Another Fairytale escrita por Holliday


Capítulo 4
No jardim


Notas iniciais do capítulo

Heey minhas babys, como vão? De táxi, de carro, de nimbus 2000?? ~piadinha ruim neah?~ enfim...
Espero que gostem do cap :3



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- Quando vamos nos ver de novo? - dessa vez era James quem perguntava, e eu senti meu coração acelerar.

- Prometo voltar amanhã – gritei de volta e continuei correndo.

Peguei a vela reserva, acendi-a e fui correndo pelo túnel, até avistar a porta que daria para o meu quarto.

Abri-a correndo, empurrei o guarda roupa, e desci correndo as escadas até o quintal. Ainda estava cedo, não é o horário que Petúnia costuma chegar. Se estivesse no salão esperando por ela, isso levantaria suspeitas.

Fui até Fergus e como sempre me joguei contra seu corpo. Estava sorrindo como nunca, e uma sensação boa estava tomando conta de mim.

- Fergus, o mundo lá fora é melhor do que eu poderia imaginar! As crianças brincando, os cachorros correndo, as casas, as lojas, absolutamente tudo é perfeito! – Fergus me olhava com ternura enquanto eu falava.

Fiquei olhando o céu relembrando tudo o que aconteceu.

- Tem mais, eu conheci um garoto hoje, e ele era realmente muito bonito. O nome dele era James, mas eu não sei o sobrenome. Conheci-o quando estava ajudando a resgatar uma garota que caiu em um buraco, o nome dela era Marlene – Fergus levantou as orelhas, poderia dizer que ele estava interessado no assunto, se ele não fosse um dragão.

Ouvi as portas serem abertas e fui recepcionar Petúnia.

- Volto mais tarde Fergus – eu disse dando um beijo no dragão – Chegou mais cedo hoje, Petúnia – comentei como se aquilo fosse uma surpresa.

- Sim, e preciso que você já faça a janta. Hoje vou receber Válter Dursley, um importante conde, aqui em casa – ela disse empinando o nariz, como se ela fosse tão importante quanto esse conde.

Fui para a cozinha, não demorei muito e o jantar já estava pronto, ao mesmo tempo em que Petúnia terminava de se arrumar.

- Agora vá, fique longe de vista! Não quero sua anormalidade nos importunando – normalmente essas palavras me magoariam, mas hoje nada poderia me magoar.

Voltei para o quintal, para ficar junto de Fergus. Ainda estava maravilhada com os acontecimentos, e tenho certeza de que demoraria até que eu os esquecesse, mas eu não queria esquecer.

Fiquei me perguntando como seria minha vida daqui para frente, fugindo sempre que pudesse. Algum dia levar a vida dessa maneira não iria mais dar certo, mas eu aproveitaria o máximo possível.

Estava recostada em Fergus perdida em meus pensamentos, mas eles foram interrompidos quando algo ao qual eu nunca prestei atenção antes resolveu despertar meu interesse hoje.

A corrente que prendia o pescoço de Fergus tinha uma pedra lilás pendendo. Uma pedra lilás idêntica á pedra do colar de Petúnia. O colar ao qual ela nunca vive sem.

A não ser hoje. Quando ela estava se arrumando para o jantar de hoje notei que ela estava usando um colar de esmeraldas, e não o seu típico colar com a pedra lilás.

Mas não, deveria ser coisas da minha cabeça, aquelas pedras não deveriam ter ligação alguma.

Voltei para dentro do castelo, tentando não ser vista por Petúnia e seu convidado de honra, seguindo em direção ao meu quarto para poder dormir.

Ontem estava um dia ensolarado e agradável, em compensação hoje o dia estava nublado e frio.

Espreguicei-me puxando o lençol para mim. Tinha muito trabalho para fazer, e nenhuma vontade de fazê-lo.

Antes de ir me arrumar, decidi pegar a caixa que estava debaixo da cama e olhar mais alguns dos pergaminhos que nele havia.

