Demorei um pouco para processar tudo o que aconteceu ontem. Da Sophie se jogando pra cima do Thomas, á um pedido – ainda não oficial – de namoro. Como estou me sentindo em relação a isso? Estranha. Quer dizer, eu nunca havia tido um relacionamento sério antes, pra falar a verdade, já haviam me pedido em namoro, mas eu nunca havia aceitado, mas dessa vez, eu estava tão segura dos meus sentimentos, que...que eu acho melhor deixar rolar e ver o que vai acontecer.

-Queria saber em que você fica pensando. -Falou o Thomas, é, nós estávamos juntos em baixo de uma arvore, mais clichê que isso, só mesmo crepúsculo (Me desculpem fãs de crepúsculo, mas é minha opinião).

-Em nada, é só... coisa minha. -Falei e sorri, ele me olhou com os olhos semicerrados e me roubou um selinho. - Ei, quem disse que você pode roubar selinhos de mim?-Perguntei.

-Eu disse, na condição de seu namorado, eu tenho mais do que esse direito. -Ele falou e eu arqueei as sobrancelhas.

-Quem disse que você é meu namorado, você nem me pediu!- Falei.

-Teremos de dar um jeito nisso então. – Thomas falou e se levantou sem nem olhar para trás me deixando com uma cara de ponto de interrogação. Deixei pra lá, quando se trata do Thomas eu sinceramente desisti de tentar entender. Suspirei. Meu estômago deu sinal de vida, eu não como nada desde o café da manhã, já esta quase na hora de o almoço ser servido, me levanto de onde estou e vou em direção ao refeitório. Chegando lá as tias estão colocando tudo nos lugares e alguns campistas estão sentados esperando, procurei uma mesa também e me sentei, logo o pessoal chegou fazendo a baderna rotineira e aproveitando para me zoar um pouco.

-Então Charlie, você esta muito alegrinha desde ontem. Imagino que seja por que o Thomas beija bem.-Falou o Kevin.

-Imensamente, infelizmente a May não pode dizer o mesmo de você. Nem do seu “brinquedinho”.- Falei frisando o inho e o Kevin quase engasgou. Sim, nós voltamos a nos falar por livre e espontânea pressão.

Flashback on

- Charlie, agora que estamos meio que juntos, não acha que devia deixar de besteira e voltar a falar com o Kevin?-Perguntou Thomas.

-Não, não acho. Até por que ele não me pediu desculpas por ter me provocado daquela maneira. -Falei e Thomas suspirou, pegou o celular e digitou alguma coisa. -Enviando mensagem pra quem Henderson?-Perguntei estreitando os olhos. Não é ciúme é curiosidade.

-Ninguém importante!-Falou, mas eu ainda o olhava desconfiada. -O que acha de sairmos do frio e irmos assistir um filme na minha cabana?-Perguntou e eu tentei avaliar se possuía algum tipo de indecência ou malicia nesse seu pedido, acabou que eu cedi. Chegamos a sua cabana, ele abriu a porta e abriu passagem para mim.- Primeiro as damas. -Ele falou e eu entrei e logo ouvi a porta sendo fechada, quando me virei o Thomas não estava no quarto e ele estava totalmente escuro a não ser pelos resquícios de luz que passavam pela fresta da porta do banheiro, alguém estava ali, pelo fino e quase inaudível barulho do chuveiro, estariam tomando banho.

-Thomas abra essa porta, AGORA!-Berrei esmurrando a porta, mas ele não quis abri-la.

-Não!-Falou teimoso.

-Qual o objetivo disso? Deixar-me em pânico? Saiba que não vai ter pânico certo quando essa porta for aberta, eu vou te matar de uma forma bem lenta e dolorosa, começando pela tosa desse brinquedo que você tem no meio das suas pernas. -Falei e ouvi o risinho familiar.

-HÁ.HÁ, você não teria coragem, como você brincaria com ele depois?-Ele perguntou e eu tenho certeza que ruborizei. Depois dessa inocente frase (irônia sua linda), nem eu nem ele falamos mais nada. O chuveiro foi desligado e então a porta é aberta, me viro e...

