Busca De Um Amor escrita por Milena Buril, Andressa Picciano


Capítulo 10
Um quase erro




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Já se passara horas, e estávamos voando sem um ponto. Passávamos por cima de uma cidade, pequena, que mais parecia uma vila. Era um lugar muito humilde, mas eu sentia a necessidade de descansar.

"Desça aí" ordenei à Dock.

"Sim senhora" ele respondeu, e logo em seguida, começou a pousar em um lugar onde não havia pessoas, para que elas não vissem coisas... estranhas.

"Vá passear, descansar... a viagem é longa" aconselhei ao pégaso.

"Estava mesmo precisando disso".

Sai do beco onde Dock pousara, e tive que parar rapidamente de andar, porque várias crianças estavam correndo. Sorri em ver que estavam brincando, e que aquela cidade não apresentava ameaça nenhuma. Então me ocorreu, que eu poderia estar levando até eles.

Deixei que esse pensamento fosse levado pelo vento, e continuei a andar. Era tudo simples e calmo. As pessoas eram gentis e sorridentes. Por um momento eu desconfiei, mas não queria pensar nisso. A floresta rodeava, e a brisa era fresca. Fechei meus olhos, para apreciar e...

Me derrubaram no chão.

Levantei, atordoada, e quando eu olhei para cima, vi um garoto olhando atentamente para mim. Seus cabelos era loiros e os olhos azuis. Seu rosto era doce, e o sorriso simpático.

– Me desculpe por isso - ele disse.

Infelizmente, demorei um pouco para responder, pelo fato de estar totalmente encantada. Simon, uma voz ecoou na minha mente.

– Ah! - respondi - Não foi nada.

– Nathan - estendeu a mão - E esse rosto bonito tem nome?

Senti minhas bochechas corando.

– Alice - apertei suas mãos - Pode me dizer onde estou?

– Então é nova por aqui... Está em Hadyts. Uma cidade bem afastada do mundo. Posso te mostrar tudo que o que há aqui - Nathan sorriu.

– Agradeceria, mas não tenho muito tempo.

– Vamos lá, Alice! - ele disse - Aqui é pequeno, e não leva nem se quer uma hora para explorar o local.

Assenti, e juntos começamos a caminhar.

– Hadyts é uma cidade de pouca população. Não recebemos muitas visitas, principalmente de garotas como você - Nathan me encarou, e senti minhas pernas amolecerem - As casas não são as melhores, mas são confortáveis. Se precisar de um lugar, e provavelmente precisará, porque já está escurecendo, minha casa está livre. Meus pais não ligam, e tem um quarto vago, porque minha irmã se casou. Isso não é importante, e quero saber um pouco mais de você.

Pensei nas possíveis coisas que eu poderia dizer. "Ah, eu sou uma semideusa, estou atrás do meu namorado que foi raptado há três semanas. Meu 17º aniversário está chegando, e eu vou comemorar lutando contra monstros. Falando em monstros, uma fúria estava tentando me matar, mas fui salva pelo meu pégaso".

– Tenho dezesseis anos, e moro em uma cidade afastada - foi tudo o que eu disse.

– Dezesseis? - repetiu - Perfeito! Tenho dezoito. A diferença não é tão grande.

Parei por um momento e fiquei observando. Por Zeus, o que estava acontecendo?

Passamos por uma feira, e ele exclamou:

– Fique aqui! Eu já volto.

Obedeci, mesmo que não fosse algo tão normal. Minutos depois, senti uma mão tapando meus olhos.

– Adivinha quem é?

– Nathan - tirei as mãos e me virei. Seu sorriso estava ainda mais bonito do que o primeiro, e ele trazia um buque de rosas nas mãos.

– Um presente de boas vindas, mesmo que não seja por muito tempo.

– Oh... deuses - murmurei - Obrigada. Mesmo. Eu adorei!

Ele deu um beijo em minha testa, e sinceramente, achei ao mesmo tempo intimo demais, mas também, confortante.

– A janta já deve estar pronta - ele avisou - Não quero que você passe fome.

Nathan me guiou até a sua casa, que por incrível que pareça, era a mais bonita que tinha. Era um sobrado amarelo, com o telhado de madeira. A porta principal era grande, e eu sentia que estava em um daqueles filmes antigos.

Entramos, e fiquei espantada com o que vi por dentro. Havia colunas brancas pela entrada, e o chão era de mármore.

– Mãe! - ele gritou - Temos visitas.

– Que casa... - elogiei.

– Meu pai é um dos homens mais ricos daqui.

Fiquei surpresa com isso. Nathan era humilde, e de uma forma, encantador. Que eu me lembre, meninos ricos, são os mais imprestáveis. Uma mulher alta, de cabelos pretos e olhos como os dele, apareceu.

– Que menina mais linda! - disse - Sou Maryah, mãe de Nathan - ela estendeu as mãos. - Acho que você pensou que temos empregados pela casa, certo? Pensou errado. Cozinhar e arrumar é uma coisa que eu adoro. A comida está quase pronta.

– Alice precisa ficar aqui por pelo menos uma noite - Nathan disse - Vou lhe apresentar o seu quarto - ele se virou para mim.

Subimos as escadas, e paramos em frente à um corredor com várias portas. Fui guiada até a segunda.

– O meu quarto é aqui na frente - ele disse - Se precisar de alguma coisa, estou lá.

Abri a porta, e fiquei ainda mais perplexa. O quarto era branco, com uma cama de casal e vários detalhes em vermelho.

– Belo quarto de hóspedes - disse.

– Vamos jantar, então você toma um banho, e coloca roupas limpas. Minha irmã acabou deixando algumas aqui.

Deixei minha bolsa em cima da cômoda, e sai.

A comida fora servida, e eu me senti honrada, por tanta generosidade.

Depois, fui direto ao banho, e ainda não me acostumara com o meu cabelo. Coloquei um jeans, uma camiseta branca, afinal a do acampamento já estava suja, e a minha blusa de frio, que me dava uma sensação boa.

Sentei na cama, e comecei a examinar meu ferimento na perna, que o galho fizera. Estava totalmente infeccionado, e doía.

– O que aconteceu?

Assustei, e vi que Nathan estava parado na porta.

– Um galho - respondi - Está infeccionado.

Ele sentou ao meu lado.

– Precisa de cuidados. Pode acontecer algo pior se continuar assim - ele me observava, e seus olhos azuis estavam solidários - Tenho ataduras, já volto.

Quanto mais o tempo passava, a dor aumentava. Antes, não estava nessa gravidade. Devia ter sido o sabonete.

Nathan voltou com uma caixinha, cheia de medicamentos.

– Primeiros socorros - ele falou.

Com total praticidade, Nathan começou a passar algum remédio no machucado. Fiz uma careta de aflição.

– Arde - sussurrei.

– Que bom - respondeu - Sinal que está fazendo efeito, mas segure firme. Vai melhorar. Eu prometo.

Ele começou a enrolar as ataduras, e a dor aliviava a cada toque dele.

– Pronto - disse - Espero que melhore. Você não merece isso.

Ficamos um bom tempo nos olhando, e mil pensamentos ecoavam pela minha cabeça. Nathan começou a se aproximar, e quando comecei a sentir sua respiração mais próxima, um grito lá fora me fez pular.

O que eu estou fazendo, pensei Eu amo Simon. Isso é um erro. Vamos, esqueça que isso quase aconteceu.

Nathan foi para a janela e falou:

– O que é isso?

Fui ao seu lado, e a cena, não era uma das melhores.


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Notas finais do capítulo

Reviews? ^^



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