Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 25
Bite that lip


Notas iniciais do capítulo

Desde que escrevi, já imaginava que o capítulo passado seria impactante. Só não achei que tanto, realmente fiquei surpresa pelos comentários. Uma surpresa boa, claro.
E para minhas leitoras lindjas de corações fortes aqui vai o próximo...



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"Bite that lip, ‘cause your tongue is a gun and your brain is the trigger." We bring an Arsenal - Lostprophets


Um belo sorriso.

Ela tinha um sorriso bonito - apesar de parecido com o seu próprio Samantha constatou - aquele parecia verdadeiro e não escondendo parte de uma ironia como era de costume á ela.

E não era só o sorriso. Se não fossem os cabelos curtos e loiros talvez aquela pudesse ser Samantha em mais alguns anos.

Olhou para o lado vendo que um homem a acompanhava, ela poderia parecer com ele também? Porque parecia...

Sammy sorriu verdadeiramente como não fazia há muito tempo. No seu peito sentia o alivio de ver rostos conhecidos, apesar de nunca tê-los vistos antes, ela sentia e sabia que eram eles... Seus pais.

Esticou os braços assim que sua mãe o fez. Ela não entendia o por quê de eles estarem tão longe dela.

Sammy olhou para cima vendo que o sol já se pôs e em seu lugar a Lua iluminava o lugar. Era bonito afinal de contas.

Abaixo de si havia água, seu corpo estava quase que completamente submerso. A água era de um azul tão límpido que Sammy podia apenas observa-lo por horas. Mas o sangue – seu sangue – manchava toda a extensão á seu redor – parecia errado.

Sentiu seu peito doer e a respiração ficar quase nula, sua visão estava nublada e a única coisa na qual ela conseguia pensar era que parecia certo ir com eles. Seus pais.

Viu os braços de ambos abertos, esperando por ela. Esperando pela filha que eles nunca tiveram a chance de conhecer. Esperando por Samantha. Esperando para que ela pudesse ir com eles...

De repente, sentiu como se fosse puxada para longe deles e a imagem que já não era tão nítida parecia se perder no ar, parecia ser levada pelo vento.

Ela ainda podia ver os lábios de ambos se mexendo, mas nenhum som saía dali. Samantha queria pedir para que ficassem um pouco mais, queria ouvi-los, no entanto, não conseguia encontrar sua própria voz para tal ato.

“Samantha” ouviu seu nome ser chamado e de forma alguma aquela seria a voz de sua mãe. “Samantha abra os olhos”

Recusava-se a tentar entender o que diziam, ela já estava de olhos abertos e olhando para a figura de seus pais que sumia rapidamente, não estava?

De repente sentiu a pressão no seu peito se desfazer conforme tossia compulsivamente e expelia uma quantidade absurda de água. Ao abrir os olhos primeiramente procurou por eles antes de se dar conta dos rostos de Rebekah e Niklaus sob si.

Entrou em negação olhando tudo ao seu redor, sentindo seus olhos arderem e sua mente se recusar a acreditar que aquilo não fora real.

– Sammy olha pra mim. – Klaus segurou seu rosto com as mãos impedindo-a de ficar olhando para qualquer outro lugar que não os olhos dele.

– Não. – disse com a voz rouca, sua garganta queimava. – Não! Eles... Mas, que droga! – elevou o tom de voz tentando tirar as mãos dele de seu rosto. – Estava tão perto.

– Perto do que? – Klaus praticamente gritou para sobressair à voz dela.

– Meus pais. – disse em um sussurro sentindo as primeiras lágrimas aparecerem.

– O que? – Klaus olhou ao redor apenas para confirmar o óbvio. – Não há ninguém aqui, muito menos seus pais mortos.

Samantha jogou-o corpo para trás olhando para cima, sua cabeça rodava.

– Foi uma alucinação. – Rebekah disse. – E Nik... Acho que já descobri de onde vem tanto sangue. – apontou para Sammy.

Niklaus rapidamente rasgou o casaco dela, vendo a camiseta que ela estava banhada em sangue.

– Não. – falou baixo levantando a blusa e constando que a ferida ficava um pouco abaixo das costelas.

Olhou para Rebekah que mantinha a mesma expressão de confusão e preocupação.

– Temos que sair daqui agora. – disse pegando Sammy no colo.

Rebekah concordou mais que rapidamente e puseram-se a caminhar por entre tuneis e passagens subterrâneas o mais rápido que podiam.


*


Entraram na vila chamando a atenção de todos que paravam para ver Niklaus com a menina Sammy que um dia fora vizinha de cada um deles.

Klaus olhou para o rosto pálido de Samantha pedindo internamente que ela estivesse bem.

