Como O Brilho Da Lua escrita por NiinasakuraSecretgirl


Capítulo 1
Capítulo 1




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Capitulo um
  Eu sempre pensei em fazer uma biografia, mas o que eu escreveria nela? Minha vida? Ah sim, minha vida, bom como eu poderia definir a minha vida? Chata? Monótona? Ou quem sabe as duas palavras e mais algumas que não me veem a cabeça no momento.
 Hoje é sábado, dia de sair com os amigos, ir ao shopping, pegar um cineminha, coisa e tal. Mas não para mim! Meus pais são extremamente protetores e rigorosos, eles não me permitem sair com meus amigos sozinha, e não rola eu levar eles comigo em um passeio com a galera não é? Imaginem só que maravilha eu conversando com a minha turma com meus pais do lado:
- Nossa foi hilário o dia em que Anna e eu matamos aula de matemática para ir ao parque com John e Catarina, passamos o mai…- minha mãe super zangada me interrompe.
-Rin! Você matou aula de matemática? Isso explica porque você ficou de recuperação!!
- Nós confiamos em você Rin e você traiu nossa confiança, dê tchau ao seus amigos agora! Vamos embora você está de castigo por três meses. Vamos ver se assim você aprende uma lição.” – Diz meu pai com aquela cara zangada e com uma veia saltando na testa.

 Viu só? Não ia rolar, seria o maior mico.

 Aí você se pergunta: Que tipo de pessoa é essa que nem pode sair com os amigos em pleno sábado?
Bem está pessoa sou eu, Rin Emilio. Sim este é meu nome. Sim eu me chamo Rin, você não leu errado e não! Não é uma piadinha sem graça.
Rin, vocês podem imaginar o que é ter esse nome estranho? Tem ideia do que é isso? Da zoeira no colégio, das pessoas tirando sarro da minha cara o tempo todo? Eu tenho motivos de sobra para odiar meus pais, mas mesmo assim eu os amo muito, são pais responsáveis que se preocupam comigo e participam muito da minha vida. Mas eles fizeram uma, mas uma que eu não posso nem acreditar. Eles decidiram ir morar no Japão!
 Hahaha só pode ser piada não é? Eu estou quase namorando o Ronaldinho da minha sala e eles querem que eu vá para o Japão?
 Ah é, esqueci-me de mencionar, meu pai Emiliano Emilio (criatividade vem de família) é Brasileiro e minha mãe Carolina Furukawa Emilio é descendente de japonês.
 
