The Hikers Dead - Infecção escrita por Gabriel Bilar
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora para postar, tive uma semana difícil. Enfim, aqui estou, particularmente não achei esse capítulo muito bom, mas... Vocês decidem! Boa leitura e deixem reviews!
POV – Fernando
O homem de cabelos negros e olhos castanho-escuros, que me apanhara vigiando entre a grama baixa; cochichava com o homem de pele negra e a bela mulher de cabelos avermelhados. Tentavam tomar uma decisão, mas estavam claramente em conflito.
Pareciam um trio forte e determinado, tinham armas, suprimentos e, claro, olhares ferozes nos rostos. Ao contrário de nós. Uma parte do nosso grupo estava realmente firme e determinada, a outra largaria as armas e fugiria caso a situação se tornasse desfavorável.
Numa luta – se houvesse alguma – o trio com certeza venceria nosso grupo; a vantagem numérica nos tornava apenas mais fracos. Mais bocas para alimentar, mais conflitos para resolver. Menos chances de escapar...
Nunca havia desejado juntar-me aquele grupo. Minha irmã e eu, morávamos antes de tudo isso acontecer, em uma fazenda próxima, uma das primeiras a ser tomada. Perdemos nossa família e amigos e, resolvemos tomar o rumo da cidade; pensávamos que teríamos mais chances de encontrar comida e abrigo.
Ashley e eu, porém, fomos interceptados por essas pessoas; a velha que exigia ser chamada de Mãe, por algum motivo que eu desconhecia era a líder. Roubou toda nossa comida, colocou enxadas e outros tipos de lâminas mal feitas em nossas mãos e obrigou-nos a lutar para defender sua fazenda. Um pedaço de terra com construções velhas apinhadas de teias de aranhas e ninhos de ratos.
Neste momento, Ashley e eu testemunhávamos – de um ponto privilegiado, sentados na beira da estrada de terra – horrorizados o que estava prestes a acontecer sem nos envolver, ela estava aninhada em meu peito, lágrimas escorriam por seu rosto adolescente.
A Mãe gritava insultos e pressionava os ocupantes do carro; ameaçava a vida de Selena e seu filho. Selena não corria perigo de verdade, estava apenas representando para amolecer os corações do trio.
Súbito e chocante, o ronco do carro pôde ser ouvido. O homem de cabelos negros acelerava, iria atropelá-los!
POV – Steve
Resolvemos o que iríamos fazer. Inesperadamente, Bruno arrancou com o carro na direção dos moradores rurais.
Parou a centímetros de atropelar o grupo. E, algumas pessoas, na pressa de sair do caminho, acabaram caindo ao chão, gerando uma instabilidade geral no grupo.
- Entra no carro, moça! – gritou Bruno.
A mulher com o recém-nascido não parecia querer vir, medo de nós, talvez?
- Moça! Agora! – instou ele.
Ela não tinha escolha. Era refém daquelas pessoas e correria perigo se não confiasse em nós.
Um homem forte de porte atlético com um corte de cabelo moderno, usando regata branca, recuperou o equilíbrio e agarrou-a por trás. Nenhum dos dois desviava o olhar da nossa direção; a moça, assustada demais para reagir a qualquer coisa, apenas segurava com força a criança em seu colo.
Um grunhido e um grito distantes fizeram todos congelarem onde estavam. Até mesmo a velha senhora manteve um olhar assustado no rosto por alguns instantes.
Em seguida, o primeiro infectado surgiu por trás de uma mulher loira e abriu-lhe a garganta.
- Barulho demais. – comentou Carla, sombriamente.
Logo, uma dezena deles invadia a estrada. Pessoas correram desesperadas e em meio à confusão, Bruno puxou a mulher e seu filho para dentro do carro. O homem que antes a agarrava tentou nos seguir, mas um zumbi mordeu sua panturrilha esquerda.
A velha senhora gritou algo incompreensível e correu em nossa direção, vários seguiram seu exemplo e em poucos instantes os moradores rurais desesperados tentavam nos arrancar do carro. Era a única maneira de sair dali.
- Seus malditos! Procurem por outro carro, esse é nosso! – gritei enquanto socava uma mulher com metade do corpo para dentro do carro.
- Bruno... – gemeu Carla, tentando ao máximo ajudá-lo contra a enxurrada de pessoas que tentavam ocupar seu lugar no carro – Tire a gente daqui!
A mulher que resgatamos, estava histérica ao lado de Carla no bando de trás, parecia disputar uma competição de berros com seu filho e aquilo estava me irritando. Em meio a toda aquela luta por sobrevivência, a única coisa que ouvia eram os gritos enlouquecidos no interior do veiculo.
Um homem obeso de rosto avermelhado atingiu o vidro traseiro do carro com um machado já sujo de sangue, cacos de vidro minúsculos choveram sobre Carla e a mulher, que protegeu o filho com o próprio corpo.
Quando, conseguimos, enfim nos mover, foi inevitável o atropelamento de algumas pessoas. Não lamentei. Não havia tempo para isso.
Olhei para trás, Carla tinha os braços e rosto ensanguentados, os fios de cabelo que não foram arrancados estavam embaralhados e sujos, seus olhos estavam levemente arregalados.
- Tudo bem com você? – perguntei.
- Não, mas vou ficar. – declarou.
- E quanto a você? – perguntei à outra mulher, sem esperar resposta lancei outra questão – Tem nome?
Reprimindo um soluço de agonia e pesar, ela respondeu:
- E...E...Estou bem. É só que... – arfou pesadamente – Me chamo Selena.
- Selena... Fique tranquila, está segura conosco agora.
Ela retribuiu com um sorriso torto fraco.
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Já havia amanhecido um novo dia. Durante a noite havia me revezado com Bruno ao volante, para que pudesse descansar um pouco, mas ele já havia assumido a posição novamente.
Selena e Carla custaram a adormecer, a primeira chorara durante a maior parte da noite.
Uma criança, refleti; como seria cuidar de uma criança agora, nesse mundo?
Suspirei e esse movimento súbito acordou a mulher que era a única que ainda dormia.
- Bom dia. – Carla e Bruno falaram em uníssono.
- Bom dia. – resmunguei, irritado.
A mulher permaneceu em silêncio por alguns instantes, quando nos encarou, seus olhos estavam marejados.
- Pode segurá-lo por um minuto? – indagou para Carla e entregou-lhe o filho.
- Sim, claro. O que precisa fazer?
Selena não respondeu, o silêncio constrangedor dominou o carro por aproximadamente dois minutos, quando resolveu falar, sua voz era cruel e gélida.
- Nunca corri perigo de verdade, sabiam?
- Como é que é... – começou a perguntar Carla.
- Tudo uma armação... – deixou as palavras pairando no ar e terminou com uma risada baixa – O homem que segurava a corda era meu marido. O pai do meu filho... E o único motivo para eu ter vindo com vocês, resume-se em uma palavra: Vingança! – a voz era calma e controlada, mas deixou transparecer seu ódio no final da frase.
Bruno e eu nos entreolhamos, mas era tarde. Selena com o olhar furioso, jogou-se contra a parte de trás do banco dele; com um movimento rápido, ela sacou uma faca enferrujada e cravou-a em nosso motorista.
O carro perdeu o controle.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam?? Ah, e sugestões para os próximos capítulos são aceitas!
:D Obrigado por ler!!