The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 27
Scars


Notas iniciais do capítulo

Então, gente...Feliz Ano Novo o/ Tudo de bom pra vocês sempre :3
Vim postar capítulo em consideração ao novo ano :))
Até lá embaixo :p



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– Esse é seu quarto. – Deixei Sano entrar no cômodo ao lado do meu, depois de atravessar a montanha, antes de colocar a lanterna ao lado da porta.

– Bom. – Ele olhou ao redor, com as mãos na cintura. – Então, o que eu faço agora?

– Você descansa, enquanto eu busco alguma coisa para você comer. – Cruzei os braços. – Se você quiser se banhar, o cômodo no fim desse corredor. Só me faça o favor de não se perder.

– Entendi. – Ele concordou com a cabeça. – Esse baú...

– Roupas, por enquanto. Vão fazer uma armadura para você logo. – Descruzei os braços. – Bem, é isso. Volto em uma hora com comida.

Saí sem esperar ele reagir. Me esforcei um pouco para me lembrar do caminho até os refeitórios. Geralmente Orun ia lá por mim. Consegui chegar depois de perguntar um dos anões se eu estava no caminho certo.

Peguei um pouco de cerveja, pão e queijo. Peguei um pouco para mim mesma também. Seria bem prático, Sano no cômodo ao lado do meu. Poderia pegar comida para os dois de uma só vez.

Voltei para o cômodo de Sano, cantarolando uma das músicas do The Sender. Senti uma certa saudade de ser pirata, dos homens, da minha mãe.

“It’s who we are,

Doesn’t matter if we’ve gone too far,

Doesn’t matter if it’s all okay,

Doesn’t matter if it’s not our day”.

Entrei no quarto, terminando a última frase. Sano estava lá, deitado em seu catre, sem a camisa e sem os sapatos. Ele se ergueu, se apoiando em seus cotovelos quando me viu.

– Espero que goste de pão com queijo e cerveja. – Deixei a caneca dele sobre a escrivaninha e entreguei um pão e uma fatia de queijo para ele.

– Meu preferido. – Ele colocou o queijo dentro do pão e mordeu um pedaço. – Então, que horas são?

– Não me faça essa pergunta. – Me sentei aos pés do catre, comendo meu pão. – Estou aqui há mais de um mês e ainda não consigo me guiar direito, nem o tempo, nem os caminhos.

– Sabe ao menos se é dia ou noite? – Ele já estava na metade do pão.

– Os caminhos estavam bem movimentados, acho que ainda é dia. – Encarei o teto, pensando. – Chegamos há poucas horas, então provavelmente, estamos no meio da tarde.

– Ah. Explica porque estou agitado. – Ele deu de ombros, terminando o pão. Ele se levantou e pegou a caneca de cerveja dele.

– Aproveite pra descansar hoje. Amanhã começa seu treino. – Acabei meu pão e me inclinei sobre o catre. Ele se escorou na escrivaninha. Percebi uma longa cicatriz, branca, atravessando sua barriga chata.

– Treino? – Ele ergueu uma sobrancelha. – Sou treinado.

– Bem, aposto que vão dizer que não é suficiente. – Dei de ombros. – E vai gostar de Cedric.

– De quem? – A cada vez que ele se mexia, a lanterna parecia iluminar o risco branco em seu tórax. Me segurei para não falar nada.

– Cedric. Ele treina os soldados. – Me levantei, pegando a caneca dele, agora vazia.

– Vou devolver isso. Se precisar de qualquer coisa, vou para meu quarto. – Deixei o quarto o mais rápido que pude. Me parecia tão errado perguntar sobre aquela cicatriz, mas eu quase não conseguia me segurar.

“Isso tudo é por uma cicatriz?Pergunte logo e pronto”. Elrohir soava sonolento em minha mente.

“Não me parece certo, Grande. Vá descansar.” Respondi, voltando para o refeitório. Deixei as canecas lá e voltei para meu quarto. Tirei minhas botas e as espadas e deixei-as no canto do quarto. Me joguei no catre e dormi.

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Acordei com uma batida na minha porta. Tentei dizer que horas eram, mas não consegui. Me parecia que ainda era noite. Me levantei e abri a porta para Orun.

– Bom dia. – Ele entrou apoiando a mão no cinto. O cumprimento solucionou minha dúvida quanto às horas. – Venha, temos que acordar Sano.

