The Hikers Dead - Infecção escrita por Gabriel Bilar


Capítulo 11
Treinando e Colocando em Prática


Notas iniciais do capítulo

Muito feliz com os reviews que a história anda recebendo!! Muito obrigado a todos vocês que dedicam um tempo para ler The Hikers Dead!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/331373/chapter/11

POV – Carla

Bruno parecia um homem totalmente novo pela manhã. Aparara a barba e cortara os cabelos negros, deixando-os mediamente curtos. Seus olhos castanhos também pareciam mais calorosos, agora que não corríamos risco de vida. Usava uma regata preta e bermudas de um tom bege claro, apesar da brisa fria que assolava logo pela manhã.

- Bom dia! – exclamaram Bruno e Steve em uníssono.

- Bom dia. Preparei um café básico para nós com os alimentos que encontrei aqui. Estão servidos?

Perguntei, oferecendo a eles a mesa com pães diet - os únicos que encontrei nos armários -, sucos industrializados de laranja e uva e, três maçãs e uma manga, antes esquecidas na fruteira.

- Servidos? – Steve debochou – Estamos servidos até demais de mortos-vivos, mas nada de comida.

Ri com a declaração e mandei que ele calasse a boca, ainda em tom brincalhão.

- Uhn, Steve, temos algo a discutir. – murmurou Bruno entre mordidas na fatia de pão diet.

- Sim...?

- Carla e eu conversamos ontem à noite e percebemos que há uma pequena chance de que os pais dela estejam vivos. Pensei que poderíamos aproveitar para fazer uma incursão pela cidade e quem sabe achar a família dela intacta.

- Claro, é uma boa ideia! – Steve virou-se para mim – São sua única família?

- Sim, agora sim. Teria meu namorado também, se não tivesse visto ele ser devorado por zumbis quando apareceu na escola para me buscar.

- Sinto muito. – Bruno interrompeu.

- Todos parecem ter perdido entes queridos nesses tempos difíceis. – declarei.

- Enfim... – Bruno mudou de assunto, antes que a conversa tomasse rumos ainda mais depressivos – Você, Carla, será minha aluna hoje! – entusiasmou-se ele.

- Como assim?

- Quero te ensinar algumas técnicas de defesa... Como manejar algumas das principais armas... Você precisa aprender a se defender e estou disposto a te ensinar!

- Uma oportunidade perfeita! Eu ia dizer que o carro precisa de alguns reparos mesmo, antes de seguirmos viagem. – disse Steve.

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

- Isso, Carla!

Nesse momento, Bruno estava me ensinando a mirar e atirar com armas de fogo; explicou-me, também, onde atirar – para ferir e não matar - no caso de ser atacada por um humano.

- Você é uma ótima atiradora, quero dizer, para uma professora de Geografia.

- Melhor não me ofender, tenho um revólver entre as mãos.

- Larga isso e vem aprender a usar uma faca direito. Não quero ter de ficar parando e pedindo licença para os zumbis, apenas pra recolher a sua faca que você deixou cair no chão. – Bruno riu.

- Vai brincando agora, logo vou aprender a socar direito e você vai se ver comigo. – retribuí o sorriso.

Após uma hora de treino, eu já estava totalmente exausta, porém adquirira muitos conhecimentos importantes sobre armas; segundo Bruno, agora passaríamos a ver técnicas de defesa manual.

- Se não tiver uma faca ou arma à vista, use os punhos como último recurso. Não tenha como objetivo matar o zumbi, apenas atrase-o o suficiente para fugir. Outra desvantagem de lutar contra eles com nada mais que o próprio corpo é o risco de contaminação. Não se esqueça que a mordida mais leve ou até mesmo o arranhão mais superficial podem infectá-la.

- Certo, e o que devo fazer para deter um zumbi sem me contaminar?

A aula prosseguiu dessa maneira até o final da manhã.

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Deixei a água fria tocar os hematomas em meu corpo.

Apesar de Bruno ter sido extremamente cuidadoso, acabei me machucando um pouco em seu treinamento. Nada que uma boa ducha não resolvesse, pensei.

Nunca esperei encontrar água quente no banheiro – sequer havia energia elétrica no hotel –, porém, a decepção ao constatar que a água era gelidamente fria, não foi menor por conta disso.

O banheiro do hotel era simples. O azulejo branco e úmido, a lâmpada inútil pendurada nas fiações do teto, a privada branca e sem graça e, o vidro embaçado que a separava do chuveiro, compunham o lugar onde eu me banhava no momento.

