The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 28
New Questions


Notas iniciais do capítulo

Então, me perdoem minha demora, eu viajei e não consegui escrever .q
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330799/chapter/28

Cedric avaliou Sano da cabeça aos pés, com um olhar estranho. Ao menos, estranho para mim. Orun parecia acostumado com o jeito do homem.

– Sano, certo? – Cedric estava com uma expressão fechada, que ele nunca usou comigo.

– Sim, senhor. – Sano sustentava o olhar do outro. Os dois pareciam dois inimigos se encontrando num campo de batalha.

– Muito bem. – Cedric finalmente relaxou, se virando para mim. – O que ele sabe fazer?

– Poderia perguntar diretamente para ele, não? – Aquela situação parecia um tanto engraçado, para Orun e para mim.

– Poderia, mas te perguntei. – Ele deu um sorriso leve. – Então?

– Lança. – Dei de ombros. – O quanto ele sabe, só você nos dirá.

Orun começou a rir. Segui a risada, fazendo Cedric revirar os olhos. Sano deu um sorriso, incerto se podia rir ou não.

– Muito bem. – Parei de rir, mas continuei sorrindo. – Há quanto tempo treina com a lança?

– Desde...sempre. Acho que eu tinha uns 6 anos na primeira vez que encostei em uma. – Sano respondeu, pensando um pouco.

– Então já deve sobreviver. – Cedric estava, definitivamente, sendo hostil. – Vamos.

Eu estava segurando a lança de Sano. Ele estendeu a mão, sem sequer andar na minha direção. A joguei para ele, que a pegou sem dificuldades. Cedric desembainhara a própria espada.

– O que está acontecendo, Orun? – Me inclinei até o ouvido do anão, sem tirar os olhos dos outros dois à minha frente.

– Parecem dois machos disputando uma fêmea. – Ele deu de ombros.

– É assim que os anões fazem? – Cruzei meus braços, franzindo o cenho.

– É assim que todas as raças fazem. – Orun me olhou, com o cenho franzido.

Me concentrei na luta. Sano estava um pouco encurvado, segurando a haste da lança. Cedric o rodeava com a espada em mãos. Eu mal vi quando a espada fez um movimento circular até Sano.

A lâmina não encontrou seu alvo. A lança estava levantada. O cabo da espada tinha sido parado pela haste da lança. Sano estava sorrindo torto, mas esperando o próximo golpe.

Cedric não o atacou de novo. Se afastou e ficou esperando o golpe do ruivo. A agilidade de Sano era surpreendente. A lança me parecia um raio, indo na direção de Cedric.

O instrutor se desviou e atacou o outro novamente. Duas vezes. Três. Sano se defendia e tentava contra atacar, mas nunca conseguia terminar o golpe.

Cedric parou com a espada na garganta de Sano, mais relaxado agora. Me senti aliviada pela postura do loiro, não sei bem porquê.

– Muito bem, Sano. – Cedric ofegava um pouco. – Pode treinar comigo todos os dias se quiser. Será ótimo ter um adversário como você.

– Ou você pode desenvolver outra habilidade, ou treinar sozinho... – Inclinei a cabeça, imitando Cedric. Orun começou a rir, quase se dobrando ao meio.

– Muito engraçado, Sil. – Cedric revirou os olhos, desembainhando a espada. – Você já desenvolveu outra habilidade?

– Só a de ganhar contra você. – Sorri. Sano e Orun ficaram um pouco tensos. Ri deles. Não era a primeira vez que eu provocava Cedric, sabia que ele não faria nada.

– Sorte. – Ele respondeu, indicando as espadas nas minhas costas. – Por que não tenta uma outra vez?

– Boa tentativa, mas estou de folga por hoje. – Estiquei uma mão, dispensando o desafio. – Mas amanhã, talvez...

– Eu vou te esperar aqui, Sil. E é melhor você vir. – Ele embainhou a espada sorrindo.

– Tudo bem. Não posso dispensar um desafio desses. – Dei de ombros, sorrindo. – Vamos deixá-lo com seu novo pupilo. Não o mate, por favor.

– Aonde vão? – Cedric me perguntou. Percebi um olhar curioso de Sano sobre mim. Orun me olhou, sorrindo.

– Nenhum lugar importante, certo? – Orun concordou. Os outros dois ficaram um pouco indignados de serem deixados no escuro. – Nada que lhes importe, ao menos. Se concentrem no treino.

– Vamos logo, garota, antes que seu amado professor não nos deixe ir. – O anão se virou, caminhando em direção à saída.

– Amado professor? – Cedric franziu o cenho para mim.

– Porque vocês dois são um belo casal, agora vamos logo. – Orun parecia bem irritado. Ri da resposta, seguindo-o. Não esperei para ver a reação de Cedric.

Caminhos sem sentido, apenas dando passos curtos pelos corredores. Apoiei meu cotovelo sobre a cabeça do anão, o irritando.

– Você bem que poderia parar de falar bobagens. – Disse, ainda apoiada nele.

– E perder a chance de te envergonhar? Não. – Ele tirou meu braço de cima dele, resmungando.

– Ora, deixe de ser resmungão, Orun. Quem passou vergonha fui eu. – Dei uma risada.

