The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 47
Fighting The Ocean


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas :) Então, algum tempo se passou desde o último capítulo, mas agora estou de férias e acabei um projetinho paralelo (ou quase rsrsrs) Enfim, perdão pela demora, espero que gostem ;3



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Como eu previra, o capitão não demorou a chamar Roran para discutir. E eu fui junto, por pura vontade própria. Minutos de discussão e de dedos apontados para um mapa, ficou decidido.

Íamos passar aquele redemoinho de todo jeito. Com a ajuda de todos aqueles homens conosco. Roran foi falar com os companheiros, enquanto eu descansava. Ia ajudá-los.

A temida hora se aproximava, e eu continuava esperando. Alguns dos homens pareciam temerosos. Admito que também estava, apesar de saber que fora a melhor opção. E não ia deixar o medo tomar conta de mim.

Porque eu precisava passar daquele redemoinho. Eu ia voltar pro meu dragão. Prendi os cabelos e fui para a proa, vendo o mar. As ondas iam ganhando força, batendo mais altas no casco. Os primeiros a remarem já estavam esperando.

– Não importa o que acontecer, não parem de remar. – Roran falava firme. E eu escutava. De vez em quando eu precisava obedecer no lugar de ordenar.

Sentada na ponta de um dos bancos, endireitei a coluna e respirei fundo. O som que passava pelo casco era de um mar agitado. Ia começar.

– Comecem. – Por ordem do capitão, Roran nos deu o sinal para começar. Remar não era exatamente difícil. Só era preciso tomar cuidado para erguer o remo antes do próximo movimento, ou então não se sai do lugar.

A dificuldade do caso era a força exigida. Numa briga contra a força do oceano, raramente um homem ganha. Raramente, porém, não queria dizer nunca.

– Continuem. – Por um momento a ideia de não conseguir me ocorreu, mas preferi ignorar. Foquei minha concentração na tarefa que me fora dada e em meu dragão.

“Eu estou indo, Elrohir” Pensei, mesmo sabendo que ele não me ouvia. Num ritmo extremo, com os músculos todos tensos e coragem transbordando, eu e os outros continuamos com os movimentos.

Perdi a noção de tempo. Quando um dos homens cedia, outro assumia seu posto imediatamente. O que devia me substituir esperava, calado, mas eu continuava firme.

– Oh, oh... – O jovem ao meu lado resmungava, sem parar de remar.

– Continue, por favor. – Ele me olhou e concordou, continuando no ritmo. Meus braços pareciam prestes a cair, mas eu não podia parar.

Quando eu estava prestes a soltar o remo, o ajudante do capitão apareceu no alto da escada. Tinhamos conseguido. Soltei o ar, aliviada. E junto dele, o remo.

– Tudo bem? – Era o loiro ao meu lado, de novo. Concordei, fechando os olhos por um instante.

– Bom trabalho. – Tentei ficar de pé, cambaleei por um breve momento e, só então, consegui dar dois passos arrastados. Agora eu entendia porque minha mãe não me deixava remar.

O loiro ao meu lado, que eu já tivera a impressão de ser amigo de Roran, foi atrás de mim, servindo de apoio. O único loiro entre eles. Era até divertido o destaque.

– Obrigada...

– Albriech. – Ele completou, me deixando sentada na proa do navio. O ar fresco era realmente um alívio. Vi o mastro quebrado, mas não me surpreendi.

Era raro, mas ganhamos do mar. A natureza perdera uma vez mais para os homens. Parecia bobo, mas me orgulhei. Acabei cochilando sob o céu que começava a escurecer, com a testa molhada do suor de esforço.

Quando acordei de novo, estava no quarto. Estava dividindo o quarto com alguma jovem da vila, mas quase não a vi. Nem sabia seu nome. Fiquei de pé, prendi o cabelo e peguei as espadas, prendendo-as ao cinto.

Estávamos atracados perto de uma praia vazia. Bem, estaria vazia se não fosse metade da tripulação espalhada pela areia. Fui junto de um dos ajudantes do capitão para a terra, ainda cansada.

– Roran, bom dia. – Olhei a que altura o sol estava. Não tinha alcançado o meio do céu ainda. Logo, estava de manhã. – Arrumando o mastro?

– É, foi nosso grande problema. Está melhor?

– Ainda exausta, mas nada que vá me atrapalhar. – Dei de ombros, apoiando as mãos na cintura. – Sabe como fui parar no quarto?

