Como O Brilho Da Lua escrita por NiinasakuraSecretgirl


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Como será o primeiro dia de aula da Rin? Vamos conferir?



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 Hoje será o meu primeiro dia de aula, eu não estou nada animada, na verdade acho que não irei me adaptar bem à nova escola, e não digam que estou sendo pessimista, pois eu não estou.

 Como eu poderia definir esse final de sema, vejamos. Horrível? Primeiro fomos a um jardim japonês, foi até legal e estar em contato com a natureza me deixa calma. Depois fomos a uma lanchonete e eu pude me deliciar com sorvete de creme. Tirando isso foi tudo muito estressante.

  Estou com um uniforme muito estranho, sempre achei que uniforme de blusa social e saias rodadinhas eram coisas de anime. Sinto-me mal, gostava do meu antigo uniforme que era uma calça e uma blusa simples. Estou indo de carro com a minha mãe e Souta. Ela me explica como voltar para casa e escreveu em um papel passo a passo o caminho, caso eu fique perdida é só ler.

- Você está prestando atenção em mim Rin? – Pergunta minha mãe.

- Sim mãe, eu estou prestando atenção.

- Ânimo meu amor, vai dar tudo certo. – Com certeza, já está dando não é mesmo? Passamos primeiro na escola do Souta e o deixamos lá, feliz, animado e doido para ver um youkai. Que graça tem youkais?  Mas para o meu desespero os desejos de Souta foram realizados. Não foi surpresa para mim quando eu vi uma mulher alta de longos cabelos brancos como olhos inacreditavelmente vermelhos. Sério, era como se estivesse cheio de sangue o olho dela, era uma coisa meio The Sims 3. Fiquei com medo admito, acho que é uma coisa normal afinal eu nunca vi um youkai pessoalmente.

- Ola senhora Emilio. – disse a mulher, mulher não, a youkai… sei lá como vou chamar ela.

- Olá. – disse minha mãe sorridente e sem graça. – Esses são meus filhos Souta Emilio e Rin Emilio.

- Bom dia. – disse a mulher youkais, ela se aproximou e estendeu a mão mas eu não tive forças o suficiente para levantar a minha, um pânico tomou conta de mim.

- Bom… bom… di… bom dia. – disse finalmente depois de levar uma cotovelada de minha mãe.

- Souta eu vou ser a sua nova professora. – disse ela se abaixando. Ah não! Socorro alguém nos ajude!! Ela vai comer o meu irmão!!!

 Ao ver minha cara de pânico minha mãe discretamente me belisca.

Ai!

 A youkai abraçou Souta e deu um beijo em seu rosto.

- Não precisa se preocupar Rin, eu sei que existem vária histórias super fantasiados sobre humanos e yokais, mas te garanto que nós yokais somos bem humanos também. Vivemos de acordo com as suas regras, e vemos vocês como parte de nossa sociedade e não como alimento. – É bom mesmo, se o meu irmãozinho voltar sem um pedaço do braço eu saberei quem processar, bom na verdade não afinal eu não sei quantos alunos youkais tem na sala. Mas eu pergunto ele quem comeu!! Sim, eu estou sendo ridícula. Estou de olho em você em esquisitinha dos olhos vermelhos!

 Depois de deixar um Souta extremamente feliz com uma professora muito suspeita para o meu gosto, fomos nós para a minha escola.

 Puxa vida, que escola é esta? Terrível, terrível, terrível! Sério. Ela parece a masmorra de um castelo. Cinza, com muros de pedra. Praticamente uma fortaleza.

 Se fossem em outra ocasião eu ficaria um pouco encantada e até mesmo tiraria fotos para mostra Anna, mas não agora, eu não sou turista, sou uma cidadã.

 Nós entramos em silencio, e por dentro ela é mais estranha ainda. Não havia nem um aluno nos corredores. Uma mulher alta de cabelos negros e olhos verdes veio nos cumprimentar. Ufa, uma humana.

- Bom dia Senhoritas! – disse com um ânimo imenso.

- Bom dia diretora Koharu. – disse minha mãe.

- Bom dia diretora Koharu. – Eu queria ser uma daquelas garotas fãs de animes e mangás, uma daquelas meninas que dariam a vida para estar em meu lugar. Mas eu não sou! Eu não gosto de nada muito fantasiado, acho que é por causa de Cristina, uma colega minha do Brasil que vivia falando e sonhando com personagens de anime, e só falava nisso, mas não que eu não goste de anime, eu até assisto alguns, mas não fico tão impressionada como algumas pessoas. Eu queria ser uma pessoa mais rustica, uma pessoa daquelas que amam as antiguidades, assim eu me sentiria extremamente animada com tudo isso. Mas eu não sou assim, eu sou uma pessoas supermoderna, não viveria um dia sem meu celular e notebook, não passaria uma hora sem meu tablet.

