Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 40
Should I stay or should I go?


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo mais calmo pra vocês dormirem tranquilas... Ou não. haha



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/332644/chapter/40

"Should I stay or should I go?" - The Clash

Samantha guardou o celular no bolso da calça. Depois ela resolveria isso também.

Rebekah entrou na sala com a expressão confusa.

– O que houve? – Sammy perguntou para ela.

– Ellijah. – ela respondeu simplesmente.

Samantha lembrou vê-lo pela última vez quando ele praticamente invadiu seu quarto bombardeando-a com meias informações do que Niklaus planejava com Trina.

Quando ela finalmente soube que Henrik poderia matar Niklaus sem afetar os que por ele foram criados. E que Henrik seria capaz de criar híbridos através da mordida.

Ainda não entendia a verdadeira intensão dele por trás daquela “ajuda”, mas enquanto ele se mantinha longe e fora de alcance não havia preocupação.

– O que tem ele? – perguntou em tom desinteressado.

– Perguntou sobre você e o bebê.

Samantha ficou surpresa.

– Creio que ficou infeliz com a noticia que eu sobrevivi. – supôs.

– Não na verdade. – Rebekah ponderou. – Não pareceu isso.

– E o que pareceu então?

– Que ele vai voltar.

– Quando? – Sammy perguntou apressada. – Não quero nem pensar em dividir a mesma casa que ele mais uma vez.

– Um dia. – Rebekah suspirou. – Sinto que um dia ele voltara... Não para cá, não por agora.

– Mas por você. – Sammy completou sorrindo. – Deve ser legal ter um irmão.

– Na maior parte das vezes. – Rebekah fez careta. – Quando seu irmão não é Niklaus.

Niklaus...

– Não vejo Nik desde a madrugada. – Rebekah disse atraindo sua atenção.

– Eu também não.

Rebekah olhou desconfiada para ela.

– Bem à noite, mal durante o dia. – disse.

Samantha pensou nisso.

Ela não estava “mal” com Niklaus. Depois do que ele dissera e beijar seus cabelos ele havia saído e isso era tudo. Sem discussões, sem brigas.

– Eu vou sair, talvez o encontre pelo caminho. – Falou passando por ela. – Se importa de ficar com Henrik por algumas horas?

– De forma alguma. – Rebekah mal escondia a felicidade. – Será um prazer.

– Imagino que sim. – Sammy respondeu antes de sair.

*

Samantha na verdade não procurava por Klaus, apenas andava pela cidade relembrando cada momento que viveu ali.

Sua segunda terra.

Momentos nem sempre bons, mas o importante eram as experiências vividas. Experiências que ela levaria facilmente por toda a vida.

Era o que importava para um vampiro: as memórias. Além do mais, qualquer bem material poderia ser facilmente adquirido.

O importante era viver.

– Está tão distraída, amor.

Sammy virou para encarar Niklaus. Ele parecia diferente.

– Aqui está você. – comentou divertida.

– Aqui estou eu. – ele concordou. – O que quer?

– Nada. – Samantha fez careta. – Onde esteve?

– Por aí. – ele deu de ombros. – Pensando.

– Em mim? – Sammy provocou.

– Em algo melhor. – Klaus rolou os olhos.

Samantha fez expressão ofendida.

– Não seja tão mal comigo. – reclamou.

– Deixou Henrik com Rebekah? – Ele perguntou de repente.

Samantha assentiu.

– Faz isso com muita frequência não é?

– E qual o problema nisso? – Sammy cruzou os braços, desentendida com o rumo que a conversa seguira. – Rebekah cuida muito bem dele.

– Henrik tem uma semana de vida Samantha. – Falou sério. – Pelo que percebi durante todos os meus anos é que humanos ficam o tempo todo com seus filhos, ainda mais se forem tão novos assim.

– Os tios também cuidam. – Samantha rolou os olhos. – Via muito isso na vila.

Klaus respirou fundo proibindo a si mesmo de dizer mais alguma coisa.

– Com o que você se preocupa, afinal? – Sammy perguntou. – O que você quer? Que eu fiquei lá sendo a perfeita dona de casa?

– Você não seria perfeita em nada mais que me irritar. – murmurou dando as costas a ela.

– Realmente você está estranho. – sussurrou chamando a atenção dele.

Sammy foi até ele parando a sua frente.

– Está preocupado com o que vai acontecer quando ele for mais velho. – disse.

– Não. – Klaus olhou em seus olhos.

– Não foi uma pergunta. – Sammy suspirou. – Mas eu vou resolver isso.

– Vai? E como vai resolver isso? – Klaus arqueou a sobrancelha. – Aliás, o que “isso” seria?

– Esquece. – Sammy se afastou. – Confia em mim dessa vez, tá?

Klaus não foi capaz de concordar ou discordar, mas para Sammy aquilo era um sim.

– Então diga. – Sammy sorriu.

– Dizer o que?

– Que você vai confiar em mim! – Sammy deu pulinhos ao seu redor. – Vamos Niklaus, quero ouvi-lo dizer.

