Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 24
I'd surely die


Notas iniciais do capítulo

Corações firmes e fortes lovely girls? hahaha =3



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"Hey, hey, hey, I'd surely die" I'll Surely Die - The Rubens


Samantha guardou aquele que seria o décimo bilhete que recebera nesses últimos dias. Sempre com uma mensagem que a lembrava de seu passado.

Em frente ao espelho observou o volume que era sua barriga agora, muito maior do que seria para uma gravidez normal – de humanos. Pouco mais de 1 mês de gravidez.

Suspirou pegando uma mochila na qual colocara algumas poucas coisas que precisaria. E saiu do quarto que estava.

Ela não sabia onde Rebekah estava e esperava que Klaus também não voltasse até ela mesma estar muito longe dali. Elijah havia sumido e ela preferia que fosse assim, pelo menos até poder lidar com os motivos dele “ajuda-la”.

Ela precisava fazer uma visita ao passado... Ao lugar no qual vivera por tempo demais.

Chegou ao aeroporto rapidamente e ansiosamente esperou o avião decolar, em mais algumas horas ela estaria voltando para o lugar onde tudo começou.


*


Niklaus havia descido ao porão para ver como Samantha estava. Apesar de não ter ficado fora por muito tempo, com Samantha era sempre preciso atenção redobrada.

Elijah permaneceu na mesma pose despojada enquanto lia atentamente um livro na biblioteca da casa. Porém mantendo a atenção nos possíveis gritos de Klaus que viriam em 3... 2...

– Onde ela está? – a voz de Klaus ecoou pela casa.

Mais gritos. Voz da Rebekah. Passos.

E então Niklaus entrou na biblioteca num rompante.

– Você! – ele disse. – Quando tempo você sumiu enquanto eu e Rebekah falávamos com Trina? 5 minutos? Isso me parece tempo o suficiente para você voltar aqui e... Fazer sabe-se lá o que com Samantha!

Elijah apenas levantou o olhar do livro com a expressão serena. Rebekah pedia para que Niklaus ficasse calmo.

– Admita o que você fez! – Klaus gritou no auge de sua raiva pegando o livro da mão de Elijah jogando o pela janela. – O que você fez?

Elijah levantou encarando-o frente a frente.

Klaus não pensou. Quando percebeu seu punho acertara o rosto de Elijah que mantinha a expressão serena.

– Não! – Rebekah disse se pondo no meio deles. – Deve haver uma explicação para isso e---

– Fiz o que era preciso. – Elijah disse solenemente sobrepondo às palavras de Rebekah.

– O que? – ela olhou surpresa para ele.

– O que você fez? – Niklaus sentia receio da resposta.

– É apenas um teste. – Elijah disse. – Depois disso eu não me meterei mais nas suas decisões em relação á ela.

– Do que você esta falando? – Klaus foi para cima dele sendo impedido por Rebekah.

– Depois de hoje saberemos se ela está completamente á seu lado ou não. – disse sorrindo. – Nós saberemos!

– Elijah onde está Samantha? – Rebekah perguntou.

– Se vocês tiverem sorte... – ele olhou para o relógio na parede. - Ela deve ter acabado de chegar á vila onde morou. Se não tiverem sorte... – ele suspirou. – Espero que tenham.


*


Samantha subiu a pequena escada chegando ao começo da trilha que daria na pequena vila onde vivera, mas seus pés simplesmente se recusavam a seguir em frente.

Ela viera de tão longe e agora não conseguia dar mais alguns malditos passos e encarar a realidade. A realidade de que todas aquelas mensagens só podiam ter partido dali.

Mas, quem? E por quê? Por que mexer no passado se todas aquelas pessoas que ali viviam nunca gostaram dela? Se o que todas queriam era que a vampira esquisita fosse retirada dali o quanto antes. Se eles sempre disseram se sentir mais seguros com a ausência da vampira descontrolada?

Sammy suspirou dando meia volta e descendo as escadas que acabara de subir. Com sorte ela voltaria para casa antes que Klaus notasse sua ausência. Mas, era isso que ela queria? E qual era sua casa afinal de contas?

Algo atraiu sua atenção. O monte rochoso há quilômetros dali.

