The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 33
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Notas iniciais do capítulo

Gente, pequeno, mas to desenvolvendo algumas ideias aqui...O próximo vem melhor



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O jeito como ele me estudou antes de me responder me fez me sentir pequena. Ele pousou o olhar sob meu pescoço, negando.

– Não. Mas você me parece familiar. Como uma memória nublada.

– E que não consegue clarear. – Ele concordou. Me vi sentada no chão, olhando pro chão. Ele me fitava, sem saber o que fazer.

– Onde conseguiu isso? – Ele apontou pro meu pescoço. Olhei para baixo, encontrando o cristal na corrente de prata.

Não sei como consegui aquilo. Simplesmente me lembro de estar usando-o um dia, então continuei com ele.

– É muito estranho dizer que eu não sei? – Peguei o cristal, sentindo um peso no coração.

– Acho que não. Também não sei porquê ele me parece familiar. – Ficamos em silêncio, sem saber o que mais dizer. A presença de Murtagh ali me deixava confusa. Como se uma onda gigantesca de sentimentos de engolisse.

Por alguma razão, ele fez com que o cristal virasse algo triste. Não sei porquê. Sentia tristeza, sentia um pouco de pena, sentia alegria. Também não sabia o motivo. Murtagh me fez dar um sorriso involuntário.

– O que foi? – Ele se virou para mim, me fitando com os olhos cinzentos.

– Por que eu sinto tanta coisa sobre você? – Senti meus olhos arderem, mas não chorei. – Eu te conheço. Disso eu já não tenho dúvida. Mas não me lembro. Eu não me lembro de como, onde, porque nos conhecemos.

– Eu também não. – Ele falou, suspirando. – Simplesmente não sei.

– Passei anos sonhando com seu rosto. – Franziu o cenho, esperando o resto. – Você, eu, e um outro sujeito. Se eu soubesse o nome dele, facilitaria muito. Vivíamos os três juntos.

– Eu tento me lembrar. Me esforço. – Ele colocou uma mão sobre a cabeça. – É simplesmente um espaço negro. Não sei.

Suspirei. Aquilo não ia a lugar nenhum. Estendi a mão para ele, respirando fundo. Ele me olhou, sem saber como reagir.

– Não sei porquê, mas talvez um pouco de mim te ajude a lembrar. – Ele me olhou de novo, desconfiado. – Não quero invadir sua mente. Pode bloqueá-la o quanto quiser.

Ele pegou minha mão, liberando a torrente de memórias. Fechei os olhos. O The Sender deslizando sobre águas de algum lugar desconhecido, Wayn me ensinando a ler, minha descoberta sobre meu pai. Minha viagem até os Varden, a profecia de Angela, Uru’baen.

Parei ali. Ou ele me fez parar. O homem dos meus sonhos atrás de Galbatorix, com uma caixinha na mão. A fita se enroscando no meu corpo, os cortes, a dor. Senti um arrepio com aquela memória.

Conversas no escuro da cela. Não sei com quem. Só me lembro das minhas respostas. Um espaço escuro de memória. E então minha fuga sobre Thunderbolt.

Quando fiquei presa por ser filha de Galbatorix. Ocultei a memória em que contei para Ajihad sobre Elrohir. Mostrei meus treinamentos, quando fui selecionada para liderar uma parte dos homens, minha armadura nova.

Ele soltou minha mão quando terminei. Me levantei, sem saber o que mais fazer. Ele me acompanhou, parando de frente para mim.

– Não sei se deveria confiar assim nas pessoas. Mas agradeço sua confiança. – Ele falou. – Deveria descansar agora.

– Você também. Confio em você. Ainda vou lembrar de você. – Deixei a cela, chamando o guarda de volta. Segui pro meu quarto, ainda confusa naquele turbilhão de sentimentos.

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Não consegui dormir aquela noite. Minha mente trabalhava, buscando qualquer coisa que servisse para me lembrar de Murtagh. Me lembrei mais uma vez das memórias que o mostrei.

Confiei nele. Ele tinha razão, foi tolice minha. Mas ele me parecera tão sério, tão confiável. Não pude evitar. Não podia evitar tudo o que eu estava sentindo por ele naquele momento.

Pensei no outro garoto também. Saphira era um belo dragão, completamente diferente de Elrohir. Raças diferentes. Toquei a mente de Elrohir de leve.

“Por quê anda tão preocupada? O garoto?”

“Acho que sim. Não é estranho? Que eu o conheça e ao mesmo tempo, não.”

“É, mas não tem como fazer nada. Ao menos, não por agora.” Como sempre, Elrohir não parecia entender bem minhas preocupações. Era sempre assim, ou ao menos, quando se tratava de algum outro homem.

“Não precisa ficar com ciúmes, Grande.” Provoquei, sorrindo. “O que achou de Saphira e Eragon?”

“O garoto não me parece saber bem o que fazer. Saphira me parece arrogante.”

“Pode até ser. Pelo que eu ouvi das lendas e contos, dragões sempre foram grandiosos. Talvez ela se sinta grandiosa.”

“Mas ela e Cavaleiro se dão bem, de verdade. Dá pra ver bem.”

“Percebi.” Fiquei em silêncio por vários momentos. “Acho que não vou conseguir dormir tão cedo.”

“Quer que eu me retire?”

“Nunca te pedi pra me deixar sozinha com meus pensamentos. Não temos segredos mesmo.”

“Tudo bem.”

Ele continuou comigo, mas não disse mais nada. Por mais que eu tentasse não pensar em Murtagh e no outro homem dos meus sonhos, não conseguia. Alguém bateu na porta, me tirando de um devaneio.

Sano estava me esperando no corredor. Deixei-o entrar, dando um bocejo. Começava a ficar com sono, mas não conseguia dormir. Ele se sentou no catre, me olhando.

– Não consegue dormir? – Ele passou a mão nos cabelos, grandes de novo. – Já vai amanhecer.

– Você também está acordado. – Fechei a porta, me sentando ao seu lado. – O que foi?

– Não sei. – Ele deu de ombros. – Acho que senti sua falta. Faz muito tempo que não venho aqui.

– Nem você, nem Orun. – Ele concordou. – Tenho passado muito pouco tempo com vocês, é verdade. Me perdoe.

– Posso te perguntar uma coisa? – Assenti com a cabeça, mudando de posição. – O que aconteceu lá, com Ajihad? Vimos um cara com um dragão e...

– Acho que encontrei alguém, Sano. Só não sei bem de onde o conheço. – Coloquei a mão no pescoço. – Murtagh. Tirando que descobri algo um pouco triste.

– O que foi?

– Um senhor que conheci uma vez, Brom, morreu. Ele trouxe o garoto Cavaleiro pelo caminho. Desde Carvahall.

– Uou, isso é longe. – Dei de ombros.

– Minha mente está trabalhando a todo custo, tentando me fazer lembrar dele. Mas não consigo. – Pisquei. – Mas tenho que dormir um pouco, é verdade.

– Vou voltar pro meu quarto. – Ele se levantou. Segurei seu pulso, fazendo-o se virar. – O que foi?

– Volte qualquer hora dessas. Quero conversar, como nos velhos tempos. – Ele sorriu, concordando. Deixei-o ir, me deitando de novo. Acabei dormindo, sonhando só com Murtagh aquela vez.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero não desapontar no próximo .q Um beijo :*



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