A luta seguiu assim: Zuko, Mayumi e Jun, foram encarregados de encontrar os soldados da Dai li e Long Feng, que ao perceberem o ataque, se esconderam, deixando apenas os peões no tabuleiro. Katara convocou todos os dominadores de água que tinha a capacidade de cura e seguiu para o sul, como Aang mandou, levando com eles todos os feridos, tanto em estado grave quanto em condições estáveis. Toph e Haru não quiseram deixar a batalha por nada, mesmo Katara solicitando a presença da dominadora de metal para auxiliar na defesa. Suki, Soka e os novos nômades do ar, seguiam mais atrás, usando suas armas brancas para o combate.

Dois dias se passaram desde o inicio da guerra e mesmo tendo a ajuda dos espíritos, aquilo estava longe de acabar. Aang, mesmo em estado avatar, não conseguia dar conta da quantidade de soldados lutando ao lado de Long Feng. A cada dia chegavam, mais e mais, até que a quantidade de pessoas que lutavam pelas nações, ficou completamente desproporcional e cada vez mais iam ficando em menor quantidade. Quanto mais demorasse a luta, mais pessoas iriam morrer.

A única chance daquilo acabar era se Zuko, Mayumi e Jun conseguissem prender os Dai li e Long Feng e para isso, eles seguiram com um pequeno grupo de soldados vestidos como nação do fogo, coisa de apenas dez pessoas, incluindo os três. Eles se esconderam em um bosque próximo quando perceberam que alguns Dai Li, faziam rondas por ali.

– Devemos estar próximo. – falou Jun abaixado atrás de uma moita, ao lado de Mayumi. – Três guerreiros estão ali.

– Que tal eles serem nossos primeiros prisioneiros? – falou a mulher e sorriu para Jun que concordou com a cabeça. A região onde se localizava o bosque, ajudava e muito na dominação de água, até porque o bosque na verdade era uma porção de terra entre dois rios. Eles saíram do esconderijo rapidamente, embora Zuko tenha tentado impedi-los. Pararam atrás dos soldados e simultaneamente, fizeram uma dominação de água perfeita e prenderam os três em enormes blocos de gelo, impedindo que eles dominassem.

– Menos três. – falou Mayumi e abraçou Jun. – Agora falta o restante.

– Isso foi loucura, não podemos nos expor dessa forma. – falou Zuko se aproximando com os outros soldados.

– Se acalme Zuko, deu tudo certo no final, não foi? – Mayumi se aproximou do senhor do fogo e deu um beijo em sua testa.

– Somos ou não os melhores dominadores de água do planeta? – falou Jun e sorriu. De repente, eles viram várias luvas de pedra voaram em sua direção e um a um foi prendendo e fazendo com que caíssem no chão.

– Era uma armadilha? – perguntou Mayumi.

– E caímos direitinho. – respondeu Jun. – Eles eram apenas iscas.

– Desgraçados. – concluiu Zuko, sendo forçado a ficar deitado. As dez pessoas estavam organizadas em fileiras e todos, sem exceções estavam deitados de barriga no chão.

– Ora, ora quem nos encontrou. – falou o General Fong, vindo de trás de alguns soldados da Dai li. –Acharam mesmo que seria assim tão fácil?

– Francamente, achamos sim. Você é um imbecil. – falou Mayumi e encarou o homem.

– Toph e Haru disseram que pediram ajuda a você, porém se recusou. Então foi isso, você já havia sido convocado por Long Feng?

– Eles pagaram mais. – falou o homem. – E agradeça a eles por mim, por ter me contado o que estavam pretendendo fazer, assim tive tempo de falar a Long Feng e ele se preparar.

– Então o plano inteiro já havia ido por água abaixo há muito tempo. Caimos em uma emboscada. – falou Zuko triste, não acreditava que havia sido tão ingênuo.

– Agora, vocês finalmente vão ver do que somos capazes. – falou o homem. Assim que ele se preparou para atacar os “prisioneiros”, recebeu uma bola de fogo nas costas e então se virou.

– Soltem nossos pais, agora. – falou Honora ao lado da irmã, que ainda tinha fumaça saindo de suas mãos.

