Eu tinha duas opções: acreditar que Rogue era inocente e Gajeel roubara meus papéis por algum motivo não identificado ou crer que aqueles não eram meus capítulos e estava apenas sonhando.

Em minhas mãos pequenas se encontravam os tais capítulos que causaram tantas polêmicas na minha vida. Por incrível que pareça, durante essas últimas semanas, aprendi a controlar minhas emoções. Estava calma, porém, pensativa e com um leve frio na barriga que me causara ansiedade.

Pensei em discar seu número e perguntar-lhe o que diabos era aquilo, contudo meu receio era maior. Pensei na alternativa de esquecer-se de tudo e fingir que nada ocorrera, mas quantas noites eu virei escrevendo capítulos?

Meus pensamentos viajantes foram interrompidos por algum cliente que entrou na cafeteria, provavelmente, em busca de algo para comer.

Lembrando-me das instruções de Gajeel, consegui fazer um bom trabalho e eles ficaram satisfeitos.

-Que orgulho. – ri comigo mesma.

Olhava para os capítulos jogados no mesmo lugar em que os achei. Olhava para o relógio com esperanças de que Gajeel chegaria logo. Olhei para a janela, onde tinha perfeita vista da calçada e rua, de repente, um vulto familiar passa pela mesma.

-Rogue? – pensei

Fui até a calçada e forcei a vista para a direção em que ele andava, e sim, era Rogue. Ele estava correndo, como se estivesse fugindo de algo. Havia certeza absoluta! Sem pensar duas vezes, abandonei a cafeteria sem nem mesmo fechar a porta e acelerei o passo atrás dele.

Rogue! – gritei alto para que ele pudesse me ouvir.

Sucesso. Ele virou para trás e assim que se deu conta de que era eu quem o chamava, correu ainda mais rápido. Não entendi, mas da mesma forma continuei correndo até alcançá-lo.

Rogue, espera! – eu gritava.

Minha respiração já estava ofegante e minhas pernas, cansadas. Era fraca demais para uma corrida. Trombava nas pessoas, pedindo licença para passar. Elas olhavam pra mim como: “Que menina louca!”

-Rogue! – gritava cada vez mais alto.

Ele dava breves olhadas para trás e corria mais e mais. Não resisti e caí no chão morta de cansaço. Ao menos, sabia que ele estava na cidade. Mas não compreendi o motivo dele estar fugindo de mim. Precisava encontrá-lo!

Levantei-me e fui andando na mesma direção. Já havia o perdido de vista, mas estava disposta a procurá-lo.

Pedir informação sempre foi uma tarefa difícil pra mim por conta do meu orgulho. Mas sabia que dessa vez seria necessário. As respostas eram sempre as mesmas: “Não”, “Perdão, mas não.”, “Continue procurando.”

Logo a frente, um senhor reclamava pelas suas sacolas jogadas no chão.

-Aquele desgraçado! – o velho resmungava.

Agachei e peguei as sacolas na mão.

-Está tudo bem, senhor? – eu perguntei educadamente entregando-lhe as sacolas.

-Obrigado, minha jovem. – ele agradeceu apanhando as sacolas. –Um desconhecido apressado me atropelou. – ele riu.

-Apressado? – logo minha ficha caiu de que poderia se tratar de Rogue. – O senhor viu como ele era?

-Era alto e moreno, só consegui ver isso.

-Pra que lado ele foi?

-Se me lembro bem, virou aquela rua à direita. – ele apontou.

-Obrigada!

Saí com o passo acelerado novamente até o local em que o velhinho apontou. Virei a rua exatamente à direita. No final da avenida, uma pequena pousada. Decidi entrar, talvez Rogue estivesse se hospedado ali.

Fui andando, fatigada. Cheguei à fachada da pousada, e ela parecia ser bem humilde. Entrei. O chão era de madeira e os móveis rústicos. Logo a frente uma mulher, a recepcionista, suponho.

-Por favor, Rogue se hospeda aqui? – perguntei.

Antes que ela pudesse responder, meu celular começa a vibrar dentro do meu bolso.

-Só um instante. – pedi a ela.

Sai para a calçada e atendi.

-Alô?

-Levy! Cadê você?! O que aconteceu com a cafeteria?! – Gajeel parecia assustado.

Esqueci completamente da cafeteria! Deixei tudo aberto e saí atrás de Rogue! Como sou burra!

-Gajeel?! O que aconteceu com a cafeteria?!

Continua...