Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 50
End of the Beginning


Notas iniciais do capítulo

Sim, é o último. T_T todos choram?
Volto no dia 14/07 com o Epílogo. Don't be late guys



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Is this the end of the beginning?

Or the beginning of the end?

Losing control or are you winning?

Is your life real or just pretend?

Black Sabbath - End of the Beginning





– Uma linha não deve machucar tanto assim, pare de chorar loira. - Carter arrastou Rebekah para longe dali.

Ela olhou para trás, vendo que Sammy ainda tentava falar com Niklaus mesmo que claramente ele estivesse preso naquele encanto provocado por Carter.

– Vamos dar um momento a eles. - Carter disse sorrindo para ela. - Eu não sou um monstro afinal.

Eles andaram para bem longe e então fizeram uma curva em uma rocha gigante.

Era ali que eles estavam mantendo Henrik.

Os dois vampiros de Carter estavam desmaiados no chão e sua mãe, Clarissa ao canto com a mão ensanguentada.

– O que aconteceu aqui?

Carter foi preocupado até ela, largando Rebekah que logo foi para perto do bebê.

Rebekah pegou Henrik no colo, sua boca suja de sangue. Os olhos dele brilhavam em amarelo e seu corpo parecia quente demais para a madrugada gelada que estava sendo.

Havia vento naquela parte, um vento que não parecia natural.

Rebekah não podia falar então levou a mão aos lábios dele. Ela não era uma expert sobre bebês, mas sabia de duas coisas:

Um bebê não deveria ter dentes.

Um bebê não deveria ter dentes pontudos como os dela.



*



Pareceu uma eternidade enquanto Sammy assistia impotente enquanto o isqueiro voava em sua direção.

Um milésimo de segundo em que sua vida deveria passar por sua cabeça, mas a única coisa que via era Henrik.

Seu pequeno Henrik...

Ela fechou os olhos se rendendo ao seu fim.

Deveria estar doendo. Ela estava queimando...

Ou pelo menos devia estar.

Abriu os olhos e percebeu que a menos de um centímetro de si, Klaus havia pegado o isqueiro.

Pegado antes que a alcançasse.

Antes que as chamas tomassem conta de si.

Antes que fosse seu fim para sempre.

– Klaus, você---

– Sou eu. - ele concordou.

Jogou o objeto para longe.

– Vou te tirar daqui, não sei quanto tempo até que Carter possa me controlar completamente.

Ele puxou as correntes que a prendiam com precisão e rapidez.

Sammy cambaleou tonta pelo cheiro, pelos machucados.

– Rápido. - Estendeu o pulso para ela. - Vai se curar mais rápido.

– Não, nós precisamos sair daqui e achar Henrik e Rebekah.

– Você fará isso depois que puder se aguentar em pé.

Klaus mordeu o pulso, puxou-a para perto e forçou o rosto dela contra o sangue.

Enquanto sugava Sammy pensou naquela cena como revivendo algo que aconteceu assim que ela conheceu Niklaus.

Klaus se agachou a seu lado tomando-a em seus braços. Cortou o próprio pulso estendendo–o para ela em seguida. Samantha parecia relutante em aceitar, então Klaus forçou o braço contra seu rosto.”

Nada mudava?

Se afastou dele limpando o rosto.

– Vamos embora.

– Eu não posso. - ele disse sério. - Não enquanto não for seguro para vocês.

– Vamos matar Carter e você estará livre da maldição.

– É o que eu vou fazer, mas quero você longe caso ele consiga ativar isso.

– Eu não vou embora sem você.

– Eu não estou te dando opções aqui Samantha! - Klaus falou mais alto. - Saia daqui agora!

– Não, Niklaus!

Ela afastou algumas lágrimas do rosto enquanto olhava para ele.

A expressão dele era um pesar que ela jamais imaginou ver na vida.

