(http://www.youtube.com/watch?v=fJXEerT4TCk)

Havia fogo pela cidade inteira. O que causara? Os habitantes. O por quê? Tentavam matar um animal estanho, gigante que destruía as barracas da feira. Se eu conhecia? Bem, quem não conhece o minotauro?

Nathan me puxou, para que eu pudesse olhar para seu rosto.

- Alice, eu quero que você fique aqui - ele ordenou - Eu preciso saber o que é esse... monstro.

- Não! - exclamei - Tudo isso é culpa minha, de uma forma que você não vai entender. Eu preciso ir.

Ele me olhou seriamente.

- Não é culpa sua - falou.

- É sim! - repeti - É minha culpa. Só eu sei o que pode fazer para isso acabar. Me desculpe.

- Confio em você - foi tudo o que disse.

Corremos até o local onde o minotauro destruía tudo. O fogo incendiava várias casas. Mulheres e crianças se escondiam e se protegiam, enquanto os homens tentavam detê-lo.

- Você fica aqui - pedi - É perigoso, e não quero que se machuque. Já fez demais por mim.

Nathan olhou nos fundos dos meus olhos, e com as mãos, puxou o meu rosto para o seu. Seus lábios se encaixaram perfeitamente nos meus, e ele me beijava com tal desejo, e carinho. Sabia que era errado, mas eu tinha medo de que alguma coisa acontecesse. Ele se afastou, e disse:

- Não. Morra.

Assenti, e fui em direção à criatura. O minotauro me sentiu, e se virou para mim. Apertei meu bracelete e a espada surgiu em minhas mãos.

Corri, e esfaqueei sua perna, apenas para dar pelo menos um ponto de vantagem para mim. Ele rugiu e me jogou para uma casa.

Quando minha visão voltou, Nathan estava do meu lado.

- O que está fazendo aqui? - perguntei.

- Ele não vai matar você - respondeu - Seja lá o que isso for.

Antes que eu pudesse pronunciar alguma coisa, ele foi jogado para longe. O pouco que eu via, era sangue saindo de sua boca.

A raiva me dominou e eu investi novamente contra a criatura.

Por ser grande e forte, o Minotauro também era lento. Minha pequenez e agilidade me deram pontos extras nessa luta.

Finquei a espada em sua coxa e a retirei rapidamente. Enquanto a criatura se contorceu para a frente eu corri para suas costas as escalei. Me encontrei no pescoço do monstro enquanto ele se debatia para que eu me soltasse.

Com uma das mãos me segurei em seu chifre esquerdo, e com a outra passei a lâmina afiada em seu pescoço.

O animal soltou um rugido de puro pavor e se desfez lentamente em pó enquanto cambaleava pelas ruas de Hadyts.

Corri até Nathan e senti meu estômago se revirando, a garganta fechando e meu coração pesando como ouro celestial.

Seu rosto estava pálido e seus cabelos loiros prendiam em sua face por causa do suor frio. Sua boca tremia freneticamente e um filete de sangue escorria até seu queixo.

Ao ser arremessado ele foi parar justamente na viga de uma casa destruída. Xinguei em grego antigo quando vi o ferro que atravessava sua barriga.

- Nathan! - tirei o cabelo de seu rosto. - Pelo amor dos deuses Nathan, não me deixe - pude ver seus vívidos olhos azuis olhando para mim com medo, mas com aceitação. Pequenas lágrimas escorriam em seu rosto angelical e faziam com que minha consciência pesasse ainda mais.

- Se for para que eu morra agora, não me importo, pois vou para o céu com essa bela vista que tenho nesse momento - ele murmurou enquanto passava suas, agora gélidas, mãos em meu rosto, secando as lágrimas que corriam de meus olhos.

- Não fale assim - pedi. - Você não pode morrer Nathan, você vai ficar aqui comigo.

- Alice. Você acredita em amor à primeira vista?

Ao dizer isso, ele fechou seus olhos, e vi seu rosto perdendo vida. Eu estava ali, mas Nathan se fora.