Como O Brilho Da Lua escrita por NiinasakuraSecretgirl


Capítulo 3
Capítulo 3




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 Uma semana se passou, e passou voando. A escola de Kyoto gosta muito de excursões, só essa semana fomos a duas. E claro que tivemos que fazer um texto falando de toda e enriquecedora experiência de vida que ganhamos com a excursão. Foi “chatérrimo”.

  A primeira foi na terça-feira. Fomos em um museu de arte, eu gosto de arte, mas daquela arte meio que desenformada sabe? Gosto de ver os quadros e escultura e dizer se eles são legais ou não. Claro isso no meu ponto de vista, afinal o que é legal para mim pode não ser para você. A escola toda foi. Fomos divididos em grupos, no nosso grupo ficou Kagome, Inuyasha, Sango, Miroku, Kikyou, Kouga, Naraku, Jankotsu, Bankotsu, Kohaku, Kagura e eu.

 Percebi que Kikyou entende bastante de arte, é totalmente culta, sabe o nome da maioria dos artistas e sabe muita das obras. Várias vezes ela discutiu um o guia do museu sobre as obras de arte, e ele pareceu se apaixonar por Kikyou.

 Muitas das vezes que o guia demonstrava seu interesse por Kikyou eu pude perceber que Inuyasha fica enciumado, o que deixava Kagome enciumada.

 Depois de percorrermos todo o museu e fazer várias anotações fomos para casa.

 A outra excursão foi em pleno sábado! Isso mesmo, fomos para um sítio para estudarmos o tipo de vegetação que havia lá, desta vez foram somente as pessoas do segundo ano. Kagura se mostrou bastante metida e esnobe, falou mal de tudo, odiou o restaurante que fomos almoçar, odiou tudo, até o barulho que as vaca fazem ao mastigar mato ela odiou.

 - Odeio mato, sou muito urbana para gostar disso aqui. Eu quero é modernidade e bastante animação. Não entendo porque não podemos fazer algo divertido. – disse Kagura.

- Ah Kagura como você reclama.  – disse Sango.

- Claro amor, eu não nasci para isso aqui. – disse Kagura.

 Bem tirando as crises de reclamações de Kagura foi ate bem divertido tudo.

 Hoje é quinta-feira, terminei de ler meu segundo livro da escola, por sorte achei um de apenas 30 páginas, mas ele é bem difícil de interpretar e tive que me esforçar bastante para fazer um bom relatório.

- Rin, quero falar com você. – disse meu pai com um tom sério.

- O que foi pai? Aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupada. Ele deu um sorriso de lado e se sentou ao meu lado.

- Eu tenho uma proposta para você. – Fiquei fitando ele. – Sesshoumaru, ele acabou de se formar em direito e está trabalhando lá na empresa. O pai dele é o dono da empresa.

- E ele te demitiu? Maldito Sesshoumaru! – Eu estou furiosa, como assim ele demite meu pai? Ele é sócio daquele lugar!

- Não minha filha, você entendeu tudo errado. – disse meu pai me puxando para sentar, porque na fúria eu até me pus de pé.

- Diga logo então.

- Ok, Sesshoumaru está procurando uma secretária, eu disse que você é bem organizada, e tinha arrumado um trabalho assim no Brasil, mas que com a mudança você teve que abrir mãe dele. E que estava a procura de um aqui no Japão. – Opa, pera aí, o que tá acontecendo aqui? – Ele disse que quer fazer uma entrevista com você.

- Não vai dar pai, eu estudo de manhã, no Brasil eu ia trabalhar das 7h00 as 17h00, e entraria para a escola as 19h00.

- Está é a melhor parte meu amor. O Sesshoumaru está fazendo doutorado de manhã e só vai trabalhar das 13h30min até as 19h00min!

  Não creio! Um trabalho. Na empresa do meu pai.

- Nunca!!! – Disse mais do que depressa.

- Porque filhinha? – Meu pai pareceu magoado.