– Não era pra nada disso estar acontecendo! - Klaus gritou.
– É minha culpa.
– Pare de se culpar! - disse transtornado. - Saia daqui e leve Henrik com você. Apenas suma da minha frente agora!
Samantha olhou abismada para ele.
– Eu não vou sair daqui sem você Niklaus!
– Samantha, por favor...
– Eu não sei nada sobre ser uma boa mãe e também não sei se um dia serei... - Sammy respirou fundo - Mas eu sei que deixar o pai do meu filho pra trás seria um erro. - Foi até ele colocando o rosto dele entre as mãos. - Henrik precisa de você tanto quanto precisa de mim.
– Somos uma família. - Ele sorriu minimamente.
– Nós somos. - Ela concordou. - A família que você sempre quis, uma família que eu nunca tive.
Klaus gritou e seus olhos mudaram.
– Klaus, não.
Sammy se afastou alguns passos.
Em seu rosto era possível ver a força que ele fazia para controlar aquilo.
– Mas isso precisa acabar. - Falou, voltando a si. - Essa maldição. Você está ligada a ele, não posso matá-lo porque atingirá você! Vá embora!
– Eu sei como reverter isso.
– Não se arrisque. - Era uma súplica.

Sammy mordeu o lábio inferior fortemente.
– Uma última vez para o nosso bem. - Murmurou para ele.



*



– Foi de repente. - Clarissa disse.

– Foram eles? - Carter apontou os homens ao chão.

– Não. - ela parecia aérea. - O chão parecia se mover, eles começaram a agir estranho entre si. Talvez uma briga por algo que um tenha dito ao outro enquanto eu estava dispersa com a criança. Eu não sei...

– Você tentou interferir numa briga entre vampiros?! - Carter quase gritou.

– Claro que não. - Clarisse olhou em seus olhos. - Henrik me mordeu.

– Menos mal. - Carter sorriu aliviado.

– Menos mal? - ela repetiu. - Estou sangrando, essa mordida arde como o inferno.

– Disso eu não sei. - ele fez careta. - Nunca fui mordido por um vampiro ou por um bebê. Ou estive no inferno.

Pegou a mão dela por entre as suas. O local estava ficando em tom roxo e preto.

– Ele te pegou de jeito.

Então Carter franziu o cenho olhando para Henrik no colo de Rebekah mais afastados e então para ela novamente.

– O bebê te mordeu? Ele não tem dentes.

– Não tinha. - ela corrigiu. - Há horas atrás não tinha.

– Meu pequeno milagre! - Carter sorriu maravilhado.

Foi na direção deles, Rebekah se afastou com ele.

– Não tente fugir de mim.

Carter apertou os dedos para um truque que ele havia aprendido. Rebekah deveria agora estar sendo arrastada em sua direção mesmo contra sua vontade.

Mas não estava.

Carter tentou novamente sem sucesso.

Havia uma barreira invisível o impedindo, ela parecia uma rocha no chão.

Ou... Que estivesse com a rocha nos braços.

– E as coisas só melhoram! - Carter gritou irritado.

Andou na direção deles.

Dessa vez Rebekah não se moveu.

Internamente ela gritava para Henrik continuar fazendo o que quer que estivesse fazendo naquele momento.

Outro barulho fez Carter desviar a atenção deles.

– Algo errado lá. - Clarissa disse. - Tem certeza que Klaus estava controlado?

– Sim, é claro!

– Então vá verificar, eu fico com eles.

Carter olhou em dúvida para ela.

– Seus vampiros já estão acordando também. - Clarisse disse.

– Certo, volto em um minuto.

Ele passou por Rebekah olhando para Henrik em seus braços.

– Eu volto por você.



*



– Por favor, Niklaus. Eu sei que você ainda está aí! Em algum lugar! - Sammy gritava.

– A essa altura eu achei que já teria churrasco de Samantha. - Carter comentou irônico. - Não acredito nisso.

Klaus olhava para o isqueiro que não acendia de maneira alguma.

Carter o tomou de sua mão.

Estava vazio.

– Te transformei num controlado não em burro! - Carter reclamou. - De qualquer forma, eu achei que essa porcaria estava mesmo cheia.

– Carter, por favor! Deixe-me ver Henrik uma última vez! - Sammy não conseguia controlar as lágrimas. - Por favor.

– Eu vou te contar uma coisa. - Carter olhou para ela. - Ele tem dentes.

Samantha pareceu confusa.

– Legal, não é?! Ele é mesmo especial. - Carter completou.

Tirou um frasco de dentro do sobretudo que usava.

– O que vai fazer com Klaus? - Sammy perguntou.