– Já vou. Só vou me calçar. – Me sentei no chão, calçando as botas. Bocejei, fazendo Orun rir.

– Achei que tivesse ido dormir cedo. Vejo que não.

– Fui dormir cedo, idiota. O que não quer dizer que tenha sido o suficiente. Vamos logo. – O empurrei para fora do quarto. Caminhei até a porta de Sano. – Espere aqui.

Bati de leve na porta e entrei. Sano estava como no dia anterior, sem camisa, sem sapatos e com o cabelo meio solto do rabo de cavalo. Ele me olhou assim que entrei.

– Me diz que você dormiu. – Me sentei aos pés do catre. Ele se sentou também, sorrindo. A cicatriz parecia um sorriso na sua barriga.

– Dormi. Bom dia? – Concordei. – Isso é bem incômodo, não saber que horas são.

– Eu sei. Bem, vamos? – Me levantei. Ele se deitou de novo.

– Fiquei pensando em uma coisa antes de dormir. Bem, várias coisas, na verdade. – Ergui uma sobrancelha, curiosa. – Por que não gosta daquele sujeito, Gêmeo? E como fugiu de Galbatorix? Fugiu dele, não é? Como era viajar com Delrio?

– Você pensa mesmo. – Dei um sorriso. – Acredite, ele não merece nenhuma simpatia. Ele invadiu minha mente, desenterrou um segredo bem ruim.

– Imagino que eu não deva perguntar, mas...

– Você não vai demorar a descobrir. Só não me odeie por algo que eu não tive escolha. – Cruzei os braços. – Não sei, só sei que consegui sair do castelo, achei meu cavalo e corri com ele.

– Cavalo? Você tem um? E como não sabe? – Ele se sentou, apoiando um braço no joelho dobrado.

– Não sabendo. E sim, Thunderbolt. Já faz algum tempo que não o vejo.

– E as viagens?

– Eram bem tranquilas. Wayn, um dos homens, me ensinava a maioria das coisas que eu sei, minha mãe comandava. Em noites muito quentes eu ficava tomando cerveja com os homens no convés, cantando.

– Você canta?

– Conheço as músicas, mas não sou uma grande cantora. – Dei de ombros. – Também tenho uma dúvida, mas você precisa se aprontar para sair enquanto isso.

– Tudo bem. – Ele se levantou, pegando um par de botas e uma camisa de linho dentro do baú. – Qual a dúvida?

– Você me disse que não tinha nenhuma história muito importante na sua vida. – Comecei. Ele vestiu a camisa.

– Não tenho.

– Por que tem essa cicatriz então? É bem grande.

– Ah. – Ele parou, tenso. Me senti mal por perguntar, mas agora queria a resposta. – Uma medida desesperada. Não é tão velha assim.

– Tudo bem se não quiser me contar. – Me apressei em dizer, percebendo a hesitação dele.

– Não, não é isso. – Ele coçou o nariz, se sentando no chão para calçar as botas. – Sabe, eu nunca tive uma casa. Minha mãe morreu no meu parto, meu pai sumiu depois disso. Quando eu tinha sua idade, vivia nas ruas de Surda.

“Uma vez um homem, um soldado, me ameaçou. Eu disse que era mais corajoso do que ele jamais seria, que não precisava ameaçar ninguém para provar. Ele me disse que só um tipo de homem podia se chamar de corajoso, e que ele realmente não era um deles.”

“Ele estava me desafiando. Eu não tinha nada a perder, então decidi provar minha coragem. Peguei a espada, a única coisa de família que eu tinha, e a passei pela minha barriga. O homem saiu correndo, com medo de ser acusado. Fiquei lá, caído no chão, sangrando. Quase tive a sensação de morte.”

– Mas você não morreu. Só ficou com a cicatriz. – Concluí.

– Um sujeito me ajudou. Um elfo, com os cabelos curtos. Não me esqueço desse detalhe, do cabelo cortado. – Paralisei. – Ele não me disse seu nome. Não perguntei. Fiquei alguns dias com ele numa estalagem e depois ele sumiu. Tinha pagado nossa estada.

– Temos que ir. – Me lembrei de Orun, tentando evitar pensar naqueles olhos verdes. Não consegui. – Cedric nos espera.


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Notas finais do capítulo

Olha só, quem voltou para atormentar a mente da nossa querida Sil :) A música é "Who We Are" do Imagine Dragons :P http://www.youtube.com/watch?v=DlGjxlevw-Y



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