Capitulo 10 – Honesty.

"O poder da beleza transforma a honestidade em meretriz mais depressa do que a força da honestidade faz a beleza se assemelhar a ela." – William Shakespeare

Respirou fundo após dar o ultimo gole. Logo em seguida depositou a garrafa vazia sobre a mesa e suspirou já erguendo-se e tomando rumo ao andar superior.

Nem de longe alguém diria que aquele era realmente o ultimo dia do ano.

Arrastou os pés pelos degraus e logo chegou ao topo. Seguiu seu rumo pelo corredor e em poucos segundos já se encontrava frente a porta entreaberta do quarto da loira.

Empurrou a porta de madeira, mas parou assim que a bela melodia invadiu-lhe a audição.

A voz da maga anestesiou seus sentidos e tomou posse de seu corpo. Era uma musica singela, mais ainda sim era bela a sua forma triste. E quando esta cessou o moreno logo saiu de seus devaneios pelas breves lembranças que a musica havia lhe trazido.

Respirou fundo antes de adentrar no cômodo e varrer o local com o olhar em busca de Lucy. Assim que seus olhos scarlets pousaram sobre a porta da varanda aberta ele pode ver a silhueta feminina apoiada no pequeno muro de pedra observando o céu escuro.

Assim que deu-se pela presença do rapaz a garota virou-se para o mesmo e sorriu. Um sorriso simples, mas ainda sim mostrava felicidade.

- Venha, venha... – chamou-a. – O céu está lindo hoje.

E lentamente o Dragon Slayer seguiu caminho para próximo a loira. E quando já encontrava-se ao lado desta, ergueu o olhar para o céu logo deparando-se com a imensidão negra com diversos pontos luminosos, claro que alguns escondidos pelas nuvens ainda presentes.

Mas não fora as estrelas que lhe chamaram a atenção. Muito pelo contrario.

Sorrateiramente ele roubou um olhar da face alegre da jovem maga ao seu lado. Esta sorria como nunca. Seus olhos brilhavam tamanha era a alegria que sentia. E tal sorriso apenas fez o mago sorrir pequeno em resposta. Talvez não houvesse nada de errado com ela... talvez tudo aquilo de mais cedo houvesse sido esquecido. E, talvez, ela não visse aquilo como um erro, e também não estivesse culpando-o.

- Veja Rogue-kun – disse-a aproximando mais do rapaz e enlaçando sua mão com a dele. – A Lua Azul – afirmou-a.

Assim que o olhar do moreno voltou-se para o céu ele pode ver que entre algumas nuvens fracas uma grande esfera de tom azul-claro destacava-se naquela escuridão.

- É linda... – murmurou-a encantada, quase que literalmente.

Rapidamente o Cheney desviou o olhar. Ele sabia os encantos da Lua Azul, e não queria ser pego em um destes. Apesar de que olhando de canto de olho para a loira ele pode deduzir que o encanto da Lua não parecia ser tão perigoso já que Lucy mostrava-se relativamente bem, bem até demais.

Ela virou-se para ele e sorriu mais.

- Vamos entrar, está ficando frio – afirmou-o. A maga assentiu não desfazendo em nenhum momento o sorriso.

Adentraram de volta no cômodo e seguiram para a cama onde a loira foi a primeira a deitar-se. Logo esta acenou para que o moreno sentasse-se no leito. Este assim o fez ainda intrigado pelo possível encanto que fora jogado na loira.

- Nee, Rogue-kun... – murmurou-a desviando o olhar do teto para observar o moreno. – O que você sente por mim?

Tal pergunta o pegou desprevenido. E sem saber o que dizer, o jovem apenas resolveu responder a verdade. Apesar de que isso provavelmente fosse culpa da bebida que tomara anteriormente.

- Eu gosto de você... Lu – afirmou-o. – Não sei ao certo, mas acho que eu realmente amo-te, m-mais do que já amei qualquer outra pessoa. – murmurou-o corando de leve. Jamais se sentira dessa forma então não sabia ao certo como agir perante tal situação.

E o sorriso da jovem apenas pareceu aumentar enquanto ela sentava-se e novamente enlaçava sua mão na do mago.

- Eu vou ser verdadeira com você Rogue-kun – começou-a. – Eu não sei direito o que sinto por você. Tenho uma apreciação muito grande por sua pessoa, assim como também sei que lhe devo muitos agradecimentos por ter estado comigo quando mais precisei... – a loira apenas fechou os olhos e levou a mão do rapaz a sua própria face. Lucy podia sentir o calor da pele dele contra a sua, e isso a acalmava. Assim ela continuou. – Eu só quero que saiba que ainda não estou pronta para deixar tudo àquilo para trás... não ainda, mas também quero que saiba que estou pronta para te aceitar. Por que eu quero de te amar Rogue. Tanto quanto eu amo Natsu. – dito isso ela apenas abriu os olhos fixando seu olhar nas orbes scarlets do Cheney.

- Lucy... – murmurou-o enquanto a mesma dava um pequeno sorriso apesar do rubor em sua face.

- Eu sei que nos conhecemos há apenas alguns meses, mas saiba Rogue-kun que independente de pertencermos a guildas rivais, ou até mesmo pelo fato de eu não ser uma das magas mais fortes, eu sempre estarei ao seu lado... e farei o possível e o impossível por você – e assim ela sorriu enquanto as primeiras lágrimas de felicidade escorriam por sua face. – Você é importante para mim Rogue. É mais que um melhor amigo ou um namorado. Eu sei... eu sinto no meu coração que você é alguém com o qual eu posso contar pelo resto da vida.

A fim do discurso o moreno arregalou os olhos corando mais que o necessário.

Tudo o que ele sentia por ela parecia ser correspondido. Talvez não com a mesma intensidade, mas quem sabe um dia ela viesse a amá-lo mais do que o mesmo a amava.

Delicadamente o Dragon Slayer enxugou as lágrimas da loira que apenas continuava a sorrir.

Talvez as coisas estivessem acontecendo rápido demais. Talvez todo esse pequeno discurso tenha sido obra a Lua Azul, mas prevendo os pensamentos do moreno a maga antecipou-se em dizer:

- Eu sei que você deve estar me achando maluca por dizer tudo isso tão repentinamente... ou então deve achar que é o encanto da Lua Azul – afirmou-a surpreendendo-o ainda mais. – Mas magos estelares não são afetados pela Lua. Nem pela Azul ou pela Vermelha. Somos imunes – disse-a. – Mas minha mãe me falou uma vez que a Lua Azul representa novos começos. E você Rogue-kun é o meu recomeço.