– Tenho algumas ideias. - ele respondeu. - Mas no final ele se juntará á você.

– Disso eu não tenho dúvidas. - Samantha contrapôs.

– Não vamos começar a ser sentimentais. - Carter encostou dois dedos a sua testa, empurrando-a a escuridão. - É como dizem... Se quer algo bem feito, faça você mesmo.



*



– Entregue ele para mim. - Clarisse estendeu os braços.

Rebekah estava irredutível.

– Não faça disso um drama. - andou mais um passo em sua direção. - Não pode falar, mas resolveu ser difícil? Vamos Rebekah, entregue Henrik!

Tão rápido quanto ela avançou veio a resposta.

Clarissa caiu de joelhos sentindo-se ser sufocada. Nenhum ar passava por sua garganta. Seus olhos pareciam queimar.

Rebekah assistiu enquanto lágrimas de sangue jorravam dos olhos dela e ela levava as mãos ao pescoço como se tentasse afastar algo dali.

Henrik mexia muito e chorava, mas Rebekah não tinha dúvidas de que ele estava fazendo aquilo.

Clarissa caiu no chão sem se mover.

Vamos ajudar seus pais agora.” ela pensou.



*



Sammy respirou fundo, buscou a tranquilidade que ela sabia não ter. O cheiro forte do combustível fez sua cabeça doer. O líquido estava espalhado por todo seu corpo e pingava pelos fios de seu cabelo.
– O que você vai fazer? - Perguntou cautelosa.
Carter sorriu de lado.
Rodou a caixinha de fósforo numa mão e um isqueiro na outra.
– Só... cuide do nosso filho, Niklaus! - Disse mais alto.

– Para um vilão ser bem-sucedido ele deve fazer primeiro e explicar depois. - Carter jogou o isqueiro vazio para o lado. - Vamos lá.

Pegou um fósforo.

– Você vai morrer Carter. - Samantha disse séria.

– Eu sei e você também. - ele disse e acendeu o fósforo. - A diferença é que você vai agora.

O jogou na direção dela.

Samantha desviou no último segundo.

O lugar que ela estava, agora estava coberto de chamar e Carter olhava atordoado para ela.

– Estava cansada de fingir que estava com elas. - Sammy jogou as correntes na direção dele.

Carter foi desviar e esbarrou em Niklaus no processo.

– Gostou de achar que estava me controlando? - Sussurrou no ouvido dele. - Isso acaba agora garoto.

Klaus expandiu as presas, os olhos ficando amarelos.

– Não! - Carter gritou, correndo dali.

Samantha impediu que ele fosse tão longe.

– Seja homem e fique até o fim do espetáculo. - ela disse.

– Eu-- Samantha. Não, por favor. - ele murmurou.

– Como você disse anteriormente? “Se quer algo bem feito, faça você mesmo.” – Sammy sorriu irônica. Puxou-o pelos cabelos. - É assim que acaba para você!

Carter fez movimentos com as mãos.

– Não é assim que acaba! - Carter gritou furioso.

Sammy e Klaus ouviram o mesmo barulho ensurdecedor na cabeça.

Samantha não podia usar os Poderes, ainda precisaria do pouco que tinha. Sua cabeça parecia prestes a explodir. Niklaus estava da mesma maneira.

– Não é assim! - Então ele correu para longe.





Eles foram liberados no mesmo instante daquela dor.

Sammy olhou para Niklaus, sorriu de lado e mostrou os fios de cabelo de Carter.

Disse algumas palavras e assentiu para ele.

Klaus pegou o pequeno talismã - que ela havia dado para ele - do bolso, passou-o pelo fogo e voltou a Samantha.

– Tem certeza? - ele perguntou.

– Vamos nessa.

Sammy gritou sentindo a pele de suas costas ser queimada pelo ferro aquecido.



#Flashback On



– Não se arrisque. - Era uma súplica.

Sammy mordeu o lábio inferior fortemente.
– Uma última vez para o nosso bem. - Murmurou para ele.

– O que tem em mente? - Klaus questionou.

– Eu fiz as minhas próprias pesquisas. - Sammy disse. - Eu sei como reverter a ligação com Carter mesmo que momentaneamente.

