Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies


Capítulo 22
Let's fall apart together now




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"Let's fall apart together now." In Venere Veritas - HIM


Um corte.

Sangue.

Cicatrização.

Outro corte.

E de novo. E de novo...


Samantha sentia novas lágrimas descendo por seu rosto e ela se obrigava a acreditar que o motivo delas era pelos cortes que ela infligia á si mesma. Em sua barriga, em suas pernas, em seus braços. Os cortes desapreciam rapidamente como se nunca houvessem acontecido.

Ela não permitiria que seus pensamentos se voltassem para Klaus. Ela precisava se manter ocupada. E aquela havia sido a maneira mais fácil que ela encontrará.


*


– O que está acontecendo com eles? – Elijah perguntou voltando á sala onde Rebekah estava. – Niklaus está trancado no escritório e Samantha no quarto.

– Eu realmente não sei. – Rebekah respondeu pensativa. – Quem sabe o que esses dois possam ter feito.

– Ela foi direto para o quarto quando chegou e Niklaus chegou minutos depois sem dizer nada. – Elijah disse. – Isso acontece com frequência?

– As brigas deles? Sempre. – Rebekah quase riu. – Mas não é comum que fiquem assim... Ainda estou esperando pelos gritos, ferimentos e então a reconciliação.

– Pode ter sido algo realmente sério dessa vez. – Elijah ponderou.

– Sempre é. – Rebekah voltou seu olhar para ele. – Eu só não sei por que eu sempre me envolvo nisso. – suspirou. – Ela não merece, mas eu me preocupo e vou até lá.

– Faça isso. – Elijah sorriu para ela. – Tentaria falar com Niklaus.


*


Rebekah bateu na porta esperando que Samantha abrisse o que claramente não aconteceu. Insistiu mais algumas vezes chamando seu nome até ela responder um “Vai embora!” abafado.

Rebekah perdeu a paciência e entrou no quarto ao lado, passando para a varanda de Sammy e entrando pela janela.

O olhar de Samantha se quer virou para ver sua visitante.

– Mas o que você está fazendo? – Rebekah quase gritou ao ver a quantidade de sangue espalhado sob os tecidos claros da cama.

–Eu não vou morrer assim. – ela disse fazendo outro corte com as próprias unhas que cicatrizou rapidamente. – Viu?

– Não importa! – Rebekah afastou as mãos dela. – Não faça isso novamente ou eu corto suas unhas, ou sua mão inteira.

Sammy riu melancólica. Rebekah se importava com ela, afinal. Estava á seu lado.

– Você não está brava comigo. – Sammy disse.

– Mas é claro que eu estou. – Rebekah sentou-se á seu lado. – Só que posso esquecer-me disso por alguns minutos.

Samantha olhou para ela.

– Você seria tão mais divertida se fizesse tudo o que quisesse. – disse.

Se eu fizesse tudo o que eu quero você estaria morta. – Rebekah disse. – Não seria tão divertido assim para você.

– Entra pra fila. – Sammy murmurou.

– Foi isso o que aconteceu? – Rebekah perguntou. – A briga com Niklaus. Vocês tentaram se matar como sempre?

– Eu nunca entendi aquilo que diziam sobre “palavras serem pior que algo físico” até horas atrás. – Samantha respondeu.

Rebekah permaneceu em silêncio.

– Espero que esteja bem com Matt. – Sammy disse de repente. – De verdade.

– E você se importa? – Rebekah arqueou a sobrancelha.

Ela não sabia o que dizer. Ela não se importava com muita coisa. Mas Rebekah e Matt pareciam algo certo.

Lembrou-se das próprias palavras “Somos solitários e odiamos isso”. E se alguém merecia não se sentir assim no meio daqui tudo... Com certeza essa era Rebekah.

– Não na verdade. – deu de ombros.

Rebekah sorriu. Aquela era Samantha... Nunca dando o braço á torcer.


*


Elijah foi mais bem sucedido já que foram precisas apenas algumas batidas na porta para que Niklaus resolvesse abrir.

– Você não vai desistir não é mesmo? – murmurou dando passagem ao outro.

– Eu quero saber o que aconteceu entre vocês. – Elijah disse. – E nossa, querido irmão, você está péssimo. – disse ao olhar para ele.

Klaus sorriu irônico.

– Samantha está trancada no quarto, Rebekah foi tentar falar com ela. – Elijah disse.

– Ela deveria se manter lá até o fim da gravidez. – Klaus murmurou amargurado.

– Não diga isso, Niklaus. – Elijah foi até ele. – Tudo o que você precisa é de um bom banho para tirar a bebida que esta afetando seu raciocínio e então conversar de forma civilizada com ela.

– Não temos mais o que conversar, será que não entende? – Klaus se exaltou. – Eu já perdi as contas de quantas vezes tentei conversar com ela e nunca dá certo.

– Exatamente como venho fazendo com você por todos esses anos. – Elijah falou tranquilamente. – Talvez tudo que ela precise é de alguém que insista... Que nunca desista dela.

– Talvez eu não seja o mais qualificado para isso. – Klaus respirou fundo.

