Não Há Quem Possa Ocupar Seu Lugar escrita por Amanda Catarina


Capítulo 3
Capítulo 3




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Capítulo 3

Aquele foi um dia péssimo para Ichigo. Assim que voltou pra casa, precisou explicar a seu pai porque se achava na rua tão cedo. Na escola, os colegas comentavam que ele parecia não ter dormido. De tardezinha, se trancou em seu quarto, onde ficou pelo resto do dia. Tentou se concentrar no dever de casa, mas foi em vão. Ouviu um pouco de música, mas também logo ficou enjoado.

– Ichigo, esse mau humor já enchendo... - reclamou Kon, deitado no chão, olhando as manequins de uma revista.

– Cala a boca - respondeu ríspido.

– Como consegue viver tão estressado? Quando não é uma coisa é outra... isso é falta de mulher, sabia? Você devia começar a namorar a Inoue-san e desligar a cabeça da Soul Society.

– Se disser isso de novo, vai dormir com a Yuzu.

O tom dele foi tão cortante que fez o leãozinho estremecer.

– Me calei.

Um tanto depois, Kon dormia e Ichigo se revirava na cama, tentando não pensar em Rukia, mas era difícil.

– Não dá pra entender... - falou baixo e inspirou fundo. – O que eu faço?

Kon, que tinha ouvido aquilo, levantou e subiu na cama, pulando no peito do adolescente.

– O que há?

– Me deixa, Kon!

– Você não tem motivo pra estar assim. É seu hollow?

– Não. E pára de fazer perguntas, senão vou te jogar pela janela.

– Que!? Seu ingrato! Não deu pra perceber que estou preocupado com você!

O jovem não deu resposta.

– Se a Nee-san estivesse aqui, daria um jeito nisso rapidinho. Só ela coloca você na linha.

Ichigo permaneceu quieto.

– Ah, é mesmo! A Nee-san veio aqui ontem! O que ela veio fazer?! Por que ela não veio me dar um abraço?

– Cala essa boca, Kon! - mandou alto.

– Que maldade sua, Ichigo. É tão raro a Nee-san aparecer por aqui agora... e você nem me deixa ficar com ela um pouquinho...

– Eu vou te espatifar... Vai dormir!

Apesar da fúria do rapaz, o leãozinho não se intimidou:

– Por que está tão bravo?

– Você está me deixando bravo!

– Tem algo a haver com a Nee-san?

O jovem se preocupou com o rumo da conversa. Definitivamente Kon não podia saber o que se passava, do contrário não teria mais paz, e já estava vivendo uma boa guerra interior.

– Não tem nada a ver com a Rukia... ou com a Soul Society, eu... fui mal numa prova.

– Ha! Conta outra. Do jeito que você andou faltando nas aulas, foi mal em várias provas. Até parece que isso ia te deixar estressado assim. Tudo bem... não quer falar? Tudo bem. Mais cedo ou mais tarde vou acabar descobrindo.

Ichigo ficou aliviado ao ver Kon descendo da cama.

– Céus, ninguém merece... - murmurou e virou de lado.

Não demorou e o adolescente sentiu as vistas pesadas, mas assim que fechou os olhos, uma imagem se formou em sua mente como num flash: seu segundo beijo com Rukia.

Abriu os olhos na mesma hora. “Não pense nisso.” - ordenou a si mesmo em pensamento. Mas o silêncio no quarto não ajudava. Se fechava os olhos as imagens lhe saltavam à mente. Temeu então que assim como Kon, dissesse algo dormindo, por isso seu corpo ficou tenso e a cabeça começou a doer.

– ...droga...

Ele lutou contra o sono o quanto pôde, mas cerca de uma hora depois, acabou vencido.

ooo ooo ooo ooo

Enquanto arrumava suas coisas para a aula logo mais, Ichigo esteve pensativo, e continuou assim durante o café da manhã.

Não se lembrava se sonhara ou não, mas o sono o fez bem. Seu semblante estava menos fechado que no dia anterior, pois deixando a raiva de lado, deu lugar à razão. As circunstâncias podiam ser complicadas, mas se apegou aquilo que julgava mais importante: Rukia também gostava dele. O resto seria superado.