– E o que isso significa?

– Vamos fazer ele voltar a sentir tudo o que acontece comigo.

– Isso não soa bem. - Klaus disse. - Isso envolve você se machucando?

– Eu vou me curar, mas vai atrasá-lo também.

Klaus pensou por um segundo.

– Temos que matá-lo. - ele disse.

– Sim. - Samantha concordou. - Apenas siga o meu plano e conseguiremos.

Ela tirou do bolso o pequeno talismã.

– Presente da Leila. - ela disse. - Tudo o que eu preciso é de cabelos dele...



#Flashback Off



Carter parecia correr em círculos.

Ele piscou várias vezes, passou a mão pelos olhos.

Era a mesma rocha, de novo e de novo.

– Não!

Sentiu as costas serem queimadas.

E então uma pontada em sua perna que o fez cair de joelhos.

Havia muito sangue se espalhando por sua calça.

– Pare com isso, Samantha! - ele gritou.

Outra dor atingiu seu abdômen.

Era como ter seu corpo atravessado por um braço, com mãos que massageavam seus órgãos internos.

Cuspiu sangue.

Tentou usar seus Poderes, mas como poderia afastar aquilo que ele não via?



*



Klaus sustentou o peso de Samantha.

– Chega. - ele falou. - Não vou machucá-la mais.

– Está tudo bem. - Samantha disse com dificuldade. - Carter já não vai tão longe agora.

Klaus olhou para o abdômen dela e sua perna. Estavam curando rapidamente. Parecia ter dado mesmo certo.

– Eu vou atrás dele. - Klaus colocou-a sentada no chão.

– De jeito nenhum. - Samantha segurou a mão dele, impedindo-o de ir. - Você já viu como as coisas dão errado quando resolvemos nos separar.

– Não temos tempo para isso agora. - Klaus suspirou.

– Samantha! Niklaus!

Eles olharam para trás.

Rebekah vinha até eles com Henrik no colo.

– Vocês estão bem. - ela disse aliviada. - Precisamos sair saqui.

– Fique com nosso filho. - Klaus pediu olhando para Samantha. - Saia daqui com eles.

– Carter é um problema meu. Eu vou acabar com isso. - Samantha levantou, ignorando a dor e o sangue.

– Não me diga que vocês vão atrás de Carter.

– Nós vamos. - Samantha disse incisiva. - Por favor, vá embora com ele.

Rebekah assentiu.

Sammy beijou os cabelos loiros de Henrik, quando foi se afastar ele segurou seu dedo com a mãozinha.

– Hey, eu vou voltar por você. - ela sussurrou.

Os olhos de Henrik brilharam. Samantha sentiu algo se agitar dentro de si.

Não havia dor ou sangue.

Seus Poderes pareciam completos.

Samantha ficou estática enquanto Niklaus falava alguma coisa para Rebekah.

– Samantha? - ele parou a sua frente. - Você está bem?

– Acho que devemos ir todos juntos. - ela disse ainda atordoada.

– Levar Henrik diretamente para Carter? De jeito nenhum!

– Ela está certa. - Rebekah se pronunciou.

Klaus olhou de uma para a outra.

– Eu não vou tentar entender.

– Não entenda. - Sammy sorriu de lado. - Vamos acabar com o Sr. Gray.*¹



*



Pelos gritos de xingamento não foi difícil encontrá-lo.

– Eu faço isso. - Sammy falou decidida.

– Estaremos aqui. - Klaus concordou.



Carter foi andando de costas tentando se livrar daquilo, de repente Samantha estava a sua frente segurando-o pela camisa.

A ilusão ao qual estava submetido havia sumido e ele percebia agora que se não fosse por ela ele teria caído no abismo.

– Sammy, você me salvou.

– Não. - ela deixou-o apenas um passo para que não caísse. - Se fosse assim seria muito fácil para você.

– Vai me torturar? - Carter olhou ao redor, pensando em como sair dali.

– Clarissa está morta assim como seus vampiros. - Samantha informou.

– Não, não! Você não pode tê-la matado! - Lágrimas surgiram em seus olhos.

– Não matei. - Sammy deu de ombros. - Mas vou agradecer quem o fez.

– Vadia insana!

