Matando a Solidão escrita por Vampy13


Capítulo 4
Uma história




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Já umas três da tarde, ele acorda, vê que ela ainda dorme decide não fazer barulho deixando-a dormir até que ela mesma não queria mais.Ficou marcado a besteira que ele fez com ela, ter esquecido de ligar o aquecedor foi horrível para ele ter feito ela chegar a ponto de ter que acorda-lo, queria se desculpar de qualquer jeito.Cristina acorda uma hora e meia depois dele, ainda deitada pensa:-Como eu irei escovar dos dentes?Ai que saco!. – Se levanta e vai em direção ao banheiro, não foi difícil achar, mesmo a casa sendo grande para chegar ao banheiro bastava que ela abrisse a porta, era bem de frente, apenas tinha que caminhar o grande correr, indo ao banheiro pensando, caminhando um pouco devagar:


-Nossa para que um corredor desse tamanho? –A porta do banheiro estava encostada.- Só me faltava ele estar no banheiro, eu preciso usar esse banheiro!!!


Ela gira a maçaneta e a porta se abre, ela da graças a deus que não havia ninguém, faz xixi que era sua necessidade maior, lava aos mãos e para na pia.Olha bem, se olha no espelho e ainda pensa como vai ela escovar os dentes?Volta a olhar com mais calma e detalhadamente na pia e percebe uma canequinha simples e uma escova de dentes nova, ainda no embalada.Isso não foi nada demais, mas já bastou para que Cristina o achasse mais lindo, gentil e cavalheiro.Sim Cris estava apaixonada por Ville.


Sorrindo e boba sem acreditar que ele foi capaz disso, ela vai desembalando a escova de dentes e se preparando para escovar os dentes dela.


Assim que termina, desce as escada com uma felicidade imensa para achar Ville e agradece-lo, na sala ele não estava então logo foi para cozinha:


-Ville, Ville!!!-Ela dizia em um tom mais alto para que ele a escutasse.- Nossa muito obri..ga...- Ela se depara com Ville arrumando uma mesa, não de café da manhã, pois já era tarde para isso, a mesa estava quase pronta e estava um cheiro muito bom, um cheiro que ela conhecia mais não conseguia se recordar de onde ela já havia sentido aquele cheiro.


-O almoço esta na mesa espero que goste do fiz para ti, bela dama- Ele diz e vai logo buscar Cris que esta paralisada na porta, estendendo uma mão para ela, trajando o caminho de quase toda a cozinha, afasta a cadeira para ela se sentar, e depois a acomoda novamente.


Sem dizer nada, sem saber o que dizer, Cristina a deixa que ele leve, se senta e fica impressionada com tudo.


-Ééé...Nossa para que tudo isso? – Diz olhando a cada detalhe que ele fizera questão de por na mesa, os guardanapos, os pratos, talheres, e copo.


-Isso...Espero que isso me desculpe pelo frio que lhe fiz passar, bela dama.-Sorrindo.


-Se for para ser tratada como uma rainha, eu passaria frio sempre.-Rindo um pouco, talvez para disfarçar a timidez do momento.


-Vós mereceis, bela dama.-Sorrindo ele se vira indo a direção ao forno para pegar o prato principal.


Do forno ele tira uma bela lasanha, eis daí onde Cris não estava reconhecendo o cheiro, coloca na mesa, se senta.


-Bom espero que não fique brava, eu fui arrumar suas coisas na bolsa que estava jogada no sofá, e vi seu RG reparei que és da Itália, e então eu resolvi aprender a fazer uma bela Macárrónadâ – Fala macarronada em meio a um sotaque Italiano, apesar de não saber nada, rindo.


Surpresa com tudo aquilo, ela ri junto com ele ao ouvir dizer a tal da macarronada.Até esquece do que ia agradece-lo, coça a sobrancelha, sorrindo sem graça.


-Não que isso sem problema, tudo bem adorei a surpresa, fazia tempo que não comia uma lasanha, ultimamente anda sendo apenas comida de restaurante sabe.- Rindo.


-Ah sim, entendo, querida.Boná Peti – Servindo-a.