Ele mandou um beijo no ar pra ela seguindo pelo caminho contrário.

Samantha gargalhou indo atrás dele.

– Vem! – Samantha o puxou pela mão.

– Para onde? – perguntou a seguindo.

– Para qualquer lugar. – Sammy riu. – Para beber!

– Beber? – Klaus parou olhando para ela. – Caso você não tenha percebido. – ele apontou para cima. – Aquele é o sol que indica que está cedo demais para isso.

Samantha suspirou.

– Desculpe, achei que estávamos na sua cidade onde todos podem se divertir a qualquer momento.

Klaus riu puxando seu rosto e beijando-a rapidamente.

– Como queira, Srta. Robertson.

*

– Você está na frente do sol. – Sammy reclamou.

O rapaz olhou em dúvida para ela.

– Não tem sol aqui. – ele disse. – Já é noite.

– Deixe-me ver. - Sammy empurrou-o com o pé para o lado.

Encarou o teto do bar pensativa.

– Parece que não. – murmurou.

– Você é Samantha Robertson? – ele rolou os olhos. – Não acredito nisso.

– Cala a boca e dá o fora daqui! – Samantha reclamou levando do chão que estava deitada. – Talvez eu esteja bêbada mais ainda posso te dar uma surra!

– Não tenho dúvidas disse. – ele arrumou o cabelo preto que caia sobre os olhos. – Se me der licença...

Sammy virou procurando por Klaus, ele apareceu com um copo na mão.

– Seus híbridos... – ela balançou a cabeça negativamente. – Abusados.

– Qual deles? – Klaus riu olhando ao redor.

– Esse de olhos completamente negros. – ela murmurou puxando o copo da mão dele.

– Não há ninguém assim aqui, então vou supor que você esta vendo coisas por estar bêbada. – Klaus deu de ombros. – E hey! Essa bebida não era pra você!

– Não seja chato. – Samantha o abraçou afundando o rosto em seu pescoço.

– Você está quente. – ele disse.

– Obrigada. – Sammy sorriu.

– Não esse tipo de quente. – Klaus puxou seu rosto. – Quente ruim.

– Resolverei isso em um segundo.

Samantha foi até o banheiro e colocou a cabeça sobre a pia. A água gelada ajudou a clarear seus pensamentos.

Sentiu o celular vibrar mais uma vez em seu bolso, mas ela não atenderia agora.

Olhou através da pequena janela, estava escuro. Ela realmente passara o dia todo ali?

Voltou encontrando Niklaus próximo ao palco improvisado onde todos cantavam músicas aleatórias.

– Eles sabem como se divertir, afinal. – ela disse parando ao lado dele.

Klaus ficou momentaneamente sem palavras ao vê-la.

O cabelo molhado...

A blusa preta grudada ao corpo...

O ar contente por estar levemente alterada...

Lembrou-se de quando brigaram após ela sair do banho certa vez. Ainda se perguntava como conseguiu manter o foco tendo a nua e furiosa a sua frente.

Samantha arqueou a sobrancelha para ele.

– O que foi?

– Nada. – disse voltando o olhar para o palco.

– No que estava pensando? – ela insistiu.

– Nada. – repetiu.

Samantha puxou seu rosto beijando o canto de sua boca demoradamente.

Abriu os olhos apenas para encontrar os de Niklaus fechados. Sorriu com isso.

Começou a beija-lo calmamente. Sentindo seus lábios macios contra os dela.

E como tudo o que acontece entre eles se torna intenso e descontrolado Samantha só abriu os olhos quando sentiu as costas batendo em uma parede.

Parede do banheiro.

E ela se quer havia percebido que eles haviam se movido até lá.

As mãos de Klaus rapidamente tiram-lhe a blusa e a sua própria.

Sammy mordeu o lábio inferior.

Aquela tatuagem...

Klaus beijou e mordeu seu pescoço, Sammy se arrepiava consecutivamente.

– Adoraria ficar te provocando pelo resto da noite, mas não acho que possa me controlar por muito tempo. – disse olhando em seus olhos.

Um olhar tão intenso que fez Samantha estremecer.

Abaixou sua calça e tirou a de Samantha junto com a peça intima.

– Fico feliz que você tenha dito isso em voz alta. – Sammy sorriu de lado.

– Vai usar contra mim?

– Futuramente.

Samantha virou encostando o rosto a parede.

– Ah, Sammy. – Klaus soltou em um suspiro.

Segurou em sua cintura trazendo a vagarosamente para trás.

Sammy jogou a cabeça para o lado, os lábios dele logo se apossando de seu pescoço.

Ela poderia viver pela eternidade, mas aquela sensação seria sempre intensa. Sempre enlouquecedora com Niklaus.

Rápido. Lento.

Intenso. Enlouquecedor.

Samantha. Niklaus.

*

Samantha terminou de arrumar as roupas e olhou para Klaus sentado ao chão ainda sem camisa.

– Deveríamos ficar aqui. – ele disse.