Samantha o segurou pela garganta e olhou fundo em seus olhos enquanto dizia as seguintes palavras lentamente.

– Diga ao diabo que mandei lembranças quando você voltar pro lugar de onde veio!*²

– Direi. - Carter gargalhou. - E perguntarei quando poderei voltar para levá-la comigo.

E então Carter caiu no abismo. Como se fosse puxado.

Ou empurrado.

Fechou os olhos, respirando fundo.

Samantha ouviu atentamente enquanto seu corpo batia contra as pedras e seus ossos iam se partindo.

Olhou para trás, Henrik no colo de Rebekah com Niklaus.

O Poder dele parecia muito maior do que o dela. Mesmo agora que já estava livre de Carter.

Talvez Rebekah e Niklaus não pudessem sentir da mesma maneira que ela, mas Samantha sabia a grandiosidade do Poder do pequeno.

Era demais para um bebê, era demais para qualquer um.

Niklaus foi até ela, envolvendo-a em seus braços.

– Você está bem? - perguntou.

– Sim.

– Vamos sair daqui. - ele disse conduzindo-a.

– O que aconteceu com os outros vampiros e a Clarissa? - Samantha perguntou.

– Estão desmaiados. - Rebekah respondeu.

– Resolverei isso agora.

Samantha não disse nada.

Rebekah entregou Henrik para ela.

– Deixe Clarissa viva. - ela pediu. - Quero trocar uma ou duas palavras com ela antes.



*



Clarissa estava encostada a uma rocha, estava tão machucada internamente que ela só se concentrava em inspirar e expirar.

– Tudo isso porque você queria se vingar de mim. - Sammy disse. - Não parece um motivo bom o bastante.

– Eu não precisava de um motivo. - ela disse com dificuldade. - Você é um monstro.

– Tudo o que eu fiz foi por sobrevivência. - ela disse. - Isso não é ser um monstro.

– Deus tenha pena das pessoas que ficarem próximas ao filho do mal. - Clarissa cuspiu sangue no chão. - Criança maldita.

– Henrik fez isso com você?

– O que você acha?

– Acho que Henrik terá a sorte de crescer numa família onde ninguém vai querer machucá-lo. - Sammy respondeu.

– Um Robertson já nasce amaldiçoado. - Clarissa riu com escárnio.

– Apenas me diga uma coisa. - Samantha abaixou ao lado dela. - Meus pais foram felizes? Juntos?

– O casal mais feliz do mundo.

Sammy sorriu.

Ela ia começar a dizer mais coisas que com certeza seriam ofensas a Samantha, então Sammy apenas usou os Poderes para deixá-la sem voz.

– Não quero seu sangue em minhas mãos. - Sammy levantou se afastando. - Considere uma atitude de uma nova era da família Robertson.



*



* 1 Semana depois *



– Só pode ser brincadeira! - Samantha falou em tom divertido.

Klaus observou enquanto ela dava pulinhos pela casa.

– Isso é incrível. - ela disse. - Você precisa vir pra cá ou eu vou até você.

– Hey. - Klaus puxou-a para um abraço. - Não importa com quem está falando, mas essa pessoa pode vir, porque você... - Ele olhou em seus olhos. - Não vai sair de vista tão cedo.

Sammy sorriu de lado.

Colocou o celular no viva-voz.

– Leila, Niklaus está aqui.

– Ah é a Leila. - Klaus franziu o cenho. - Já faz um tempo desde que nos vimos.

– Isso quer dizer que sentiu minha falta? - A bruxa riu do outro lado da rua.

– Não exatamente. - Klaus respondeu no mesmo tom brincalhão.

– Conta pra ele. - Sammy pediu.

Klaus olhou desconfiado para ela.

– Eu... - Leila começou a dizer.

– Leila está grávida! - Samantha gritou de repente, interrompendo.

– É, isso.

Samantha tinha certeza que ela estava rolando os olhos nesse momento e posteriormente rindo dela.

– Wow. - Foi tudo o que Klaus disse.

– Difícil de acreditar? - Leila perguntou. - Não está sendo fácil pra mim também.

– Não, é só que... - Klaus pensou por um minuto ou dois. - Não era a noticia que eu poderia sonhar em estar recebendo de você.

