Another Fairytale escrita por Holliday


Capítulo 2
Pergaminhos e coisas importantes


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, eu achei que essa fic seria tão rejeitada, mas parece que não :3
Enjoy the chapter!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330683/chapter/2

Estava cansada de passar tanto tempo arrumando aquele castelo gigante, mas se não quisesse sofrer as consequências, teria que terminar o serviço antes que Petúnia chegasse em casa. Eu não iria aguentar passar a noite sem jantar.

Estava me atrapalhando com meu próprio vestido enquanto eu tentava apressadamente varrer a escadaria que dava para o salão principal.

Eu estava suando, cansada, com dores, mas tinha que continuar limpando.

Ouvi o ranger dos portões e sabia que Petúnia havia chego. Rapidamente guardei a vassoura no armário de limpeza e fiquei esperando que ela entrasse em casa para recebê-la.

 Quando ela abriu as grandes portas de carvalho tinha em suas feições o costumeiro olhar superior, ao qual eu já estava devidamente acostumada.

Como sempre, caminhei em sua direção, tirei a capa de seus ombros e pendurei-a no gancho ao lado da porta. Tarefa que ela poderia muito bem fazer sozinha se realmente quisesse.

Ela não me cumprimentou, mas querendo ou não eu tinha que reverencia-la como se ela fosse uma rainha. Claro que ela estava longe disso, com as suas características masculinas, um corpo robusto e nada de simpatia.

Ela passou o olhar pelo salão, analisando cada centímetro com os seus olhos de lince. Quando estava subindo as escadas deu a risada mais seca que pôde.

- O que fez durante o dia Lílian? - ela perguntou.

- Limpei o castelo como de costume, Petúnia – respondi olhando para o chão esperando por alguma bronca.

- Duvido muito disso querida – ela crispou os lábios antes de continuar falando – venha aqui, por favor, e dê uma olhada nisso.

Caminhei lentamente até onde ela estava e olhei para onde os seus olhos seguiam. No princípio eu nada vi, mas depois notei um pequeno e insignificante pelo preto em um dos degraus, o pelo de Cruelon o gato traiçoeiro de Petúnia.

- Você não conseguiria sobreviver do lado de fora desses portões... quem iria contratar uma garota que não consegue limpar nem mesmo um pelo de gato? - ela perguntou retoricamente, sua gargalhada fazendo eco no salão – sua sorte é que eu sou uma pessoa muito misericordiosa, e não farei com que você limpe isso agora, apenas vá preparar o meu banho.

Minhas mãos estavam fechadas em punho, com centenas de palavras inadequadas presas em minha garganta que começava a arder tanto quanto meus olhos. Misericordiosa? Merlin que a escutasse e a tornasse misericordiosa...

Desde pequena minha vida tem sido algo parecido com uma escravidão, com três horas de descanso e vinte umas de trabalho, por assim dizer.

Caminhei até o grande banheiro de Petúnia, liguei a torneira da banheira e esperei que ela ficasse cheia. Arrumei-a com pétalas de flores – um ornamento que eu sempre achei desnecessário – colocando logo em seguida a dose certa de sais e aromatizantes na água.

Petúnia entrou no banheiro trajando um roupão. Ela nunca fora bonita, e eu agradecia aos deuses por não ser parecida com ela. Minha irmã, se assim posso chama-la, sempre teve um nariz pontiagudo, um rosto fino, porém sem traços femininos, com poucos cabelos e um corpo reto sem quaisquer curvas.

Nunca soube como meus pais eram fisicamente, nada de fotos, ou algo parecido.

- Está liberada por hoje – ela murmurou caminhando até a banheira – Ah não espere, lembrei-me de que quero que arrume o porão, e termine de arrumar hoje! – minha querida irmã esboçou um sorriso doentio.

Reverenciei-a e saí de lá com os nervos á flor da pele, mas sem poder fazer nada contra.

Havia dois anos desde a última vez que o porão fora arrumado, e havia dois anos que Petúnia jogava tralhas e mais tralhas dentro deste. Eu provavelmente levaria a noite e a manhã toda para terminar a limpeza.

Sem contar que poderia haver ratos, baratas, morcegos ou sabe-se lá mais o que.

Antes de ir até o porão, segui em direção ao jardim para alimentar Fergus, o dragão que Petúnia mantinha no quintal. Sim, ela resolveu retirar a liberdade de um lindo dragão simplesmente para mantê-lo no quintal, porque diz que são criaturas nobres, fortes e impetuosas.

Não que eu discorde, eles realmente são, mas Petúnia não se assemelha em nada nessas características, e isso não é motivo para impedir que o dragão vivesse. Coincidentemente, essa é a mesma situação que a minha, temos praticamente a mesma vida deprimente, impedidos de fazer o que realmente queremos.

- Olá Fergus – cumprimentei o dragão acorrentado. Por anos e anos em que eu vinha cuidar dele, Fergus surpreendentemente acostumou-se com minha presença.

Porém, a única vez em que Petúnia tentou ir vê-lo o dragão cuspiu fogo em sua direção, fazendo com que ela nunca mais se atrevesse a sequer chegar próxima do quintal.

Virei o balde com os pedaços de carne em frente á ele e me recostei em seu corpo pesado. Passei a mão pelas suas escamas e me permiti um momento de descanso, sabendo que Petúnia não se atreveria a ir ao quintal.

Certa vez pensei em desacorrentar Fergus e fugir junto dele, até descobrir que todo o terreno é magicamente protegido.

