Secret escrita por Rocker


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Últimos capítulos, minhas lindas! Além desse haverá mais mais dois e um bônus pequenininho, mas que vai trazer uma surpresa para vocês. E uma boa surpresa para quem gosta de Secret, mas vamos ver isso mais para frente. No momento estou postando o anti-penúltimo capítulo e quero a opinião de vcs sobre ele. Só posto o próximo depois de sete reviews, quero chegar a 300 na fic de uma vez hahaha'

Enfim, boa leitura e até o próximo capítulo!!



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Capítulo 28

Três dias depois, Lena andava em círculos, extremamente nervosa sobre o que estava por vir. Ainda não acreditava que tinha topado toda aquela bagunça e plano para que não houvesse uma guerra entre narnianos e calormanos. Mas ainda assim, mesmo depois de ter aceito o plano louco de Emma, via-se pensando mais e mais em trancá-la em algum dos muitos armários que havia pelo castelo apenas para que ela mesma se casasse com Ethan e todo esse pesadelo acabasse de uma vez.

Mas ela não podia fazer isso. Prometera a suas irmãs, prometera aos reis e prometera, principalmente, a Edmundo que não faria nada. Agora teria de ver sua irmã se casando com aquele que quebrara seu coração anos atrás, sem que nada fizesse. Mas ainda estava receosa - não podia fazer nada, mas imaginava qual seria a reação de Ethan quando tirasse o véu da noiva e encontrasse Emma, com uma peruca castanha e curta. Sabia que não seria das melhores. O pior? A cerimônia já estava pela metade.

– O que faz aqui? - ela ouviu a voz de Edmundo dizendo atrás de si.

Ela estava nos jardins de Cair Paravel. Sabia que poderia se disfarçar para ver o casamento de Emma, mas seria sofrimento demais.

– O que parece que estou fazendo? - ela perguntou, sentando ali entre as flores.

– Me parece que você está fugindo de alguma coisa. - disse o moreno, deitando ao seu lado e descansando a cabeça sobre o colo da menina.

Inconscientemente - e automaticamente - ela começou a acariciar os fios negros e macios.

– É porque estou. - ela disse, abaixando a cabeça para olhar nos olhos negros dele, e sorriu tristemente.

Edmundo levantou a mão e tocou-lhe a bochecha com a ponta dos dedos. Lena fechou os olhos e inclinou a cabeça para o lado, sentindo um contato maior de sua bochecha com a palma da mão do moreno.

– Não devia. - ele disse suavemente. - Vai dar tudo certo, eu pro...

– Não prometa. - ela disse, tapando a boca do menino e impedindo-o de continuar. - Eu conheço bem Ethan. Não vai ficar nada bem quando ele descobrir que foi enganado. Não é o tipo de pessoa que aceita ser enganado.

– Ei, ei, ei. - Edmundo se sentou e tomou o rosto de Lena entre suas mãos. - Vai ficar tudo bem. Não adianta discutir comigo.

Lena abriu um pequeno sorriso. Edmundo se aproximou dela e tomou-lhe os lábios em um beijo suave. Ela conseguia se aprofundar nas sensações que Edmundo lhe trazia, mas algo a tirou deste êxtase. Quando se afastou do moreno e olhou em direção aos portões do castelo, percebeu que fora um tumulto que vinha dali que tirara-lhe de seu momento. Eles se entreolharam e levantaram-se em um pulo para logo depois saírem correndo em direção ao castelo. Adentraram ao grande salão, onde se estava fazendo a cerimônia de casamento. Ethan e Emma, próximos aos tronos, encaravam-se - Ethan com um ódio mortal e Emma receosa. E então Lena percebeu o porque de todo o tumulto que havia entre os convidados.

Emma já estava sem o véu.

Ethan virou-se para Lena e Edmundo foi à frente atravessando todo o salão. Mas havia mais alguma coisa errada e Lena demorou um pouco para perceber - algo que nem mesmo Edmundo percebera. Ethan mantinha a espada em punhos, mesmo que abaixada. Lena sabia que o que via no olhar de Ethan não era um sinal de bom presságio e ao perceber o leve movimento do pulso de Ethan, ela conseguiu identificar suas intenções, enquanto Edmundo se aproximava mais dele, sem desembainhar a espada ainda. Sabia que se Edmundo não fosse rápido o suficiente, seria tarde demais. Mas ela não podia esperar pelo "se". Ela precisava ter certeza. Então fez a coisa mais imprevisível que já fizera na vida.

Libertou as asas de um branco luminoso em tempo recorde e voou em alta velocidade até Ethan; e no momento seguinte, sentia a espada dele atravessar seu abdome em uma dor lacinante, recebendo o golpe que seria direcionado a Edmundo. Sentiu a lâmina sendo retirada e ouviu um grito - após segundos, percebeu que fora seu. Sentiu seu corpo momentaneamente amparado, mas não conseguiu identificar quem fora, para ser depositado levemente no chão. Ouviu gritos abafados e outros sons, mas tudo isso em um segundo plano, pois no momento ela estava se concentrando na dor no abdome e relembrando tudo pelo que já passara.