– Isso é tão incrível. - Samantha disse. - Você precisa vir pra cá Leila.

– E quanto ao pai da criança? - Klaus questionou.

Recebeu um olhar feio de Samantha.

– O que? Eu só queria saber. Ou é uma criança milagrosa concebida via pensamento?

– De criança milagrosa já basta a de vocês. - Leila riu. - É claro que há um pai.

– O nome dele é Anthony. - Samantha adiantou.

– E não vamos esperar por nenhuma ajuda dele, ele não sabe nada de como ser um pai. - Leila completou.

– Talvez eu devesse ter uma conversa com esse Anthony. - Klaus disse. - Além do mais, há meses você diria o mesmo de mim e veja agora...

– Ele troca até fraldas. - Samantha riu junto a Leila.

– Eu sempre soube. - ela disse. - Que no fim vocês pertenceriam um ao outro.

Samantha sorriu para Niklaus.

– Leila, precisamos desligar agora. - ele disse.

– Precisamos? - Samantha perguntou.

– É.

– Certo. - Leila disse. - O que vão fazer?

– Talvez fazer um irmãozinho para Henrik...

E então a ligação foi encerrada.



*



– Gostou da nova casa? - Niklaus perguntou.

Samantha fez sinal de silêncio para ele, estava amamentando Henrik.

Klaus sentou ao lado dela na cama.

Ele tinha uma expressão de orgulho no rosto.

Finalmente a família que ele sempre quis estava ali ao alcance de seus braços.

– Sammy. - ele chamou.

Ela desviou o olhar do bebê para ele.

– Na noite em que Carter morreu---

Samantha balançou a cabeça, não queria falar sobre aquilo.

– Calma. - Klaus disse. - É só que... Enquanto estava sendo controlado eu não podia me mover, mas tudo o que eu pensava é que não queria que nada de ruim acontecesse com você. Ou com Henrik.

Klaus suspirou.

– No último momento eu voltei a mim, pela intensidade do que eu senti. - Continuou.

– O que você sentiu?! - Sammy perguntou.

– É. Algo forte quando você disse o que estava escrito na carta.

– Não falei nada sobre isso, talvez você tenha imaginado. - Sammy sentiu as bochechas corarem, desviou o olhar.

– Hey. - Klaus puxou o rosto dela para si. - Eu sei o que eu ouvi, o que eu já sabia que estava escrito, foi... Ótimo ouvir de você.

Samantha piscou algumas vezes sem dizer nada.

– Tudo bem. Tudo ao seu tempo, sei que vou ouvir você dizer isso de novo. - Klaus suspirou e sorriu de lado. - Desde que você não espere quase morrer para isso.

– Não seja tão convencido. - Samantha riu.

– Convencido? - Ele fingiu pensar. - Eu não me importo. - Selou seus lábios aos dela. - Porque eu também te amo.



* 8 anos depois *



O garoto de cabelos escuro balançava para frente e para trás no balanço da praça.

– É a minha vez. - O loiro disse.

– Não é não. - Contrapôs.

Henrik olhou com raiva para ele.

– Você não pode brincar aqui. - ele disse. - Minha mamãe disse que você é mal.

– Eu não sou mal. - Henrik fez careta.

– Minha mãe não gosta da sua mãe. Ela é má e... e... Bruxa!

– Não fala da minha mãe! - Henrik gritou com raiva.

As folha do parque levitaram do chão e o vento bagunçou seu cabelos.

O garoto ficou estático olhando para Henrik.

Os olhos de Henrik ficaram completamente negros.

– Eu vou fazer você não falar mais da minha mãe!



*



– Não fala da minha mãe!”

Sammy ouviu o grito de raiva de Henrik.

Largou os livros de Éster no chão e foi em busca do filho.

Ele provavelmente estava no parque que havia próximo a nova casa.

Ao chegar lá encontrou uma pequena aglomeração perto do balanço.

Ele caiu” “Estava muito alto” “Coisa de criança, acontece”

Sammy passou por entre eles.

Suspirou aliviada ao ver que Henrik estava perfeitamente bem.

– Não deixe seu filho brincar aí, um garoto acabou de cair. - Uma mulher recomendou.

– Certo.

Sammy pegou Henrik no colo tirando-o dali.

