- Façam uma busca minuciosa pela vila - ordenou a Godaime. - Quero vocês dois, Asuma e Kurenai, e seus genins procurando qualquer vestigio de armadilhas ou algo suspeito por toda Konoha. E você, Kakashi... - ela olhou fixamente para mim. - quero conversar com você a sós.
Bastou esta frase para que Kurenai, Asuma e Shizune deixassem a sala, restando apenas eu e a hokage no local.
- Kakashi. Esses ataques, essas visitas estranhas... - começou a Tsunade-sama - não podemos fingir que são acontecimentos comuns. Tudo isso começou depois da chegada dela!
A Tsunade-sama falava da Hoshi-san com preocupação, e um tipo de raiva.
- Você ja descobriu alguma coisa sobre ela?
Contei a ela o ocorrido no primeiro confronto, contra os subordinados de Orochimaru. Sobre o sharingan.
- Não é possivel que ela seja uma Uchiha.
- Então qual a outra explicação logica? - perguntei.
- Não sei ainda. Mas vou descobrir. Agora vá, fique perto dela e descubra quem ela é o mais rapido possivel.
Ela fez uma pausa antes de continuar:
- Porque de uma forma ou de outra, ela está ligada a tudo isso.
Ouvi as palavras ta hokage enquanto um tremor tomou conta do meu corpo. Não de preocupação, exatamente, mas de medo de aquela mulher doce e incrivel que eu conheci estar ligada a algo maligno.
Assenti, e saí do palácio a procura dela. Precisava conversar, esclarecer o maximo de coisas possiveis, para tentar organizar aquele quebra-cabeça que a cada minuto ficava mais complicado.
Andei pela vila, pensando em tudo, em como iria fazer aquilo tudo se esclarecer. Maldita hora em que a Godaime me encarregou de cuidar dela...
Continuei andando, até chegar num lugar, longe das casas, onde só havia grama e algumas árvores, que projetavam sombras agradaveis para um descanso.
E, ali, sob uma dessas sombras estava a mulher que havia mudado minha vida de uma hora para outra.
Estava de costas para mim, sentada com as pernas dobradas, seus cabelos pretos balançavam levemente com a brisa do vento.
Ela parecia distraida, perdida em pensamentos enquanto manuseva seu leque de um lado pro outro.
Me aproximei devagar, e quando estava a uns dois passos de distancia dela, levei um susto.
De repente, em um piscar de olhos ela havia se virado de frente para mim.
Com uma perna flexionada, e a outra esticada para tras, ela se encontrava com o braço direito erguido.
E eu me encontrava parado, com as mãos erguidas e um leque aberto encostado no meu pescoço. Sua agilidade foi incrivel, numa fração de srgundo ela passou de uma posição distraida, à uma completamente ofensiva.
Ela olhou fixamente nos meus olhos por um instante, quando um sorriso surgiu no seu rosto.
- Ah, é você. - disse ela, ficando de pé e tirando o leque de perto do meu pescoço.
- Parece decepcionada. Estava esperando alguém diferente?
Ela sorriu.
- Não, pelo contrario. Ultimamente você é a unica pessoa que eu quero por perto.
Não perguntei o motivo, preferi me manter em silencio.
De repente, voltei a atenção para o leque que ela mantinha sempre por perto. Uma curiosidade fez com que quisesse ver mais de perto aquele objeto que a primeira vista parecia tão inofensivo, mas na verdade era uma arma perigosa.
- Posso ver? - perguntei, olhando para o leque, e, em seguida, para ela.
Ela fez uma expressão de surpresa.
- Não. - disse rapidamente, segurando o leque com força.
A olhei nos olhos, parecia que ela tinha um bloqueio quando o assunto era o leque.
Continuei fitando aqueles olhos, incrivelmente azuis.
- Por favor... - disse, tocando a mão dela que segurava com força o leque. - confie em mim.
Olhar no fundo dos seus olhos faziam com que meu corpo inteiro tremesse. Eu queria qu ela confiasse em mim...
Continuei a olhando por segundos que pareceram horas, aproveitando aquela sensação, aquele momento de partilha de confiança.
Quando, ainda me fitando, senti sua mão aos poucos soltar o leque, e o entregar a mim.
Ela baixou o olhar, tirando uma mecha de cabelo do rosto.
Saí de repente daquele extase, peguei o leque e o observei, ainda fechedo. As laterais pretas, tinham algumas inscrições em dourado, mas não consegui ler.
Desci os dedos para o mecanismo na sua ponta, onde ela encaixava o dedo médio para o manusear, era apenas um pequeno arco dourado mas muito bonito.
Finalmente o abri, devagar, era completamente preto de ambos os lados. Analisei com cuidado, parecia um leque normal olhando assim.
Percebi que ela me olhava atentamente.
- Vira alavanca. - disse ela.
Alavanca? Que alavanca? Olhei atentamente para o leque, a procura de algo do tipo, quando toquei no aro dourado.
Olhei para ela, e ela assentiu. Então aquilo não era só para segurá-lo...
Devagar, virei o aro, que estava levemente do lado direito, para o esquerdo.
- WOW! - foi só o que consegui dizer, quando, ao virar o aro, uma lamina extremamente afiada surgiu de uma extremidade a outra do leque, como um machado.
E de um dos lados, agulhas grandes e grossas estavam encaixadas de modo que, com um movimento específico, poderiam ser lançadas para atingir o inimigo.
Hoshi agora olhava para frente.
- Como descobriu isso? - perguntei.
- Não sei...
Naquele momento, olhando aquela lamina no leque, me lembrei do confronto contra os homens que nos atacaram na primeira noite. Quando ela estava prestes a usar esta lamina no inimigo, e quando ele disse algo a ela...
Virei a alavanca de volta ao lado direito e a lamina desapareceu. Entreguei o leque de volta a ela, e finalmente perguntei.
- Hoshi, aquele dia, quando você derrotou o inimigo mascarado... o que ele disse para você antes de morrer?