"Come let's crush the opposition and let us not do what we're told. We can kill the competition and break the face off of the mold. "– Revolution - 30STM

– Ela já deveria ter acordado, não?

– Eu não sei. Precisava quebrar o pescoço dela também?

Samantha ouvia as vozes sem poder distingui-las, abriu os olhos focalizando de imediato olhos azuis pairando acima dela. Afastou-se sentando encostada a parede atrás de si.

Em um movimento rápido ela correu para o outro lado daquela cripta trancando a si mesma em um espaço menor. Ela podia não sair logo dali já que a porta que levava as escadas estava trancada, então não deixaria que eles fizessem nada com ela por aquele tempo também.

Agradeceu mentalmente por seu Poder estar forte ao ponto de ter a capacidade de ver tudo ao seu redor sem estar mesmo reparando em algo.

O de olhos azuis bateu as mãos contra as grades sorrindo de lado.

– Vejo que você é rápida. – ele forçou o portão, sem nenhum resultado. – Permita que eu me apresente---

– Eu sei exatamente quem você é. – Samantha interrompeu.

Aquilo o fez ficar confuso por um momento assim como o outro mais atrás dele.

– Damon. – disse enojada. Em seguida olhou para o outro. – E Stefan. Os irmãos Salvatore, a que devo a honra?

Damon não gostou nada daquele atrevimento e tamanho escárnio.

– Já que nos conhece por que não diz quem você é então? – Stefan se aproximou.

– Eu acho que prefiro o anonimato. – Samantha fingiu uma expressão pensativa.

Ela adoraria passar um tempo irritando os irmãos Salvatore, nem mesmo sabia o porquê, mas algo em si dizia que não podia confiar neles. Talvez fosse o excesso de Poder devido a tanto sangue, isso sempre mexia com ela. Fazia a parecer alguém diferente. Mas então se lembrou de que eles moravam em Mystic Falls...

– Eu não acredito que vocês me trouxeram pra cá. – disse não contendo a euforia.

Damon e Stefan trocaram olhares rápidos.

– Você pode não ter percebido... – Damon começou. – Mas em meio a essa sua matança desenfreada você chegou aos limites da cidade.

Sammy semicerrou os olhos se quer havia percebido isso.

– Apenas a paramos antes que fizesse mais estragos. – Stefan finalizou.

– Eu particularmente não me importava. – Damon deu de ombros. – Klaus deveria se importar com isso não nós. Era esse o acordo ele lá e nós cá, mas não... Stefan o defensor dos humanos tinha que se meter.

Stefan olhou bravo para o irmão.

– Que seja. – Sammy disse antes que aquilo virasse uma discussão em família. - Já acabaram com a minha diversão agora será que eu posso ir embora?

– Não ainda. – Damon sorriu ladino. – Primeiro por que não nos diz seu nome?!

– Samantha. – resolveu dizer logo.

– Você é um dos híbridos de Klaus. – Stefan deduziu. – Achei que todos vocês fossem ensinados a não chamar tanta atenção assim.

– Eu não sou um maldito lobisomem. – Samantha se irritou.

– Não sabia que existiam apenas vampiros naquela cidade. - Stefan parecia pensativo.

Samantha bufou e foi se sentar longe das grades, longe deles.

Damon e Stefan trocaram algumas palavras, porém baixo demais para que Samantha ouvisse mesmo tomada de Poder como estava.

Esperou que eles terminassem e se voltassem a ela.

– O que vocês pretendem? Manter-me aqui até que eu faça um juramento de matar apenas coelhos na floresta? – Sammy perguntou.

Damon riu e mandou um olhar sugestivo a Stefan que rolou os olhos.

– Acho que eu gostei dessa garota. – Damon disse ainda sorrindo.

– Eu realmente não tenho tempo pra isso. – Samantha murmurou a si mesma.

Foi até as grades e abriu, por um momento Stefan e Damon se afastaram dando-a passagem, mas no momento seguinte foram para cima dela prendendo-a contra a parede.

– Klaus mandou você não foi? – Stefan inquiriu. – Você era o motivo dele aparecer por aqui nesses últimos dias não é?

Samantha não entendia nada. Sentiu a força – o Poder – em cada célula de seu corpo, sentiu a mudança nos olhos e então os empurrou para longe de si.

Foi uma das cenas mais adoráveis de ver, os Salvatore caídos a seus pés.

Damon levantou tentando acerta-la, mas Sammy desviou graciosamente. O mesmo aconteceu quando Stefan investiu contra ela.

