Dias De Guerra escrita por Mereço Um Castelo, Luiza Holdford 2


Capítulo 1
Capítulo 1 - Maldição


Notas iniciais do capítulo

Quem gostou de "Damon Vista..." e "Damon no País Dos Sem Whisky" vai gostar desta também :D



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Estávamos andando a cavalo há horas, horas e mais horas.

A coisa toda balançava de um lado para o outro, e eu diria que estava com vontade de vomitar meu almoço... se eu o tivesse comido, é claro. Porque não tive essa oportunidade mesmo e agora via vantagem nisso.

Como naqueles dias tristes no qual nossa vida se vê definhando para um grande abismo sem fim, eu via a paisagem passar.

Eu queria correr para longe e sair daquela situação. Mas ter os pés e as mãos amarrados, além de estar jogado de qualquer jeito em uma carroça com destino a “lugar nenhum, mas exatamente no meio da guerra”, não me dava muitas opções de escolha.

Eram meus desejos contra a impossibilidade de realizá-los...

Sim, de fato o meu destino era incerto, embora minha vontade de voltar para casa fosse muito grande. Bem, o triste é que acho que não voltarei tão cedo para lá...

Talvez eu volte um dia, embora possa ser apenas tarde demais ou nunca mais... Quem sabe?

Porém, vamos aos fatos que me levaram a estar aqui, rumo ao nada neste exato momento de minha curta e infeliz vidinha.

Estávamos em guerra...quer dizer, os Estados Unidos estava em guerra... E nós, os pobres jovens americanos e que deveriam ter muitos e muitos anos de vida pela frente ainda, éramos aqueles que iriam ter que botar ordem na casa.

Mas: ordem na casa? Como se fossemos mesmo viver o bastante para isso...

Aliás, me diga uma coisa: como nós, na maioria filhos de grandes empresários, fazendeiros, médicos e a ala rica da sociedade, saberíamos colocar ordem em algo? Porque não chamaram logo as serviçais para a guerra?! Elas sim iam arrumar tudo e deixar uma beleza!

Pessoal mais burro esse, viu?

Enfim, como e porque eu estou aqui, certo?

Por vontade própria é que não é, para começo de assunto.

Acontece que meu pai, aquele maldito de uma figa, queria mostrar a todos que ele também lutaria pelos ideais americanos... Mas e ele foi à guerra? Oh, claro que não! Ele obrigou o seu filho, ou seja, o idiota aqui, a ir.

Sim, porque há muito mais graça em se falar do que se fazer, não é mesmo?

Falar que o filho foi para a guerra e, quem sabe, chorar sua morte como um “herói” da família é bem mais tentador, do que ter que colocar seu traseiro no campo de batalha.

Sim, porque com sorte você ainda ganha algum dinheiro pela perca de seu filho, se a cidade acreditar mesmo que ele foi importante e honrado ao levar o nome do local para longe e lutar por algo tão importante.

E o senhor Salvatore queria muito mesmo poder fazer isso para se exibir, e fez...

Na primeira vez, eu consegui fugir e voltar para casa.

Sim, não pareceu a ideia mais inteligente de local para se esconder, mas eu iria para onde? Afinal, como eu iria saber que a coisa não acabaria bem, não?

Eu achei que uma mentirinha a toa seria convincente o bastante. Mas meu pai não ficou satisfeito...embora Stefan tenha me recebido de braços abertos. Isso sim é irmão!

E, para piorar a minha situação e vontade de não voltar para a guerra nunca; conheci uma garota incrível em casa. Ela era simpática, divertida, doce e a maior gostosa!

E então papai, como bom estraga prazeres que é, me obriga a voltar para esse fim de mundo que não me interessa em nada e deixar Katherine sozinha lá, com o caminho livre para Stefan.

Ela deve ter suas necessidades, se é que me entendem, e aposto que logo cede à lábia fraca do meu irmão. Mesmo que ele não seja nada parecido comigo, ainda poderia convencê-la, com certeza. Maldito Stefan!

Aquela cara de sonso e garotinho do bem acabaria atraindo aquela beldade para seu lado e me deixando mais distante de seu coração... Inferno!

Por que será que ele não veio para a guerra no meu lugar? Afinal, se era para mandar um filho mesmo, porque não Stefan?

Por fim, logo eu voltaria para os braços de Katherine. Eu iria dar um jeito de sair daqui de novo, e dessa vez meu pai não me traria de volta.

Depois, eu teria que arrancá-la de meu irmão e seriamos felizes em alguma parte do mapa... Longe de guerras, por favor.

Sonhos eram tão perfeitos, mas não se realizavam tão facilmente para mim... Na verdade, eu poderia me considerar uma pessoa bem azarada.

Sim, porque, cá entre nós, o senhor Salvatore não precisava ter ido contar que eu estava em casa para o general de guerra quando ele visitou Mystic Falls.