Não sem antes ver a criança ferida.

Um garoto de cabelos negros, chorava e segurava o braço. Seu olhar parecia assustado ao olhar em sua direção.

Já Henrik tinha um meio sorriso nos lábios.



*



Samantha observava Henrik na banheira brincando com a água.

Uma criança de 8 anos teria no máximo alguns brinquedos ali, Henrik fazia formas com a água no ar usando a força do pensamento.

– Quer me contar sobre o que aconteceu no parque? - Sammy questionou.

Ele abaixou a cabeça.

– Você pode me contar tudo, lembra?

Ele assentiu.

– Você empurrou aquele garoto?

Ele negou com a cabeça.

– Henrik olha para mim. - Sammy ajoelhou próximo a banheira. - Conta pra mim o que aconteceu lá.

– Eu... - Ele olhou para a mãe. - Quis que ele caísse e ele caiu.

Ele parecia tão inocente falando daquela maneira, uma criança que não sabia controlar os próprios Poderes.

– E por que você queria isso?

– Ele te chamou de bruxa.

Sammy beijou seus cabelos.

– Tudo bem. Está tudo bem. - Olhou para ele. - Só vamos tentar não ter esse tipo de pensamento de novo, ok?

Henrik concordou com a cabeça.

– Ta bom, mãe.



*



– E então? - Rebekah entrou no quarto. - Henrik me contou o que aconteceu no parque hoje.

Sammy olhou para ela.

– “Está tudo bem”?! - ela questionou. - Não era o que você deveria ter dito.

– Ele não fez por mal.

– Cada diz que passa é um dia que você já deveria ter conversado com Henrik sobre isso. Sobre os Poderes dele.

– Foi um acidente.

– O que aconteceu hoje não pode ter sido um acidente, coincidência. - Rebekah falou. - Você sabe que não.

– E o que posso fazer? - Samantha se irritou.

Ela não estava irritada com Rebekah, pois tudo que a loira falava era a verdade e ela sabia disso.

– Assim como não foi na noite em que Carter morreu.

– Eu não quero pensar que o meu filho sendo apenas um bebê matou alguém. - Sammy murmurou.

– Uma pessoa e deixou mais três gravemente feridas. - Rebekah a lembrou.

Sammy suspirou ruidosamente.

– Não é culpa dele. - Rebekah segurou em suas mãos. - Ele não sabia como controlar quando bebê, não sabe como fazer isso agora e é por isso ele precisa de você. Leila esteve aqui nos primeiros anos dele, lembra o que ela disse?

“Mais forte do que qualquer pessoa que eu já tenha conhecido” “Ainda mais que você ou eu”. - Samantha parafraseou. - Eu tenho medo de não conseguir ajudar Henrik. - confessou em voz baixa. - Nós mudamos de continente para afastá-lo de tudo, e se nada adiantar e... Ele seguir o propósito pelo qual nasceu por?

– Foi esse o erro de vocês. - Rebekah disse. - Mudaram para fugir do perigo externo quando o maior perigo esta dentro. Dentro de Henrik apenas esperando para surgir.

– Não diga isso.

– Henrik é meu sobrinho e eu o amo demais, você sabe o quanto sinto a falta dele quando estou longe.

– Você e Matt já deveriam ter se mudado para cá. - Samantha murmurou.

– Não é esse o ponto da conversa. - Rebekah falou séria. - Você não pode esperar que Henrik tenha seus Poderes ao máximo para explicar para ele que o desejo de matar o próprio pai é algo que precisa ser controlado.

– Não falar sobre isso, não faz o problema sumir.

– Exatamente. - Rebekah concordou. - E conte a Niklaus o que houve há 8 anos.

– Não quero preocupá-lo com isso. - Sammy negou com a cabeça. - Você viu como ele está feliz.

– Felicidade baseada numa mentira. Faça dessa família tudo o que nós – ela se referia a ela mesma e os irmãos. - Não fomos para ele.



*



Samantha estava na sala esperando por Klaus.

Ele havia levado Henrik para um passeio pela cidade.

Quando chegou o pequeno estava sujo de sorvete e... Sangue.

– O que houve? - Samantha perguntou.