Lembrou-se então do ultimo bilhete que receberá:

“Vá até onde tudo começou. As rochas parecem falar. Você pode ouvi-los, era o que queria, não?!”.

Ainda insegura Samantha passou a mão pela barriga uma vez e passou a seguir a trilha de pedra...


*


O caminho era difícil em todos os sentidos, já que ela só fora ali uma única vez quando era mais nova. Por um único motivo.

As árvores haviam tomado proporções inimagináveis, confundindo todo o caminho. Os galhos atrapalhavam sua visão. E o chão de terra e pedra não ajudava em nada.

– Mas que droga! – Sammy xingou ao tropeçar mais uma vez.

Pensou ter ouvido um barulho vindo por trás de si então virou rapidamente apenas para encontrar uma paisagem verde sem fim.

Ainda desconfiada andou alguns passos de costas mesmo, para que pudesse ficar atenta ao que acontecia no caminho pelo qual acabara de passar – ou achava ter passado – tudo parecia exatamente o mesmo para qualquer lado que se olhasse.

Tudo parecia pesar. A mochila em suas costas, a barriga, a fome... O medo.

A verdade era que Samantha tinha medo do que pudesse encontrar ali.

Virou no segundo exato que seu pé esquerdo encontrou a beirada de uma gruta e por milésimos de segundos ela não caiu. A queda sem fim... Como costumava chamar.

Sammy sentou no chão sentindo seu coração acelerado e tendo consciência do barulho que sua perna fizera ao virar tão rápido e de mau jeito.

– Mas, que droga! – esbravejou sentindo a dor aguda no local.

Ela conhecia aquela dor, aquele barulho. Sammy agora estava sozinha no meio do nada, na beirada de uma gruta e com uma perna quebrada.

– Tem como ficar pior? – perguntou a si mesma vendo o osso sobressaindo por sua calça.

– Talvez. – ouviu atrás de si.

Samantha sentiu cada músculo de seu corpo congelar e um frio subir por sua espinha. Virou a cabeça lentamente para encarar a figura da pessoa que ela jamais imaginou ver novamente.

– Philipe. – as palavras saíram como um sussurro.

– Olá, Samantha.

Samantha não acreditava no que estava vendo.

– Philipe... Você... – Sammy suspirou incapaz de formular uma frase completa. – Morto.

– Eu não estou morto como você pode perceber. – disse friamente dando a volta e parando a sua frente.

– Mas, Sylizia... – Samantha tentou novamente.

– Ela me deu o seu recado àquela noite, não se preocupe. – sorriu amargamente abaixando á altura de Sammy.

Samantha não entendida o que estava acontecendo.

– Que recado? – perguntou tentando achar coerência no que ele dizia.

– Que recado? – ele perguntou rindo brevemente sem humor apenas para no segundo seguinte adquirir uma expressão de amargura. – O de que você estava pronta para ir embora com Niklaus – cuspiu o nome – De que não trocaria a vida que ele lhe daria, por um humano que não faria mais... Qual a frase que ela usou mesmo? – fingiu pensar. – Ah, lembrei. “Um humano que não faria mais do que lhe servir sangue fresco todos os dias”.

– Eu nunca disse isso. – Sammy falou pausadamente.

Aquele podia ser Philipe. Mas não o que ela conhecerá na adolescência, não o garoto que ela amava...

– E agora vai me dizer que não disse também que não se importava com o que fosse acontecer comigo desde que eu sumisse da sua vida? – falou mais alto se aproximando perigosamente dela.

– Eu não disse! – falou mais alto que ele.

Em um movimento Philipe virou a perna quebrada dela, fazendo assim com que os ossos voltassem ao local. Sammy gritou pela dor e pelo susto da ação repentina.

Philipe sorriu de lado assistindo o sangue dela escorrer pelo chão escorrendo para a beirada da gruta.

– Talvez se você prestar atenção possa ouvir os pingos caindo na água. – disse.

– O que raios aconteceu com você? – Samantha perguntou furiosa tentando se levantar.