– Aqui, Nik. – ouviu Rebekah chama-lo.

Era uma casa modesta como a grande maioria ali, mas seria naquele casebre que ele daria um jeito de ajudar Sammy.


*


– Niklaus se acalme. – Rebekah disse fazendo-o parar de andar de um lado para o outro.

– Como eu posso me acalmar? – sentou-a frente dela. – Samantha está no quarto ao lado e não sabemos o quanto está afetada.

– Não sabemos o quão profundo é. – Becky corrigiu. – Não sabemos se atingiu a criança, é o que você quer dizer.

Klaus suspirou voltando a olhar pela janela.

– Ela também perdeu muito sangue e não sabemos quanto tempo esteve submersa. – Rebekah continuou. – Há muita coisa em questão, apenas fique calma seja lá o aconteça.

– Eu não sei o que faria com Elijah se ele estivesse aqui agora. – disse rancoroso. – Isso é culpa dele.

– Vamos tentar não achar culpados agora, ok? – Rebekah disse.

Ambos estavam preocupados demais. Mas á eles só cabia à função de esperar.


*


Sammy abriu os olhos percebendo que não estava mais na gruta e sim numa casa como a que vivia antes. Havia duas bruxas ali o que a fez rapidamente olhar para seu próprio corpo.

– Fizemos o possível. – uma delas disse ao que Samantha tocou a barriga.

Seus olhos rapidamente se ergueram em profunda confusão.

Samantha sentiu a agitação tomar conta de si. Como assim "Fizeram"? Seu bebê tinha que estar bem.

– Acalme-se. – a outra disse. – Você não o perdeu.

Sammy suspirou aliviada.

– Você não conseguiu essa Philipe. – disse baixo, apenas para si mesma.

Percebeu que sua gengiva estava dolorida e a garganta queimava. Sede.

– Há quanto tempo estou aqui? – perguntou receosa.

– Você esteve inconsciente por 5 dias. – uma delas respondeu.

– Nós vimos o ferimento e certamente não foi causado por um acidente qualquer, não há a menor possibilidade de você ter caído e se machucado assim. – tornou a falar.

– Não importa o que aconteceu. – Samantha falou com raiva. – Eu já estou bem, a criança está bem e é o que importa. Não seja curiosa.

– Tem razão, isso não importa para nós. – ela se aproximou da cama. – Mas, há alguém ali – apontou para fora do quarto – que quer explicações, mas já que é tão esperta tenho certeza que saberá inventar uma boa mentira, Robertson.

Samantha bufou furiosa. Era muito atrevimento da parte daquela... Bruxa.

– Escuta aqui... – elevou o tom de voz apontando o dedo para ela.

– Não. – a mulher forçou sua mão para baixo apenas com o Poder de sua mente. – Escuta aqui você.

Samantha sentiu a dor e não pode fazer nada, estava fraca demais, havia perdido muito sangue.

– Niklaus disse-me algo sobre você ter dito ver seus pais na gruta. – ela continuou. – E ambas sabemos que sangue inocente poderia fazê-la ver quem quer que fosse se derramado naquelas águas. Uma lenda aqui na aldeia, certo?

Samantha permaneceu em silêncio.

– Samantha você teve uma experiência de quase morte. – ela continuou. – Por favor, me diga que você não fez isso de propósito.

– Eu não arriscaria a minha vida por isso. – disse pausadamente.

– Não a sua. – ela concordou.

– Sangue inocente. – Sammy repetiu. – A criança.

– Apesar de filho dele a criança ainda é inocente. – disse. – E por um momento achei que fosse tarde demais para ele. Até descobrir que... – ela fez uma pausa.

– Que...? – Sammy insistiu.

– Que tê-lo em si está purificando sua alma. – falou mais baixo.

Samantha riu. Um riso nervoso e desacreditado.

– Agora gerar uma criança é sinônimo de purificação? – riu debochada de novo. – Guarde essa besteira para você mesma bruxa. E essa baboseira de ‘alma’ também.

– Você segue pelo caminho errado garota. – ela disse se afastando. – A Escolhida devia mudar a forma de pensar e não ser apenas um receptáculo passageiro.

– É... Talvez eles tenham errado essa. – disse levantando-se. – Eu não mudarei e é um erro que você ou qualquer um ache que pode me manipular com frases pré-elaboradas.

– Não deveria levantar ainda. – a outra bruxa falou.

Então as duas pararam em frente da porta. Samantha parou a sua frente.

– Eu matei centenas – milhares - de pessoas, inclusive dessa aldeia então sugiro que você dê o fora da minha frente se não quiser fazer parte da estimativa também. – sussurrou de forma ameaçadora.