- Mãe, isso não faz o menor sentido, não faz mesmo! – tento inutilmente convencer minha mãe de que essa história de ir morar no Japão é uma grande. Grande não, imensa loucura.
- Rin, eu já te disse minha querida, o Japão é um lugar lindo, você amava passar as férias lá com a vovó quando era criança. – Sim, realmente eu amava ir ao Japão. Nas férias caramba, morar não! Além disso deve fazer séculos que não passamos as férias lá, nem me lembro bem como é, acho que a ultima vez que fui eu deveria ter uns 4, 5 aninhos.
- Mãezinha querida, eu amo ir lá nas férias, para visitar meus avós e coisa e tal, mas não quero morar lá. Lá não tem nada haver comigo. Entende? Eu nem sou tão descendente de japonês assim, eu sou apenas 25% japonesa. Apenas 25%! – digo na esperança de minha mãe mudar de ideias, afinal eu não quero me mudar.
- Rin, eu e seu pai conseguimos empregos maravilhosos lá. Eu vou receber bem mais que o dobro do que eu recebo e seu pai vai ser sócio de uma empresa grande e vai ganhar parte dos lucros da empresa. Você tem ideia do que isso significa? – Sim, eu sei o que significa, aumento de mesada! Uhull! Mas espera. Isso não vai me animar, boa tentativa da minha mãe, mas, eu não me importo com o dinheiro. Não sou uma pessoa consumista. Só um pouquinho como toda garota de 16 anos.
- Mãe, pense bem, você não precisa disso! Eu sei que tem ótimas oportunidades de emprego aqui mesmo, no Brasil! Basta ser paciente e procurar. – E isto é verdade, eu, por exemplo, estou prestes a me tornar secretária de uma das maiores designes daqui de São Paulo, eu vou amar muito este trabalho, não posso perder essa oportunidade, eu sei que é meio egoísta da minha parte mas, eu não posso abrir mão da minha carreira por causa da carreira dos meus pais.
- Querida, vou te explicar só mais uma vez Rin. Esta é A Oportunidade, não é qualquer oportunidadezinha que aparece por aí não meu amor. Seu pai vai ser sócio do escritório de advocacia Taisho. Você sabe a grandeza disso?
- Eu estou prestes a ser secretária de uma das maiores designers de São Paulo. Esse trabalho é muito importante para mim. – Taisho, quem esses Taishos pensão que são? Eu nunca ouvir falar nesse povinho aí.
- Eu sei meu amor, mas você pode se tornar secretária de alguns dos advogados da empresa que o papai vai ser sócio, você não acha que seria melhor para o currículo constar que você já trabalhou na empresa Taisho?
-Não! Não mãe vai ser como contaminar meu currículo, pense comigo mãe, pense. Entrevista de trabalho e a única empresa que eu trabalhei é justo a que meu pai é sócio?
- Ninguém precisa saber que seu pais é sócio da empresa Taisho.
- Mãe, vai com meu pai e Souta, mas por favor me deixe aqui com meus avós. Eu prometo que sempre vou lá visitar vocês.
- Como assim? – Minha mãe parece chocada.
- Mãe eu vão ser clara. Eu vou ficar aqui no Brasil. Com meus avós. Eu não sou mais uma criança, eu tenho o direito de escolher o que é melhor para mim.
- Hahahahah, Hahahahah, Hahahahahahahahahahahah!!!! – Minha mãe cai nas gargalhadas, até parece que estou contando uma piada. Esse é o lado ruim dos meus pais, querem exigir que eu tenha a responsabilidade e o juízo de um adulto mas sempre me tratam como uma criança.
- Você minha querida Rin, não vai morar com os seus avós, nem a pau! – disse minha mãe já com uma cara bem séria e determinada. – Você só tem 16 anos e para onde eu for você vai ok?
- Não mãe, não está ok. Eu tenho amigos aqui, eu tenho uma família aqui eu sempre vivi aqui e não quero me mudar! – Essa história já está me enchendo a paciência.
- Falando nisso Rin meu amor. Arrume as malas, vamos para o Japão na quinta- feira, depois de amanhã. - Quinta feira... Quinta-feira... QUINTA-FERIA? Mas hoje já é terça-feira, como eu vou explicar isso para o Ronaldinho? Como eu vou explicar isso para Anna? Como vou explicar isso para mim mesma?
- Como assim mãe? Vocês não podem fazer isso! Mudanças levam tempo sabia? Demoram tipo, meses para arrumar tudo, passaporte, moradia, e outras milhões de coisas. - Um desespero tomou conta de mim, eu corro para meu quarto e pego meu celular. Ligo para Ronaldinho. Toca, toca, toca e cai. Tento novamente, caixa de mensagens, droga!
- Souta! – gritei meu irmão. – Souta!
- Que é que você quer Rin? – pergunta ele mal humorado.
- Você não quer ir para o Japão quer? – pergunto com esperança. Minha mãe e meu pai sempre mimaram muito o Souta, ele é o “bebezinho” deles.
- Claro que quero. Eu já até fiz minhas malas. – O quê? Todo mundo sabia de nossa mudança? Eu fui a ultima a receber a noticia de novo?

 Ah que droga! Droga! Isso só pode ser brincadeira, meus pais estão passando dos limites, eu sei que estou sobre a guarda deles, que tenho que fazer o que eles querem, mas isto já é ridículo. Como eles decidem mudar de país e me avisar faltando menos de dois dias?
 Fecho a porta na cara dele sem dizer nada e começo a chorar. Não é possível, não é possível mesmo!
- EU ESTAVA QUASE ARRANJANDO UM EMPREGO!! – Grito do meu quarto bem alto.
- VOCÊ PODE ARRUMAR UM EMPREGO NO JAPÃO, LÁ NÃO TEM NEM UMA LEI QUE PROIBA MENINAS DE 16 ANOS A TRABALHAR!! – Minha mãe grita de volta.
 Claro, afinal nada melhor do que trabalhar na mesma empresa que seu pai. Digam-me, tem algo melhor do que trabalhar lado a lado com seu pai? O dia inteirinho sendo vigiada por ele o tempo todo, com certeza nem uma paquerinha vai rolar.


 É não tem jeito, estou aqui, desesperada, prestes a me mudar de país, ir para um lugar onde não conheço ninguém, ninguém mesmo. Fico imaginando como será a minha vida. Sempre tive aulas de japonês, mas não acho que domino o suficiente para me dar bem na escola e arranjar um trabalho. Na verdade tem um tempo que eu parei com as aulas, acho que tem um ano que deixei de estudar japonês para fazer curso de inglês.
 