– Digamos que Henrik não quis o sabor doce do sorvete. - Klaus disse. - Precisei arruma r outra coisa para ele.

– É humano? - Sammy apontou o sangue.

– Foi só um pouco mamãe. - Henrik disse. - Ela vai ficar bem.

Klaus sorriu satisfeito.

– Nós temos a família mais estranha de todas. - Samantha riu.

– Eu gosto de como é. - Klaus deu de ombros.

– Eu também. - Henrik concordou com o pai.

Samantha adorava, mas ela seguiria o conselho de Rebekah. Se ela quisesse que sua família continuasse assim, ela precisaria de uma forma de ajudar Henrik controlar seus Poderes e para isso precisaria da ajuda de Klaus.

– Por que não vai subindo para tomar banho e daqui a pouco eu vou até lá?

Henrik concordou.

Samantha esperou ele sumir nas escadas então se virou para Klaus.

– Está tão séria. - ele estranhou. - Algum problema.

– Eu preciso te contar uma coisa. - Samantha sentou e pediu para ele fazer o mesmo.

– Não fui eu quem matou o Carter. - Disse de uma vez.

– Do que você está falando? Eu estava lá.

– Eu ia jogá-lo, Deus sabe como eu ia, mas... Naquele momento não fui eu Niklaus. Ele simplesmente foi empurrado.

– Você era a única a frente dele. - Klaus tentava entender.

– Eu sei, eu sei. - Ela suspirou. - Não foi por força física que ele foi empurrado.

– Eu não entendo... - Klaus franziu o cenho. - Você é a única com Poderes assim. E Henrik...

Samantha concordou com pesar.

– Espera. - Ele levantou. - Está dizendo que Henrik fez aquilo?!

– É horrível pensar assim, mas é a verdade Niklaus.

Ele negou com a cabeça.

– Não é possível, Henrik era só um bebê!

– E nós vimos todas as coisas que ele podia fazer sendo um bebê. E conforme ele foi crescendo, e até hoje.

Klaus suspirou.

Claro que ele lembrava de todos os ventos repentinos, coisas levitando, olhos mudando de cor.

– Achei que fosse um bom sinal que os olhos deles deixaram de ser completamente negros e ficaram azuis por um tempo. - Klaus disse.

– E agora são amarelos o tempo todo, como os seus quando está transformado.

Samantha levantou também.

– Precisamos contar para ele. - Samantha disse.

– Contar o que?

– Tudo.



*

[ -> Música



Samantha desceu com Henrik.

Klaus chamou ele, colocando-o em seu colo, Samantha sentou ao lado deles.

– Hoje nós vamos contar uma história para você. - Klaus disse.

– E sobre o que é, pai? - Henrik perguntou.

– Sobre vampiros, lobos, uma meio-humana...

– É uma história com final feliz? - ele questionou.

Klaus olhou para Samantha.

– Nós esperamos que seja. - Ela respondeu.


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Notas finais do capítulo

*¹ “Sr. Gray” foi um trocadilho por nosso Carter ser Ben Barnes que protagonizou O retrato de Dorian Grey.
*² Frase da música “Grenade” Bruno Mars

Ainda nos resta o Epílogo antes de dizer o tão temido “Adeus”, mas tem uma coisa que eu quero dizer.
Muito obrigada a cada uma de vocês que vieram acompanhando a fic desde o início (há 1 e meio mais ou menos) e também quem chegou um pouco depois.
Vocês são incríveis e podem ter certeza que tenho com muito carinho cada palavra escrita nos comentários. Agradeço as recomendações (e espero que tenhamos mais em breve hahaha). É muito gratificante saber que há alguém que gosta do que eu escrevo. Obrigada! ♡

E mais uma coisa: Se eu fosse escrever TUDO sobre Henrik, por exemplo, os primeiros meses e anos da vida dele, sentaria aqui e escreveria +50 capítulos hahaha Sei que muitas de vocês devem querer isso, então tenho uma proposta.
Escrever algumas one-shot sobre Henrik bebê/crescendo. E/ou Klaus/Samantha (num universo alternativo), posteriormente, claro. O que acham?

Algumas palavras para a autora ficar feliz, ok? Espero por vocês nos comentários. Beeeeeeeeeeijos!

See you later ;*