Com novo ânimo, o adolescente chegou ao colégio cedo, e acabou encontrando Uryuu.

– Kurosaki? - falou com certa surpresa no olhar. – Bom dia.

Yo, Ishida... - saudou e puxando a cadeira da mesa da frente, sentou-se diante do colega, que estudava um livro de língua inglesa.

– Me parece que está mais sociável hoje... - comentou, ajeitando os óculos.

Ichigo não se importou com a provocação, queria até conversar com  alguém, mas ainda estava sem coragem.

– O que há? Alguma coisa lá na Soul Society? - sondou Ishida.

– Mais ou menos...

– Entendi, agora que Kuchiki-san não está por perto, você precisa de outra pessoa pra te dar conselhos...

– Lá vem você... - bufou com o rosto virado. – E Rukia não é minha mãe, além do que...

– Além do que? - repetiu curioso.

– Não. Melhor não falar sobre isso.

– Desembucha de uma vez, Kurosaki.

Desconfortável, o ruivo nem sabia por onde começar.

– ...é que a Rukia... droga... não é fácil falar... eu estive pensando... - as palavras se embolaram na garganta e por lá ficaram.

– Então tem algo a ver com a Kuchiki-san... - observou o quincy.

Ichigo só balançou a cabeça mostrando que sim, e logo não conseguiu evitar que seu rosto ficasse vermelho ao lembrar do ocorrido.

Uryuu ficou uns instantes observando atentamente o colega. Um palpite lhe veio a mente, mas não podia ser aquilo.

– Não me diga que está gostando dela? - adivinhou certeiro, causando um arregalar de olhos no outro com isso.

– É... - confirmou Ichigo, uns instantes depois.

O quincy ponderou. Apesar de ser algo bem óbvio, não deixava de ser surpreendente.

– Não acha isso meio complicado, Kurosaki?

– Como assim? - perguntou confuso. – Eu sei que a Soul Society não tem deixado ela vir aqui ultimamente, mas aquele tal de Aizen vai dar as caras mais cedo ou mais tarde.

– Pode até ser, mas a questão não é bem essa... Você suspeita que ela iria correspondê-lo se revelasse seu sentimento?

Ichigo coçou a cabeça, virou o rosto para o lado e tornou a ficar corado.

– Como é?! - desacreditou Ishida. – Você já fez isso!?

O outro bufou, ainda sem encará-lo.

– Não acredito... você não parecia ser desse tipo, Kurosaki.

– Rukia ficou zangada comigo quando eu falei...

– Ah, é compreensível vindo da Kuchiki-san. Ela deve ter pensado na Inoue-san e também no Abarai-san...

– Como é? O que isso tem a ver?! - exaltou-se, surpreendendo o outro.

– Kurosaki! Quanto a Inoue tudo bem se ainda não se deu conta, mas já devia ter percebido que o Abarai-san é apaixonado pela Kuchiki-san. Ele lutou contra você no começo sobretudo por ciúmes - anunciou naquele tom de sabichão.

– Que! - exclamou, e depois balançou a cabeça numa negativa.

– Ele é seu amigo agora e o considera, mas em se tratando da Kuchiki-san... a coisa deve ficar meio complicada.

– Isso não faz sentido... - abismou-se. – O Renji? - murmurou consigo.

– Além do que, se você parar pra pensar... um relacionamento entre eles é mais apropriado. Afinal, eles cresceram juntos e Abarai é vice-capitão do irmão dela.

– Parou! - gritou Ichigo. – Isso não tem nada a ver! Não é por isso que a Rukia... - ele dizia, mas se calou ponderando.

– Vejo que não tinha considerado essas coisas...

Depois de um tempo, ele concordou com a cabeça.

– Mas isso não importa... Rukia teria me dito se gostasse do Renji... desse jeito...

– Ele também é tímido, talvez ainda não tenha confessado seus sentimentos a ela...

Ichigo vidrou os olhos, abalado.

– Não importa! Nada disso importa... - disse, e se levantando, veio até a janela da sala. – Você não percebe? Não há quem possa ocupar o lugar da Rukia na minha vida... não mesmo...