– Você é exatamente a pessoa certa para fazer isso. – Elijah encorajou. – Quem melhor para entendê-la que alguém exatamente como ela?

– Esse é o problema, afinal! – Klaus falou mais alto. – Às vezes é preciso assumir que as coisas não vão melhorar, não podem, não dá. Isso é aceitar a verdade, e eu posso fazer isso! Lidar com a verdade! Não é o que ela queria?

Elijah percebeu que ele deveria estar lembrando-se da discussão com Samantha então apenas esperou que ele desabafasse.

– Eu não sei exatamente o do porque vocês brigarem agora, mas sei que sempre há uma forma de contornar as coisas.

– Eu não quero contornar nada! Eu só queria que isso acabasse de uma vez. – Klaus murmurou.

– Você está magoado. – Elijah disse sem rodeios. – Porque gosta dela e não sabe como lidar com isso.

Klaus olhou para ele sem expressão alguma no rosto.

– Ela apenas leva o meu filho... – disse baixo. – E não é mais que uma distração para umas noites solitárias...

– Sei que a rebeldia e a sensualidade dela devem confundir sua cabeça, mas você sabe mesmo que não queira admitir... Algo em Sammy te fascina. - Elijah sorriu de lado. – Isso deve significar alguma coisa.

Klaus não soube o que dizer, apenas pensou naquilo.

– Sejamos sinceros... – Elijah começou. – Com quantas mulheres você esteve desde que ela veio para cá?

– Eu não sei. – Klaus foi evasivo.

Aquilo foi resposta suficiente para Elijah que sorriu esperto.

Nenhuma. Era essa a resposta. Não havia outra mulher desde que Samantha viera para sua vida, simplesmente porque ele não conseguia estar com outra enquanto Sammy era única que povoava seus pensamentos.

Seja de forma negativa já que ele passava grande parte do tempo pensando nos problemas que ela causava, ou de forma positiva quando ele se lembrava do quanto era bom tê-la em seus braços.

– Solitários... – ele disse repetindo o que ela mesma dissera. – Pessoas não podem ser solitárias... Juntas. Ela estava errada, afinal. – Disse á si mesmo saindo da sala.


*


– Amaldiçoado para alguns e abençoado para poucos. – Sammy disse passando a mão pela barriga. - Não precisa fazer sentido algum.

– Ele será tão loiro quanto Klaus ou terá cabelos tão negros quanto os seus? – Rebekah disse para distrai-la.

– Talvez ele seja uma mistura de nós dois. – ela riu levemente.

Rebekah apenas a observou.

– Talvez esses tenham sido os meus últimos dias. - Samantha disse em voz baixa.

– Não diga isso. – Rebekah interrompeu. – Esse bebê vai ficar forte vai nascer bem e você vai acompanhar o desenvolvimento dele.

– A hora do nascimento é sempre complicada. – Samantha continuou. – Não adianta negar, todos sabemos. Foram poucas as escolhidas que sobreviveram Becky.

– Mas nenhuma foi como você. – Rebekah tentou passar confiança. – Você é muito forte.

– Talvez não o bastante. – uma lágrima escorreu pelo rosto de Sammy que a tirou rapidamente. – Eu não sei o que eu estou sentindo nesse momento Rebekah.

– Vai ficar tudo bem. - Rebekah a abraçou.

– Você não entende. – Sammy choramingou. – Eu não sou assim. Eu estava preparada, eu sempre soube o que teria que fazer e sempre soube que possivelmente não sobreviveria. Mas...

– Mas... – Rebekah incentivou-a falar.

– Algo mudou. – disse muito baixo como se fosse uma confissão.

– Ninguém quer morrer – de fato – ninguém daria a vida assim como você Sammy. – Rebekah olhou em seus olhos. – Um ato nobre. Se você desistir...

– Eu não vou. – Samantha falou rapidamente. - Sem cogitações.

Samantha secou as lágrimas e forçou um sorriso.

– Seria um final digno?

Rebekah não entendeu a pergunta.

– Morrer para dar a vida ao herdeiro. – Sammy explicou. – Eu seria uma lenda não seria?

– Seria. – Rebekah sorriu melancólica.


*


Ela estava errada” – Klaus pensava.

Ele não era um solitário. Pelo menos não mais... Desde que ela chegara aqui.

Andou até o jardim... E para a floresta em frente sem perceber. Os pensamentos eram intensos.

Pensou em todas as brigas, discussões e momentos que tiveram. E eram tantos...

Lembrou-se de quando á viu pela primeira vez naquela cidade. De como ficou furioso pelas mortes. De como ficou surpreso ao encontra-la na floresta. De como teve que fingir que não sabia quem ela era e o que queria ali.

Lembrava-se exatamente da forma despreocupada com que ela agia. Tão esperta. Parecia se divertir com a confusão que havia causado tanto na cidade quanto em sua mente. E a ironia... Nunca conhecera alguém tão irônica quanto ela. Em pensar que ele achou que esse posto era de Damon.

E tão linda...