– O que aconteceu á você, Samantha? – falou mais alto que ela. – Você disse que largaria tudo por mim, eu dediquei minha vida á você! Quando mais ninguém naquele lugar gostava de você!

Sammy não sabia o quanto aquele reencontro era doloroso até sentir seu peito doer e lágrimas embaçarem seus olhos.

– Você não estava lá àquela noite. Ela me fez acreditar que você estivesse morto.


“- Apenas me diga se ele está morto ou não. – Sammy falou vagarosamente.

– Você nunca saberá! – Sylizia gritou ajoelhada no chão. – Vai conviver com essa dúvida para sempre! ”.


Ainda sentindo a dor na perna Sammy levantou tentando não perder o equilíbrio.

– Isso não faz sentido. – disse sentindo a cabeça rodar.

Philipe se manteve de costas, parecia estar em um conflito interno.

– Isso não importa agora. – falou sem alterar o tom de voz que usara desde o começo da conversa.

– Philipe você está diferente. – Sammy disse. – É um homem agora. – disse analisando o rapaz á sua frente.

– Você passou tempo demais longe de mim. – ele virou de repente. – Você não me conhece!

Os traços eram os mesmos. Sammy ainda podia ver em seus olhos que no fundo ela não tinha o que temer, era o seu Philipe. O meigo, carinhoso e humano Philipe.

– Eu só não consigo entender toda essa mágoa e raiva em sua voz. Você não é assim!

– E quem é você pra dizer como eu sou? – Esbravejou. – Você não é mais a mesma. Pude ver no segundo em que te vi naquela cidade com ele.

– Como você soube que eu estava lá? Se por todos esses anos acreditou que eu não queria mais te ver? – Sammy inquiriu deixando o sentimentalismo de lado.

– Ao que me constava você já poderia ter cumprido o ritual e ter dado a luz aquela monstruosidade e estar morta. – Philipe falou voltando a parar á sua frente.

Apesar de ter odiado a escolha de palavras Samantha apenas assentiu sentindo a raiva tomando conta de si.

– E você precisava ver por si só a minha lápide. – completou por ele.

– Eu não sei o que esperava ver. – falou mais baixo. – Eu só fui até lá matar aquele... – respirou fundo contendo a raiva. – E então eu vi você.

– Então passou a deixar cartas, recados e coisas minhas pelo jardim para que eu encontrasse e enlouquecesse pouco a pouco tentando entender! – Sammy gritou.

– Queria que você pensasse em mim. – ele disse abaixando o tom de voz. – Mas depois eu cansei de te ver, sem poder dizer “Hey, Sammy olhe para mim, estou aqui!”. E então deixei o último bilhete e vim para cá.

Havia tanta amargura em sua voz.

– No fundo eu sabia que você viria aqui. – Tocou levemente seus cabelos. – Onde tudo começou...

Samantha jogou a mochila que estava em suas costas para o lado sentindo seu corpo corresponder ao menor dos toques dele.

– Eu sei que você está aí em algum lugar. – disse olhando fundo em seus olhos.

– Eu estou aqui agora Philipe.

Sammy fechou os olhos bloqueando aquelas lembranças.

– Você pode fugir comigo como íamos fazer aquela noite. – falou fazendo-a abrir os olhos. – Vamos Sammy. Eu e você em um lugar desconhecido para sempre.

Sammy sorriu minimamente ao lembrar-se de ter tido o mesmo pensamento naquela noite... Mas as coisas tinham mudado.

– Esqueça essa ‘criança’ e vamos viver como planejamos.

– Eu não posso... Esquecer... – falou em um sussurro.

Sua mão automaticamente desceu para sua barriga de uma forma superprotetora.

Philipe acompanhou seu movimento se afastando lentamente.

– Eu cheguei tarde demais. – disse para si mesmo.

Samantha sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha que foi arrancada dali no mesmo momento.

– Nós ainda podemos fazer isso, Sammy. Podemos fazer isso dar certo. Como planejamos, como você queria! – disse colocando suas mãos em seu rosto.

Um toque quente. Familiar. E naquele olhar e simples gesto, por um momento Sammy viu o garoto que ainda havia nele.

– Eu não posso. – falou alguns segundos depois quebrando o contato visual.

