenso de antes, ele sorri e isso faz com que Mônica perca um pouco o ar, começando a corar novamente em seguida.

Ele se aproximou do rosto dela, ficou a centímetros de se beijarem, queria provar os lábios que antes não havia conseguido.

Cebola havia pensado seriamente no assunto que ele e Carla haviam conversado, e decidiu que tentaria. Começou a elogiando, queria ver se somente isso podia ter um efeito sobre ela, e realmente teve. Adorou o jeito constrangido dela, adorou o momento que passaram no jardim, e gostou ainda mais de vê-la nesse vestido.

Os elogios daquela noite foram quase inconscientemente ditos, ele não planejava dizer, apenas disse o que sentia e o que via.

Talvez pudesse realmente sentir algo por ela, e se ela estivesse disposta, iriam tentar serem felizes juntos.

Mas também queria uma prova, queria saber se ela o queria, e estava a milímetros de conseguir sua resposta. Podia sentir a respiração rápida dela se juntar a sua, quando iria se aproximar mais, ela fez algo que o fez acordar daquele momento.

Afastou-se.

– E-eu... Preciso ir... - Ela disse se afastando de Cebola e indo em direção ao elevador. Ele havia ficado parado por um tempo, tentando entender o que havia feito de errado.

Não entendeu por que ela havia feito aquilo, teria sido rápido demais? Deveria ter conversado com ela antes sobre a sua decisão? Não importa, resolveria isso assim que conseguisse alcançá-la.

O elevador já havia se fechado. Decidiu ir pelas escadas, não sabia exatamente onde ela iria parar, mas tinha um palpite. Desceu o mais rápido que pôde.

Mônica havia chegado ao estacionamento subterrâneo, onde estava o seu carro. Andava não muito rápido, pois pensava no que quase havia feito. Por que ele tentou me beijar? Por que ele está agindo dessa maneira? Por que está me elogiando e tentando se aproximar de mim? Ela se perguntava.

Tinha um palpite, mas achava que estava errada.

De repente seus pensamentos foram cortados por uma mão que havia segurado seu braço. Cebola finalmente havia a alcançado, ele estava ofegante, pois não foi fácil descer dez andares e só conseguir descer pelo elevador quando chegou ao vigésimo andar.

– O que pensa que está fazendo? - Ele disse tentando recuperar o fôlego. - Está tentando fugir de mim?

– N-não...

– Então o que é? Sempre que tento me aproximar de você, sempre que tento conversar com você, sempre acaba fugindo ou me insultando! - Ele falou já com raiva, não agüentava mais as atitudes infantis dela. Havia chegado a essa conclusão quando estava descendo as escadas procurando uma resposta plausível para aquilo. - Me diz de uma vez! Qual é o seu problema?

– E-eu... Eu não... - Ela abaixou a cabeça, para que ele não pudesse ver as lágrimas se formando em seus olhos.

– Você não o que? - Ele perguntou impaciente.

– Eu não quero te perder... - Ela falou e logo depois olhou para Cebola, o mesmo parecia confuso com o que ela havia dito.

De repente eles escutam um barulho alto, quase como um estouro. Os dois se abaixaram e meio que se esconderam ao lado de um dos carros do estacionamento.

Quando Cebola olhou para o vidro do carro, viu que o mesmo havia sido quebrado, por uma bala de arma. Ele se levantou um pouco e olhou pra frente, conseguiu ver o vulto de um homem que carregava uma arma em sua mão esquerda.

– O que houve? - Mônica perguntou assustada, viu Cebola fazer um sinal com a mão para que ela fizesse silêncio.

Ele olhou em volta, não havia ninguém no estacionamento a não ser eles e a pessoa armada que se aproximava deles cada vez mais.

– Tem um cara ali na frente, ele está armado. - Cebola sussurrou pra Mônica, a mesma se assustou e lágrimas começaram a sair dos seus olhos.

– Cebola... - Ele a abraçou tentando acalmá-la, mas ele mesmo também estava apavorado.

– Calma... Nós vamos conseguir sair daqui. - Ele falou a olhando e tentando buscar uma solução rápida para sair daquela enrascada.


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Notas finais do capítulo

Agora a coisa ficou séria! O que será que vai acontecer com eles? Será o mesmo fim que seus queridos parentes tiveram?

Não fiquem bravos comigo! Vocês mesmo quiseram que eu postasse logo esse capitulo, mas não sabiam que eu os deixaria ainda mais curiosos não é mesmo?

Bom, agora apenas sexta-feira voltarei com o novo capitulo.

E mais uma coisa, não se esqueçam de amanhã dar um abraço bem apertado em quem te deu a vida, ou seja, sua mãe. E pra quem já é mãe e lê essa história, quero parabeniza-la! E que tenha um ótimo dia amanhã comemorando o seu dia perto de pessoas que você ama.

Boa noite, e até semana que vem! Feliz dias das mães! Té+!



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