Pov Spencer

  Era o meu pai, ele me olhou com nojo e voltou a olhar para o Henry, Henry não estava entendendo nada, então meu pai lhe deu um soco.

  - PARA PAI POR FAVOR, ELE NÃO TEM NADA HAVER COM ISSO. – Eu gritei para o meu pai. – Por favor, ele que me acolheu quando eu saí de casa, não foi ele que fez isso. – Eu disse mais baixo, pois as pessoas passavam nos olhando.

  - Eu não sou seu pai. – Ele respondeu e me deu um tapa no rosto, acho que as palavras dele doeram muito mais do que o tapa.

  Henry estava ajoelhado no chão, com o nariz pingando sangue, eu ajoelhei a sua frente e estaquei o sangue com a mão.

  - Você agüenta ir dirigindo? – Eu perguntei ainda estacando o sangue de seu nariz. Ele só balançou a cabeça negativamente, olhando para o chão. – Vem, vamos embora. – Disse eu me levantando e pegando ele pelo braço.

  O coloquei sentado no banco e prendi o sinto, ele estava imóvel, eu dei meu casaco pra ele colocar no nariz e ele segurou. Eu fui dirigindo até a casa dele, então nós descemos do carro, o nariz dele tinha parado de sangrar, e ele continuava em perfeito estado, sua pele branca não tinha um hematoma se quer.

  - Você está bem? – Eu perguntei.

  - Vai embora. – Ele respondeu, seco.

  - O que? – Eu respondi não entendendo nada.

  - Foi a pior humilhação da minha vida Spencer. – Ele respondeu com lágrimas nos olhos.

  - Desculpa, mas eu não tenho culpa, você quis me acolher, você estava junto... – Eu não pude nem terminar e então ele me beijou, eu fiquei surpresa, e sem reação, mas então eu correspondi. Seu beijo era tão doce, seu hálito sabor hortelã era mais viciante que um banho quente depois de uma chuva. Nós paramos de se beijar e ele me encarou, em seguida me abraçou, dizendo.

  - Desculpa. – O abraço dele me lembrava o abraço do Josh, ah o Josh, que saudades do meu irmão.

  - Obrigado Henry, por tudo, se não fosse você eu teria morrido congelada. – Naquele instante alguém bateu na porta. Eu olhei para Henry e ele olhou de volta, então Henry foi atender a porta.

  - É aqui que está morando a Spencer? – Eu reconheci a voz, era o Josh.

  - JOSH! – Eu gritei e saí correndo em direção a porta e pulei nos braços dele.

  - Spencer! – Ele me abraçou com força e disse: - Que saudades! – Henry nos olhava sem entender nada. – E você é?

  - Ah, sou Henry... – Ele fez uma pausa e disse, estendendo a mão. – Amigo da Spencer.

  - Eu sou Josh. – Disse apertando a mão do Henry. – Irmão da Spencer.

  - Pode entrar. – Disse Henry. – Eu vou fazer um café.

  - Então, como vai meu sobrinho? – Perguntou Josh entrando e se sentando no sofá.

  - Sobrinha. – Eu corrigi, sentando ao seu lado. Ele me olhou e deu um sorriso de orelha a orelha.

  - Eu trouxe café. – Disse Henry, trazendo uma bandeja com três xícaras de café.

  - Obrigado. – Disse Josh pegando uma xícara.

  Nós conversamos durante muito tempo e então Josh se tocou que era uma da manhã.

  - Nossa, eu tenho que ir, se não a mamãe me mata. – Nos despedimos do Josh. Eu não estava com sono, então olhei pro Henry e disse:

  - Eu não estou com sono. – E fiz cara de cachorro abandonado.

  - Vamos ver um filme então. Eu posso colocar um colchão inflável na sala pra gente ver algum. – Ele disse.

  Ele encheu o colchão e colocou dois travesseiros e um cobertor e me perguntou:

  - Que filme você quer ver?

  - Hum, eu não sei, escolhe você. – Eu disse, deitando no colchão.

  - Que tal esse? – Ele abriu a estante e tirou um cd escrito “As Vantagens de ser Invisível”

  - Pode ser - Eu respondi.

  Eu acabei adormecendo na metade do filme, e tive o mesmo sonho novamente, e aquilo ficava ecoando na minha cabeça:

  “Spencer?”