Ishida se surpreendeu, tanto com as palavras, como com a seriedade com que foram ditas, mas manteve-se quieto, pensando consigo que aquilo ainda traria muitos problemas.

ooo ooo ooo ooo

Alguns dias se passaram e Ichigo praticamente voltou à rotina de antes de ter se tornado um shinigami. Nem mesmo os hollows estavam aparecendo com tanta freqüência.

Sentado na beira da janela de seu quarto, ele olhava para o céu estrelado e a lua cheia. Por mais que pensasse não encontrava um meio legítimo para ir à Soul Society, ou fazer com que Rukia viesse ao Mundo Real, e por isso estava angustiado.

“E se eu fosse à Soul Society como na primeira vez?” pensou consigo.

Sabia que seu distintivo o permitiria entrar no Sereitei sem maiores problemas, mas sua presença lá poderia aborrecer Byakuya e, sobretudo, o velho Yamamoto. No entanto, isso parecia de menor importância desde que conseguisse ver Rukia.

– Desse jeito não dá pra ficar...

ooo ooo ooo ooo

Era noite, Hanatarou caminhava tranqüilo cantarolando, quando subitamente foi agarrado por trás por alguém. Ele se debateu e esperneou, mas então ouviu uma voz conhecida.

– ...calma, não vou te machucar.

– Ichi... - dizia, mas antes que pudesse concluir sua boca foi tampada.

– Escute, não diga nada, apenas escute. Preciso de um favor. Vai me ajudar?

O menino shinigami assentiu com a cabeça.

– Me leve ao quartel da equipe treze, do Ukitake-san. Rukia está lá, não é?

Hanatarou se surpreendeu.

– Kuchiki-san?! - pensou por alguns instantes. – É provável... mas pode estar em missão também.

– Não importa, me leve até lá.

Hanatarou assentiu sem entender, e estranhou o fato de Ichigo estar usando um capuz escuro, como se não quisesse ser reconhecido.

– Algum problema? - perguntou ele, curioso.

– Não... e não se preocupe, não vou criar problemas pra você também.

– Ah, não é por isso... pode contar comigo.

– Que bom.

Algum tempo depois, os dois chegavam nos arredores da área do décimo terceiro esquadrão.

– Daqui pra frente, Ichigo-san terá que procurar sozinho, pois não tenho idéia de como eles se organizam aqui. Além disso, eu preciso voltar.

– Ah sim, pode deixar. Muito obrigado, Hanatarou.

ooo ooo ooo ooo

A procura foi mais demorada do que Ichigo imaginava, mas não em vão. Chegou a um quarto espaçoso e arejado, como aquele na casa de Byakuya. Com alívio, ele notou que não havia ninguém além de Rukia ali. Ao vê-la, seu coração disparou e admirou-a como nunca antes.

Quando esteve em treinamento com os Vaizard, ficou um mês longe dela. Dessa vez, menos dias se passaram, mas lhe pareceram anos, talvez fosse por causa do sentimento novo que despertou nele.

Com cautela, ele se aproximou. Não queria acordá-la, ao menos não ainda. Desde o momento em que decidiu vir à Soul Society, muitas dúvidas lhe rondaram o pensamento, mas estando ali junto de Rukia, todas sumiram.

A shinigami dormia tranqüila, uma expressão serena, a respiração calma, com uma das mãos próxima ao rosto, e este meio virado para o lado em que o rapaz estava. Vestia apenas o quimono branco e uma colcha estampada recobria seu corpo.

Ichigo ficou por algum tempo contemplando o sono da pequenina, até que não conseguiu mais se conter, e tocou bem de leve no cabelo dela, num gesto carregado de ternura. Depois, com todo cuidado ele segurou a mãozinha de Rukia, e apesar de ter sido muito levemente, ela acabou acordando com isso.

Ao abrir os olhos, Rukia levou um susto ao perceber Ichigo ali. E ficou tão espantada que manteve-se estática por alguns instantes, com um olhar vidrado.

