Todos chegaram na casa de Guilherme. Tristes e cabisbaixos, ninguém se arriscava a dizer nada. Bruna, na maior falsidade e escondendo do irmão seus verdadeiros sentimentos, acariciava-o tentando conforta-lo. Guilherme resolveu quebrar aquele silencio.

__ E então Vitor. O que você tinha para falar? (Guilherme)

__ Então, logo depois que a Marianne... Que ela... Enfim. Logo depois do ocorrido, passou um vento frio em mim, muito parecido com aquele que sentimos no dia do desastre na escola... (Vitor)

__ Ta, mas... Você estava chocado. O que tem de errado nisso? (Angélica)

__ Eu terminei por acaso, vadia? CALA ESSA BOCA E ME DEIXA TERMINAR! (Vitor)

__ Cara, presta atenção como você fala com ela, seu vagabundo! Você não é ninguém para falar assim com ela! (Ruan)

__ E quem é você pra dizer o que eu posso ou não falar? Cala a boca que é o melhor que você faz! (Vitor)

Vitor e Ruan se levantam em posição de ataque.

__ EI, VOCÊS DOIS! PAREM COM ISSO AGORA! (Icaro)

__ Vitor, fica calmo! Você não está normal! Senta. (Guilherme)

__ E quem disse que você manda em... (Vitor)

__ NÃO COMEÇA COM A PALHAÇADA! CALA A BOCA E SENTA, MERDA! VOCÊ ESTÁ ASSIM, ESTRESSADO, TODOS NÓS SABEMOS O PORQUE! MAS VOCÊ FICAR DESCONTANDO SUA RAIVA NO PRIMEIRO QUE VEM NA SUA FRENTE NÃO VAI ADIANTAR DE NADA! CALA A BOCA E SENTA! (Guilherme)

Vitor fecha a cara, mas se senta. Afinal, ele reconheceu que estava fora de si e que havia perdido a razão.

__ Me desculpa, gente. Não foi de propósito. (Vitor)

__ Nós sabemos. Agora continue de onde você parou. (Guilherme)

__ Bem, como eu dizia... Quando eu senti aquele vento frio, quase que na mesma hora eu ouvi um sussurro dizendo " você é o próximo!". Guilherme, isso é o que eu estou pensando que é? (Vitor)

O silencio volta a reinar na sala. A notícia havia deixado todos perplexos. Mas alguém ficou um "pouquinho" mais perplexa...

__ O QUE! NÃO! NÃO VITOR! VOCÊ NÃO OUVIU ISSO! FOI SUA IMAGINAÇÃO! VOCÊ NÃO VAI MORRER! NÃO! (Bruna)

__ Bruna... Eu tenho que descordar de você. Isso não foi fruto da imaginação do Vitor. A Morte apenas quis deixar o recado dado. E nós sabemos que ela não brinca em serviço. (Guilherme)

__ CALA A BOCA GUILHERME! VOCÊ NÃO SABE DE NADA! VITOR NÃO VAI MORRER! ELE NÃO VAI! (Bruna)

__ Bruna, se acalma. Não é só o Vitor que está a lista da Morte, lembra? Todos nós estamos. Calma. Nós daremos um jeito de salva-lo. (Adriele)

__ Gente, agora é só esperar. Quando estiver para acontecer alguma coisa, eu vou saber. Mas acho que agora é muito cedo para conversarmos sobre esse assunto. Repetindo: vamos esperar. (Guilherme)

__ Guilherme, você tem que me prometer que você vai salvar o meu irmão. ME PROMETA! (Bruna)

__ Bruna, eu... (Guilherme)

__ ME PROMETA! PROMETA! (Bruna)

__ Bruna, você sabe que não é assim tão fácil. Mas eu prometo fazer o possível para salva-lo. (Guilherme)

__ Não era o que eu gostaria de ouvir, mas no fundo eu sei que é o máximo que você pode fazer. (Bruna)

__ Bem gente, acho melhor vocês já irem. Digamos que se ficarmos muito tempo juntos, facilitamos o serviço da Morte. Adeus. (Guilherme)

Todos iam saindo. Exceto Adriele, pois Guilherme precisava falar com ela.

__ Adriele, eu sei que a Bruna e o Vitor são irmãos e é normal que tenha amor entre os dois. Mas a Bruna não tem apenas um amor por ele. Ela tem uma obsessão por ele! Você sabe o porque disso? (Guilherme)

__ Ela tem os seus motivos. (Adriele)

__ Sim, mas... Que motivos? (Guilherme)

__ Eu não posso te falar ainda Guilherme. Talvez um dia você saberá, mas hoje não. Tenho que ir agora. Tchau. (Adriele)

__ Tchau. (Guilherme)

Guilherme, agora sozinho, fica pensativo nessa obsessão.

__ Mas o que será de tão secreto que eu não possa saber? Que segredo será esse? (Guilherme)