Sammy passou pelas duas saindo daquele lugar rapidamente.


*


– 5 dias. – Klaus disse enquanto ele e Rebekah caminhavam até a casa onde Sammy estava.

– Ela vai ficar bem. – Rebekah disse mais uma vez. – As bruxas disseram.

– Espero que sim. – ele concordou.

– Niklaus não podemos ignorar o fato de mesmo que Elijah a tenha deixado sair... – Rebekah parou de andar olhando para ele. – Foi escolha dela vir para cá.

– E foi escolha dela quase morrer? – Klaus perguntou seriamente.

– Elas disseram que não foi um simples acidente. - Rebekah suspirou.

– Não vejo o momento dela acordar e me dizer quem fez isso. – Klaus olhou para longe. – Eu o matarei.

– Você passou os últimos 5 dias procurando por Philipe. – Rebekah se irritou. – Ainda acha que foi ele? Se ele estiver mesmo vivo porque ele tentaria matar Samantha?

– Eu não sei. – Klaus interrompeu suas perguntas.

– Pode ter sido outra pessoa. – Rebekah disse. – Já percebeu o quanto as pessoas daqui não suportam a menção do nome dela.

– Com isso eu me identifiquei. – Niklaus quase riu. – Rejeitados...


*


Samantha acabou encontrando Rebekah e Niklaus pelo caminho.

– O que você faz de pé? – Niklaus se aproximou dela. – Você passou tanto tempo inconsciente. Não deveria.

– Eu não fico nessa droga de lugar por nem mais um minuto. – respondeu.

O olhar de Niklaus caiu sob o curativo que ela tinha.

– Está tudo bem com a sua criança. – falou agressivamente.

– E com você? – Rebekah perguntou.

– Obrigada por perguntar, estou bem. – falou da mesma forma.

Rebekah sorriu de lado então lhe atingiu a face com um tapa.

– Por nada.

– Mas, o que...? – Klaus ficou confuso.

– Eu te avisei. – Rebekah praticamente sussurrou rente a seu rosto que continuava inclinado pelo tapa. – Não coloque a vida da criança em risco novamente, Samantha.

Samantha virou o rosto ficando com o rosto quase colado ao dela. Samantha exalava raiva. Niklaus tirou Rebekah do caminho interferindo no que quer que pudesse acontecer em mais alguns segundos de confronto.

– Vamos. – ele disse para as duas pondo-se a andar.

– Aonde? – Sammy perguntou desviando o olhar de Rebekah.

– Para a cidade procurar um lugar para passar a noite, ou o resto dela. – falou com obviedade. – Já que não quer ficar mais aqui.

– Quando eu disse aqui quis dizer nessa cidade, não apenas nessa vila. – Samantha caminhou até ele.

– Infelizmente para você não há nada que eu possa fazer, nosso voo sai amanha á tarde. Então engula a sua raiva desse lugar até lá, amor.

Samantha bufou enraivecida.

– Aproveita para descansar e claro contar detalhadamente o que houve. – ele voltou à atenção para ela. – Até lá você terá tempo de inventar uma boa historia ou você sabe... A agressão de Rebekah terá sido só o começo.


*


Samantha saiu do banho enrolada em uma toalha. Estava tensa. Cada parte daquele dia rodava por sua mente como um filme. E de novo, e de novo. E ela ainda precisava sair e encarar Niklaus e Rebekah. Não fazia a menor ideia do que dizer e como dizer.

Além do mais, como dizer para dois Originais que o antigo amor que ela achara estar morto por todo esse tempo tinha simplesmente aparecido e quase a matado? Era pedir demais. Nem ela mesma parecia acreditar ainda.

E ainda havia seus pais... Aqueles eram mesmo seus pais ou uma alucinação como Rebekah dissera antes? Com certeza aquele era um assunto que não ficaria inacabado.

E era mais um motivo para que ela não contasse sobre Philipe, Klaus o mataria no segundo que soubesse o que aconteceu. E querendo ou não, Sammy precisaria dele. Precisaria que ele respondesse muitas de suas dúvidas, ele sabia absolutamente tudo – ou quase tudo – sobre aquela gruta e a lenda que rodava aquela vila.

Como mentir para eles? O que dizer?

Samantha não sabia.

Ouviu uma batida na porta. Abriu já esperando ver Niklaus.

– Será que eu---

Foi interrompida pelos lábios dele nos seus, em um beijo desesperado como se ele houvesse esperado muito por isso.

Sammy passou os braços por sob seus ombros, fazendo assim com que a toalha que a cobria caísse ao chão.

– Você podia ter morrido. – disse contra seus lábios.