– Eu te levei. Bem, eu e Baldor. Normalmente eu te aguentaria sozinho, mas estava cansado de remar. – Ele murmurou, coçando o queixo com a barba escura.

– Bem, agradeço. Dormir numa cama sempre é mais confortável que o chão de um navio.

Durante o tempo em que ficamos em terra firme, eu passei grande parte ajudando a senhora grávida. Quando a encontrei, seu marido estava perto, segurando-a pelos braços.

– Tudo bem, Elain? – Ela me deu um sorriso fraco, pálida. O marido me olhou de cima a baixo, como se implorasse por ajuda. – Como se sente?

– Cansada, pesada, enjoada. O mar não é um grande amigo.

Tive que rir. Era um lugar tão natural para mim que nem conseguia me por no lugar dela. Ainda assim, estar grávida não devia ajudar muito. Ajoelhei-me na sua frente e peguei sua mão.

– Aproveite bem o tempo que estamos aqui. Terra firme é bom, de vez em quando. Não se esforçe muito e tudo vai ficar bem. Não vamos demorar muito agora.

– Oh, que bom. Uma pausa vai ser boa. – Ela concordou, agradecendo. Horst, se não me engano o nome, repetiu a parte de não se esforçar.

– Então, vocês pensaram em nomes? – Os dois se olharam, um pouco atordoados.

– Bem, não. Direito, não. – Ri de novo da carinha de vergonha de Elain.

– Não acho que seja tão ruim. Minha mãe só me deu um nome depois que estávamos no mar a mais de seis meses. E eu já começava a engatinhar.

– Ela te levava tão jovem?

– Cresci dentro de um navio, rodeada de água e terras que nem tem nome.

Algum tempo de conversa se estendeu, até um dos ajudantes perto de Roran começar a tremer feito um bicho assustado. Tinha atirado o que parecia ser um espelho no chão.

– Está brilhando. – É, aquilo era um ótimo indício de que o espelho não estava normal. Fiquei de pé e peguei o objeto brilhante no chão, seguida por olhares curiosos.

– Que isso funcione... – Era Aidan. Estalei um dedo perto da superfície transparente. – Oh, Capitã. Olá.

– Aye. – Cumprimento comum nos navios, peguei aquela mania com Delrio. – O que há, Aidan?

– Oh, Nasuada está pedindo relatórios. – Ele parecia tenso. Estranhei, mas não comentei nada.

– Diga que consegui boa ajuda, bons homens em boas quantidades, e apoio com mantimentos de comerciantes de Teirm.

– Muito bem, ótimo.

– Eragon já retornou?

– Não, mas não acho que vá demorar. E diga olá para todos que estão com você. Agora, vou encerrar a magia. Não quero morrer tão jovem.

– Ok. – As expressões de espanto ao meu redor eram divertidas. Porque, para aquele povo, até então, magia devia ser apenas histórias e relatos distantes.

– O que foi isso? – Um garoto perguntou. Respondi, devolvendo o espelho.

– Magia, garoto. Incrível, não?

– Você tem um mago como amigo?

Podia ser apenas por diversão, podia ter uma pontinha de exibicionismo, mas antes de responder peguei um galho seco e concentrei minha energia.

Aquele redemoinho imenso com vários focos ao redor. Me concentrei no maior e, com o galho na altura dos meus olhos, falei.

– Brisingr. – O galho ganhou um contorno de chamas esverdeadas, com aquela cor pela madeira molhada e cheia de sal. O garoto ficou boquiaberta. – Não sou amiga de magos. Sou uma aprendiz.

Depois disso, os homens voltaram a consertar o mastro. Ajudei um pouco e, antes do previsto, estávamos prontos para voltar à viagem.

Com o passar dos dias, comecei a me sentir diferente. Era Elrohir. Mesmo não tendo contato direto ainda, eu já podia começar a sentir a conexão mais forte do que em Teirm. Ainda assim, muito caminho estava pela frente, esperando para ser percorrido.

Roran parecia ansioso. Eu também estaria. Provavelmente estava pensando no tempo que gastaria para chegar, na antiga vila, no primo, em tudo. Até no martelo preso à cintura.

Eu estava esperando. Queria reencontrar todos que tinha deixado e reassumir meu posto. Voltar a ser Capitã. Não pelo título, pelo gosto com a função.

Parada no alto do mastro, não pulei. Fiquei alguns minutos me equilibrando, tentando enxergar no horizonte meu destino. Até então, só mar.


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Notas finais do capítulo

Aquele momento em que eu comecei a esquecer os detalhes da história e tive que sair jogando no google >.< Bjs



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