Assim que terminei, vesti-me com roupas que Steve encontrou para mim em um dos quartos do hotel, ficaram um pouco largas, mas eram melhores que as gastas que estava usando antes.

- Como se sente, após um banho revigorante? – perguntou Bruno, com uma toalha na mão, aguardando sua vez de usar o chuveiro.

- Sinto frio... e um certo alívio também. – respondi, arrancando uma risada dele.

- Nada de ficar me olhando pela fechadura da porta, entendeu? 

- E eu ia perder meu tempo? – retruquei.

Ele me lançou um sorriso torto e entrou no banheiro.

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estava terminando de pentear meu cabelo, quando ouvi passos no corredor. Abri a porta, pensando ser um dos rapazes e dei de cara com um morto-vivo.

Recordando até bem demais a sessão de treinamento pela manhã, chutei-o no peito, arremessando-o ao outro lado do corredor. Não parei para avaliar os danos, apenas corri, penetrando ainda mais fundo no hotel, procurando desesperadamente por Bruno ou Steve.

Acabei atropelando um Bruno confuso, que provavelmente ouvira a agitação nos corredores e viera me ajudar. Tinha acabado de sair do banho e ficou feliz em me ver sã e salva.

- O que aconteceu? – perguntou.

- Um deles... – respondi ofegante, ou tentei pelo menos – Um deles me atacou.

- Deus do céu! Não conseguimos um pouco de paz nunca? Venha! 

Bruno me conduziu pelos corredores, até chegarmos aos fundos do hotel, onde Steve permanecia estacionado.

E, entre nós e o carro, uma horda faminta de zumbis.

- As armas! – solicitei.

- Ah, merda. Esqueci no hotel, só tenho uma pistola aqui comigo... Anda! – Bruno fechou a porta dos fundos e praticamente me arrastou pelo braço esquerdo.

No mínimo uma dezena de mortos interpelou-se em nosso caminho, pelos grunhidos distantes, mais se seguiriam a estes.

- Carla, consegue atirar da mesma maneira que fizemos hoje de manhã? – apenas observei-o atônita e ele me entregou a pistola – Ótimo!

Bruno avançou em direção aos zumbis e começou a derrubá-los com socos, chutes e técnicas de combate incríveis. De repente, entendi o que ele desejava que eu fizesse. Os monstros que caíam no chão, não permaneceriam ali por muito tempo, minha tarefa era matá-los e com isso assegurar a retaguarda de Bruno.

Errei os primeiros tiros, acertando partes aleatórias dos corpos podres, quando deveria acertar na cabeça, mas logo entendi como executar a função que Bruno me dera. E, como se tivesse feito isso à vida inteira, mirei nos zumbis e eliminei-os, até com certa arrogância.

- É isso aí! – parabenizou ele.

Sem comemorar muito, corremos na direção do quarto de Bruno, onde ele mantinha as armas. Encontramos dois infectados ali; preparei-me para atirar, mas Bruno lidou com eles, esmagando suas cabeças contra a parede azulada.

Com uma submetralhadora na mão esquerda, uma faca de vinte centímetros na mão direita e a bolsa com armas e munição nas costas, Bruno preparou-se para, ao meu lado, enfrentar os monstros do lado de fora do quarto.

Abrimos caminho, manchando as paredes de sangue infectado e carne podre. Um odor pungente exalava de todos os lugares e de lugar nenhum. O cheiro da morte ou, mais especificamente, o cheiro dos mortos.

Cheguei perto de ser mordida pelo que antes era uma mulher obesa de cabelos pretos encharcados de sangue, mas por sorte, consegui esquivar-me a tempo de chutá-la na panturrilha, Bruno a matou com uma facada simétrica na testa.

- Vamos! – gritou ele ao alcançarmos o lado de fora do hotel.

Calculei que ali, provavelmente havia uma centena de infectados.

- Não vamos conseguir. – choraminguei.

- Vamos sim! Olhe, Steve está ligando o carro.

E estava, o homem moreno e alto, antes curvado sob o banco de trás do carro, girou a chave e, engatou a marcha ré, atropelando cinco mortos-vivos.

- STEEEEEEEVE! – Bruno alertou e sacudiu os braços.

O homem entendeu e acelerou com o carro na nossa direção.

Pulei de imediato no banco de trás, seguida de Bruno, que se sentou ao lado de Steve. Essa fora por pouco. Por um triz não viramos alimento para os mortos.

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O carro se aproximava da cidade dos meus pais e logo, como um mau presságio, encontramos três zumbis vagando sem rumo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? XD Os próximos capítulos prometem muita ação e zumbis!!