The Hikers Dead - Infecção escrita por Gabriel Bilar


Capítulo 10
Reagindo


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo um tanto violento e sem muitos zumbis... Mas é a partir dele que a história vai tomar novos rumos interessantes. Espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/331373/chapter/10

POV – Claire

Aquele homem repugnante assomou-se sobre mim.

Estava tirando a roupa lentamente, apreciando minha expressão de repulsa a cada peça retirada. Ao ficar completamente nu, ele verificou as amarras que prendiam meus pulsos firmemente à cabeceira da cama, pela milionésima vez.

- Ah... Agora você será só minha! – comemorou ele e em seguida, começou a rasgar minhas roupas; partiu a camiseta facilmente, mas precisou usar um estilete para atravessar a calça jeans.

Consegui, desesperada, atingir meu joelho com força em seu rosto, mas isso só o enfureceu. O homem me deu dois socos na cabeça e um no estômago. Gritei de dor e isso o provocou a me dar mais um tapa forte, tapa que me deixou desnorteada por alguns segundos, enquanto ele retirava as últimas peças de roupa de seu caminho.

Ele não hesitou em começar o ato.

Tentei me desligar de tudo ao meu redor, tentei me concentrar no teto úmido e sujo, sair de meu corpo; tentei ficar imersa em meus próprios pensamentos, sem sucesso. Sentia cada lugar onde nossas peles se encontravam, cada movimento, músculo ou respiração. E acima de tudo sentia um ódio, cruel e mortal; uma promessa de vingança.

Tentei me mover de modo a deixá-lo desconfortável, mas isso só fez com que ele me prensasse com mais força contra a cama, machucando minhas costas. Eu não era párea para a força física daquele idiota repugnante. Se não bastassem as agressões físicas, ele me xingava e humilhava, dizia coisas terríveis e eu respondia à cada uma delas, mesmo que fosse ganhar ainda mais socos e tapas, por conta disso. Eu nunca cheguei a desistir de lutar.

No meio do ato, ambos podemos ouvir um estrondo. O som da porta principal sendo arrombada. Ele congelou imediatamente e olhou para mim alarmado.

- Gostaria de te usar como minha vadia para sempre, mas vou deixá-la aqui para os zumbis. Isso vai me dar tempo de escapar... se é que são os zumbis. Se você for tão azarada assim, do jeito que acho que você é, pode ser outro homem querendo diversão! E não vou negá-la a ele!

Chorando, observei enquanto o homem agarrava suas roupas e saia, ainda nu do quarto. E me deixava ali, amarrada e indefesa. Definitivamente, eu fora domada.

Tentei me soltar das amarras; sabia que era minha única chance de sobreviver contra o que quer que estivesse vindo. Mas o desconhecido realmente caprichara. O nó só poderia ser desfeito com uma lâmina. Frustrada e derrotada, senti o fim próximo. Ana acharia que eu a abandonara e as crianças provavelmente iriam morrer sem os alimentos, que ainda estavam na bolsa caída na sala de estar. A bolsa! E se alguém a roubasse? Ainda haveria esperança?

Ouvi passos cautelosos vindos do corredor e prendi a respiração. Não era um morto, percebi e meu coração se acelerou. Da mesma maneira que poderia ser uma pessoa boa, poderia ser uma pessoa cruel. Tive medo de passar por tudo novamente, pois nem me recuperara desse trauma direito. Sabia que não iria aguentar se acontecesse de novo!

Foi quando o vi. Um homem alto e atlético empunhando uma submetralhadora, pronto para disparar caso vise algo de anormal.

- Garota! – ele chamava – Garota!

Gelei quando percebi que a garota que ele chamava provavelmente era eu. O homem ainda não havia me visto na cama e rezei para que continuasse assim. Mas não continuou, e foi por um erro meu. Soltei todo o ar acumulado em meus pulmões de uma única vez, fora um acidente é claro, mas isso não diminuiria as consequências que viriam a seguir.

- Garota! – ele correu até mim.

- Fica longe de mim! – berrei e comecei a me afastar dele o máximo que as amarras permitiam.

- Calma! Eu não vou te machucar. – ele sorriu reconfortante, mas logo sua expressão mudou – Quem fez isso com você?

- Um... um homem, acho que ele era o dono da casa.

- Espere por mim. – ele disse e saiu correndo do quarto.

- Ah claro, e eu tenho muitas opções, amarrada aqui. – murmurei.

Enquanto permaneci ali, esperando pelo homem, ouvi sons estranhos. O som de algo pesado batendo contra o chão, um disparo da arma e um grito esganiçado. Aproximadamente dez minutos depois o homem voltou.

- Me chamo Victor. – disse e começou a cortar as amarras que me prendiam a cama.

Esfregando os pulsos para recuperar a circulação, ignorei a apresentação e perguntei:

- Você o matou?

- Não.

- DEIXOU ELE VIVO?

- Calma! Sim, ele está vivo, mas há uma razão para eu não tê-lo matado.

- E que seja uma boa razão! Você sabe o que ele fez comigo?

- Não, mas imagino.

- E qual a razão? – perguntei, já perdendo a paciência com o estranho.

- Eu percebi que... se alguém tem o direito de matá-lo. Esse alguém é você!

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Não havia percebido que Victor levava uma mochila nas costas até ele a abrir para mim. Dentro, haviam diversas armas, de fogo e brancas. Um verdadeiro arsenal.

Ele despejou tudo na minha frente.

- Divirta-se. – disse ele e saiu do quarto, levando apenas a submetralhadora e um facão longo e curvo para se proteger.

O homem que se aproveitara de mim estava amarrado à minha frente. Victor fizera questão de deixá-lo na mesma situação que eu.

Agarrei um cutelo do monte de armas e avancei na direção do homem.

POV – Victor

Aguardei por duas horas, até que a menina saísse do quarto. Durante todo esse tempo ouvi gritos e lamentações.

Geralmente, eu acharia aquilo um absurdo, uma garota com não mais que catorze anos torturando uma pessoa. Mas era justamente o que ela precisava. De vingança! Algo para satisfazer o vazio que provavelmente se instalara nela.

- E...? – perguntei.

- Ele desmaiou.

- E vai continuar com isso?

- Não. – ela respondeu – Ele desmaiou e vou deixar ele lá.

À mercê dos zumbis! Aquela garota era mais implacável do que eu imaginava. Não era só uma garota que queria vingança. Ela tinha potencial para executar essa vingança!

O que raios havia acontecido com esse mundo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Algum ponto em que preciso melhorar? O que esperam para o próximo capítulo? Deixem a opinião de vocês nos reviews!