POV’ Kate

Acordei no outro dia abraçada com Jake, mas não abri os olhos. Os raios pálidos do sol do meio-dia penetravam as cortinas arroxeadas do meu quarto.

Os flashes da noite passada vieram para minha cabeça e deixei escapar um sorriso. Abri os olhos e o observei dormindo, parecendo um anjo. Beijei toda a extensão de sua mandíbula e orelha, chegando até boca, fazendo ele soltar um gemido baixo.

Levantei da cama, observando o smoking dele e meu vestido vermelho jogados no chão. Meu sorriso se alargou. Coloquei minha roupa íntima e a camisa branca dele, só para sentir o cheiro dele de novo. Logo senti dois braços musculosos à minha volta.

– Bom dia – eu disse sem parar de sorrir.

– Ótimo dia – ele beijou meu pescoço. - Como você tá?

– Derrubada. E você?

– Pensando em tudo que mudou. Tipo, tudo mesmo.

– Não tá feliz?

– Mais feliz impossível! – ele me levantou do chão e me girou no ar.

– Quer comida chinesa? – eu perguntei enquanto ele me colocava no chão.

– Claro, por que não?

Ele colocou a calça e desceu as escadas comigo até a sala, onde o dinheiro estava. Liguei para o restaurante e fiz o pedido. Me espreguicei e me joguei no sofá, enquanto Jake se juntava a mim.

– E a sua mãe? Você tem que falar com ela.

– Liguei pra ela ontem. Falei que só voltaria mais tarde. Disse que ia em uma festa na casa do pessoal do time – ele disse enquanto tirava o cabelo do meu rosto.

– Acho que vou tomar um banho. Não quero estar nessas condições quando John – o porteiro do prédio – trouxer a nossa comida.

– Te acompanho – ele disse com um sorriso de canto.

– Bem espertinho, hein? – eu o beijei.

– Se a comida não chegar daqui meia hora será grátis. Vamos nos apressar – ele me puxou escada acima, até meu banheiro.

…

Depois de almoçarmos e vermos TV, acabamos dormindo no sofá, acordando de madrugada. Ficamos conversando até quatro da manhã, até dormirmos de novo. Meus sonhos foram com minha mãe, mas não teve nenhum final trágico, pois eu acordava no meio do sonho.

Quando o relógio marcou uma da tarde, eu levantei em um ímpeto, o que fez Jake se assustar um pouco.

– O que foi?

– Meu pai! Ele vai chegar daqui a pouco, e a casa tá uma bagunça e você tá aqui! Eu tinha esquecido! – eu não respirava enquanto berrava.

– Calma. Eu te ajudo a arrumar a casa e depois eu vou embora.

– Obrigada – eu dei um beijo rápido nele e corri para o meu quarto.

Depois de arrumar tudo que estava fora do lugar, enquanto eu terminava de arrumar a minha cama, ouvi a porta da sala se abrir e meu pai conversando com uma mulher. Tiana, deu para perceber pela voz enjoada.

Jake me lançou um olhar de “o que fazer?” e mandei ele se esconder debaixo da cama. Ele entrou e quando eu abri a porta, Josh estava encostado no batente, com um sorriso estranho.

– O que você quer? – eu disse na defensiva.

– Quero o que eu não consegui da outra vez.

Ele foi se aproximando de mim até um certo ponto que eu estava encostada na parede e ele me prensando contra ela. Pegou uma mecha do meu cabelo e cheirou.

– Não sabia que usava *xampu masculino – ele disse com um sorrisinho.

– Eu vou gritar!

– Em quem você acha que eles irão acreditar? Na garota problema ou no filho da nova namorada do seu pai? É só eu cair no chão e falar que você me bateu – ele deu de ombros de um jeito maligno.

– N-nova namorada? – eu gaguejei.

– Isso mesmo – ele aproximou deus lábios dos meus, quando eu senti que ele tinha saído e ouvi um barulho de alguma coisa batendo no carpete.

Jake bufava e Josh estava caído no chão com a mão na boca.

– Se você ousar encostar em um fio de cabelo dela, se considere um garoto morto!

Logo meu pai e a coisinha chegaram para ver o que estava acontecendo e aquilo virou uma sequência de castigos. Meu pai me deixou de castigo por um mês por ter batido no Josh – ele acreditou quando o garoto disse que eu ajudei – e por Jake estar no meu quarto. Meu pai chamou a mãe de Jake, que ficou de castigo por bater no Josh e por estar em casa. E Josh nos olhou com cara de vitorioso enquanto meu namorado ia embora.

Mas o que me deixou mais triste, foi meu pai começar a sair com aquela baranga. Era traição com a minha mãe.