Capitulo 8 - Apportunity.

"Oportunidades nunca são perdidas, alguém vai aproveitar as que você perdeu."

- Oh, droga. – murmurou-a correndo para a porta e colocando o corpo contra esta, onde logo batidas ecoaram.

- Lucy-chan aconteceu algo? – indagou-o já sabendo o que havia acontecido.

- N-Não – gaguejou-a. – N-Não aconteceu n-nada Rogue-kun...

Ouviu-se um suspiro.

- Você sabe que eu sei que aconteceu algo não é? – indagou-o novamente.

A loira apenas mordeu o lábio e encolheu os ombros. A verdade é que nem ela mesma sabia por que ainda tentava esconder isso do moreno. De uma forma ou de outra ele SEMPRE descobria, ou parecia saber.

Um suspiro fora dado pelo Dragon Slayer da Sombra.

- Eu ouvi... – o moreno respirou fundo antes de continuar o que começara. – Eu ouvi você chorando... – murmurou.

- E-Eu... – gaguejou-a. – M-Me d-desculpe – fora tudo o que ela conseguira pronunciar antes de desencostar da porta e afastar-se da mesma já voltando a pressionar a mão contra o ferimento que a loira abrira há minutos atrás.

Fora apenas questão de segundos para o moreno adentrar no aposento e vê-la como olhar fixo no chão, enquanto podia-se ver um pouco de sangue escapar da compressa que a jovem fazia com a mão.

Inalando fortemente o ar ele pode sentir o cheiro metálico do sangue assim como também o salgado das lágrimas.

Talvez tenha sido apenas por uma necessidade básica de proteger alguém, ou pelo simples fato de que sentia que devia consolá-la. Rogue não sabia, e tentava entender o que sentia. Mas tudo o que o moreno fizera naquele momento em que a vira vulnerável fora abraçá-la, assim como fizera naquele dia de folga durante os jogos mágicos.

Ele apenas a abraçou. Mas diferente de no passado, não houve soluços nem pedidos de explicações. Eram apenas lágrimas silenciosas e dolorosas.

Após alguns minutos pode-se ouvir apenas um leve murmurar.

- Obrigado Rogue-kun – disse-a afastando-se do moreno e dando um sorriso triste. – Eu sempre acabo lhe dando trabalho não é?

- Isso não é nada – disse-o. – Além do mais... gosto de cuidar de você – informou-o tímido desviando o olhar. A loira deu apenas um pequeno sorriso triste em resposta. – Agora me deixe ver o que você fez? – pediu-o voltando-se para a maga que, relutantemente, retirou a mão do machucado.

Um suspiro atravessou os lábios do moreno e este logo a pegou pela mão arrastando-a para fora do aposento em direção ao andar inferior.

Assim que chegaram à sala Rogue mandou que a maga se sentasse no sofá enquanto este pegava o quite de primeiros socorros no armário da cozinha.

Logo o Cheney voltou este sentou-se ao lado da loira e começou a tratar do ferimento que havia no ante-braço.

Lucy não pode deixar de sorrir internamente por ver a preocupação no rosto do moreno, claro que esta também se sentia culpada por causar-lhe tantos problemas, mas também não conseguia deixar de se sentir feliz por ver que ao menos Rogue dava a ela à atenção que a mesma necessitava.

E novamente a loira pegou-se o observando. A preocupação transparecia na face do Dragon Slayer, e talvez até algo mais, enquanto o mesmo terminava de enfaixar o machucado e voltava-se para o outro braço a fim de analisar os ferimentos mais antigos.

- Já esta melhor? – o rapaz quebrou o silencio enquanto passava as ataduras nos braços da loira.

- Hm... Um pouco, eu diria – murmurou-a dando um sorriso fraco. – Isso que eu faço me faz esquecer-se de tudo, sabe?

Ele apenas acenou em confirmação.

- Mas você não pode ficar fazendo isso para sempre Lucy – a loira estremeceu ao ouvir seu nome ser pronunciado sem o sufixo. – Se eu não houvesse te encontrado no Natal, outra pessoa te encontraria e não demoraria muito para que tudo isso chegasse a seus amigos.

A garota suspirou.

- Eu sei... – sussurrou. – É só que... não da para agüentar Rogue... tem horas que a dor é insuportável... – a maga fechou os olhos contendo as lágrimas que desejavam retornar. – Eu sei que estou sendo idiota. Já faz tanto tempo... mas ainda sim... dói muito. Eu... E-Eu o amo tanto. Tanto! – chorou-a. – M-Mas... e-eu não aguento m-mais... n-não q-quero mais sent-tir essa d-dor...

O moreno apenas apertou as mãos da loira em compreensão.

O rapaz, melhor do que qualquer outra pessoa presenciou o sofrimento da maga, dia após dia, mês após mês. Ele viu com os próprios olhos enquanto ela afundava-se na tristeza e sempre que tentava voltar a seu antigo eu acabava por recorrer a meios extremos.

O moreno respirou fundo antes de pronunciar as próximas palavras.

- Lucy... – começou. – Você não precisa se agarrar a essas coisas. Isso que você faz... isso um dia pode acabar te matando – proclamou. – Eu sei que não sou ele, mas posso tentar meu melhor para você. – afirmou. Ele não possuía absoluta certeza sobre o que sentia. Era verdade que a loira fora a única garota em toda a vida dele que o fez sentir-se diferente... mais feliz. E, também, era mais do que verdade que ele queria cuidar dela e desejava sempre mantê-la próxima a si. – Por favor, dê-me uma chance. Eu compreendo seus sentimentos para com Natsu-san, mas deixe-me tentar fazer-te feliz. Eu não farei o que ele fez... eu JAMAIS ousaria fazer isso com você. E mesmo que não dê certo entre nós, eu não te abandonarei... Lucy, eu sempre estarei com você. Mesmo que você me odeie.

Por um momento a loira ergueu o olhar logo se deparando com as orbes cor de sangue do moreno encarando-a.

Uma chance... As palavras ecoaram em sua mente. Eu não farei o que ele fez... E mais uma vez ressoaram por sua mente desgastada.

Não seria errado para ela buscar felicidade. Natsu havia feito isso não é mesmo? O que a impediria?

Com os olhos marejados a loira permitiu-se jogar-se nos braços do moreno e afundar-se em um abraço caloroso.

- S-Sim...