Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 39
I think I thought I saw you try…


Notas iniciais do capítulo

Eva Horn Recomendou a fic *-*
Você não imagina o quanto fiquei emocionada e feliz ao ver!
Muito obrigada, de coração, de verdade ♥



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"Trying to keep up with you and I don't know if I can do it […] I haven't said enough. I thought that I heard you laughing; I thought that I heard you sing, I think I thought I saw you try…" - Losing My Religion - R.E.M.

Samantha observava Klaus adormecido ao seu lado. Havia se passado apenas algumas horas desde que se entregara a ele do lado de fora da casa.

Algo ainda incomodava sua mente.

Levantou sem fazer muito barulho e foi para o fundo da casa, observou a trilha de sangue que levava até uma casa do outro lado da rua. Sangue de Chris com toda a certeza. O que haviam feito a ele?

Era uma casa muito escura e muito pequena – se comparada à mansão na qual vivia com Klaus.

Logo na entrada havia um dos híbridos, Sammy não tinha tempo para ele. Agitou a mão em frente ao seu rosto deixando-o imóvel exatamente no lugar em que estava.

Samantha já havia dito o quanto amava a dimensão impressionante de seus Poderes?

Se não fosse sua visão vampírica possivelmente não veria nada do lado de dentro.

E havia o cheiro do sangue que a atraia, levando-a diretamente á ele.

Era no segundo cômodo numa cama improvisada que Chris se encontrava.

– Quem está aí? – ele murmurou de olhos fechados.

– Samantha. – ela disse abaixando próximo á ele.

Chris abriu os olhos rapidamente perante a surpresa.

– O que faz aqui? Klaus pode---

– Não se preocupe. – Sammy interrompeu. – Vim saber se você esta bem, mas visivelmente não esta.

– Desculpe.

– Está se desculpando por estar machucado? – Sammy perguntou divertida.

Ele riu junto á ela, cuspindo sangue em seguida.

– O que ele fez a você?! – Samantha murmurou para si mesma.

– Meus ossos já estão voltando ao lugar. – Chris explicou em meio a uma expressão de dor.

– Eu posso ajudar com isso.

Samantha colocou uma mão sobre sua testa e com a outra fez uma trilha pelo corpo dele.

Chris estremeceu pelo toque e ainda mais quando sentiu uma dor a principio insuportável, que depois foi suavizando.

Samantha estava curando-o.

Tempo depois ela o liberou e Chris já se sentia muito melhor e pronto para outra briga... Não com Klaus obviamente.

– Uau. – ele sentou de frente para ela. – Não sabia que você podia fazer essas coisas.

– Primeira tentativa. – ela admitiu.

– Fico feliz que tenha funcionado então. – Chris observou o próprio corpo.

– Eu vou voltar. – Samantha levantou. – Klaus já pode estar acordando.

Chris assentiu olhando bobamente para ela.

– Obrigada, Sammy. – murmurou.

– Não agradeça você só estava nessa situação por minha causa pra começo de conversa.

– “De nada” seria o suficiente. – Chris sério.

No entanto, Samantha percebia o mínimo sorriso que se apossava de seus lábios.

– Não irrite Klaus, tente não morrer de novo. – foi o que ela disse.

– Se for para falar com você valeria a pena cada vez que isso acontece.

Samantha olhou em seus olhos tão castanhos e na forma como seu cabelo preto caia por seus olhos, banhados em sangue.

– Não estrague sua vida por mim. – disse em meio a um suspiro. – Já aconteceu antes, sei bem como termina.

“Como o coração de Philipe batendo em sua mão”. Seu subconsciente constatou.

O pensamento fez Samantha sair logo dali sem dar importância ao que Chris insistia em dizer.

Lembrou-se apenas de libertar de seu Poder o hibrido.

Ele contaria a Klaus? Ela não se importava.

– Onde estava? – Klaus perguntou assim que ela fechou a porta atrás de si.

– Lugar nenhum. – respondeu.

Klaus tinha os olhos semicerrados, parecia tenso.

– Qual o problema? – Samantha arqueou a sobrancelha. – Só dorme se eu estiver ao seu lado agora?

– Estava sentindo falta de toda essa petulância. – Klaus disse divertindo pegando Samantha desprevenida. – Gosto de você assim.

– Tudo bem... – ela sentou na beirada da cama. – Quem é você e o que fez com Niklaus?