Samantha quase não acreditou no que seus olhos viam – e quase riu da cena. – Damon pegará algo entre os dedos que queimava sua pele. Verbena. Jogou em seu rosto – Sammy achou que era para distrai-la.

A garota limpou a planta do rosto e olhou para ele indiferente.

– Não seja idiota.

Eles olhavam para ela boquiabertos.

– Como uma vampira não é queimada por verbena? – Sammy fingiu uma expressão de descrença. – Segredo.

Ela virou e caminhou para longe dali sem olhar para trás. Sabia que eles ficariam um bom tempo tentando entender o que acabara de acontecer ali antes de se meter com ela de novo.

*

Samantha andou pelas ruas da cidade quase vazias por conta do horário, era cedo. Havia pessoas abrindo seus estabelecimentos, outras caminhando. Nada muito conveniente.

Observou um estabelecimento que parecia ser mais... Reservado, havia apenas uma pessoa ali – ela podia sentir – e foi ali que Sammy entrou.

O rapaz levantou os olhos dos papéis em cima de uma mesa ao ouvir o som da porta sendo aberta.

– Não estamos abertos ainda. – disse.

Samantha apareceu a sua frente se apoiando na mesa deixando o rosto a centímetros do dele.

– Eu sei. – cantarolou. – Mais eu precisava de ajuda, Matt.

O rapaz a encarou confuso.

– Como você sabe o meu nome? – perguntou desconfiado.

Essa era uma boa pergunta. Samantha sabia o nome de pessoas que ela nunca havia visto antes. Só havia uma forma de isso acontecer e ela avaliaria essa questão depois.

– Como eu não saberia? – Sammy sentou na cadeira a frente dele. – Você trabalha aqui, todo mundo te conhece! – falou com obviedade.

Matt ponderou.

– Então por que eu nunca te vi aqui antes?

– Por que... Por que... – Sammy o imitou com uma voz firme. – Você faz muitas perguntas sabia?

Matt riu minimamente, na verdade parecia sonolento.

– E qual seu nome?

– Srta. Encrenca.

Matt riu de novo.

– Vou fazer outra pergunta. – ele avisou fazendo Sammy rir junto a ele. – Você disse que precisava de ajuda. O que quer?

Sammy sentiu o tão conhecido desconforto na gengiva e a queimação na garganta, era insano tendo em visto o quanto havia conseguido há algumas horas.

Desviou o olhar das veias do garoto e se obrigou a parar de ouvir seus batimentos cardíacos.

– Eu preciso de um café forte. – Voltou a olha-lo nos olhos. – É apenas do que eu preciso Matt.

– Eu não deveria, estamos fechados ainda. Mas, eu preciso de um também.

Samantha sorriu agradecida. Seguiu-o até o balcão.

Minutos depois ele colocou duas xicaras sobre o balcão uma para si e outra para ela.

Samantha sabia que havia verbena ali, assim como na pulseira que ele usava. “Agradeço ao meu lado humano por não haver complicações”.

Pegou a xícara bebendo um longo gole, Matt acompanhava com o olhar. Ele tinha duvidas de se ela era vampira ou não. Era até fofa aquela expressão dele de curiosidade.

– Fofo. – Sammy acabou dizendo em voz alta.

– O que é fofo? – Matt perguntou bebericando o próprio café parecia mais aliviado agora.

– Quem é fofo?! – Sammy corrigiu. – E é você! – ela se inclinou para apertar suas bochechas.

Matt fez careta.

Samantha sentia-se a vontade com ele, como há muito tempo não se sentia perto de um humano.

– Você parece alguém que eu conheci. – ela disse tentando afastar a melancolia de si.

– Um ex-namorado? – Matt sugeriu.

Ela não respondeu, apenas encarou a xicara no balcão.

– Eu pergunto demais. – Matt concluiu.

Sammy sorriu de lado.

– Mas sabe o que eu percebi? – Matt deu a volta parando ao lado dela. – Eu não sei seu nome. O nome de verdade.

– Por que não me chama de Sammy. – ela sugeriu.

– Sammy. – ele repetiu.

Foram interrompidos quando a porta da frente foi aberta. Matt virou-se para ver quem era e Samantha voltou a beber seu café tranquilamente.

– Desculpe atrapalhar o momento... – fez uma breve pausa. – Seja lá o que vocês estavam fazendo aqui há essa hora. – havia impaciência em seu tom. - Mas eu preciso falar com você Matt.