 Já estamos no aeroporto, esperando o avião que vai me tirar de uma vida de conforto alegria e expectativas de um futuro brilhante como secretária e me levando para o desconhecido.
Tentei ligar várias vezes para o Ronaldo, mas ele não me atendeu. Liguei para a Anna e nos despedimos por telefone. Ela está passando algumas semanas na casa dos avós em Minas Gerais. Eu não me importaria de me mudar para Minas Gerais, dizem que lá tem ótimos queijos. Eu gosto de queijo.
- Rin, não fique assim. Eu enviei uma cópia dos seus documentos para a vovó e sabe o que aconteceu? – meu pai me pergunta com a cara mais animada do mundo.
- O que aconteceu pai? – perguntou sem muito animo.
- Você está matriculada no melhor colégio do Japão! Você vai começar assim que chegarmos lá. – Meu pai parece excêntrico com o fato de irmos morar no Japão. Será que ele não pensa em meus avós que já são idosos e vão ficar aqui sozinhos?
- Ah pai, vou ser sincera com você, eu não estou nem um pouco a fim de ir para o Japão, nada contra sabe, mas é que aqui é ótimo. Eu tenho boas notas na escola, estou prestes a conseguir um emprego que vai ser ótimo para o meu currículo já que eu quero é ser secretária mesmo.
- Minha querida, você tem capacidade para ser o que quiser, e onde quiser o mundo não é só isto aqui não meu bem, tem muitos lugares maravilhosos para você conhecer, mas se você for fechada desta forma nunca vai ver as verdadeiras maravilhas do mundo. – Não concordo, eu nem conheço as verdadeiras maravilhas do meu país e já vou me mudar para outro? Tem muitos lugares maravilhosos aqui no Brasil e eu conheci pouquíssimos.
Para piorar fui pega de surpresa sem direito a me despedir dos meus amigos, sem direito a dar um ultimo beijo no Ronaldinho e um abraço na Anna.

- Onde vamos morar? – Perguntei para minha mãe.
- Por enquanto vamos morar na casa da minha mãe, mas é só por um tempo, até conseguirmos uma boa casa. Mas eu tenho certeza que você vai adorar. – minha mãe está com um sorriso estranho no rosto, como se estivesse tentando passar uma falsa confiança para mim.
- Fala sério mãe, não vou adorar nada não. Eu estava indo muito bem na escola, eu até já tinha praticamente arranjado um emprego. – disse bufando. Ah, sem falar no meu quase namorado, que não sei por que não atende as minhas ligações e não me retorna.
- Você vai trabalhar no meu escritório querida. – O quê? Meu pai está doido? Tem mico maior que esse?
- Nem pensar pai. – digo fazendo um não com a cabeça e o dedo. Ele parece ofendido. Minha mãe está animada, está contando histórias do Japão para Souta que quase morre de ansiedade. Uma voz anuncia que o nosso avião já vai sair.
- Ah!! Vamos logo, é o nosso voo. – disse minha mãe correndo. É ela está animada.

 O voo está demorando uma eternidade, uma super eternidade. Eu ouvi musica até a bateria do celular acabar. Depois fui tentar ler um livro, mas não conseguia. Será que o Ronaldinho vai tentar me ligar? Ai que arrependimento de ter acabado com a bateria do celular.
 Souta conversa sem parar com uma senhora de uns 80 anos que está sentada ao lado dele. Minha mãe está dormindo no ombro do meu pai. E eu estou aqui, sem nada para fazer.