Ele deu de ombros.

Agora ele estava mais descontraído, seus olhos brilhavam tanto que Sammy sentia que poderia ver através daquele mar azul.

– No que está pensando? – Klaus perguntou sem quebrar o contato visual.

Cabelos loiros tão claros...

E aquela leve vermelhidão em seu rosto por ter acabado de acordar.

O que indicava que ele levantara rapidamente, isso por quê? Por que queria saber onde ela estava?

Klaus sentou ao lado dela.

– O que você pensou quando acordou e não me viu aqui? – Samantha resolveu perguntar o que incomodava sua mente.

Klaus desviou o olhar.

Samantha esperou, mas ele nada disse.

Suspirou levantando, achou que só dessa vez havia feito uma pergunta que ganharia resposta imediata.

– Apenas pensei em te achar. – disse quando ela já não esperava uma resposta. – Pensei que... Você tinha que estar aqui.

Samantha concordou lentamente.

– O que você estava pensando quando saiu daqui? – ele foi até ela.

Samantha respirou fundo, o perfume dele exalando do seu corpo diretamente para ela.

No que ela havia pensado? Sammy já não lembrava.

– Do que você tem medo? – perguntou olhando fundo em seus olhos.

– De que você vá embora. – ele murmurou como se contasse um segredo.

Samantha sentiu o sorriso se apossar dos seus lábios.

– Acho que tenho medo de partir. – disse em seguida.

– Então não o faça.

Seria um pedido? Uma ordem? Com Klaus era difícil saber.

– Você gosta de estar aqui?

– Você me irrita a maior parte do tempo. – ela riu.

– É recíproco. – Klaus riu junto á ela.

Samantha fechou os olhos quando ele encostou a testa a dela.

Olhando para seu rosto perfeito Samantha pensou no que seria de sua vida caso não houvesse toda essa besteira de lobos e vampiros. Se fosse um mundo normal.

Com toda certeza jamais viria a conhecê-lo.

Teria ele uma vida feliz? Sem toda essa amargura e revolta que estava presa sobre sua pele, na parte mais escura de si, que continuamente ele fazia questão de exibir?

Como seria Niklaus Mikaelson?

Construiria uma família ou viveria um dia de cada vez sem se preocupar com o futuro?

Ou será que independente do que acontecesse quando uma pessoa nasce para ser mau ela segue esse caminho?

Era isso que eles chamavam de “destino” afinal.

– Uma vida por seus pensamentos? – Ele sugeriu.

– Uma vida? – Samantha repetiu. – Os românticos diriam um beijo, os egocêntricos uma quantia em dinheiro.

– Não acho que eu precise de permissão para te beijar e não acho que você queira dinheiro também. – ele disse pensativo. – Infelizmente acabo de perceber que você não gostaria de uma vida também. Não dá forma que eu te daria.

– Do que você está falando? – Samantha observou-o se afastar um passo.

– Eu mataria por você, isso seria dar uma vida a você. – Klaus disse.

– Isso seria insano. – ela corrigiu.

– Não gosta mais de mortes como costumava gostar quando chegou aqui? – ele analisava sua expressão.

Samantha nada disse.

– Responda para mim! – disse mais sério.

– Eu não interferiria no que você quisesse fazer. – Deu de ombros. – Cada um carrega a conta das mortes que cometeu independente de motivo e... Dedicatória.

Klaus riu brevemente sem humor.

– Acho que você interferiria sim. – Klaus puxou seu pulso de repente. – O que você estava fazendo?

O sangue de Chris, possivelmente de quando ela pôs a mão em sua testa ensanguentada, se quer reparou nisso.

– Responda-me Samantha! – falou mais alto.

– Não se altere, Henrik está dormindo no quarto ao lado. – Sammy pediu.

– Eu pouco me importo com isso. – sibilou. – O que você estava fazendo? – perguntou pausadamente.

– Não se importa? – Samantha puxou o braço. – Não se importa com Henrik?

– Não foi o que eu disse. – Klaus passou a mão pelo cabelo, nervoso.

– Foi exatamente o que você disse. – ela se afastou dele.

– Samantha...

– Não, não fala nada! – Samantha se irritou. – Como eu pude acreditar que você realmente se importava? – falou mais baixo quase para si mesma.

– Não diga isso. – Klaus foi um passo em sua direção. – Eu me importo com Henrik. E com você!

