Passou-se uma semana e eu estava cada vez melhor com a minha lança. Era incrível a minha habilidade com ela, não querendo me gabar, mas era. Durante os treinos eu derrotava qualquer um, novatos e veteranos, era até engraçado derrotar aqueles que vinham cheios de marra pra cima de mim e no fim, caiam no chão com a minha lança em suas gargantas.

Ares nunca mais veio me visitar, e eu estava feliz por isso, não queria um pai grudento, ah por favor, se ele não veio a minha vida toda, que não venha agora. Não queria que sentisse dó de mim. Eu era grata pela lança que ele me dera, era ótima e estava dando medo em muitos, mas meu carinho por ele parava ai, ele era só o cara que me deu a vida e uma lança legal, nada mais.

Minha popularidade no acampamento cresceu, tivemos outra caça a bandeira, e eu achei a bandeira de novo. A filha de Atena, Annabeth, deve me odiar. Mas não me importo nem um pouco.

Eu estava escalando quando um garoto loiro me chamou.

— Clarisse La Rue, Quíron está te chamando- ele saiu e eu desci.

Corri até a casa grande, quando cheguei encontrei o centauro, não tão centauro, ele estava em uma cadeira de rodas e sua traseira não estava a mostra. Decidi não perguntar como ele fez aquilo. Dionísio me encarava, aquele cara me dava medo, O.K., ele estava sendo obrigado a ficar ali, mas não precisava ficar me encarando daquele jeito, eu odeio quando me encaram.

— Aconteceu alguma coisa Quíron?- perguntei me sentando na cadeira a frente, havia mais uma cadeira vazia, para quem?

— Eu já lhe contarei o que aconteceu, só espere Chris chegar- ele respondeu calmo.

— Chris? Que Chris?

— Chris Rodriguez, o filho de Hermes.

Ah não, aquele cara de novo? O que aquele centauro queria que era necessário Chris estar junto?

O filho de Hermes chegou e se sentou ao meu lado, ele sorriu para mim, revirei os olhos. Quíron respirou fundo e começou a falar:

— Vocês tem uma missão.

Assentimos.

— O que aconteceu?- Chris perguntou.

— O arco de Ártemis foi roubado e vocês precisam acha-lo. – Não vou mentir dizendo que fiquei de boa, realmente me assustei, como alguém conseguiria roubar o arco de uma deusa? Alias...

— Ei, se o arco dela foi roubado porque a própria não procura?- perguntei.

— Ela está muito ocupada matando monstros e está tentando se virar com o arco de uma caçadora, e vocês tem uma semana para acha-lo- Quíron respondeu como se aquilo fosse normal.

— Mas... – Chris me olhou – está bem, eu aceito a missão.

Os dois ainda me encaravam praticamente implorando que eu aceitasse, respirei fundo, por mais estranho que parecesse, eu tinha que ir naquela missão.

— O.K. eu aceito ir na missão- resmunguei.

— Ótimo- um sorriso se formou no rosto de Chris, o encarei meio nervosa, aquele garoto era estranho.

— Vocês tem que consultar o oráculo de Delfos.

— Orá o que?- perguntei.

— Oráculo- Chris explicou- ele nos dirá a profecia que nos ajudara na missão.

O segui até a escada do porão. Chris me olhou um pouco ansioso.

— Pode ir.

— Ah não, vá você.

— Subam os dois- Quíron falou atrás de nós, bufei e comecei a subir as escadas. O porão era um lugar realmente bagunçado, era cheio de tralhas e eu preferi nem prestar atenção. Chris segurou a minha mão, o encarei.

— Solta!- mandei e ele soltou. O.K. ele ficava mais estranho a cada momento. Uma múmia se levantou, soltei um grito mudo e segurei a mão de Chris, ele me encarou, soltei rapidamente- desculpa.

Uma luz verde saiu dos olhos da múmia e uma fumaça de sua boca, ela desatou a falar:

[...]