– Afinal, você e Sano andam bem próximos, hein? – Ele me olhou de lado, sorrindo.

– Ora, para você eu amo todo e qualquer amigo que eu tenha. Eu também te amo, Orun. – Pisquei para ele.

– Não disse que você o amava. – Ele deu de ombros. – E eu sei que me ama. – Revirei os olhos. – Ainda deve estar cansada da jornada. Coma algo e volte para a cama. Aproveite enquanto pode. Ajihad não vai mais te deixar dormir tanto quanto quiser.

– Tudo bem. – Dei de ombros. – Até mais, Orun.

Fiz como ele me disse e fui até o refeitório. Tomei um pouco de cerveja e comi um pão, e logo depois voltei ao meu quarto. Me joguei no catre, sem tirar as botas, só as espadas.

Acordei com uma batida na minha porta. Pisquei, atordoada. Não me lembrava de ter dormido, mas me sentia menos cansada. Ótimo.

– Oi. – Sano tinha trocado de roupas. Usava uma calça de pele e uma camisa de linho, com botas parecidas com as minhas. O cabelo estava preso, como de costume. – Posso entrar?

– Claro. – Abri espaço para ele passar pela porta. – Precisa de algo?

– Companhia. – Ele deu de ombros. – Me acostumei a passar todas as noites rodeado de homens. Ficar sozinho me incomoda.

– Tudo bem. – Ele se sentou no meu catre. Puxei o banco da minha escrivaninha mais para perto e me sentei também.

– Não tem muitos amigos aqui, não é? – Ele perguntou, encarando o chão.

– Nem aqui e nem em lugar nenhum. – Peguei meu jarro de água e tomei um copo. – Acho que talvez seja por isso que me surpreende ter companhia. Não que eu ache ruim.

– Não se dava bem com a tripulação? – Ele deu um sorriso fraco.

– Eu gostava deles, mas era um pouco deslocada. – Dei de ombros. – Afinal, eu não sou exatamente o tipo de pessoa que gosta de discutir sobre mulheres.

– Algum deles devia saber do que você gostava, certo?

– Wayn. Ele era como um pai para mim. – Encarei o chão entre meus pés. – Nem sei mais se eles ainda estão vivos.

– Deve sentir falta de sua mãe. – Sano falou num murmuro, como se não quisesse que eu ouvisse.

– É. Mas e você? Algum amigo?

– Toul e Nag. – Ele deu de ombros. – Eles disseram que viriam comigo.

– O que aconteceu com eles? – Segurei as beiradas do meu banco, me inclinando um pouco para frente.

– Toul foi morto por um dos soldados do Império. Nag simplesmente desapareceu um dia.

– Eu devia parar de te fazer essas perguntas. – Respondi. Sano passou a mão sobre o rosto, sorrindo.

– Na verdade, elas me fazem um certo bem. Me dão um choque de realidade. – Ele deu de ombros. – Mas isso me dá o direito de te fazer perguntas também.

– Tudo bem. – Sorri. – Pode começar.

– Como fugiu de Uru’baen? – Ele perguntou num sussurro. Arrumei minha postura, tensa.

– Não sei. – Cocei minha cabeça. – Me lembro de tudo depois, mas não sei como saí.

– Não sabe? – Ele inclinou a cabeça. Parecia uma resposta impossível.

– Bem, é como se sempre que eu tentasse me lembrar um tipo de bloqueio me impedisse. Me lembro da dor, de conversar com alguém de noite, mas simplesmente não lembro seu rosto, nada.

– Acha que pode ser magia? – Ele me encarava.

– Por que me fariam esquecer deles? – Franzi o cenho.

– Porque você tentaria voltar por eles. – Ele respondeu de imediato, como se fosse lógico. Talvez fosse.

Não respondi. Fiquei olhando para ele, tentando me lembrar de algo. Eu me lembrava de Rine , a outra prisioneira. Me lembro bem do rosto de Galbatorix, da dor que senti quando recebi as pequenas cicatrizes que cobriam completamente meus braços.

Do homem cantando para mim depois que eu desmoronei dentro da cela. Das conversas durante minha prisão. O rosto dele, o nome dele, no entanto, eram um mistério.

– Sano, posso te pedir um favor? – Ele ainda me olhava, mais preocupado agora.

– O que é? – Ele apoiou uma mão no joelho.

– Não me pergunte mais de Uru’baen. É frustrante.

– Eu não devia ter tocado no assunto. Me perdoe.

– Tudo bem. – Sorri, ainda frustrada. – Mas se quiser ouvir as histórias da minha mãe...

– Não está com sono? – Neguei. Ele sorriu. – Tudo bem, então. É verdade que existem terras além de Du Weldenvarden?

– Já encontramos várias. Ilhas. Nunca me deixaram ir até lá nas expedições. Eu era muito nova na época.

Continuei a relatar a vida no navio e as viagens, mas a perguntava ainda pairava na minha mente. Como eu fugira de Uru’baen? Quem me ajudara? Quem era aquela pessoa? E o que acontecera com Rine?

As horas foram passando rapidamente. O sono me venceu logo. Não sei quando Sano deixou o quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? O que acham? Concordam com o Orun? Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Secret Weapon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.