- Essa é a escola de Kyoto. E este é o nome da escola mesmo. Escola de Kyoto. - … é brincadeira não é? Que raio de nome é esse? – Vamos andando vou apresentar a escola a vocês.

- Essa aqui é a entrada, do outro lado que é a saída, ninguém pode sair por aqui. Ok, ninguém pode sair pela entrada, é tipo, os brinquedos de um parque.

- Aqui não é nada, só entrada mesmo, mais pra frente temos a quadra de tênis, a quadra de futebol, quadra de vôlei e quadra de basquete. No total são cinco quadras. – cinco? Uai, eu queria que a Wanessa pudesse me ver agora. Wanessa uma menina insuportável do meu bairro que vivia se gabando de estudar em uma escola que tinha piscina aquecida, três quadras e salas cheias de computadores.

- cinco? Mas você só disse quatro.

- tem outra quadra que é para correr, fazer alongamento, pular corda ou fazer qualquer outro tipo de atividades.

 Não vou me adaptar, serei um peixinho fora d’água. 

- Aqui a esquerda é a cantina, temos todos os dias 3 tipos diferentes de cardápios completos, com comida, salada e sobremesa. Você quem escolhe.

- E é pago? – perguntei.

- sim. – Inocência a minha achar que seria de graça.

- Aqui é o banheiro feminino, temos ducha, e é obrigatório tomar banho depois das atividades físicas, por isso sempre traga toalha e roupa intima.

 É uma escola impressionante, deve ser muito rigorosa.

- essa porta dá para os andares de cima, a escola tem sete andares. O segundo andar e o terceiro são para os adolescentes do 1º ano do ensino médio. O quarto e o quinto são para os do 2º ano do ensino médio. O sexto e o sétimo para os do ultimo anos do ensino médio.

 Sete andares... Sete andares... E se eu cair lá de cima? Ou pior, e se um youkai me jogar lá de cima?

A diretora Koharu conversou alguns minutos comigo e minha mãe, explicou algumas normas da escola e passou algumas instruções para eu me adaptar com o novo ambiente. Disse até que se eu achasse que era necessário poderia fazer aulas de reforço de japonês.

 Depois de explicar tudo a diretora guiou minha mãe até a saída e depois me levou até minha sala que fica no quinto andar. Admira-me uma escola tão chique não ter elevador. Tivemos que ir subindo as escadas até lá. Fiquei morta de cansada.

- Senhoras e senhores silêncio. – todos da sala ficaram calados. Os que estavam com má postura se colocaram eretos e firmes nas carteiras. As meninas que conversavam pararam na hora e todos só tinham olhos para uma pessoa. Eu!

- Essa é Rin Emilio. – Todos me analisaram. – Senhorita Rin vai estudar aqui a partir de hoje. Sejam gentis e atenciosos com ela. Ela veio do Brasil. Veio de São Paulo.

 Sim, eu vim do Brasil e estou doida para voltar.

- Sente-se ali Rin. Aqui todo tem carteiras marcadas, você vai se sentar ali pelo resto do ano. – Ótimo, do lado de um Youkais muito estranho com cabelos longos e negros e olhos de dar medo. Muito medo.

 Fui andando até a mesa morrendo de vergonha. Todos olhavam para mim, todos me analisavam.

- Se precisar de qualquer coisa é só ir até a diretoria. – disse Koharu saindo.

- Ótimo turma, vamos dar as boas-vindas a Rin!

- Seja bem Vinda Rin! – Isso foi realmente estranho.

– Rin sou a professora Scote.

 Sempre achei que Scote fosse nome de homem. Mas tudo bem. A professora é uma mulher baixa, com cabelo curto e loiro quase branco, tem olhos azuis claros e um sorriso doce e inocente.

- Sou professora de matemática Rin, conte-me o que você estava estudando no Brasil?

- Para ser sincera nem me lembro. – todos deram uma risadinha. Heheheh que engraço não é?

- Tudo bem, você pode pegar as anotações com seus colegas. – disse a professora.

 A aula seguiu normalmente e quando bateu o sinal a professora se foi e por incrível que pareça ninguém saiu da sala de aula.