- Pai, paizinho. É muito mico eu trabalhar na mesma empresa que você. Muito mico mesmo sabe? É tipo, o mico dos micos! – Ele realmente está bem magoado. Muito magoado mesmo. Estou me sentindo culpada mas não posso fazer nada.

- Mas somos de setores diferentes, eu trabalho com casos familiares, divórcios pensão essas coisas. E Sesshoumaru fica na área criminalista.

- Você iria receber muito bem meu amor. – Meu pai me olhou com os olhos brilhantes. Eu realmente não estou afim, mas o que pode acontecer de pior? Ir embora todos os dias com meu pai?

- Que dia vai ser a entrevista?

- Amanhã. – Nossa, tão de repente. Eu nem estou preparada, mas tudo bem, seja o que Deus quiser!

 Cara só tem eu aqui, tenho certeza que meu pai se esforçou bastante para conseguir esta entrevista para mim.

- Rin-sama, me acompanhe por favor. – disse uma yokai de cabelos vermelhos e olhos roxos.  Ela me guiou até uma sala elegante, tons pasteis e marrom. Decoração bem arranjada, um vaso de flores simples porém belíssimo. Nem sei que flores são.

- Pode se retirar Rita. – Rita, o nome da yokai é Rita então.  Provavelmente deve ser Sesshoumaru sentado ali, se for ele tem uma voz bem… envolvente, uma voz fria sem dúvida mas bem charmosa. Ele tem um jeito calmo de falar. Uma voz bem bonita para falar a verdade.

- Você é Rin Emilio?

- Sim, sou eu. Sou filha do…

- Eu sei quem é seu pai. Não se preocupe. – Puxa, ele é de arrepiar. Ele está se virando, lentamente, lentamente e puxa… - Porque você está aqui?

 Bom eu preciso de dinheiro. É brincadeira mas quem nunca teve vontade de falar isso em uma entrevista?

- Bem, eu vim porque meu pai disse que você está precisando de uma secretária. – o que mais eu posso dizer? O que mais eu posso dizer??

 Ficamos em silencio, um silencio cortante. Terrível.

- Bom, sente-se Rin. – Me sentei, puxa vida como ele é lindo e… espera. Ele é um yokai, meu pai me jogou nas mãos de um yokai!!! Mas eu vou manter a calma, ele… ele é lindo de mais, ah como pode ter um cara lindo assim? Eu já disse que ele é lindo?

- Senhorita Rin! – Ele estava me chamando?

- Oi?

- Estou falando com a senhorita há tempos. – Tenho certeza que não é tão a tempos assim, mas.

- Perdoe-me.

- Qual a sua idade?

- 16 anos.

- Onde você estuda?

- Escola de Kyoto.

- Qual ano?

- Segundo.

- Me fale três defeitos e três qualidades sua.

 Agora pronto. Qualidade? Defeito?

- Qualidades: Sou organizada, pontual e …

- e? – Ele deu um meio sorriso, parece estar se divertindo as minhas custas.

- bem humorada.

- defeitos?

- defeitos? – Nunca parei para pensar em meus defeitos, mas minha mãe me disse uma vez que eu era muito egoísta.

- Sou egoísta. – opa, eu não queria dizer isso. Sesshoumaru está me olhando com uma sobrancelha arqueada e por mais que não demonstre ele parece surpreso.  – Er… precisa de mais?

- tudo bem Rin, por hoje é só, quero te encontrar amanhã para uma prova de conhecimentos gerais. – Ele desviou o olhar de mim e começou a digitar algo no computador.

 Fiquei imóvel, sem esperanças. Nem eu mesma sabia que eu queria tanto assim este trabalho. Parei para pensar nas coisas que eu poderia fazer. Não só com o dinheiro mas as reuniões que eu iria marcar, os relatórios que eu iria fazer, as audiências que eu iria com ele e tudo o que eu poderia aprender. Sabe, eu queria ser secretária, não foi sem motivos que eu fiquei tão revoltada quando nos mudamos para o Japão, eu tinha conseguido, eu sei que eu tinha conseguido aquele trabalho. Eu ia ser secretária de uma das maiores designer de São Paulo, ela me disse que tinha me adorado, que eu era exatamente o que ela procurava. Eu iria receber no começo R$850,00. Um salário muito bom para uma garota de 16 anos que nunca trabalho na vida, ah eu esqueci de contar que ela era neva da prima da minha avó.