Coloquei uma mão dentro da caixa e toquei em algo gélido e sólido, nada semelhante com o pergaminho. Puxei seja lá o que fosse, e senti meus olhos marejarem.

Era um chocalho prata, o mesmo chocalho da foto que eu encontrei de quando era um bebê. Segurei o chocalho contra meu peito, como se o ato pudesse fazer com que eu me sentisse segura, como se ele fosse me trazer boas lembranças.

Peguei um pergaminho qualquer de dentro da caixa e o desenrolei:

Certas coisas que você julga ser insignificantes, podem ser coisas importantes. Junte duas peças que possam se completar, e uma maldição você irá quebrar.

Meu coração deu um salto e por um momento fiquei inquieta. Imediatamente lembrei-me de Fergus e a ligação que eu fizera entre as pedras lilases.

Não poderia ser. Podia?

Andei de um lado para o outro em meu quarto sem realmente acreditar que aquilo pudesse ser verdade. Acendi a lareira do meu quarto e joguei o pergaminho nela. Algum tempo depois de eu ter o jogado lá, o fogo o cuspiu para fora da lareira e ele estava intacto.

Meio incerta experimentei toca-lo. Frio.

Por que não poderia ser verdade? O pergaminho com a charada fora verdade não é mesmo? Depois de eu tê-lo desvendado uma passagem surgiu no meu quarto. Por que dessa vez o pergaminho estaria mentindo?

Mas James disse que a magia tinha sumido já fazia sete anos...

Não Lílian, James disse que os poderes das pessoas sumiram, mas não a magia. A minha consciência fez questão de lembrar.

Como esses pergaminhos que estavam guardados por tanto tempo poderiam obter respostas para tantas coisas?

De qualquer forma, sendo verdade ou não, como eu iria pegar o colar de Petúnia? Bem, se eu tivesse sorte ela poderia ter dormido com o tal de Válter, ou seja, o colar ainda estaria na sua caixa de joias.

Caso ela me pegasse mexendo em suas joias, eu diria que estava apenas polindo, como ela sempre me obrigava a fazer. Certo, então era isso que eu iria fazer.

Coloquei o vestido de qualquer maneira, tamanha pressa que eu estava. Senti o suor escorrer frio pelo meu corpo e minhas pernas tremularem a cada passo que dava me distanciando de meu quarto.

Respirei fundo e segui meu caminho tentando fingir que era apenas mais um dia árduo.

As joias de Petúnia não ficavam necessariamente em seu quarto, elas ficavam em uma sala que ela tinha separada apenas para seus vestidos, sapatos, maquiagem, e enfeites.

Desci dois lances de escada, até que finalmente estava em frente a sala na qual um resposta para mais uma charada poderia estar escondida.

Respirei fundo, e meio receosa girei a maçaneta. Nada poderia dar errado não é mesmo? Caso Petúnia resolvesse ir pegar o seu colar de volta eu diria que estava apenas polindo, e ela acreditaria...

A magnificência do lugar me tomou por completo, o que sempre acontecia quando eu entrava lá. Os detalhes em ouro que preenchiam a parede, os quadros que retratavam campos floridos e dias ensolarados, o teto pintado com as asas de anjos... Tudo naquele lugar era feito para ser tão tentador quanto os objetos que nele havia. Passei os olhos pela área das joias sem encontrar o colar com a pedra lilás.

Tomando cuidado para não deixar a marca dos meus dedos, afastei e repus colares em seus lugares, sem qualquer indício daquele que eu procurava. Bufei frustrada. Talvez, afinal de contas, aquele pergaminho fosse apenas um pergaminho.

Saí da sala de mãos vazias, me sentindo tão iludida quanto podia.

Estava seguindo em direção á cozinha para preparar o café da manhã de Petúnia, porém parei bruscamente quando ouvi a voz de um homem, deveria ser o tal conde Válter.

- Vou voltar para o meu castelo antes que fique tarde, você vem Túnia? - Túnia? Fiquei enojada imaginando como ele ganhara intimidade com ela a ponto de chama-la de “Túnia”.