- Olá Rin-sama. – disse uma garota bonita, cabelo liso castanho e olhos cor de chocolate. – Sou Sango, e está é a minha amiga Kagome.

 Eita nomes estranhos!

- Olá Sango e Kagome. – disse sorridente.

- Nós sentamos perto da sua mesa, sempre que precisar de ajuda pode nos chamar. – disse Kagome. – Você conhece alguém daqui?

- Não. – disse com uma cara triste.

- Então ande com a gente no intervalo ok? – perguntou Sango.

- Seria ótimo! – disse mais animada do que realmente queria.

- Vamos nos sentar agora, o professor chegou. Este é o Mioga-sensei.

 Mioga-sensei é realmente estranho, baixinho, gordinho e careca.

- Olá turma, como vão? Vamos sentem-se, sentem-se! – disse ele apressado. Ele olhou para mim, deu uma mexida nos óculos e… - Ôh você é a brasileira não é? Estou ansioso para conversar com você.

- Er, sou eu mesma. – disse meio sem jeito, ele deu um longo pulo e parou na minha frente, foi aí que eu notei e um desespero tomou conta de mim. Ele é um yokai.

- Como vai? – perguntou estendendo a mão. Acho que ele notou o meu espanto. – desculpe, me desculpe, eu esqueço que no Brasil não é comum humanos e yokais viverem juntos. Mas acostume-se, aqui humanos e yokais andam lado a lado.

- certo. – disse estendendo a mão meio tremula.

- Higurashi porque não leva essa linda senhorita para beber água, ela está trêmula.

 Não vi mais nada, só me lembro da Kagome se levantando e me puxando.

- Venha Rin não precisa ter medo.  – Ouvi também comentários tipo “O que ela está fazendo aqui?” “É muito mal educada mesmo” “Quem ela pensa que é?” “Que idiota o que ela acha que yokais são? Bichos papões?”.

 Esse foi com certeza o pior dia da minha vida.

- Rin eu sei que tudo parece estranho no começo, mas não precisa ter medo. Eu sei que a primeira vez que se vê um yokai é estranho, afinal eles são bem mais fortes e poderosos do que nós humanos, mas não precisa ter medo. Yokais e humanos vivem pacificamente, não precisa ter medo. – disse Kagome passando a mão pelo meu cabelo.

- Obrigada por me ajudar. – disse com um sorriso tímido. Ela estava sendo tão boa comigo.

- Vamos voltar para a sala de aula? E não tenha medo do Mioga-sensei. Eu sei que ele é estranho e às vezes se parece com uma pulga, mas é muito bonzinho ah, e é tarado. – Tarado? Eu estou em uma escola estranha, em uma sala onde não conheço ninguém junto com um professor tarado?

- Mas, me diga, quantos professores yokais temos? – Kagome voltou e se sentou ao meu lado.

- A professora de japonês Kanna, é yokai, ela é extremamente delicada, ela é branca de cabelos brancos, olhos brancos, roupas brancas tudo branco!

- Puxa, parece bem estranha.

- Sim ela, é. Temos o professor de Inglês, ele é yokais, ele é bem feio, muito feio, ele parece um rato gigante, mas é muito bonzinho.

- Rato gigante? 

- Não tenha medo ok? Temos também o de química, que é um yokais urso, ele é bem bonito e galanteador, você vai gostar dele.

 Passamos alguns minutos conversando sobre os professores, alunos e como funciona a escola. Descobri que cada aluno tem que ler e escrever um relatório de pelo menos 4 livros que leu em cada mês, e que os livros com menos folhas são os mais procurados e os livros infantis não contam.

 Descobri também que todos, todos os trabalhos são em grupos e que tem 3 trabalhos de cada matéria por mês, 4 provas de cada matérias e todo mês tem um relatório individual que você tem que escrever com as suas palavras e entregar para os professores, nesse relatório você escreve tudo que aprendeu de cada matéria.

 Ou seja, estou ferrada!

- Puxa, mas nem deve sobrar tempo para vocês saírem não é?

- Parece bastante coisa Rin, mas quando vamos ver nem é tanta coisa assim. Eles não passam muito dever de casa, e os trabalhos são semanais. Assim sobra mais tempo. – Kagome disse isso com bastante sinceridade. – Ok? Vamos voltar para a sala de aula?

- Sim. – disse meio desanimada.

- Ânimo, só temos mais duas aulas e depois será o intervalo de 40 minutos, você já teve um intervalo longo como esse?

