The Hikers Dead - Infecção escrita por Gabriel Bilar


Capítulo 8
Dúvidas e... Zumbis


Notas iniciais do capítulo

Novo POV. Espero que gostem! Claire terá surpresas desagradáveis nos próximos capítulos! Não percam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/331373/chapter/8

POV – Ana

A luz logo daria lugar à escuridão. E na escuridão, os mortos reinam supremos. Claire ainda não havia retornado e devo admitir que estava angustiada.

- A Claire morreu? – perguntou Robb, verbalizando um dos meus medos.

- Não! – confortei-o. – Claire não morreu!

- Ela foi embora, então? Como a dona Giovana? – Giovana fora uma das funcionárias do orfanato e Robb era muito apegado a ela.

- Não sei. – admiti e realmente não tinha ideia do que podia ter acontecido a Claire.

Ela não nos abandonaria... Ou abandonaria?

Quando consegui um tempo, fui até os dormitórios, que não estávamos usando muito nesses últimos dias, pois ficávamos todos aglomerados no cômodo principal por questões de segurança. Gostava de ir até lá quando queria pensar ou ter um momento a sós. Quis pegar minha faca e – como fizera algumas vezes nos últimos dias – ficar admirando-a, pensando em quando e como iria usá-la, porém minha faca estava com Claire. Claire... Onde estaria ela, afinal? Morta? Ou pior... Vagando em algum lugar sem se preocupar conosco?

POV – Claire

O animal investiu contra mim.

Desviei com certo esforço do gato, mas essa manobra me custou um pouco caro. A faca caiu de minha mão e foi parar do outro lado do cômodo. Se tivesse que lutar, teria que ser com as mãos agora.

Poderia escapar pela mesma janela que o gato usara para entrar, porém teria de deixar todos os suprimentos adquiridos até o momento para isso. Pensei nas crianças do orfanato, provavelmente sofrendo em decorrência da falta de alimentos e decidi que sim, enfrentaria o animal infectado a minha frente se isso fosse ajudá-las.

Ele sibilou, os pelos brancos se eriçando e correu em minha direção. Atingi-o com um soco antes que pudesse se aproximar o suficiente para me contaminar e, em seguida, desferi um chute no flanco esquerdo do animal – onde ele fora mordido -, lançando-o contra a parede.

Cambaleante, cruzei o quarto rapidamente e recuperei a faca a tempo de me virar e cravar a parte afiada entre as omoplatas do animal.

Isso o retardou o suficiente para que eu pudesse bater sua cabeça fortemente contra a parede do cômodo. Aquilo pôs um fim à sua situação.

Lamentei ter de machucar uma criatura tão pura. Uma vítima da Infecção, como todos nós.

Porém, não dispunha de muito tempo para permanecer triste; a cômoda de encontro à porta tremeu, como um lembrete para que me apressasse. 

Apanhei a bolsa e corri para a janela, não era uma queda tão alta, afinal. Não pensei muito, pois sabia que hesitaria se o fizesse. E uma hesitação, um passo em falso, que seja, poderia significar morte. Joguei a mala na minha frente e em, seguida me atirei.

Caí sobre o tornozelo esquerdo, espalhando a dor pela perna inteira. Enquanto me recuperava, avaliei onde estava; era um beco sujo, sem saída e o fundo da casa que acabara de visitar. Não havia nenhum infectado ali, provavelmente estavam todos no segundo andar, ainda tentando entrar no quarto de casal, onde eles presumiam que eu estava.

Com um pouco de dificuldade, corri e cheguei à rua onde o homem loiro me agarrara, homem que agora era devorado vorazmente por dois zumbis. Estava quase virando a esquina, quando lembrei da arma de fogo que o homem possuía. Pensei no quanto ela me seria útil e resolvi me arriscar a pegá-la.

Atingi na nuca o primeiro zumbi e esfaqueei o segundo no olho direito. Como eu esperava, a arma ainda estava lá; um bom revólver e dois pentes de munição. Peguei-os rapidamente e saí do local. Já o homem loiro estava com diversos órgãos esparramados na calçada, parte da face descolada em carne viva sangrenta e o braço esquerdo arruinado. Uma visão que quase me fez vomitar, porém me controlei.

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Precisava voltar para o orfanato o mais rápido possível. Estava escurecendo e eu sabia que não teria chances de sobreviver. Não à noite. Quando os sentidos dos zumbis são mais aguçados e eles se tornam caçadores implacáveis.

Nunca fui muito religiosa, mas naquele momento me rendi às orações que conhecia, enquanto corria pelas ruas da cidade. Estava ofegante e a bolsa era um fardo cada vez maior, minha perna esquerda latejava e mal conseguia empunhar a faca agora. Precisava parar para comer e descansar. Mas não tinha tempo!

Uma chuva ameaçava desabar a qualquer momento, outro motivo para que acelerasse.

Mas soube que não ia conseguir quando cheguei à rua do orfanato. Centenas de zumbis aglomeravam-se nas redondezas. O que os atraíra, eu não sabia. Mas sabia que tinha que levá-los para longe.

Coloquei a mão no revólver e respirei fundo. Precisaria correr, apesar de não estar em condições para tal feito. Disparei.

Imediatamente, os zumbis olharam na direção do som e me identificaram ali, um alvo fácil. Não fiquei para verificar se eles me seguiriam, até por que já sabia a resposta.

Mancando um pouco, encontrei a possível salvação em uma casa pintada de azul, tinha dois andares e parecia livre de perigos. A porta estava trancada; presumi que alguém tivesse abandonado a casa e com intenções de voltar no futuro, quis deixá-la preservada. Tive que quebrar uma das janelas para entrar.

Por sorte despistei os infectados, e já estava começando a relaxar quando dei de cara com um homem. Era um pouco acima do peso e calvo, tinha alguns pelos ralos irregulares no rosto consequência de uma barba mal aparada, tinha apenas alguns dentes na boca e estava sem camisa. Suava e tinha um olhar meio enlouquecido.

- Há! Veja o que temos aqui. – exclamou o homem, enquanto acariciava meu corpo.

- Me solta! – apontei a faca para sua garganta.

- Nada disso, sua vadia. – ele me desarmou com facilidade, aproveitando-se de minha fraqueza física e emocional naquele momento e pressionou-me contra a parede.

- Você será minha distração nesse lugar, lindinha.

Não pude evitar, derramei algumas lágrimas. Tinha tanto a fazer, tantas pessoas a ajudar e aquele homem nojento estava disposto a estragar tudo. Me usando como sua “distração”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?? Espero que sim.