The Hikers Dead - Infecção escrita por Gabriel Bilar


Capítulo 3
Níveis Superiores


Notas iniciais do capítulo

Obviamente,com a volta as aulas,terei menos tempo para escrever agora,mas farei o possível para em qualquer horário livre atualizar a história.



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POV – Bruno

– Estamos perdidos. – disse Steve entrando em desespero.

– Deviam ter me deixado morrer naquela mesa.

– Olha cara, sabia que ia dizer isso uma hora ou outra. E... – começou a dizer Morgan, mas o interrompi.

– Se tivessem me deixado ali, teriam uma chance de salvar a cidade japonesa e com discrição, diferente de agora que estamos prestes a ser massacrados por dezenas de homens armados.

Steve apenas me olhou friamente.

– Mas já que o salvamos, que tal colaborar com uma maneira de sairmos vivos daqui? – sugeriu Morgan já ficando com raiva.

Olhei desesperado para todos os lados e pensei que poderíamos matar os cientistas ali mesmo e nos suicidarmos, seria mais fácil assim, porém não salvaríamos ninguém e a empreitada terrorista daria certo.

Lysa mantinha acima de tudo um sorrisinho satisfeito no rosto, enquanto os outros cientistas tinham uma expressão conturbada de total terror, ela parecia conformada e até feliz com a morte iminente.

–Sempre me odiou. – percebi, agora expressando minha raiva contra ela que se opusera a minha contratação como segurança desde o começo.

– Tive uma sensação ruim em relação a você e pelo visto estava certa, não é mesmo?

– Bruno! Creio que eles estão perto. – Steve disse conformando-se.

Era o fim inevitável, devíamos aceitá-lo...

– Já sei como podemos sair daqui! – eu disse, não tendo cem por cento de certeza de que iria funcionar, mas apostando nisso mesmo assim.

– O que pretende fazer? – Lysa perguntou, com expressão presunçosa no rosto. – Apontar uma arma para mim? POIS JÁ ESTÃO FAZENDO ISSO!

– Melhor que isso. – disse e me permiti um sorriso.

Caminhei até a superfície de metal onde estivera sendo quase transformado momentos atrás, acima dela pendia a agulha enorme que injetaria o vírus mortal. A agulha era ligada a uma máquina e dentro dessa máquina pude ver uma ampola contendo o vírus, o líquido possuía uma tonalidade verde-escuro ameaçadora.

Com um pouco de trabalho, desconectei a ampola e tomei-a em minhas mãos.

–Não ouse! – Steve agora apontava a arma para mim.

Nesse instante de descuido, Harold tentou um ato de heroísmo desesperado pulando em cima de Steve com todo o seu peso. Fora um erro. Harold não conseguira se segurar e caíra ao lado de Steve que furioso atirou fatalmente em seu abdome.

Lysa se curvou para frente e pressionou os dedos contra as têmporas demonstrando dor, o cientista ao lado dela teve uma reação semelhante. Aquele papo de ligação mental parecia ser real mesmo.

Mas Steve e Morgan já apontavam as armas para mim.

– Não ouse fazer essa besteira! – ele repetiu.

– Não vou fazer besteira alguma, fiquem tranquilos, não vou injetar o vírus em mim mesmo.

– E o que vai fazer então?

Não respondi, ao invés disso pressionei um botão na parede ao lado da maca; a parede reagiu, revelando um compartimento com diversos instrumentos médicos e cirúrgicos, usados para estudar as aberrações. E o que mais importava no momento: seringas!

Transferi cuidadosamente o conteúdo da ampola para uma seringa que escolhi aleatoriamente e, finalmente estava pronto para executar o plano.

– Isso é o que vou fazer. – disse colocando a seringa suavemente sobre o pescoço de Lysa.

– Ainda não entendi. – Morgan soava confuso.

– Ele pretende usar a ameaça de uma possível contaminação para conseguirmos nosso passaporte para a liberdade, certo? – deduziu Steve.

– Eu não poderia ter explicado melhor.

Nesse momento as portas se abriram e vários guardas armados apontaram para nós.

Gesticulei com as mãos para indicar a seringa e o risco que ela representava. Imediatamente alguns deles recuaram.

– Se não nos derem espaço suficiente para sairmos daqui, vamos infectá-la. E como alguns de vocês devem saber, a aplicação do vírus diretamente na corrente sanguínea resulta na mutação completa em até doze minutos.

– Wikipédia Viral falando. – Steve sussurrou e me lançou um sorriso torto.

– Cala a boca. – respondi em tom brincalhão.

E assim conseguimos caminhar por vários metros. Morgan estava com a arma apontada para Melvin e eu com a seringa no pescoço de Lysa. Steve ia na frente abrindo caminho.

E por um momento, tive esperanças de sair vivo da instalação.

Até que um alerta pode ser ouvido ecoando por toda a instalação.

– O que é isso? – perguntei para Lysa que se manteve calada. – O QUE É ISSO? – perguntei novamente, mas não precisei que ela respondesse.

ALERTA: Perigo de Contaminação Identificado – Vírus Altamente Mortal. Iniciando Processo de Desinfecção Parcial.

– O que está acontecendo? – perguntei.