- Senhorita Rin.

- Oi? – perguntei com a voz mais triste do que gostaria de demonstrar.

- Retire-se por favor.

 E foi assim que meu dia foi completamente estragado.

 Como eu poderia saber que eu queria tanto aquele trabalho? Quando fiquei sabendo que meu pai se tornou sócio de consultório de advocacia, o Maximo que achei que fosse era um pequeno lugar alugado com no máximo quatro salas diferentes. Mas o que encontro? Uma empresa enorme, três andares todos cheios de advogados competentes. Sinto-me mal por ter desmerecido meu pai.

- Filha como foi a entrevista? – Minha mãe me pergunta animada.

- Péssima mãe. – Fui sincera. Minha mãe se levanta e me abraça. – Amanhã vou ter que voltar e fazer uma prova de conhecimentos gerais.

- Então você não foi tão mau filha!

- A senhora diz isso porque não estava lá para ver mãe.

  Ela me abraça e levanta, fico sozinha na sala quarto. Deitei-me mais cedo, amanhã vou ter que acordar cedo, para ser exata as 05h00min. 

 No outro dia acordei mais confiante. Prometi a mim mesma que daria o meu melhor naquela prova de conhecimentos gerais.

 Peguei o metrô um pouco mais animada, apesar que acordar 05h00min não deixa ninguém animado, ainda mais depois da terrível entrevista que eu dei. Mas nem tudo está perdido, meu pai disse que estava passando e ouviu Sesshoumaru dizer a uma mulher que não precisava de mais indicações de secretárias. Não sei se é porque gostou de mim ou porque a decepção foi tão grande que prefere procurar por si só uma pessoa digna de ser sua secretária.

Cheguei com meia hora de antecedência, e não havia quase ninguém lá, havia apenas Rita ( secretária do pai de Sesshoumaru ) e algumas garotas que eu vi passar rapidamente.

 Enquanto esperava fiquei lendo algumas revistas, todas falando sobre direito e economia.

 Olhei no meu relógio, já se passou 20 minutos, falta pouco, falta pouquinho.

 Fiquei mais um tempo lendo, senti sede. Comecei a tossir, que vergonha, o barulho da minha tossi ecoou por todo o lugar.

- Rita, você sabe onde tem água? – perguntei ainda tossindo.

- Engasgou?

- Não, estou com a garganta seca. – senti uma ardência na garganta, Rita foi com pressa pegar um copo com água para mim.

 Peguei o copo e o bebi com pressa. Enquanto eu gulosamente bebia a água Sesshoumaru passou por mim. Não pude dar bom dia pelo fato de estar com a bota lotada d’água. Para não parecer mal educada fiz um “joinha” e ele me olhou com uma cara nada boa.

- Assim que terminar entre Rin. – Depois de dizer estas palavras Sesshoumaru entrou para o seu escritório. Eu rapidamente engoli todo o liquido e fui para o escritório, entrei e …

- não bate na porta? – Caramba!! Como eu fui esquecer-me disso?

- perdoe-me.

Saí e bati na porta. Me senti um pouco idiota por isso.

- Entre. – disse Sesshoumaru como se nada houvesse acontecido.

- Bom dia. – Disse educadamente. Ele me olhou, me olhou de cima a baixo, fiquei envergonhada, será que minhas bochechas coraram?

- Sente-se. – Ele me mostrou a cadeira a sua frente. Sentei e esperei ele dizer algo.

- tome, quero que faça essa prova. Tem 10 minutos.

 Espera, só pode ser brincadeira. A prova parece mais um livro. Sério deve ser umas 50 páginas.