Ela sorri, e já vai indo garfanhar um bom pedaço de lasanha, ele também faz o mesmo, já estava dando-lhe água na boca apenas sentir o cheiro.Rindo, conversando no meio de todas essas coisas boas Cris faz um comentário:


-Mas ainda não me disse porque mora sozinho, Ville.


Ele para olhando fixamente o prato, pisca por ser forçado assim que os olhos começam a arder.Ele diz baixo, cruza os braços apoiando os mesmos sobe a mesa, seus olhos já com algumas lagrimas:


-Eu bebia!Eu era um bêbado!Não sei como eu pude deixar a chegar nesse ponto.Minha família não me queria mais em casa, os vizinhos reclamavam, achavam-me um de classe inferior, uma aberração, era contra a religião, para eles eu não era filho de Deus, era um nada!Estou a me lembrar do ultimo dia...Meu pai dizia: - Sai daqui, eu te deserdo, eu não criei um filho para as bebidas, seu vagabundo.Ele enquanto falava ia jogando as garrafas que ele achava dentro de casa em mim; - Vai embora, e eu te dou apenas essas imundas garrafas que você fez questão em por para dentro.Sai com elas daqui, você não é meu filho, é um bêbado, e bêbados moram nas ruas, jogados as bebidas, até que morram sem elas...Sem reputação, vagabundo, um nada, você não serve para nada! Eu te odeio por ser assim, me envergonho disso.-Até que ele conseguiu ir me empurrando para fora de casa, e fechou a porta e lá de dentro eu ouvi para que eu nunca mais voltasse.Minha mãe e meu irmão choravam, eu também chorava, aquelas palavras doeram mesmo em mim. – Enquanto relatava um dos seus piores dias, Ville deixou que umas lágrimas escorressem pelo seu rosto.


Cristina se depara com uma situação ruim sentiu que havia estragado o almoço, sem reação ela inda indaga:


-Mas nunca teve uma namorada, alguém que você pudesse contar?


Lagrimas há mais começam a escorrer, demora uns segundo mais ainda responde.


-Ela também estava de saco cheio de mim, ela se via menos valiosa do que as minhas bebidas, do que os meus goles barato.Como ela costumava a dizer.Mas sei depois de um amor magoado, e sem minha família eu aprendi a dar valor da vida, talvez eu precisasse passar por isso para que saísse das bebidas e voltasse a andar normal, e não lançando as penas como antes.Ser reconhecido pelo o que você faz de melhor é bom!- Ele esboça um curto sorriso, secando suas lagrimas que escorriam doloridas por ter que se lembrar disso.


Ainda sem reação, Cris se aproxima dele, abraça-o e tenta consola-lo:


-Sabe, acho que ainda bem que você passou por isso, aprendeu mesmo a dar valor na vida, e não só na sua como a de todos, olha o que fez por mim.Você criou um homem ai dentro do seu coração, de um caráter bom, e lindo, honesto e gentil.Aposto que vive cheio de menininhas atrás de você, vai!- Ela ri a fim de desfazer da péssima situação que causou e fazendo com que Ville levantasse o ego.


Retribuindo o abraço, Ville volta a sorrir, seus olhos não lagrimejavam mais, olha do para Cristina diz:


-Obrigado.Obrigado por reconhecer meu esforço, obrigado por me compreender, e não me criticar como outros já fizeram quando eu contava.Eles apenas viam o meu lado negativo que já fui um dia e que hoje eu não vivo mais.


Cristina por sua vez fica feliz em saber que conseguiu reanima-lo.Vai logo tirando a louça suja da mesa, e convidando Ville para ajuda a arrumar cozinha que estava uma bagunça e suja.Era molho para um lado, em cima da pia, um pouco no chão, alguns pedaços de massas de lasanhas nas panelas escorridas na pia, misturado com óleo que ele deixou cair dentro.As latinhas de massa tomate abertas, o lixo que estava cheio quase não conseguia fechar a tampa.Pois é, mesmo Ville sendo domestico, era homem, humano, errar faz parte e sujar também.



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