– Não sei. – Lysa tinha uma expressão inocente no rosto.

– O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – pressionei a seringa ainda mais contra seu pescoço.

– Por favor, não me contamine, eu falo, eu falo. Por favor, mate-me, mas não me contamine, eu lhe imploro! – ela começou a chorar desesperada.

– Pela última vez. O que está acontecendo?

– Desinfecção Parcial! Trancarão todos os acessos a esse nível e lançarão gases nocivos que vão exterminar qualquer vírus e para garantir, em seguida mergulharão todo o local em água e cloro. Faz parte do sistema de segurança, quando um vírus atinge os níveis superiores isso acontece.

– Precisamos sair daqui então? – Morgan perguntou e em poucos instantes já começávamos a correr.

Descontaminação Parcial em 60 segundos.

– Não vamos conseguir. – Lysa afirmou desesperada, agora do nosso lado em busca da sobrevivência.

Os corredores daquele nível eram muito longos.

30 Segundos.

Tínhamos apenas metade do tempo, como disse a voz eletrônica.

15 Segundos.

As portas eram visíveis no fim do corredor, iríamos conseguir, foi então que Lysa tropeçou e em um efeito dominó, todos caímos.

10 Segundos.

Começamos a nos levantar, mas não antes que eu pudesse perceber o que havia acontecido.

Na queda, acabei cravando a seringa mortal em Lysa, que chorava com medo do que ela própria criara.

– Vamos, vamos! – Morgan e Melvin já estavam subindo as escadas para o próximo nível.

Quando me levantei, Lysa também fez o mesmo e tentou me segurar para que não atravessasse para o próximo nível. Atingi-a com um empurrão logo acima da seringa e ela titubeou tempo suficiente para que eu pudesse disparar para as escadas.

Subi sem remorsos para o próximo nível e pude ouvir a voz eletrônica dizendo Descontaminação Parcial Iniciada; seguida de uma pesada porta de aço começando a baixar rapidamente.

E, do topo das escadas pude ver Lysa passando por baixo das portas no último segundo.

Ela me fitava com raiva e já não era totalmente Lysa, suava muito e parecia tremer, mas começou a subir obstinada as escadas.

– Ai meu Deus. – murmurou Steve.

– Ai meu Deus. – ecoei.

Não ficamos esperando que ela nos alcançasse.

ALERTA: A tentativa de deter a contaminação falhou. Iniciando novo processo no nível superior.

– Ah, não, não, não, não. – Melvin estava desesperado e arfava violentamente. Todos estávamos cansados, porém estávamos mais acostumados a atividades físicas do que aquele cientista desesperado.

Descontaminação Parcial em 60 segundos.

Estávamos de novo contra o tempo.

E agora também éramos perseguidos.

Lysa parecia estar bêbada, mas persistia em sua corrida vingativa. Mantendo-se sempre alguns passos atrás, mas perto demais para o meu gosto.

– Vou... atirar... nela. – disse Steve.

– NÃO. – tentei dizer mais algumas palavras, mas não consegui. Ele deve ter percebido que só adiantaria o processo e então se calou.

30 Segundos.

Na verdade os níveis superiores eram apenas isso mesmo: Segurança, para evitar que os vírus e coisas piores escapassem dos níveis onde tudo realmente acontecia, por isso estavam vazios durante nossa passagem.

– ELA CAIU! – gritou Morgan exultante, até perceber o que aquilo significava.

– Ah não! – Melvin agora corria em meio a gemidos e resmungos.

– Falta... pouco. – disse tentando reconfortá-lo, mas também achava que não conseguiríamos.

E então quase chorei de felicidade quando vi a porta. Estava no fim do corredor, mas pelo menos estava lá!

Morgan também compartilhava dessa felicidade.

Quase parei para respirar um pouco, mas então ouvi os passos desajeitados se arrastando atrás de nós.

Como ela chegara até ali tão rápido? Perguntei a mim mesmo mentalmente, haveria certas coisas que nunca entenderia sobre os zumbis.

Foi nesse exato momento de felicidade e último ato desesperado que Melvin desabou no chão.

Nenhum de nós parou para ajudá-lo. E, em poucos segundos vimos Lysa levando metade de seu pescoço.

5 Segundos para a Descontaminação.

Consegui atravessar acompanhado por Steve no momento em que a porta pesada estava descendo. Morgan acabou ficando preso entre os dois níveis.

– Por favor... me ajudem! – ele respirava com dificuldade por conta da corrida, mas também por causa da nova dor que sentia.

– Morga... Vamos tirar... – comecei a dizer e a puxá-lo para nosso nível, Steve me ajudou no que pode, mas a porta de aço era imbatível. Ouvimos o som de ossos se quebrando e deduzi que deveria ser sua coluna. Ele nos lançou um último olhar desesperado enquanto seu corpo se partia em dois.

Steve e eu olhamos para ele durante algum tempo enquanto recuperávamos o fôlego e, em seguida pegamos o elevador que nos levaria para o exterior da organização.

Estávamos livres e apesar dos horrores que havíamos testemunhado, estávamos bem.



















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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando.

Não deixem de comentar sobre os personagens,o que estão achando dos rumos que a história está tomando...Enfim,digam o que acharam.



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