The Hikers Dead - Infecção escrita por Gabriel Bilar


Capítulo 36
PRÓLOGO


Notas iniciais do capítulo

Ao invés de colocar no começo,resolvi colocar aqui no final para não atrapalhar o número de capítulos ;)
Boa leitura.
PS: Não costumo escrever em terceira pessoas,mas,enfim,resolvi escrever esse capítulo dessa maneira.



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As notícias haviam se espalhado rapidamente. Um vírus altamente contagioso estava à solta, matando e, em seguida reanimando os corpos de suas vítimas. Porém, as vítimas reanimadas, jamais eram as mesmas.

Natan acompanhara as notícias pela televisão, antes que esta parasse de funcionar, momento no qual ele passara a se sentar por horas ao lado do rádio.

A hipótese de que fosse um vírus transmissível pelo ar foi logo descartada, aparentemente o vírus precisava de um hospedeiro que mordesse ou arranhasse sua vítima que logo estaria contaminada.

Natan se preveniu; no dia seguinte as primeiras notícias, foi ao mercado e comprou todo o resto do seu salário em alimentos de longa duração. As pessoas o taxaram como pessimista, mas em poucos dias, desejariam ter se preparado como ele.

Sua namorada, Kethleen, tinha concordado em ir morar com ele nessa época de epidemia. Juntos, eles iriam se isolar até que alguém encontrasse uma cura. Pelo menos esse era o plano. Kethleen jamais chegou a sua casa. Poucas horas depois ele ficou sabendo que a cidade fora tomada.

Desesperançado, ele selou as portas e janelas com madeiras e esperou na escuridão que os murmúrios dos zumbis parassem durante a noite.

Assistiu chocado, por entre os vãos da madeira, a morte de seus vizinhos, apesar de não simpatizar muito com eles. A velha fora uma fofoqueira mal-humorada incapaz de cuidar da própria vida, mas mesmo assim se entristeceu com o massacre dela e de seu esposo.

Natan passou duas semanas conversando com os objetos; nesse momento a energia elétrica já se fora e ele permanecia incomunicável. As noites eram uma tortura para ele, que vivia com medo de que fosse descoberto.

Até então os zumbis não demonstravam qualquer interesse especial na casa de Natan, mas o desastre veio logo e, o pior de tudo é que poderia ter sido evitado.

Apenas um ataque de raiva em que Natan lançou objetos ao chão, resultou em tudo o que ele menos queria, a atenção dos zumbis.

Eles passaram a se reunir ao redor da casa dele, procurando uma brecha no forte que se tornara sua casa. Natan se considerava seguro, porém não contava com a determinação dos mortos-vivos.

Foi de repente, no começo, apenas um leve rangido por baixo das tábuas que eram o seu assoalho.

Não deu muita atenção aquilo, Natan estava entorpecido naquele momento, um misto de medo com o cansaço acumulado das últimas noites mal dormidas.

Quando o som ficou mais potente, a ponto de se parecer que algo raspava a madeira por baixo, resolveu verificar.

Apanhou o útil facão que agora mantinha ao seu lado vinte e quatro horas e se levantou.

Cautelosamente, abaixo-se onde ouvira o curioso raspar que agora cessara. Deu um leve soco na madeira e com o coração disparado percebeu o som de algo oco.

-Droga. – murmurou enquanto começava a se afastar, mas não teve tanto tempo assim.

No exato momento em que conseguira ficar de cócoras, uma mão enegrecida atravessou o assoalho com força.

Instintivamente, sacou o facão e separou três dos dedos da mão negra.

O zumbi não parou e logo um corpo magro se elevava através da sala de Natan.

Correu. Como nunca antes, correu, subiu as escadas apressadamente, com dois zumbis na sua cola, com certo assombro percebeu que tinha sete em seu encalço quando chegou ao andar de cima.

O primeiro deles, o magro que perdera três dedos, conseguiu sua vingança; levou uma parte do braço de Natan a poucos passos de seu quarto.

-Maldito!Seu zumbi maldito.

Sentindo muita dor, mas usando-a como motivação, rasgou a garganta do morto-vivo. Atrasou o resto da fila ao empregar toda a força em um soco que derrubou o segundo deles.

Natan estava dominado pela vontade de matar. Não tinha mais nada a perder, provavelmente já estava contaminado por conta da mordida, tudo o que podia fazer era não deixar que o devorassem.

Em plenos vinte cinco anos, enquanto os matava um a um, ele gritava insultos e provocações para os zumbis que almejavam sua carne.

-Nunca me terão! Nunca!

Arfando, derrotou o último zumbi, sem parar para contar vitória ele correu para o quarto que lhe ofereceria proteção.

Finalmente, sentindo a intensidade da ferida, desabou de costas para a porta trancada.

Olhou pela primeira vez os danos e soube que não tinha chance, o sangue vazava em jatos da ruína que agora era seu braço esquerdo. Gritou de dor.

Sentiu o impacto de uma nova horda de zumbis contra a porta. Eles entrariam logo e então, Natan seria um deles. A não ser...

“Sim é isso.” decidiu-se.

Erguendo o facão acima da cabeça, hesitou um pouco, porém a dor em seu braço era uma boa lembrança de que aquilo precisava ser feito.

A lâmina afiada penetrou seu crânio de uma só vez. Sentiu o sangue lhe vazar pelos dedos, mas mesmo assim sorriu. Com a destruição do seu cérebro, não havia como ser reanimado... Natan não seria um zumbi.

Seria apenas um morto.


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Notas finais do capítulo

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Obrigado por ler.