– O que duas meninas vão fazer, contra um grupo de mestres dominadores?

– Quer pagar para ver? – falou a mais velha e em suas mãos, a lamina da faca reluziu ao ser atingida pelos raios do sol.

– Eu vou dar uma chance de vocês se renderem, sem que se machuquem. – Fong se aproximou devagar das meninas. – um, dois...

– Vai para o inferno. – falou Honora e lançou algumas facas na direção do grupo, enquanto que Zuli ataca com fogo o tanto quanto podia. Depois de alguns minutos, todos os soldados estavam no chão, desacordados ou mortos, incluindo Fong.

– O que fazem aqui? – falou Mayumi seriamente.

– Salvando os pescoços de vocês, tia. – falou Honora e sorriu.

– Mamãe... – falou Zuli e correu na direção da mãe, se jogando nos braços dela e a abraçando com toda a força que tinha. Sentia muita saudade.

– O que diabos, vocês pensam que estão fazendo aqui? – falou Zuko irado.

– Nós viemos ajudar, papai. – respondeu Honora.

– Vocês arriscaram a vida de vocês vindo aqui.

– Eu só queria participar da guerra, afinal vou ser rainha um dia.

– Não se você estiver morta. – O homem havia perdido toda a calma. – Foi por isso que deixei vocês lá. Eu precisava ter certeza que se alguma coisa acontecesse comigo, você ficaria viva para assumir a nação. Você está sendo imprudente e além de tudo, trouxe sua irmã de apenas seis anos para um lugar perigoso como esse. O que você tinha na cabeça, Honora?

– Eu queria ajudar, está bem? Eu queria fazer alguma coisa diferente da minha vida. Eu estou cansada de ser uma princesa mimada. Eu não agüento mais.

– O que quer dizer com isso?

– Eu quero lutar pai, sou forte para isso e tive bons professores. Você e a mamãe souberam me ensinar a usar as facas. Eu queria apenas usar esses ensinamentos algum dia. Então eu chego aqui, demonstro o quão boa eu sou, salvo a vida de vocês e, no entanto ao invés do senhor se sentir orgulhoso, grita comigo e me chama de imprudente. – falou ela encarando Zuko e ele abaixou a cabeça. – Eu só queria que sentisse orgulho de mim. – Ela deu as costas ao pai e começou a refazer o caminho de volta ao bisão, estava aos prantos. – Vamos Zuli. – A menina saiu correndo até alcançar a irmã.

– Honora... – Zuko se aproximou das meninas e se abaixou. -... Você não sabe o quanto estou orgulhoso de você. Na verdade de vocês duas. Vocês demonstraram ser excelentes lutadoras e guerreiras e isso me deixa extremamente radiante e com a sensação de dever cumprido, porém eu quero apenas que entendam: vocês são minha vida. Se eu perdesse vocês, não teria mais sentido lutar por Republic City e nem por nada, porque em mim morria a vontade de viver e é por amar vocês que eu vou implorar para que subam nesse bisão e voltem para a nação do fogo. Não se preocupem conosco, tudo ficará bem.

– Promete que vão voltar para casa? – falou Zuli com os olhinhos cheios de lágrimas. – o senhor e a mamãe?

– Prometo querida, eu e sua mãe voltaremos para casa assim que tudo isso acabar. Agora vão. – falou ele e deu um beijo na testa das duas meninas. Mayumi também se despediu e então as garotas subiram no bisão.

Inga conseguiu altura suficiente para seguir viagem, mas nem bem subiu, foi alvejada por várias luvas de pedra e caiu imediatamente com as meninas ainda em sua cela.

– Meu Deus. – falou Mayumi e correu na direção da queda. Todos os outros correram atrás dela e só perceberam que acharam o acampamento inimigo, quando vários guerreiros Dai li os cercaram. Zuko, perdendo a cabeça, começou a atacar os guerreiros, mas foi gravemente atingido por Long Feng que o arremessou imediatamente contra uma enorme rocha, fazendo com que o homem batesse a cabeça na pedra e desmaiasse imediatamente.