– Dentro do banheiro? – Samantha riu. – Acho que não...

– Então vamos para casa. – Pediu.

Samantha abaixou a altura dele.

– Faça uma coisa por mim. – Foi a vez dela pedir.

Ele assentiu.

– Vamos curtir essa noite como se não houvesse amanhã, ok?

– Tudo bem. – Klaus deu-se por vencido, levantando após. – Faremos o que você quiser.

Samantha sorriu abertamente indo até a porta.

– Mas antes... – Klaus bloqueou a passagem.

Puxou levemente seus cabelos trazendo a boca dela para próximo da sua.

– Perderemos cinco minutos aqui.

*

– Minha vez de escolher a música. – Samantha levantou indo até o palco improvisado.

Klaus apenas observou e se surpreendeu quando a música começou.

– Sério, Samantha? – murmurou para si mesmo.

Darling you gotta let me know

Querida você tem que me deixar saber

Should I stay or should I go?

Devo ficar ou ir embora?

If you say that you are mine

Se você diz que você é minha

I'll be here 'til the end of time

Estarei aqui até o fim do tempo

So you got to let know

Então você tem que me deixar saber

Should I stay or should I go?

Devo ficar ou ir embora?

Sammy voltou com um microfone nas mãos.

Klaus gargalhou quando ela parou a sua frente subindo em seu colo em seguida.

Always tease tease tease

Sempre provocando, provocando, provocando

You're happy when I'm on my knees

Você é feliz quando estou de joelhos

One day is fine, next is black

Um dia é lindo, outro é negro

Ela levantou ainda mantendo o olhar conectado ao seu.

So if you want me off your back

Então se você me quer de volta

Well come on and let me know

Venha e deixe saber

Should I Stay or should I go?

Devo ficar ou ir embora?

No refrão todos no bar acompanharam sua cantoria.

Should I stay or should I go now?

Devo ficar ou ir embora agora?

Should I stay or should I go now?

Devo ficar ou ir embora agora?

If I go there will be trouble

Se eu for haverá problemas

An' if I stay it will be double

E se eu ficar será em dobro

So come on and let me know

Então vamos lá e deixe-me saber

Klaus levantou parando a frente dela. Cantou os seguintes versos com o rosto quase colado de Sammy.

This indecision's bugging me

Esta indecisão está me irritando

If you don't want me, set me free

Se não me quer me liberte

Samantha semicerrou os olhos o afastando.

Exactly who'm I'm supposed to be

Exatamente quem supõe que eu seja

Don't you know which clothes even fit me?

Não sabe quais roupas servem em mim?

Klaus sorriu de lado sussurrando para ela:

Come on and let me know

Venha e deixe-me saber

Should I cool it or should I blow?

Devo ser legal ou devo explodir?

Então passou por Sammy saindo de lá.

Samantha respirou fundo, entregou o microfone para uma das pessoas que cantavam animadamente ao seu redor e saiu.

Klaus estava na calçada olhando pensativo para o céu.

Talvez amanhecesse em mais algumas poucas horas.

– Acha mesmo que não percebi? – Voltou o olhar para ela.

– Percebeu o que? – Sammy fez expressão confusa.

– Tudo isso de “não se importar com o que acontecera amanhã”. – Klaus balançou a cabeça negativamente. – E agora essa música. Você não poderia ser menos direta? – ironizou.

– Tudo bem Niklaus, não estou entendendo.

– Amanhã? – ele perguntou se aproximando. – Assim que o sol nascer ou ao anoitecer? Direto daqui ou se despedira de Henrik antes?

Samantha suspirou abaixando a cabeça.

– Cada palavra que você diz parece um adeus. – Klaus disse mais baixo.

Samantha olhou para ele negando.

– Não fale como se eu houvesse planejado essa noite toda, ok?

– E não foi?!

– Não. – respondeu firme.

– Você pode fazer de conta que o que você diz é o que eu quero ouvir.*¹

Apesar das palavras e acusações, ele não estava nervoso.

Klaus olhava profundamente em seus olhos.

E dentre todos os olhares e momentos tensos aquele ali parecia ser o que mais deixava Samantha incomodada.

Era como se ele pudesse ver através de si.

Ele estava tão sério, tão concentrado.

Samantha não se atreveu a desviar o olhar – não sabia nem se conseguiria tal proeza – Apenas esperou.

E as palavras seguintes que ele pronunciou a deixaram sem chão... De uma boa maneira, no entanto. Foram inesperadas.

– Eu confiarei em você, Samantha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*¹ Frase da música "Kill The Lights" The Birthday Massacre

Segundo as contas esse deveria ser o penúltimo capítulo.
Mas segundos minhas contas ainda não estou pronta para dizer "Adeus". Então não se preocupem com isso por agora.

Tudo bem, não resisti em colocar essa música nesse capítulo porque... Fala sério, a letra é TODA Samantha hahaha
E porque queria um capítulo mais leve mesmo antes da verdadeira ação.
É isso. Gostaram?

See you Later ;*