Samantha se virou para ver quem era a dona da voz.

– A sós. – ela disse lançando um olhar sugestivo a Sammy.

Samantha de imediato reconheceu aquele rosto, o mesmo dos desenhos de Klaus. Caroline Forbes. E de imediato também passou a odiá-la.

– Ele está ocupado agora. – Samantha disse calmamente. – Por que você não volta depois?

Caroline olhou para ela com desprezo e voltou o olhar para Matt como se disse “Quem liga para o que essa humana desconhecida diz?”.

Samantha levantou e de repente o ambiente parecia carregado. Tenso.

Caroline observou a outra, reparando realmente nela pela primeira vez. Era um belo contraste, a loira de olhos verdes e a morena de olhos completamente negros; Samantha tinha um ar de rebeldia e sensualidade. O modo como seu olhar era expressivo e pelas roupas apertadas. Caroline era mais discreta e elegante.

Sammy de forma alguma se sentia incomodada pelo olhar da outra. Se ela se sentia incomodada por um decote e shorts curtos... Talvez devesse reclamar com Klaus, além do mais ele lhe dera aquelas roupas.

– Quando terminar de analisar minha roupa deveria dar meia volta e voltar apenas quando Matt estiver sozinho. – disse Samantha.

Caroline sorriu ironicamente e avançou um passo em sua direção.

– Por que você não segue seu próprio conselho?

Samantha viu suas pupilas dilatarem.

– Ah, você está tentando me compelir. – falou com indiferença.

Caroline recuou um passo momentaneamente atordoada. Matt parecia intrigado.

– Caroline você pode esperar lá fora por um momento? – Matt perguntou entrando a frente de Caroline.

A garota semicerrou os olhos.

– Matt!

– O quê? – o rapaz arregalou os olhos.

– Você está escolhendo ela á mim.

Sammy sorriu satisfeita o que fez Caroline avançar para ela na super velocidade. Envolveu o pescoço dela com uma das mãos.

– Se sabe sobre vampiros sabe também que eles podem matar um humano facilmente. – falou ameaçadora.

– Sei também... – Sammy girou o braço dela de forma a prender Caroline de costas para si, torceu o braço dela. – Que você vai pensar duas vezes antes de tocar um dedo em mim da próxima vez.

Matt assistia a cena impotente. O que ele podia fazer? Como Sammy podia fazer aquilo?

Sammy podia ter parado por ali, mas a onda de Poder que corria por suas veias era impossível de ser controlada. Ou talvez ela sequer tenha tentado controla-la alguma vez.

Ouviu primeiro o barulho de ossos se partindo depois os gritos de Caroline.

Sammy a soltou esperando que ela tentasse mata-la – ou algo assim – e foi o que Caroline tentou.

Sammy não precisou fazer muito, o que era uma vampira adolescente com um braço quebrado depois de um desentendimento com dois vampiros experientes?

Sammy ergueu Caroline pelo pescoço olhando fundo em seus olhos.

– Você é tão insignificante. – disse apertando mais a mão em seu pescoço. – Eu realmente não entendo o que Klaus viu em você.

– Klaus. – Caroline repetiu fraco por conta do aperto. Sammy ouviu Matt repetir também.

– É, Klaus. – riu sádica. – Você tem um rosto bonito admito, mas francamente alguém como Klaus precisa de alguém com ‘pulso forte’ se é que você me entende. E isso... – Samantha apertou mais. – É algo que você claramente não tem.

Caroline era puxada a inconsciência, mas antes que acontecesse Samantha a soltou. A loira caiu no chão com a mão tocando levemente o pescoço e tossindo sem parar, Samantha pode ver as marcas de seus dedos ali. Um dos braços sangrava e outros pequenos cortes estavam espalhados pelo corpo da moça.

Matt foi até ela se ajoelhando a seu lado para ajuda-la.

– Você vai sobreviver. – Sammy disse a ela.

Caroline olhou-a com ódio, Matt com... Desapontamento?!

Talvez processando o que acabara de acontecer, além do mais ele não sabia que ela era uma vampira.

Ao ver a expressão dele Samantha deixou o sorriso preponente morrer.

– Eu não sou a boa garota aqui, Matt.

Ela se virou para ir embora.

– Foi um prazer Matt. – disse lançando a ele um ultimo olhar antes de partir.

Ao sair para a luz do dia o sorriso retornou a seus lábios. Samantha Robertson nunca mudaria.