The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 34
Getting Prepared


Notas iniciais do capítulo

Então gente, ressurgi das cinzas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330799/chapter/34

– Bom dia, Elwë. – Passei por ele em um dos corredores vazios da montanha, com um sorriso no rosto. Não dormi muito na noite passada, mas não me importava. Desde que assumira a posição de capitã de uma das divisões, não dormia muito.

– Bom dia, capitã. – Ele parou na minha frente, bloqueando meu caminho. Parei, apoiando uma mão no cinto. – Você está maravilhosa hoje. Pretende matar alguém de amores?

– Ora, você nunca foi tão imbecil, Elwë, mas vou aceitar o elogio. – Dei de ombros, tentando passar por ele. Não consegui.

– Então, veja, eu fui conversar com Ajihad, logo agora, de manhã cedo.

– Ok, e daí? – Cruzei os braços, com uma sobrancelha erguida. Ele deu um sorriso antes de responder.

– E daí, que ele me disse que agora eu sou, oficialmente, um dos seus homens.

– Ora, muito bem. – Descruzei os braços, apoiando a mão no punho de uma das minhas espadas.

– Alguma ordem, capitã? – Era a primeira vez que eu via Elwë tão empolgado. Sorri.

– Por agora, nenhuma. Vá treinar um pouco. Deve estar enferrujado, querido.

Consegui passar por ele, só para dar cinco passos e senti-lo agarrando meu braço. Me virei, encontrando os olhos verdes dele. Muito próximos. Próximos demais.

– Senti sua falta. Vai ver o cara novo?

– Na verdade, não. Vou ver o garoto novo, Eragon. – Pisquei para ele, sorrindo. – Ciúmes, Elwë?

– Na verdade, um pouco. – Não soube responder. Me despedi com um aceno e saí do corredor, entrando em outro, e assim por diante.

Não demorei muito a chegar no último andar, onde tinham alojado o garoto e sue dragão. Passei pela construção monumental dos anões, o diamante gigantesco no teto, admirada.

Bati na porta de leve, esperando uma resposta. Depois de alguns instantes, o garoto abriu a porta, com o cabelo atrapalhado e as roupas um pouco tortas.

– Podia terminar de se vestir. – Apontei para ele, sorrindo. Eragon ficou sem graça, mas me deixou entrar.

O alojamento era um pouco baixo, tive que me curvar para passar pela porta. Estava escuro lá dentro, então tive que me acostumar um pouco antes.

– Vim checar se está tudo bem com vocês. – Deixei o plural bem óbvio na frase. – Tudo certo por aqui?

– Sim. Obrigado. – Deu um sorriso fraco, mas ainda assim convincente. Sorri de volta.

– Bem, vim lhe dizer que sempre que quiser saber algo ou quiser praticar, me procure. Se não quiser procurar mais ninguém, claro.

– Ah, sim. Obrigado de novo. – Depois de hesitar por alguns segundos, ele fez a pergunta inevitável. – Como conheceu Brom?

– Passei por Carvahall uma vez. Não foi muito bom, mas ok. – Franziu as sobrancelhas. – Eu estava fugindo de um bando de Urgals que queriam me levar até Uru’baen. A cidade foi adorável.

– Ah. Faz muito tempo?

– Depende de quanto é muito tempo para você. Para mim, parece que foi a uma eternidade, mesmo tendo só 4 anos. Quase 5.

– Me perdoe a indelicadeza. Quantos anos você tem?

– Quantos você acha que eu tenho? – Respondi com outra pergunta, que na mesma hora o deixou pensativo. Parecia que estava fazendo o maior cálculo existente para responder.

– Você parece ter por volta dos 20 e alguma coisa. – Deu de ombros, ainda pensativo. – Ao menos na aparência. Mas deve ser pouco mais nova. Por volta de 23?

– Vai com calma, garoto. – Ri. – Apesar de ter crescido muito, só tenho 18. Faço 19 logo.

– Nossa. – Não sei se ficou chocado, não estava observando-o. Meus olhos estavam sobre a espada de Brom. Bem, agora dele.

– Você tem quantos?

– 16. – Passou a mão pelos cabelos desarrumados. Ficamos em silêncio. Não durou muito, porque me levantei e falei.