Lembrou-se de esperar exatamente 4 dias antes de procura-la. Porque ele precisava de um tempo... De uma boa historia, de uma boa simulação. Ele precisaria fingir que não sabia de nada, que não a conhecia. Precisava de paciência. E como precisava...

E isso não mudara até agora.

Eram muitas lembranças. Ele não queria pensar nisso, mas era inevitável. As memórias jorravam em sua mente, como um filme que ele não podia parar ou pausar.

Pode ver claramente a cena de Samantha aparecendo na sala com o vestido vermelho que ele mesmo comprara para ela. Ainda mais belo no corpo perfeito de Sammy.

E no quanto ela parecia incrível ao se alimentar e dividir aquele humano com ele.

Pensou na primeira vez em que a vontade de beija-la foi quase impossível de ignorar. E como ficou surpreso e internamente contente quando ela colou os lábios aos dele mesmo que brevemente. Ela estava furiosa porque ele havia cobrado explicações sobre Caroline.

Mesmo dia em que eles tiveram a briga mais séria de todas. Quando ele á mordeu.

Ele ainda podia ver a derrota estampada em seu rosto e as lágrimas que a todo custo ela tentava impedir.

Não parecia tão apreciável quanto foi no dia.

Sentiu o pingo de chuva cair em seu rosto, ele se quer percebera onde estava. Ele queria ir longe o bastante de Samantha, Rebekah e Elijah. Mas ali sozinho ele percebia que o que mais incomodava era os seus pensamentos, e daqueles ele não poderia fugir. Não importava o quão longe ele fosse.

Você não pode fugir de si mesmo.

Klaus não sabia dizer o porquê pensar em Samantha incomodava tanto agora. Talvez porque no fundo ele sabia que ela estava certa. Em tudo o que dissera.

Ele era sozinho e não queria ser assim. E Sammy mudara isso. E ele não queria que deixasse de ser assim.

Mas ao mesmo tempo em que não queria. Ele não deveria se apegar a alguém dessa forma. Sabia o quanto isso atrapalhava.

Estava preso em um dilema.

Ou abdicaria de seus planos para ficar com Samantha e a criança. Como Elijah aconselhava.

Ou permanecia na mesma e não teria mais do que brigas, discussão e outros momentos prazerosos ocasionalmente com Sammy.

Imaginou se ela não vivia o mesmo dilema e se por isso a relação deles era tão complicada.

Uma vez cogitou ter encontrado – o que nem ele mesmo sabia procurar por – alguém com a qual ele gostaria de passar a eternidade junto. Uma vez pensou em Samantha dessa forma. Ele gostava das provocações, dos joguinhos, dela nunca dar o braço á torcer. Talvez fosse isso... Alguém que não o temesse, não planejasse sua morte... Que simplesmente estivesse ali.

E como ele odiava se sentir assim.

Como odiava a forma prepotente dela agir, odiava seus segredos, odiava sua ironia e a forma como ela chamava a atenção por onde passava e como usava isso como uma arma.

Ele sabia por que a odiava tanto: Porque mesmo á odiando por tudo que ela fazia, ao fim do dia Sammy era a única pela qual ele clamava. No mais íntimo de si.


*


– Já é madrugada. – Rebekah disse se levantando da cama – agora com os lençóis já trocados. – Você deveria dormir um pouco. Amanhã as coisas serão mais claras em sua mente.

Samantha concordou abrindo a porta para ela sair.

– Hey Becky. – chamou quando ela já havia saído. – Obrigada.

Rebekah apenas sorriu e foi embora.

Samantha fechou a porta pensando no que faria. Ela estava mais calma, a conversa com Rebekah havia ajudado bastante.

Ouviu uma batida breve na porta. Abriu já esperando ver Rebekah, quão grande não foi sua surpresa ao encontrar Klaus ali.

Molhado. Sorrindo. E olhando tão profundamente para ela.

– O que você está---

Foi interrompida pelos lábios dele nos seus. Tentou resistir no começo, mas como ela poderia?

Klaus parou segurando o rosto dela entre as mãos. Ele estava congelando e ela estava tão quente. Era uma boa combinação.

– Eu sei que é você. – disse pausadamente. – Você confunde minha cabeça, eu te odeio, mas ainda assim tenho essa necessidade estranha de estar com você.

– E o que isso significa? – Samantha perguntou.

– Eu não sei. – disse sincero voltando á beija-la. – Sei que é bom e prefiro que continue assim...

– “Se melhorar estraga?” – Sammy perguntou rindo.

– Quase isso. – Klaus respondeu. – Se melhorasse não seriam tão Niklaus Mikaelson e Samantha Robertson.

Sammy sorriu satisfeita com a resposta se entregando aos braços dele em seguida.


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Notas finais do capítulo

*¹ Frase da música "Heartkiller" HIM

E esse é o momento "aaaanw" de Presságio hahaha Gostaram?
Lembram do "Eu nunca prometi uma história melosa de amor."? Então esse é provavelmente é o capítulo mais "fofo" que existirá aqui.

Eu realmente gostei dele e espero que vocês também.
Digam o que acharam, ok?!
E próxima atualização na sexta-feira 02/06

See you Later ;*