- Não. – E realmente no Brasil não tem escolas com intervalo de 40 minutos, mas também o que explica isso é a carga horária. A escola começa as 06h00min e termina 12hmin.

 As aulas passaram devagar, parecia que cada minuto era uma hora. Não sei se é porque eu não entendia nada do que os professores falavam, e escrever então. Nunca pensei em morar no Japão. Sei escrever em japonês, mas não tão rápido quanto meus colegas de turma. O professor teve que diminuir o ritmo de aula dele para que eu pudesse acompanhar o que fez muitas das pessoas reclamarem.

 Na hora do intervalo Kagome e Sango me chamaram e juntas descemos até a cantina. Elas me ajudaram a escolher a comida. Nuca fui fã de comida japonesa por isso não sei o que é bom ou ruim.

 Nos sentamos em uma mesa grande, muito grande para nós três.

- porque não vamos nos sentar na mesa menor? – perguntei.

- Porque ainda falta mais pessoas. – disse Sango. Logo chegou um garoto alto de cabelo com um pequeno e quase imperceptível rabo de cavalo. Ele tem olhos e cabelos negros. Um humano eu espero.

- Olá meninas, quem é está linda senhorita que está com vocês? – perguntou o rapaz se sentando ao lado de Sango.

- Miroku está é Rin, ela é do Brasil. – disse Sango.

- Tenho família lá. – Disse Miroku pegando minha mãe e beijando.

- Em qual estado? – Perguntei com mais ânimo.

- Minas Gerias. – Eu sabia! Todo mundo tem parentes em Minas Gerais, deve ser por causa do maravilhoso queijo e das enormes fazendas de vacas que Anna me contou.

- Olá garotas como vão? – Perguntou uma garota alta e bonita, ela tem um ar elegante de dar inveja em muitas pessoas.

- Kikyou!  - Disse elas com uma felicidade no rosto.

- Quando você voltou? – perguntou Kagome.

- Ontem à noite, o avião estava um inferno. – disse Kikyou.

- Kikyou está é Rin, do Brasil. – disse Kagome.

- Brasil é? Já fui lá algumas vezes. – disse Kikyou. – Kagome como anda o trabalho?

- Vai muito bem Kikyou, obrigada por me indicar. – disse Kagome.

Kikyou é muito elegante, ela não se parece com uma adolescente de ensino médio, é mas alta e a pele pálida, longos cabelos lisos e olhos que não dá para descrever.

- E aí pessoal como andam as boas? – Perguntou uma… yokai. Ela tem o cabelo negro e olhos fulminantemente vermelhos. – Quem é está?

- Kagura está é a Rin, do Brasil. – disse Miroku. Será que eles sempre vão dizer para as pessoas que eu sou do Brasil?

- Olá Rin, como você vai? – disse a yokai com um enorme sorriso, ela é muito simpática.

Ela é muito bonita também, tem um corpo muito esbelto, sensual na verdade mesmo com o uniforme.

- E aí gente. – disse outro yokai. De longos cabelos brancos e olhos amarelos cor âmbar.

- Inuyasha! – disse Kagome com um brilho nos olhos. – Esta é a Rin!

- Que Rin? – Perguntou Inuyasha.

- Rin do Brasil! – disse Kagome.

- Ah, sim, muito prazer Rin do Brasil. – disse o yokai se sentando do lado de Kagome e pegando um pouco do lamén dela.

 O recreio foi até agradável, muita conversa, brigas, risadas, me fizeram várias perguntas e eu acabei por me enturmar. Achei-os bastante legais. Acho que estava esperando por isolamento e morte mas acabei por encontrar pessoas bacanas e atenciosas.

 No fim da aula teve um trabalho e eu me juntei ao grupo de Sango e Kagome. Kikyou, Miroku e Inuyasha são do 3º anos e Kagura é do 2º anos mas está no andar de baixo.

  Não foi tão difícil voltar para casa, só tive que parar para perguntar quatro vezes.

 Chegando em casa fui almoçar de novo e depois peguei meus cadernos e livros para coloca-los em dia. Minha avó está costurando e meu avô está na praça jogando xadrez.

 Souta está na escola integrada (eu nem sabia que existia isso aqui no Japão), ele entra 06h00min e sai 17h30min, exatamente a hora que a mamãe está passando para na escola na volta do trabalho. Achei isso tudo muita coincidência. Mas tudo bem, significa que as coisas estão dando certo. Mas o que não está dando certo é o Ronaldinho, ele até hoje não me ligou, vê se pode!


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