- Claro, vamos agora! – ouvi o ranger das portas e deduzi que eles já tivessem ido embora.

Fui rapidamente ajeitar o castelo, deixando comida pronta, carpetes macios, porcelanas brilhando e tudo isso tendo em consciência que eu havia prometido para James que voltaria para vê-lo hoje.

Fiquei aturdida ao perceber que fora a limpeza mais rápida que já fiz em toda minha vida.

Tomei banho, e coloquei um vestido um pouco mais bonito, não que eu tivesse algum que fosse muito adequado, já que Petúnia não deixava que eu tivesse esse tipo de coisa luxuosa.

Peguei duas velas, uma para ida e outra para a volta, e como se já tivesse passado pelo túnel milhares de vezes, segui meu caminho com o coração palpitando de expectativas.

Quando alcancei a luz que passava pelas frestas da porta soprei a vela e respirei fundo. Girei a maçaneta e deparei-me com a mesma cena de ontem. Crianças felizes, idosos fazendo suas compras, bares cheios e aquela sensação de felicidade pairando no ar.

O dia estava cinzento e frio, mas para alguém que nunca saia de casa poderia estar tendo uma chuva de meteoros e o mundo ainda seria belo.

Tentei me lembrar do caminho que havia feito para chegar até o jardim onde conheci James, Dorcas e a outra garota morena.

Demorei certo tempo, mas por fim encontrei aqueles lírios, orquídeas e rosas que compunham o jardim.

Avancei sobre seu gramado macio, respirando o cheiro das flores. Ao longe pude ver um cavalo ao lado de seu cavaleiro, e logo deduzi de que fosse James.

Segui em sua direção com calafrios pelo meu corpo e um repentino aceleramento nas batidas de meu coração.

Em toda minha vida nunca tive contato com alguém do sexo oposto, e pensar em ir me encontrar com aquele garoto alto, musculoso, de cabelos rebeldes e olhos gentis fazia com que eu sentisse borboletas dando saltos em meu estômago.

Ele me avistou quando eu estava chegando mais perto e abriu um sorriso largo mostrando todos os seus trinta e dois dentes incrivelmente brancos.

- Olá – o cumprimentei, e ele pegou a minha mão depositando um beijo nesta, um beijo o qual fez com que a área beijada ficasse formigando.

- Fico feliz em vê-la, já estava imaginando que não viria – ele disse cordial com um tom de riso em sua voz melodiosa.

- Peço desculpas, acabei me atrasando – abaixei a cabeça, sabendo que minhas bochechas estavam levemente coradas, consumidas pela vergonha.

- Não precisa se preocupar, de qualquer forma, gosto de ficar nos jardins.

Ele começou a andar sem rumo, e indicou que eu entrelaçasse o meu braço no seu. Assim o fiz um pouco transtornada com o veludo de sua roupa tocando em mim, já que não era um simples acontecimento para uma pessoa como eu.

- Me diga, por que tenho a impressão de que nunca te vi antes? - contar ou não contar a verdade? Eis a questão que consumia mais de meu cérebro do que os cálculos que eu via nos livros poeirentos da biblioteca do castelo.

- Não saio muito de casa, costumo ficar no meu quarto, imersa nos livros – uma meia verdade seria suficiente.

- Quais são seus livros prediletos? - ele perguntou e eu franzi a testa tentando pensar nos meus favoritos. Ao longo desses anos sem ter muito que fazer li muito mais do que uma pessoa costuma ler, e escolher o meu livro predileto era uma tarefa complicada.

- Gosto de Reino Amaldiçoado, Senhores do Tempo, Através da Névoa, e principalmente Sonhos Consumidos – murmurei satisfeita com as minhas escolhas.

- Sonhos Consumidos? É um dos livros mais complexos existentes – ele arqueou as sobrancelhas obviamente impressionado.