 Opa finalmente em terra firme. Detesto aviões, ônibus, carro, charrete, navios, barcos e qualquer coisa desse tipo. Sinto-me aprisionada, e de certa forma estava, afinal não tinha como eu sair dali tinha?
 - Ajudem-nos a achar a vovó e o vovô crianças. – Vovó, vovô, vovó, vovô. Não sei onde os velhos se enfiaram.
- Surpresa!! – Aí estão eles.
- Nossa Rin como você cresceu, já está quase uma mulher. – disse minha avó olhando para mim de modo muito constrangedor. – Já quase tem peitinhos.
 O quê? Eu ouvi direito? Ela disse que eu quase tenho seios? Ai que vergonha, será que alguém mais ouviu minha avó falar isso?
- Minha filha como você está velha. – Quanta delicadeza da minha avó. Agora sim lembrei por que as pessoas costumam dizer que ela é grossa.
- Puxa Emiliano como você está magro, por acaso não tem comido direito? Ou está minha filha desnaturada tem deixado seus deveres de mãe de família de lado por causa do trabalho? Pode me contar, venha, venha, vamos conversando pelo caminho querido. – disse minha avó puxando meu pai. Meu avô está brincando com o Souta.
- Venha Rin, vamos para casa, você tem que descansar. Afinal depois de amanhã é o seu primeiro dia na escola. – disse meu avô me puxando.
 Espere, é mesmo. Depois de amanhã é o meu primeiro dia na escola. Ah socorro!! Alguém me tire daqui e me leve de volta para o Brasil!
 Como assim? Eu não estou prepara psicologicamente para ir pra escola. Eu mal entendo japonês, eu não vou me adaptar, vou repetir o 2º anos umas três vezes. O que eu vou fazer?

 Caminhamos até um taxi e logo estávamos na casa dos meus avós, tudo estava como sempre. A mesma porta, as mesmas cortinas, os mesmo móveis do mesmo jeito das fotos que eles nos mandam anualmente. A única diferença era alguns colchões que estavam encostados na parede que provavelmente vai ser onde vamos dormir pelos próximos dias. Puxa, uma nova vida. Vou ter que me acostumar, vou ter que aceitar isso.
- Rin, você não parece animada.  – disse minha avó.
- É tudo muito assustador. – digo isso com uma sinceridade que até mesmo eu me surpreendi.
- Eu sei querida, eu me lembro de quando minha mãe me disse: Amélia chegou o dia, finalmente vamos nos mudar para o Brasil. – disse minha avó rindo. – e eu disse para a minha mãe: Mas mamãe eu ainda nem sei falar brasilês.
 Risos, risos da parte do meu pai, da minha mãe, do meu avô e de Souta, mas não da minha parte. Não acho graça alguma, o que está acontecendo aqui é muito sério. Sei que tem milhões de pessoas no Brasil que dariam tudo para estar em meu lugar, para ter a chance de vir morar aqui, no Japão, mas eu não estou feliz. Não mesmo.
- Não seja tão dura Rin, dê uma chance a si mesma de ser feliz aqui. – disse minha mãe.
- Sabe Rin, a ultima vez que você veio aqui você tinha cinco anos. Você só queria saber de ficar no balanço que eu fiz no pé de cerejeira, amava ficar lá a tarde toda cantando e balançando. – Minha avó tem razão, eu amava mesmo aquele balanço, mas acho que agra que já sou grandinha e “quase tenho peitinhos” não vou ver graça nele. Não mesmo, não vou ver graça alguma.
- Rin aqui tem muitos yokais, então não se assuste. – Youkais, essa palavra me dá arrepios, me dá medo até.
- No Brasil também tem youkais. – disse firme.
- Mas aqui é diferente meu amor, aqui eles vivem nas ruas, você vai ver vários na sua escola, vários nos cinemas em lojas, você vai conviver com eles. Vários de seus professores são youkais e no trabalho da sua mãe e do seu pai também tem youkais. – disse meu avô. É verdade, no Brasil também tem youkais, mas é muito raro ver eles. Todos são incrivelmente ricos, a maioria são donos de empresas de grande porte e são raros de se ver, vivem em um condomínio fechado que só abriga youkais.
 Eu tenho professores youkais? Isso é assustador.
- Porque me colocaram em uma escola que tem youkais? Porque não me matricularam em uma escola que só tenha humanos? – perguntei meio afobada admito, mas eu não quero ser devorada por youkais, muitos deles comem humanos, eu sei, já li sobre isso, e já estudei sobre isso na escola.
 Dizem que antigamente humanos e youkais não viviam pacificamente, vários youkais se alimentavam de carne humana.
- Rin, minha querida, aqui não existe escola só de humanos. Aqui preconceito entre yokais e humanos não existe. – disse minha mãe como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
- Isso mesmo querida, e não precisa ter medo, youkai nem um comer você, eu garanto. – disse meu pai. Garante? Como ele pode me garantir isso?
 Eu não acredito, estou em um país onde youkais e humanos vivem juntos. DROGA! Onde fui me meter?


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Notas finais do capítulo

E agora o que Rin fará? Não percam no próximo capitulo:
- Kikyou está é Rin, do Brasil. disse Kagome.
- Brasil é? Já fui lá algumas vezes. disse Kikyou.
- Onde? perguntei já prevendo a resposta.



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