– Ichigo!? - exclamou baixo, incrédula, se perguntando se aquilo não era uma alucinação.

Tudo que ele fez foi sorrir. E que sorriso lindo! Mas deixando a admiração de lado, Rukia se ergueu rápido e o encarou com uma expressão severa.

– Seu idiota. - ralhou, mas bem baixo, com medo de que alguém a ouvisse. – O que faz aqui?!

Conhecendo-a como a conhecia, Ichigo soube o quanto ela devia estar brava, mas não se importou, inclusive continuou sorrindo.

– O que você acha? - retrucou ousado como sempre. – Vim te ver, oras...

A shinigami arregalou ainda mais os olhos graúdos.

– Seu... imbecil! - e cerrou o punho. – Precisa ir embora antes que isso vire um problema!

– Ninguém me percebeu... - justificou-se seguro de si.

– Impossível! Sua reiatsu é inconfundível.

– Rukia... - ele tocou no rosto dela –, ninguém me percebeu... estou dizendo.

Segurando a mão dele em seu rosto, ela a apertou como se fosse afastá-la, mas hesitou uns instantes.

– ...outros usam esse quarto... precisa sair daqui. - disse, e então sim abaixou a mão dele, e depois o próprio rosto.

Ichigo se aproximou mais, ergueu o queixo dela e num gesto meio ousado, mas muito carinhoso também, beijou-lhe a testa. Rukia estremeceu toda.

– Eu posso até sair... mas levo você junto... - ele murmurou.

– ...não posso abandonar meu posto... - resmungou debilmente, tentada a ceder ao avanço dele.

Uma certa euforia dominava Ichigo, mas seu coração batia tão desenfreado e ele tremia tanto, que era até difícil raciocinar, mas mesmo assim, encarando Rukia nos olhos ele perguntou:

– O que vai ser?

Rukia piscou abalada, e vendo-o inclinar o corpo na sua direção, botou as duas mãos no peito dele e o empurrou para trás.

– Some daqui agora! - mandou até bem alto.

Ichigo bufou. Como ela era complicada.

– ...tá certo...se alguém pode mesmo aparecer... é melhor sairmos daqui. - disse e se levantou.

Rukia o encarou meio incerta e então num repente, Ichigo a puxou com tudo e usou um shunppo, desaparecendo com ela daquele lugar. Foi tão rápido e surgiram num local tão distante, que quando Ichigo soltou Rukia no chão, ela ficou por vários instantes boquiaberta.

– Seu imbecil! - gritou então a plenos pulmões, já que estavam numa clareira, perto de um arvoredo muito distante da área da equipe treze.

Nervosa, Rukia ergueu a mão na intenção de dar um tapão nele, mas o rapaz segurou-lhe o pulso.

– Pára... ao menos aqui ninguém vai nos ver...

– Você ficou maluco, Ichigo! - esbravejou encarando-o de baixo, já que era tão menor que ele.

– Ih, mas que saco... - falou e coçou a cabeça. – Rukia, não entendo porque está agindo assim... se também gosta de mim...

– Não acredito que ainda está com essas idéias na cabeça! - ela berrou – Eu já disse da outra vez, você entendeu tudo errado!

– Sei... - retrucou, e sem mais nem menos, lascou um beijo voraz nela.

Assustada, Rukia tentou escapar para trás, mas Ichigo não deixou, fechando os braços em volta de seu corpinho.

– ...não... - ela resmungou ainda sendo beijada, tentando de todo jeito empurrá-lo, sem entender pra onde sua força tinha ido, pensando se ele estaria usando a reiatsu para segurá-la.

Ichigo interrompeu o beijo, por causa do mau jeito nas costas, pois precisava curvar-se muito para alcançar os lábios dela. Então, como quem ergue uma bonequinha de pano, ele a puxou para cima.

– Ichigo, pára já com isso... - mandou aflita.

– Rukia, se quer continuar fazendo charminho, tudo bem, mas ouça...

Ela prendeu a respiração só de pensar no que ele iria dizer.

– ...ninguém pode ocupar seu lugar no meu coração, Rukia... então pode ter certeza... que eu... vou tornar isso possível.