– Tenho que ir, Eragon. De novo, se precisar de qualquer coisa, me procure. Até mais. – Dei um aceno e deixei o quarto.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

– Vim assim que pude, Ajihad. O que houve? – Entrei na sala ofegante. Ajihad parecia tenso, com os outros comandantes ao redor dele.

– Os Gêmeos avistaram um grupo de Urgals por perto. Não se sabe para onde foram. – Não olhou para mim enquanto explicava. – Então, um dos anões deu a ideia de que poderiam estar entrando pelos túneis.

– Túneis?

– Escavações antigas, não usamos mais a maioria deles. Alguns caíram, outros estão prestes a. Mas vários estão em condições de uso. – Me inclinei sobre a mesa, no meio dos outros homens.

Um mapa da caverna, cheio de pontos de onde eles poderiam estar vindo. Muitos lugares. Me afastei, tentando pensar em algo. Uma solução.

– Podemos mandar alguns grupos checarem os túneis. Procurar por algum sinal de aproximação. Não? – Perguntei, mas um dos anões presentes negou.

– São muito túneis, como dissemos. Poderíamos procurar por dias a fio sem encontrar sinais, e ainda restariam vários.

– Alguma ideia, então? – A mania que eu tinha de andar de um lado para o outro começou.

– Acho que precisamos nos preparar. Eles vão chegar, mais cedo ou mais tarde, antes que os achemos. – Suspirei com as palavras do Mestre de Armas.

– Tem razão. Preparamos um contra-ataque. E defesa, claro. – Parei, fitando a parede. – Não vai ser suficiente. Quantos são?

– Muitos. – Ajihad disse, a voz amarga. – Centenas, provavelmente. Uns 300?

– Por ai. – Os Gêmeos. Para alguma coisa, ao menos, eles eram úteis. Observar.

– Quando os viram?

– Poucas horas atrás, Capitã. Devem gastar mais uns dois dias. – Minha mente trabalhava a todo vapor. Minha luzinha piscava freneticamente, me cansando. Mas não parei de pensar.

– Temos que achar um jeito de pegá-los de surpresa, estarmos prontos não vai ser suficiente. – Finalmente parei, observando os túneis.

– Óleo. Quente. A melhor solução. – Um dos outros capitães disse, com os braços cruzados sobre o peito largo.

– Você diz, por cima dos túneis? Na entrada? – Ele concordou com a cabeça.

– Podíamos fazer armadilhas também, mas gastaremos tempo demais. – Ajihad completou. – Todos concordam com a ideia?

– É a única que temos, não é? – O silêncio deixou claro a falta de outras opções. – Muito bem. Ajihad, meus homens estarão prontos ao seu sinal.

– Muito bem. Quero você entre os atacantes. Mas deixe parte do seus homens na defesa também. – Murmurei em concordância e me distanciei da mesa mais uma vez.

– Tulli, você e seus homens vão agir com Silbena. – Quem deu a ideia do óleo fervente. Ele apenas grunhiu, concordando.

– Muito bem, senhor.

– Vão, todos vocês, agora. Mantenham-me informado.

– Com licença, senhor. – Acenei em despedida e saí da sala, quase correndo pelos corredores. Fui direto para a cela dele.

Alguns dias se passaram desde que os dois chegaram ali, que ele estava preso. Quase uma semana, na verdade. Dispensei os dois guardas e entrei, encontrando deitado olhando para o teto.

– Ah. Você. – Ele se sentou, passando a me olhar. Parecia bem feliz, para alguém que estava preso. Olhei para o teto também, tentando entendê-lo. Ao menos um pouco.

– O que você estava fazendo? A coisa boa está no teto ou no que ele te lembra?

– Lembranças. – Sorriu. – Tornac.

– Seu cavalo? – Me lembro de terem comentado sobre o cavalo dos dois. Tornac era o de Murtagh.

– Não. O homem que tinha esse nome. Ele era meu mestre.

– Tornac... – Repeti o nome dele, simplesmente esperando que algo acontecesse. – O que houve com ele?

Murtagh não respondeu. Nem precisou. Mas continuei pensando na causa, sem dar voz à minha dúvida. Ele cortou o silêncio com sua voz grave.

– O que veio fazer aqui?

– Não sei. – Dei de ombros. – Bem, na verdade, vim te dar um aviso.

– Pois então, dê.