- Como foi seu dia dragãozinho? - perguntei sem esperar por uma resposta, dragões não falam.

No entanto Fergus praticamente bufou, fazendo com que fumaça saísse de suas narinas. Eu sempre achei que ele era meio humano. Em seus olhos podia ver a dor explícita e às vezes até mesmo um pouco de compaixão, o que fazia com que eu gostasse mais ainda de sua companhia, mesmo que não pudéssemos ter um diálogo.

Levantei-me do gramado, limpando as mãos no avental e indo encarar o que seria um bom tempo de trabalho.

Quando entrei no porão havia camadas infinitas de poeira, que preenchiam tanto os objetos que lá havia quanto o próprio ar.

Tive que acender uma vela para conseguir enxergar alguma coisa e não tinha ideia por onde começar. Ouvi um pio atrás de minhas costas e levei um susto.

- Ah Charm, é só você – suspirei aliviada. Charm é a minha coruja desde os meus onze anos, quando ela apareceu pelo terreno e Petúnia deu-a para que eu cuidasse.

Ela se empoleirou em meu ombro e eu segui meu caminho, passando os olhos ligeiramente tentando avaliar o grau de dificuldade que eu teria ao arrumar o porão.

Vi uma caixa que chamou minha atenção, pergaminhos e coisas importantes, estava escrito em uma caligrafia cuidadosa.

Abri a caixa e uma camada de poeira voou em direção aos meus olhos, fazendo com que meus olhos e nariz coçassem.

Tossi enquanto passava um pano na caixa. Quando a abri, encontrei um envelope com fotos. Nas fotos havia um homem e uma mulher, a mulher ruiva, e o homem com cabelos pretos como a noite.

A princípio eu não soube quem eles eram, mas quando vi uma foto onde a mulher segurava um bebê ruivo, e o homem segurava os ombros de uma versão jovem de Petúnia, eu deduzi que fossem meus pais.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu definitivamente não sabia como explicar as emoções do momento, não sabia explicar como me sentia ao ver, pela primeira vez em dezessete anos, o rosto de meus pais.

Eu era a cópia do rosto delicado, os lábios carnudos avermelhados e os cabelos ruivos de minha mãe. Petúnia não se assemelhava a nenhum dos dois, menos é claro, os cabelos da mesma cor que os de nosso pai.

As fotos se mexiam como se estivessem vivas. Minha mãe sorria enquanto me balançava em seu colo, e eu brincava com um chocalho. Por um momento senti-me como se ainda estivesse nos braços acolhedores de minha mãe.

Decidi ver o que mais havia na caixa. Encontrei uma carta, com um símbolo estampado na cera vermelha.

ESCOLA de MAGIA

e BRUXARIA de HOGWARTS

Diretor: Albus Dumbledore

(ordem de Merlin, primeira classe, grande feiticeiro, bruxo chefe, cacique supremo, Confederação Internacional dos Bruxos)

Prezada Sr. Evans,

temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na escola de magia e bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa no primeiro dia de setembro, estamos aguardando sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Minerva McGonagall

(diretora substituta)

Fiquei um tanto quanto curiosa, mas as cartas que Petúnia recebe ou deixa de receber não são da minha conta, então eu decidi deixar para lá.

Encontrei outro pergaminho, não tão antigo quanto o outro. Resolvi que levaria a caixa para meu quarto e veria o restante com calma, mais tarde.

O sol já tinha se posto, e agora já estava surgindo, e eu ainda estava arrumando aquele porão. Não faltava mais tanta coisa, a pior parte já tinha passado. Agradeci por Charm ter estado comigo, pois ele deu conta de todos os animais indesejáveis.

Quando finalmente terminei, Petúnia não estava em casa e isso me deixou gratificada, pois significava algumas horas de descanso depois de um trabalho árduo.

Peguei uma maçã na cozinha e decidi ir ver o que mais tinha naquela caixa que eu encontrei no porão.

Peguei primeiro o pergaminho que eu já tinha desenrolado. Não pude deixar de notar que sua inscrição era curta e direta.

Se quiser o que nunca pôde ter leia em voz alta, e a ajuda irá até você”.

Deveria ser uma grande bobagem, e ler aquilo só faria com que eu me iludisse, mas decidi ler mesmo assim.

Proferi as palavras, calma e limpidamente, nada aconteceu. Bufei e joguei o pergaminho longe. Eu nunca iria conseguir sair daquele palácio.

Encontrei outra foto, nessa havia uma legenda: “Família Evans” eu li. Quando terminei de ler a legenda da foto, uma luz dourada inundou o meu quarto fazendo com que eu tivesse que colocar uma mão em frente aos olhos para conseguir ver o que estava acontecendo.

Da mesma forma repentina que a luz surgira, ela cessara. De onde ela havia ganhado forma, uma porta de madeira surgiu na parede do meu quarto.

Era isso, uma charada! Eu não deveria ler o aviso em voz alta, mas eu deveria ler qualquer outra coisa em voz alta para a ajuda vir.

Lentamente levantei de minha cama, e meio receosa abri a porta. Havia um túnel, um túnel para um lugar longe daqui. Eu deveria segui-lo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês devem estar pensando que está bem chatinho certo? Certo! Mas não se intimidem, até a Lily começar a sair de casa, as coisas podem ser meio monótonas...
Reviews? Eu não demorei pra postar não é? Podem xingar, elogiar, ou sei lá o que vocês estão achando huashuash
Sweet Kisses ♥
PS: ficou uma merda a foto da nossa Lil's, mas foi de coração!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Another Fairytale" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.