– Ou fingi muito bem. – Samantha disse com desprezo.

Klaus segurou em seu braço prendendo-a entre ele e a porta.

– Não fingi nada. – sussurrou.

– Eu não acredito em você. – Sammy disse da mesma forma.

– Não me julgue por dizer algo em um momento de raiva!

– É quando você mostra quem você é! – Samantha tentou soltar-se dele sem resultado. – Me solta.

– Não, para onde você vai? – levantou o pulso dela. – Encontrar o dono do sangue novamente?

– Mas é claro que não. – Samantha respirou fundo. – Eu não quero usar meus Poderes em você, então me solte. Agora.

– Não quer? – Klaus provocou. – Você não se importava de usa-lo antes com limitações por que não usar agora?

Os olhos de Samantha mudaram. Completamente negros.

– Não me provoque. – sibilou.

– Quero muito fazer isso. – Klaus beijou-a.

Samantha foi pega de surpresa.

– O que você pensa que está fazendo?! – se afastou dele. – Estamos no meio de uma discussão.

– E já sei o que fazer sobre isso. – Klaus disse naturalmente. – Afastou Chris daqui de uma vez por todas.

– Vai puni-lo por que eu fui até ele? – Samantha perguntou desacreditada. – Não, Klaus. Não é assim que ás coisas vão acontecer.

– Se importa com ele? – Klaus questionou no mesmo tom.

– Me importa que algo o aconteça por minha causa.

Klaus ficou pensativo.

– Não o mate, não faça nada com ele. Chris veio sendo um bom... Seja lá do que você os chama, por muito tempo. Não estrague isso também. – Sammy disse mais baixo olhando em seus olhos. – Você não precisa fazer isso.

Samantha viu seus olhos suavizarem.

– Tudo bem.

– Tudo bem? – Samantha repetiu surpresa.

– É, tudo bem. – Klaus disse. – Não farei nada.

– Uau, isso é inesperado. – ela disse franzindo o cenho. – Não achei que você me ouviria.

– Então disse isso á toa? – Klaus arqueou a sobrancelha. – Porque se foi eu posso ir lá agora e---

– Não. – Samantha colocou os dedos sobre seus lábios impossibilitando-o de continuar. - Seja o cara bom só por hoje.

– Por que quer que eu seja o cara bom se você não faz parte dos mocinhos também? – ele analisou sua expressão.

– Porque você não precisa ser igual a mim. – Respondeu simplesmente.

Klaus riu.

– Eu deveria estar falando esse tipo de coisa pra você, não o contrário.

– Seria mais fácil recuperar 22 anos de maldade do que 1.000. – disse séria.

– Acha mesmo que ainda ha salvação pra mim? – Klaus perguntou.

– Tenho certeza.

Samantha o abraçou.

– Ninguém é tão ruim que não mereça perdão. – murmurou.

– Não diga uma oração para mim agora, guarde-a até a manhã seguinte. – Klaus separou-se dela gentilmente. – Por hoje ainda há um pecado que eu quero cometer.

– O que você quer dizer com isso? – Sammy perguntou cautelosa.

A imagem de Klaus fazendo algo a Chris era intensa.

– Não é nada disso. – ele disse como se pudesse ler os pensamentos dela.

– Então o que?

Klaus tomou-a em seus braços beijando-a avidamente. Separou seus lábios dos dela apenas para tirar sua blusa.

– Isso. – ele respondeu.

– Eles nos disseram que o pecado não é bom... – Sammy passou a língua por seu lábio inferior. - Mas nós sabemos que é ótimo.

*

– Agora eu sou imortal. – Disse observando as próprias mãos. – Isso é estranho.

– Estranho? – Klaus perguntou.

– É. Saber que a partir de agora não preciso considerar meus aniversários.

– Você é perfeita não acho que gostaria que o tempo causasse algum estrago aí. – passou a mão por seu rosto. – Rugas não lhe cairiam bem.

Samantha riu.

– Vida eterna é tão preocupante quanto isso. – disse em seguida.

– Ver todos a sua volta morrer é o que te preocupa?

– Pelo tempo, por causas naturais, assassinatos... – Sammy suspirou. – Todos sempre morrem ao meu redor.

– Mais uma das coisas que compartilhamos. – Klaus murmurou.

– Seria Karma? – ela perguntou divertida. – Acho que fizemos coisas realmente terríveis na outra vida.