Sammy abriu os olhos encontrando os dele.

– Você sentiria minha falta? – riu da mesma forma de sempre.

– Você é minha. Eu sou único que pode matar você. – ele disse seriamente. – E é um absurdo que alguém tenha tentado.

Samantha sorriu de lado deixando-se envolver pelas caricias intimas e beijos que recebia.

– O que houve á você Sammy? – sussurrou em seu ouvido.

– Um acidente. – ela disse.

Sentiu a mão dele descer por sua perna.

– Conte-me mais. – pediu.

– Eu não quero falar sobre isso agora.

– Não minta para mim Samantha, achei que podíamos passar dessa ‘fase’ ao menos dessa vez. – disse seriamente.

Samantha se afastou para olhar seu rosto.

– Do que você --- – Sammy começou a dizer, mas foi interrompida.

– Isso não foi um acidente. – Klaus disse apoiando as mãos ao seu redor.

– Aquelas bruxas. – Sammy murmurou. – Olha, Klaus eu não sei o que disseram á você, mas---

– Ninguém me disse nada. Eu não preciso que nenhuma bruxa me diga o obvio. - Uma das mãos dele se fechou no rosto de Sammy. – Você não seria idiota a ponto de cair em uma gruta, além dessa recém-cicatrização – tocou sua perna como fizera minutos antes. – Que suponho venha de uma perna quebrada que com certeza não aconteceu quando você supostamente caiu. Você perdeu muito sangue a cicatrização ainda não esta perfeita, impossibilitando que eu perceba isso.

E o que para Samantha havia sido uma caricia, havia sido na verdade Klaus confirmando suas próprias teorias.

– Vejo que você já tem suas especulações. – afastou a mão dele de seu rosto. – Por que não me diz o que acha que aconteceu?

Klaus se afastou.

– Basicamente: Alguém fez isso á você. Tentou te matar. E seja por orgulho – Deus queria que seja essa primeira opção – ou por estar ‘defendendo’ o culpado você não quer dizer.

– Eu não me lembro do que aconteceu. – Sammy mentiu.

Saiu do banheiro se enrolando na toalha e entrando no quarto.

– Não venha com essa falsa inocência e diga de uma vez o que houve ou teremos que arrancar de você. – Rebekah disse de onde estava – na beirada da cama.

– Ótimo, faça isso! – Sammy deixou a toalha que a cobria cair. – Quer o outro lado ou o mesmo Rebekah? – perguntou virando o rosto se referindo ao tapa recebido mais cedo.

– Sejamos coerentes Samantha. – Klaus estendeu a toalha para ela. – Não precisa ser assim.

– Eu disse que não quero falar sobre isso e não vou. – Sammy parou próxima a janela. – Então faça o que quiser para arrancar isso de mim, eu não me importo. – voltou-se para eles. – Apesar dessa ligação estúpida você não pode me obrigar a dizer a verdade e sabemos que com a gestação estou forte o suficiente para não ser compelida. Nunca mais. Então... Arrume outro modo de arrancar de mim. Apenas tenham cuidado com a criança que é a única coisa que importa para vocês.

– Você faz parte dos vilões, mas se faz de vítima... – Rebekah riu sem humor. – Curioso.

Samantha sentou ao lado de Rebekah ignorando completamente o que ela dissera.

– Em pensar que duvidei de Trina quando ela disse o quão instável você ficaria. – Klaus balançou a cabeça negativamente. – Eu achei que fosse impossível mais descontrole vindo da sua parte.

– Sentada aqui, eu sou uma arma carregada. – Sammy cantarolou. - Esperando para atirar.

Klaus parou a sua frente com o rosto colado ao dela.

– Então vejamos quem da o primeiro tiro.


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Notas finais do capítulo

*¹ Frase da música "Gimme, Gimme, Gimme" A Perfect Circle

Hoje (14/06) completamos seis meses de Presságio!!!
Quando comecei a escrever Presságio à ideia era uma fic com poucos capítulos e vejamos onde estamos agora hahaha
Passou rápido e eu só tenho a agradecer a cada uma de vocês. A quem acompanha desde o principio, a quem chegou logo depois e também a quem futuramente vier ler.
Nesses meses tantas coisas aconteceram e que autora nunca parou e pensou Não sei como continuar e agora? Isso não foi diferente comigo. Sem vocês essa fic não seria possível. Cada comentário sempre me motivou a continuar. Muito obrigada! ♥

E além de mostrar que Samantha e o bby estão bem, esse capítulo serviu para mostrar que a relação dela e Niklaus está na mesma, certo?!

Próximo capítulo: Domingo (18/06) *-*

See you Later ;*