- Gosto de livros complexos, mantêm minha mente mais aberta, e meu vocabulário mais extenso – respondi dando de ombros, mas o que eu realmente queria responder era “gosto de ler livros complexos e fantasiosos para acreditar que algum dias serei livre”.

Ele alargou seu sorriso como se tivesse gostado do que tinha ouvido. Por um momento parecia que ele iria dizer alguma coisa, mas foi interrompido.

- Príncipe James? Desculpe ter de atrapalhar, mas o conselho exige sua presença – um homem vestido com o que eu imaginava ser o uniforme da guarda real disse.

Príncipe? Príncipe James? Nem mesmo em um bilhão de anos eu poderia imaginar que estava conversando com o príncipe de Hogsmead.

Instantaneamente senti-me envergonhada e um tanto quanto nervosa ao me lembrar de que estava conversando com James como se ele fosse “qualquer um”. Nem ao menos o estava reverenciando quando me despedi dele.

- Tudo bem, diga que já vou em um minuto – ele passou as mãos pelo cabelo como se estivesse incomodado e virou-se para mim. Aparentemente ele pôde ver que eu estava tão incomodada quanto ele – Você está bem?

- S-sim estou, acho melhor eu ir embora – estava indo embora sem que o príncipe permitisse? Eu sou uma estúpida.

Ele pegou minha mão e me guiou pelo jardim até a área onde havia maior concentração daqueles belos lírios.

Ele pegou um dos lírios, abriu minha mão e fechou-a logo em seguida ao redor do lírio.

Sorri, senti o cheiro da flor e fiquei emocionada com o gesto, por mais simples que fosse.

- Espero vê-la novamente em breve.

- No jardim novamente? - perguntei até mesmo porque não conhecia nenhum outro lugar.

- No jardim.

Dessa vez tratei de reverenciá-lo antes de seguir meu caminho de volta para a prisão. Por todo o caminho fiquei cheirando aquele lírio, que acima de tudo seria como um amuleto enquanto eu estivesse naquele castelo.

Com o príncipe, eu estava todo esse tempo conversando com o príncipe!

Quando cheguei em casa tratei de ir vestir um vestido mais simples – se possível – e coloquei o avental imundo ao redor dele.

Quando estava descendo pronta para ir recepcionar Petúnia quando ela chegasse, vi algo brilhando e pendendo do assoalho de um dos degraus. Podia jurar que não estava ali antes.

Agachei e fui pegar o que quer que fosse e me assustei quando senti na minha mão o toque frio da pedra lilás do colar de Petúnia.

Prendi a respiração tentando assimilar o que devia fazer. Destino fora a primeira palavra que veio em minha cabeça. Pode ser que nada aconteça, mas o destino me deu uma chance de levar o colar até o Fergus. Soltei a respiração.

Saí correndo rumo ao quintal antes que fosse tarde demais. Quando avistei Fergus ao longe, caminhei lentamente em sua direção com um coração acelerado e o suor escorrendo frio pelas minhas mãos.

Quando estendi o colar em minhas mãos, Fergus pareceu se agitar instantaneamente em suas correntes e aquilo apenas me motivou mais ainda.

Junte duas peças que possam se completar” lembrei-me da instrução do pergaminho. Sentei-me perto de Fergus e peguei a pedra de sua corrente.

- Está tudo bem Fergus, não vou te machucar garoto – eu murmurei enquanto aproximava a pedra lilás do colar de Petúnia com o da corrente.

Como se fossem imãs, as pedras se juntaram e uma luz forte e dourada preencheu o lugar, a mesma luz de quando a passagem surgiu em meu quarto.

Tive de me afastar e colocar uma mão sobre meus olhos antes que eu fosse cegada. Quando a luz cessou podia jurar que minha boca estava com o formato perfeito de um “o”.

- Impossível...


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Notas finais do capítulo

ook, acho que parei na única parte que presta, mas enfim... NÃO FIQUEM COM RAIVA, OOK? u__u
Reviews?
Sweet Kisses ♥
PS: digam o que vocês acham que vai acontecer!!