– Estamos nos preparando para um ataque. Urgals. – Parei de frente para ele. – Ajihad pode não ter dito nada, mas sou boa lendo pessoas. Na maioria das vezes. E ele acha que você os trouxe.

– Por ser filho de Morzan? – Ele tinha ficado irritado. Pude ver o brilho da raiva nos olhos cinzentos.

– Provavelmente. De uma forma ou de outra, se continuar aqui dentro, pode não durar muito tempo. Ao menos, não vivo.

– E o que espera que eu faça? Entregue minha mente para aqueles dois? – Cruzou os braços. – Não vou fazer isso.

– Já te disse que se quiser, eu faço. – Negou firmemente. Insisti. – Por favor, Murtagh. Só o essencial.

– Não! – Ele me agarrou pelos braços, me sacudindo. – Por que se preocupa tanto assim? Me deixem aqui.

– Se você prefere assim. Mas ao menos me solta. Não quero morrer com você.

– Me desculpe. – Me soltou, se recompondo um pouco. – Só não insista mais, a resposta ainda é não.

– Tudo bem. Me perdoe. – Cruzei os braços também. – Tenho que ir.

Hesitei um pouco na porta. Então tirei o cristal ao redor do meu pescoço e o entreguei para Murtagh. Antes que ele perguntasse qualquer coisa, falei.

– Não sei, talvez seja um amuleto. Proteção. Não sei. Deve precisar dele mais do que eu.

– Por que quer tanto assim me proteger?

– Por mais que não me lembre, sei que você fez parte do meu passado. – Olhei para ele uma última vez. – Não gosto de pensar que vou ficar incompleta pra sempre. É o que vai acontecer se você morrer. Então, fique vivo.

Saí da cela, chamando os guardas de volta.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

– Todos que fazem parte da minha divisão, reúnam-se. – Chamei em voz alta pelo campo de treinamento. – Andem logo!

Em poucos instantes, grande parte dos meus homens estava por perto. Mandei chamar os restantes e os esperei. Quando todos estavam por perto, os outros homens que treinavam já tinha ido atrás de seus comandantes.

– Recebemos ordens diretas de nos prepararmos. Uma batalha será travada dentro dessa caverna. – Comecei a falar, as mãos na cintura. – Urgals foram avistados numa área próxima, vindo em nossa direção.

“De acordo alguns dos anões, vários túneis na montanha, agora desusados podem ser o que lhes permitirá entrar. Temos que estar prontos para quando isso acontecer. Uma parte de vocês estarão defendendo esse lugar. Nosso lar. Os outros me acompanharão num ataque direto. O plano é tentar pegá-los de surpresa, com óleo quente. Ainda assim, alguns passarão, e é nosso dever impedi-los. Entendido?”

“A partir de agora, estejam prontos. A qualquer momento, podem nos mandar atacar. Quando isso acontecer, quero todos vocês preparados. Por ora é só. Vão. Aprontem-se.”

Com isso, os homens começaram a se dispersar. Alguns pareciam animados com a batalha por vir, enquanto outros só aparentavam preocupação.

– Elwë, Sano, Orun. Venham cá. – Chamei-os, caminhando pela área. – Quero todos vocês no ataque comigo. Orun, quero que você converse com os anões, se algum deles tiver preferência pela defesa, me avise.

– Sim, senhora. Lhe informarei em menos de uma hora.

– Muito bem, vá logo. Sano, faça a mesma coisa com o resto dos homens. Tem o mesmo prazo que Orun. Ande.

– Sim, capitã. – Bateu continência e saiu. Me virei para Elwë.

– Você. – Apontei para ele, pensativa. – Tem uma armadura?

– Não vai ser difícil conseguir uma. O problema vai ser minhas armas. Tomaram tudo que eu tinha em Osilon.

– Então, sua tarefa é procurar por boas substitutas. Agora. E depois uma armadura. Ande logo. Vá. – Ele se curvou levemente e disse antes de sair.

– Agradeço por me deixar lutar, Capitã. – Fiquei sozinha, pensativa. Não sabia o que sentir quanto àquilo. Mas ainda assim, tinha que me preparar. Fui até meu quarto, marchando.

A primeira batalha de verdade. Não que eu nunca tivesse matado ninguém antes. Mas dessa vez. Era a primeira vez que eu realmente estava tensa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Compensou? Prometo não demorar mais .q Um beijo :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Secret Weapon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.