– Se você acredita nisso. – Klaus deu de ombros. – Deveríamos ter sido filhos de um Deus maior.

– Anjos caídos. – Samantha concordou. – Seria estranho dizer que esse pensamento me agrada muito?

– Nada que venha de você seria estranho para mim. Não depois de tudo que já passamos nos últimos meses. – Klaus olhou para ela. – Você é definitivamente a pessoa mais estranha que eu conheço.

– Elogio?

– Com certeza.

Ouviram o choro de Henrik no quarto ao lado.

– Volto logo. – Sammy disse pegando suas roupas.

– Quer que eu vá? – Klaus perguntou. – Você parece cansada.

– A não ser que você seja capaz de amamenta-lo, não. Eu vou. – Samantha respondeu irônica rindo em seguida.

Estava fazendo-o dormir quando Rebekah entrou no quarto.

– Posso fazer isso? – ela pediu.

Samantha entregou Henrik para ela.

– Achei que estivesse dormindo. – disse.

– Desculpe, mas você e Niklaus não me deixaram. – Rebekah sorriu esperta.

– Oh, droga. – Samantha fez careta.

– Não se preocupe já estou acostumada. – Rebekah suspirou teatralmente.

Samantha observou a forma delicada com a qual ela balançava levemente Henrik em seus braços. Sorriu com isso.

– Quantos anos até ele parar de crescer? – Rebekah perguntou de repente. – Quer dizer, pra completar a parte lobo ele precisa matar um inocente, pra parte vampira do sangue humano... – ela analisou. – Foi o que Trina disse não foi?

Samantha assentiu.

– Então quando? – ela repetiu.

– Eu não sei. – Samantha respondeu pensativa.

Rebekah franziu o cenho, mas Sammy não parecia disposta a continuar o assunto.

Ela foi até Henrik sussurrando algo próximo ao ser ouvido e saindo em seguida.

Seria impressão ou Rebekah ouvira-a dizer “Vou resolver isso”?

*

Samantha voltou para o quarto com a expressão perturbada o que preocupava Klaus. Ele levantou indo até ela.

– Algum problema com Henrik?

– Não, ele esta com Rebekah. – ela disse.

Seu olhar, no entanto ainda parecia perdido, como se milhares de pensamentos passassem por sua cabeça de forma desenfreada e dolorosa.

– Sei que você já tem uma decisão formada aí. – Klaus disse calmamente. – Claro que eu poderia força-la a me dizer, força-la a permanecer aqui ou qualquer coisa do tipo, mas não farei. Você tem que fazer suas escolhas por si só.

– Se eu tiver escolhido ficar?

– Fico feliz por isso.

– E se quiser partir?

Klaus pensou um tempo antes de responder.

– Não há nada que eu possa fazer.

Samantha respirou fundo, presa em um dilema.

– Você tem medo de partir ou de ficar e lidar com a responsabilidade? – apesar das palavras seu tom continuava tranquilo.

– Ambas.

“E mais alguma coisa” completou em pensamento.

Samantha respirou fundo absorvendo essas palavras.

– Achei que você fosse tentar... – murmurou.

Samantha abriu a boca pra falar, mas Klaus fez sinal para que ela não fizesse.

– Eu vivi com medo por muito tempo. – Klaus disse relembrando-se de algo. – Deixei que o medo influenciasse na minha vida por tempo demais.

Sammy permaneceu em silêncio.

– Só não deixe o medo controlar o seu destino. – Klaus beijou seus cabelos.

– Não deixarei.


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Notas finais do capítulo

*¹ Frase da música "Save a prayer" Duran Duran
*² Frase da música "Mobscene" Marilyn Manson
*³ Frase da música "Running Across The Tracks" Billy Talent

Tenho uma noticia para vocês... Presságio está chegando ao fim.

A principio a ideia era que a fic acabasse no nascimento porque o planejado era que Samantha morresse durante o parto. (Eu nunca prometi uma história melosa de amor).
O fato, é que depois de tantos meses eu me apeguei a ela, sim é isso mesmo, me apeguei. E resolvi adiar o fim da fic mais um pouco...
E agora cheguei a um ponto em que não da pra adiar mais, enrolar mais.
Então só queria deixa-las avisadas disso ;)

Nova capa para 2014, vocês gostaram?

Nesse capítulo passaremos de 2.000 visualizações! Obrigada, vocês são as melhores! ♥

See you Later ;*