Sim, porque era pedir demais que meu pai acreditasse que haviam me dispensado mesmo? Era?

Sim, parece que era... e eu estou aqui, amarrado, amordaçado e balançando mais do que seios de donzelas afortunadas correndo, rumava a minha tragédia novamente.

Mas, desta vez, o lugar me parecia um pouco mais longe para se voltar para casa a pé... Cho que teria que roubar um cavalo... Droga.

***

Algumas boas paradas e dias depois...

Chegamos aonde eu deveria “servir”, o que me faz rir mentalmente só de pensar nessa palavra. Eles estão mesmo me achando com cara de criada? Francamente...

- Que merda... – sussurrei... – Que diabos de lugar é esse? – eu me perguntava ao olhar ao redor, isso após ser desamarrado por um dos soldados.

Só existiam umas barraquinhas e dois grandes barracões ali, provavelmente a enfermaria e o refeitório. Também pude notar alguns poucos soldados caminhando embaixo daquele sol quente que era quase insuportável.

Logo chegou um velhote, com pose de cafetão de bordel e medalhas pesadas penduradas na roupa. Só um pequeno apontamento: joias e ouro na roupa para mim são coisas para mulheres... ou homens frescos... Afff...

Eu iria expressar meu desconforto, mas...

- Soldado! Posição!

- Hei? Aiiii! – fui golpeado por um deles.

- Não sabe obedecer a um superior, palhaço?

- Eu aprendo melhor com palavras... – eu tentei dizer enquanto me contorcia no chão.

- Olha só, temos um engraçadinho entre nós – o enfeitado falou. – Levante logo seu inútil, aqui em Galveston não somos um bando de inúteis e sim bravos homens que lutam por justiça.

- Galveston? – que merda! Era longe pra cacete!!

- Por acaso é surdo, soldado?

- Creio que... – mas fui interrompido... Grosso.

- Levante logo e entre em posição, ou já começara pagando punição? Não somos moles como o pessoal de sua antiga infantaria.

Mesmo morrendo, eu levantei...

Como diabos eu ia sair desse lugar? Não era como acampar com Stefan e os rapazes, eu estava bem mais longe do que 10 quilômetros... ou cem...ou mil...

Literalmente: eu estava ferrado.

Logo percebi que a tragédia se estendia a demais pobres coitados... que como eu, não deveriam ser pobres, apenas coitados, pois era visível que muita gente ali “não estava se divertindo”, mas que poderia gastar muito dinheiro em busca de alguma diversão se quisesse... ou se estivesse em casa, pelo menos.

Logo o Senhor enfeitado, coronel “alguma coisa que eu não prestei atenção” Josh berrou e todos estavam ali em posição, perto de mim.

Capeta de homem, acredito que ele não seja um dos “mais queridos” por aqui.

Ele começou a falar alto e andar entre nós, nos fazendo responder em coro coisas idiotas... Bem idiotas, que só podiam ser respondidas com “sim senhor” ou “não senhor”, embora as respostas mentais fossem bem diferentes.

Eu, é claro, fui com a maré, mesmo que quisesse contestar a maior parte delas.

Sabe, ele não me pareceu um cara muito aberto a opiniões, não sei porque...

Logo decidiram sacanear-me... Sim, porque cá entre nós, eu estava sujo, com fome, com sede, com sono, com as costas doendo e o maldito me deu uma vassoura na mão!

Minha reação interior? Enfiar aquele cabo de vassoura na goela dele; Minha reação fora de minha mente: olhar para o objeto e não ter coragem de perguntar o que diabos eu faria com aquilo. Vai que a resposta fosse algo vergonhoso demais, né? Não convém arriscar...

Logo ele “distribuiu” as tarefas para mim e os outros novatos. Ele realmente queria me matar, certo? Era esse todo o plano sortido desse local.

Aliás, isso era um castigo bem cruel da parte de meu pai...

Poxa vida, só porque eu havia gostado da Kath? Sim, porque, cá entre nós, aquela mulher era linda demais para o meu irmão...

Aliás, será mesmo que ele ia casar? E será que era com Katherine?

Maldita Galveston! Eu aqui no inferno e ele lá conhecendo os mínimos detalhes daquela beldade!

Sempre soube que aquele traidor de uma figa era o filho preferido de meu pai. Mesmo que o maldito tenha matado mamãe quando nasceu...

Agora a porcaria toda estava mais que explicita para mim.

De vassoura em mãos e com um local enorme para ser limpo a minha frente, dei espaço aos meus pensamentos anteriores e a tentar colocar planos em fase de criação. Eu precisava de uma luz de como sairia dali, e isso era urgente!


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Notas finais do capítulo

E aí? Quem gostou poderia fazer essas duas autoras felizes e deixar um comentariozinho, né?
Juro que logo logo a fic ganha ares de crossover mesmo, :D



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