The Hikers Dead - Infecção escrita por Gabriel Bilar


Capítulo 34
EXTRA: Loucura (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Pois é, resolvi finalmente continuar o extra. Espero que gostem desse capítulo. A parte 3 não deve demorar!



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Sasha se recuperou antes de Claire.

- Vamos. Precisamos chegar ao orfanato e depois ligar para a polícia. Aquele homem... Você viu o que ele fez com ela?!

- Você tá certa... Eu acho. Vamos – respondeu Claire. Por um minuto inteiro, nenhuma das duas se moveu, até que viram uma mulher jovem tendo espasmos na calçada do lado oposto da rua em que estavam. Enquanto um homem robusto tentava impedir o trânsito para que não atropelassem a multidão que aumentava gradativamente, as duas correram – como se a mulher passando mal tivesse ligado algum botão dentro delas, que as tirou do torpor. Por um tempo, até tentaram desviar das demais pessoas na calçada que, movimentavam o fluxo na hora do almoço, mas à medida que se tornavam mais desesperadas com o horror – e uma parcela de culpa – da morte de Edith, pouco se importaram em trombar e empurrar os desconhecidos para fora do caminho.

A multidão também se tornava mais desesperada, uma parte inconsciente de Sasha sentia isso; ela não imaginava do que eles tinham tanto com medo, o que fizera os jovens tirar os fones de ouvido e prestar mais atenção às ruas, só sabia que não podia ser alguma coisa boa.

Mais tarde elas sacaram o perigo que correram, imersas em suas próprias preocupações, por um tempo não perceberam os gritos e os carros a beira de se chocarem; e poderiam ter ficado sem perceber se não fosse por uma mulher já nos estágios finais de gravidez, que corria poucos metros a frente delas, ter sido agarrada em um aperto mortal por um gordo calvo vindo do sentido contrário. Os dois lutaram por um momento até chocarem-se contra a vitrine de vidro de uma loja de bugigangas, Claire quase pode sentir a dor no momento em que a mulher quebrava costelas sob o corpo pesado do agressor; apesar de tudo, ela continuou lutando e gritando, tentando empurrar – como se isso fosse possível – o louco para longe dela, ele porém não parecia se incomodar com os esforços enquanto rasgava a barriga da mulher violentamente com as garras e dentes, parecendo ironicamente com um médico realizando uma cesariana, mas Claire não achava que um médico – pelo menos não um médio legalizado e com todos os miolos em ordem – faria o que ele fez a seguir. O monstro devorou a criança ainda não totalmente formada. A essa altura, a mãe já estava inconsciente há muito.

Se alguma das duas gritasse, o movimento seria acompanhado por uma rajada quente de vômito, que se esforçavam para reprimir.

O monstro terminaria sua refeição no corpo da mãe, mas as duas não ficariam ali para ver.

De mãos dadas, pois precisavam de algo familiar em que se apoiar em meio a tudo aquilo, as duas correram. Agora o orfanato não estava tão longe.

Elas cruzaram com Ude no caminho. Ela terminava de agarrar sua bolsa a tiracolo cinzenta e cruzava a porta de saída do orfanato, observada por olhos infantis curiosos, quando Sasha agarrou seu pulso.

- Onde pensa que está indo, Ude?

Ela puxou o pulso com violência.

- As outras irmãs estão aí dentro – indicou o orfanato com um movimento de cabeça. – Vocês não precisam de mim.

E com isso, ela se foi.

Claire sabia que Ude não ficaria ali se algo ruim viesse a acontecer, ela sempre soube. Na verdade, Ude nem era contratada pelo orfanato, apesar de fazer o papel de voluntária amigável, as crianças mais velhas sabiam que ela estava ali enviada pelo governo para pagar serviço comunitário. Não sabiam qual fora sua infração, mas sabiam que aquele serviço não tinha nada de voluntário.

Sasha já irritada, nem esperou por Claire para entrar no orfanato e logo saiu chamando “Irmãs? Irmãs?”. A única resposta veio por parte de Willa, que como viriam a descobrir, foi a única entre todas as freiras, que permaneceu ali para cuidar das crianças. Com seu rosto redondo, era uma das mulheres que trabalhava na cozinha do lugar e as vezes oferecia cigarros a Donna – uma odiável mulher que também fugira.

Foi Willa quem sentou-as em frente a mesa de jantar das cozinheiras e contou a verdade. Um vírus atacara a civilização, vindo do Japão, e fora a causa de todo aquele tumulto lá fora, porém o governo americano já trabalhava numa cura, civis teriam que apenas se manter em suas casas até a situação ser resolvida.

- E o que podemos fazer para nos manter vivos? – perguntou Claire.

- A princípio, reunir as crianças mais novas lá em cima e as mais velhas aqui, para explicarmos a situação, depois elaborar um meio de fazer nossa comida durar por mais tempo. – Willa assumiu o controle.

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Já era noite quando mandaram as crianças de até 8 anos – a grande maioria – até o segundo andar e depois de fazer uma contagem delas, Claire ficou responsável por impedir que elas descessem e causassem problemas lá embaixo.

Willa tinha acabado de chegar de uma expedição ao mercado e afirmando que estava tudo uma zona lá fora

Sasha e Willa contaram os maiores de 8 anos duas vezes, porém, o resultado na primeira contagem foi 9 e na segunda, 8. Um dos pirralhos mais crescidos fugiu enquanto não estávamos olhando, pensou Willa mal-humorada.

Ninguém precisava ficar responsável por aquelas crianças, já que algumas das mais velhas tinham entre 13 e 15 anos e as mais novas, 9 ou 10, por isso Sasha e Willa se dividiram para procurar pelo primeiro andar. Onde estava a porra da 9ª criança?


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Notas finais do capítulo

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