-AAAAAAAAAAAAAH!-Kevin grita.- O - o que você esta fazendo aqui. -Ele fala e eu me viro, pelo fato dele estar completamente nu.

-E-eu fui trancada aqui.- Falei ainda de olhos fechados, depois de um tempo escuto um zíper sendo fechado e pergunto: - É seguro olhar?

-Sim. -Ele responde enquanto acende a luz, percebo que ele esta vermelho, não tanto quando eu.- Não comenta isso com ninguém?- Pergunta.

-Fechado.

-Ótimo! Afinal de contas por que motivos você esta aqui se nem falando comigo você estava? E onde esta a May?

-A May? –Perguntei.

-Sim, onde ela esta, antes de tomar banho eu deixei ela aqui dentro.

-Mas então você sabia que ela estaria aqui caso você saísse nu, certo?-Perguntei e ele ficou mais vermelho me fazendo cair na gargalhada.

-Ela já viu isso antes, tá bom?- Ele falou tentando manter a postura e parei de rir, quer dizer que ele e a May já fornicaram. Interessante.

-Hum, bom o motivo pelo Thomas ter me trancado aqui foi que ele queria que nós voltássemos a nos falar. -Falei e um clima tenso pairou no recinto.

-Eu concordo com ele, foi um motivo muito besta pelo qual a gente brigou. -Ela falou e pôs a mão nos meus ombros. -Charlie eu te perdoo.

-Oh sim, me desculpe por você ter me provocado e me desculpe também por eu saber socar narizes. -Falei e ele riu.- Amigos? –Estendi minha mão.

-Amigos.- Falou. Então eu me virei para porta e berrei.

-Podem nos soltar agora? -Perguntei.

-Provem que estão se falando. -Gritou a May.

-Tudo bem, vem Kevin, vamos nos beijar. -Falei tentando conter o riso quando ouvi a porta sendo destrancada.

-Nem pensem nisso. -Falaram os dois ao mesmo tempo.

Flashback off

E foi isso. Estava perdida nos meus pensamentos até que dois dedos aparecem na minha frente entalando, fazendo-me voltar pro mundo real.

-Ei, Charlie ! Acorda. –Harry falou, eu recobrei a sanidade e notei que o refeitório estava consideravelmente cheio.

-Charlie Benson. –Essa voz era do Thomas, ele estava gritando, tentei procura-lo, ele estava em pé em cima de uma das mesas, segurando um buquê de Narcisos, minha flor favorita, aos pés dele tinha um som que tocava uma musica, me concentrei para distingui-la e percebi ser Dear God- Avenged Sevenfold. A musica do nosso primeiro beijo. –Você hoje mais cedo disse que eu não havia feito um pedido oficial, então lá vai. Todos aqui presentes estão de prova que eu amo essa garota de ruiva, que luta Jiu-jitsu e tem o gênio mais forte desse mundo. Charlie, você aceita namorar comigo? Pessoal ela deve ou não aceitar? –Perguntou ainda berrando.

-Siiiiiiiim! - As pessoas responderam.

-Então Charlie, só falta a sua resposta. -Ele falou olhando para mim, todos no refeitório estavam no mais absoluto silencio esperando a minha resposta, até mesmo as tiazinhas da cantina.

-Sim, eu aceito Thomas. -Falei sorrindo e ele desceu da mesa, me entregou o buquê e me beijou, na frente de todos do acampamento, todo aplaudiram e berraram e os nosso amigos? Eles estavam sorrindo feito bobos. Babacas. Mas meus babacas.

-Agora você é oficialmente minha namorada, marque essa data. Pois vamos comemora-la muitas e muitas vezes. Srta. Benson. -Thomas sussurrou e me beijou novamente, mas foi um beijo simples, pelo fato de estarmos em publico.

Passado um tempinho eu fui á cantina pegar o meu almoço, o folgado do Thomas não quis vir pegar pra mim. Todos estavam me parabenizando, diziam que fazíamos um casal bonito e essas coisas até mesmo as tiazinhas da cantina.

Noah POV

Esses dois não vão ficar juntos. Isso é uma promessa.