Kuchiki ficou tão chocada ao ouvir aquilo, que até sentiu o corpo esfriar. Conhecia bem a determinação daquele garoto, e parecia evidente que ele falava sério.

– Mas... - tentou argumentar, no entanto, não soube o que dizer.

– Eu passo por cima do que for, mas preciso que me ajude...

– ...mas isso não tem como... não tem... - insistiu ela.

Ichigo não deu atenção, e foi aproximando o rosto. E logo, ficou contente ao perceber Rukia fazer o mesmo. Seus corações alucinados batendo no mesmo ritmo, e num instante, estavam se beijando, completamente apaixonados.

A lua alta no céu, coroando o belo enlace. Ichigo contentíssimo, mas Rukia ainda muito angustiada. E quando o beijo teve fim, ela deitou a cabeça no ombro de Ichigo, mentalmente esgotada.

– ...deixa eu te pegar melhor... - falou ele e sustentou as pernas dela no braço. Havia um rochedo próximo, onde ele sentou-se, com a shinigami atravessada em suas pernas e agarrada ao seu peito.

Ficaram quietos por alguns instantes, até que Rukia ergueu o corpo e o encarou nos olhos.

– O que tem em mente afinal? - ela perguntou, num tom mais brando.

– ...gosto de você, Rukia, e quero ficar com você, é isso...

– Mas, Ichigo, você não percebeu ainda que a Inoue...

Ichigo a calou com os dedos.

– ...que diferença faz se eu não sinto o mesmo por ela?

– Mas ela pertence a seu mundo, é da sua idade, não vê que isso é o mais certo?!

– Droga... – começou um tanto zangado –, nem vem, que não vai me convencer com esse papo. E não me mande ficar com outra como se não desse a mínima... porque eu sei que você gosta de mim!

– Convencido! Você não passa de um moleque! E muito do abusado! Eu não tenho porque ficar com você, viu!

Então outra discussão começou e o clima romântico foi pelo ralo. Ichigo a encarou com certa fúria, mas virou o rosto buscando se controlar.

– Que contraditória você... fica aí falando que nem adulta...

– Eu sou adulta! - gritou exaltada.

– Pode ser, mas agindo pior que criança.

– Que?! O que quer dizer com isso!?

vendo, o moleque aqui vai ter que explicar...

Confusa, ela continuou a encará-lo.

– Não dá, Rukia... não sou retardado a ponto de não perceber que vai ser complicado... eu no Mundo Real, você aqui... mas o que existe entre a gente, é mais forte que isso...

Atônita, a shinigami engoliu em seco. E sendo que sua vida se dividia claramente entre, antes e depois de ter conhecido Kurosaki Ichigo, precisou reconhecer que era verdade. A relação que compartilhavam era especial, profunda e única. Naqueles dias todos em que ficou longe dele, sentia como se uma parte de si tivesse sido arrancada.

– Do jeito que der, pelo tempo que der, apenas... fique comigo... - ele pediu num tom baixo e encostou a testa na dela.

Rukia fechou os olhos e logo sentiu os lábios de Ichigo esbarrarem nos seus, contudo, não ficaram assim por muito tempo. Ichigo endireitou o corpo e Rukia acabou escorando o rosto no peito dele.

– Não esquenta essa cabecinha... vai ficar tudo bem... - disse ele.

– Não vai... - rateou, manhosa.

– Vai sim... alguma vez eu te decepcionei?

Rukia o encarou nos olhos e então, num repente, o abraçou com força. Ichigo sorriu aliviado e fez o mesmo.

Minutos depois, os dois se deitaram ao pé duma árvore, o capuz que ele trazia serviu de forragem. Ichigo ficou com um braço na cintura dela e Rukia com a cabeça na curva do ombro dele. Assim, docemente aconchegados, adormeceram.

Ao amanhecer, antes que Rukia acordasse, Ichigo a levou de volta. Partiu tão sorrateiro quanto entrou, e deixou apenas um bilhete, no qual pediu que da próxima vez, fosse ela a visitá-lo, pois ele estaria esperando.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Estão acompanhando? Então, comentem por favor! ^_~