 Não disse nada, somente fiz, fiz, e fiz. A prova era sobre a história do Japão, meio ambiente, biologia, química e essas coisas. Muito texto para interpretar, muito cálculo para fazer.

 Fiz tudo o mais rápido que pude, o que não sabia chutava. Em dez minutos consegui fazer 33 questões. Havia 65.

- Bom Rin, me fale mais de você. – disse Sesshoumaru enquanto pegava a minha prova para corrigir. Será que ele sabe todas as respostas de cabeça? Algumas eram perguntas abertas.

- Bem, eu vim do Brasil, morava em São Paulo com meus pais, e agora estou morando com meus avós enquanto não achamos uma casa.

- E o que você acha dessa situação? – Não é da sua conta Sesshoumaru!

- Não é muito agradável, admito que preferia quem eu pai tivesse vindo na frente e organizado tudo para a nossa chegada, mas não foi possível.

- Seu pai me disse que você odiou ter vindo para cá.

 Caramba pai, me ajuda aí neh!

- Foi uma surpresa para mim.

- Ele disse que você odeia a escola.

 Ótimo, valeu mesmo pai.

- Não, imagina eu acho ela diferente apenas. Questão de costume.

- Como vai a escola? Alguma dificuldade?

 Nem sei o que responder, será que meu pai contou pra ele que eu tirei zero na prova de física?

- Não tenho tido muitas dificuldades não.

- Só em física não é?

Caramba, o que mais meu pai contou para ele? A cor das minhas calcinhas? Ah para! Não acredito nisso, como meu pai pode fazer isso comigo? Como ele pode contar a minha vida para um estranho?  

Quando você vai tentar arrumar um trabalho para seu filho você diz coisas do tipo: “ Ele é uma pessoa super organizada. Aprende tudo com muita facilidade, é muito educado, bla, bla bla” e não : “ Ela odeia a escola, e tira zero nas provas de física”.

- Sempre fui boa em física, acho que a mudança me pegou de surpresa.

- não é o que o seu boletim diz.

- Espera. Você está com o meu boletim? Quem te deu?

- Seu pai me deu um xérox. – Disse Sesshoumaru mostrando um xérox do meu boletim do bimestre passado. Alguém mais tem um pai como o meu? Me diz aí? Você tem um pai assim?

- O que mais ele te deu? Uma foto de quando eu nasci? Uma mecha do meu cabelo? Um vídeo do meu aniversário de 5 anos?

- Só o necessário para eu saber se quero ou não contratar você como minha secretária. – Isso é crime, isso deve ser crime, vou perguntar meu pai, quem sabe eu processe Sesshoumaru e claro, o meu pai também.

- Quero que você saiba que se trabalhar comigo vai ter que trabalhar dois sábados por mês também.  Eu não tolero atrasos e muito menos erros. Quero mensalmente uma cópia da sua frequência escolar e eu não tolero relacionamento intimo entre funcionários.

- … - o que ele quer dizer com isso? Será o que eu imagino?

- Quero que esteja sempre com roupas sociais e nada de conversa nem mensagens pessoais pelo celular, a partir do momento que você entra aqui a vida lá fora tem que ser esquecida ok? O seu pai aqui dentro não é o seu pai, você deve referir-se a ele como Senhor Emiliano, entendida?

- Ok. – Espera, ele vai me contratar?

- Quero você aqui a partir de segunda-feira as 13h30min, sem atrasos ok?

- Ok! – disse com ânimo. Espera eu vou trabalhar no sábado? Isso é ilegal eu sou menor de idade, eu nem deveria trabalhar mais do que seis horas por dia de segunda e sexta.

- Eu não estou te contratando você, estou te dando três meses para me mostrar serviço. Ok?

- Ok. – ânimo indo embora.

- Pode se retirar.

- Mas você ainda não me disse.  – Ele me olhou como se esperando que eu perguntasse.

- Não me disse que nota eu tirei. – Eu disse um pouco envergonhada.

- Das trinta e três que você fez. Acertou 17.

  Era melhor eu não ter perguntado. 


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