Imagens de tudo o que viveu, na Inglaterra e em Nárnia, passaram como flash em sua mente e ela percebeu o significado da expressão ver a vida diante dos seus olhos. Percebeu então que não era um clichê, mas apenas um último esforço de uma mente moribunda de morrer com melhores momentos que já passou. Lena perguntou-se se era assim que Edmundo se sentira quando quase morrera pelas mãos da Feiticeira Branca. Se pudesse, ela riria com o pensamento que lhe ocorreu. E se fosse isso que ela tinha que ter feito naquela ocasião? Pular na frente da espada que atingiria Edmundo, causando na morte dela? Era irônico pensar nisto em um momento como esse, mas ela não podia evitar. Sempre se sentiu culpada sobre aquele ocorrido e sabia que jamais se perdoaria. Nem mesmo em seu momento moribundo.

Ela sentiu um líquido doce e amargo atravessando sua garganta, fazendo esgargar momentaneamente. Abriu os olhos, que nem percebeu que se fecharam, e viu a imagem turva de Lúcia ainda segurando o elixir sobre sua boca e Edmundo que, por alguma razão desconhecida por Lena, tinha as roupas reais manchadas levemente de sangue. Logo atrás deles estavam Emma, Hailee, Pedro e Susana. Lena teria sorrido com a cena - sua família estava ali, mesmo que vendo-a morrer. Apesar de tudo, estava feliz. Impedira uma guerra - mesmo que a contragosto -, salvara seu amor de ser ferido e agora morreria com uma última imagem de todos reunido ali.

E então, ela apagou.

~*~

Lena abriu os olhos, mesmo que relutante. Demorou um pouco para que sua visão turva se esquadrasse, mas logo ela se viu em seu quarto de Cair Paravel. Ali seria o Paraíso? Ouviu um pequeno barulho ao lado e, ao virar a cabeça com certa dificuldade, viu Edmundo ao seu lado, com a cabeça enterrada no colchão, fungando.

– Eddie. - ela chamou e percebeu que sua voz não estava tão fraca quanto imaginara.

O moreno rapidamente levantou a cabeça e sorriu abertamente ao vê-la ali, de olhos abertos e viva. Ele se inclinou sobre ela, espalhando beijos por toda a extensão de seu rosto, fazendo-a soltar risadas gostosas e espontâneas. Edmundo alegrou-se ainda mais ao ouvir o leve barulho de sinos em sua voz.

– Calma, Eddie, eu estou bem.

– Graças a Aslam que está! - ele disse, dando-lhe um demorado selinho. Quando se afastou, ele olhou diretamente nos olhos dela. - Pela juba do leão, não faça isso comigo nunca mais!

Lena sorriu, ao lembrar-se de que fizera aquilo para salvá-lo. Podia nunca admitir isso a ele, mas faria de novo se fosse preciso - e não era apenas por ser seu dever como anjo da guarda.

– Eu estou bem, não precisa se preocupar.

– Não achamos que o efeito do elixir demoraria tanto. - o moreno disse. - Estão todos desesperados lá embaixo, precisamos chamá-los.

Mas Lena o puxou pelo pulso. - E... Ethan?

Edmundo sorriu abertamente, parecendo satisfeito consigo mesmo e deixando-a confusa.

– Não precisará mais se preocupar com ele. Eu o matei.

– Então isso explica o sangue que vi na sua roupa quando abri os olhos. - e, pela primeira vez desde o baile, Lena riu verdadeiramente aliviada.

Sem que a menina visse, Edmundo pegou uma pequena caixinha na cômoda ao lado da cama e se agachou ao lado da menina, que já estava sentada na lateral do colchão.

– Eu fiquei muito preocupado quando vi você ali no chão. - ela iria interrompê-lo, mas se calou ao ver o pedido silencioso nos olhos do moreno. - E eu soube, ou melhor eu confirmei, que não poderia jamais viver sem você. - ele tirou a caixinha de trás das costas. - Eu ia lhe fazer esse pedido no baile, em frente a toda Nárnia, mas Ethan atrapalhou meus planos. Mas agora não é tarde demais. - ele tentou ignorar as lágrimas silenciosas que caíam pelas bochechas de Lena e segurou-lhe a mão, sorrindo de orelha a orelha. - Angelina Campbell. Quer se casar comigo?

Ela assentiu em resposta, murmurando "sim" repetidamente e o sorriso de Edmundo aumentou consideravelmente. Beijou delicadamente os dedos dela, antes de se levantar e pegá-la pela cintura para girá-la no ar. Ela conseguiu soltar um riso divertido antes de sentir o gosto dos lábios de Edmundo se misturando com suas lágrimas salgadas. Lena sabia que aquele era o melhor gosto do mundo. E a melhor sensação também - a de estar finalmente com quem ela ama de uma maneira que jamais imaginara. Afinal, ela nunca pensara em se casar um dia. Mas aquela era uma escolha que Lena jamais se arrependeria de ter tomado.


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Notas finais do capítulo

Então aí está o capítulo que vocês tanto esperavam! Sinto muito não ter a parte do Eddie matando o Ethan, mas é que o foco da fic é a Lena, então eu foquei o que ela estava sentindo sobre estar morrendo.