– Você nunca quis isso! – falou em um tom acusatório. – Você ia usar a criança pelos seus pais---

Samantha colocou um dedo em sua boca calando-o.

– Há meses atrás eu teria o mesmo pensamento, mas agora você não entende Philipe. Essa criança faz parte de mim.

– Isso é uma monstruosidade. – falou pausadamente. – Isso se quer deveria existir.

Samantha tentou andar para longe da beirada da gruta - que só agora ela percebera continuar parada – mas foi impedida por Philipe.

– Samantha seja coerente e siga o plano. – sussurrou.

– Não existe um plano. Esqueça tudo o que um dia eu te disse sobre essa criança. – Sammy tentou novamente mais uma vez impedida por ele. – Eu não vou machuca-lo.

– Sabe de uma coisa... – Philipe fez uma pausa. – Eu estava certo o tempo todo, você não é mais a Samantha que eu conhecia.

– Não assim. – ela concordou.

Philipe deu as costas a ela. Sammy andou um passo, então Philipe virou novamente colocando uma estaca no que deveria ser seu coração.

– Eu não posso acreditar que realmente fara isso comigo Philipe. – Samantha falou assustada.

– Eu não vou fazer isso com você. – beijou lhe o rosto. - Vou fazer isso por você.

Samantha olhou para baixo vendo toda sua blusa adquirir o tom vermelho enquanto mal podia respirar, falar ou agir. A estaca estava alojada em si.

Philipe manteve uma mão na estaca e com a outra a sustentou pela cintura.

Encostou a boca em sua orelha para sussurrar lentamente:

– Eu teria dado á você uma segunda chance. A de recomeçar. Mas você colocou tudo a perder. E eu prefiro você morta juntamente com isso que você carrega no ventre do que com ele vivendo uma vida que você nunca teria escolhido se ainda sobrasse algum juízo aí.

Voltou a olha-la nos olhos.

– Não vou me desculpar por não ter atingido diretamente seu coração.

Samantha não acreditava em nada do que estava acontecendo. O sangue estava espalhado em suas pernas agora. Ela não podia estar perdendo o seu bebê...

Voltou a olhar para Philipe sentindo o peso que seu corpo fazia. Era difícil manter os olhos abertos...

– Mas você morrera da mesma forma. – ele disse. – Tá perdendo muito sangue e não acho que vá sobreviver á uma queda.

Tirou os cabelos dela da frente de seu rosto e selou seus lábios uma ultima vez.

A queda sem fim. – Disse segurando em sua mão. – Na próxima vida talvez você devesse me dizer se há fim ou não.

Deixou que seus dedos se tocassem até o segundo em que a empurrou da beirada da gruta.

– Eu sempre te amarei, Sammy. – disse assistindo-a cair. – Você abandonou seu lugar no meu coração e ganhou seu próprio lugar no inferno.

Era como estar em um plano paralelo. Ela ouvia o que ele dizia, sentia seu sangue se esvair, a dor que se espalhava por cada parte de seu corpo, mas não havia o que fazer.

Era esse o momento em que ela pensava em cada erro que teve na vida, ou nos melhores momentos, ou deveria ver a luz branca?

Samantha apenas via a luz que vinha do topo da gruta, luz essa que se esvaia cada vez mais rápido conforme ia caindo.

Escuridão...

Esperando. Caindo. Voando...

O que haveria ali embaixo? Água? Parecia haver. Mas por que não caia e afundava de uma vez?

Talvez alguém quisesse que ela pensasse.

Mas pensar no que? Nada faria sentido agora.

Talvez ela fosse para o inferno, ela não se importava.

Samantha não pensou em mais nada. Não sentiu mais nada. Apenas esperou...

Esperou.

A queda sem fim...

Ter fim...


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Notas finais do capítulo

O movimento nos comentários caiu consideravelmente espero que isso não signifique que vocês não estão gostando mais :
E vocês leitores fantasmas eu estou de olho em vocês!
Apareçam por aqui e deixem-me saber a opinião de vocês, poxa!
E aos que já comentam meu eterno agradecimento! ♥

E claro, não me matem por esse final... HAHAHA

See you Later ;*